Estilo de vida
31/10/2021 às 08:00•3 min de leitura
A prática de rituais religiosos para livrar uma pessoa de uma possível possessão não é novidade, uma vez que já era realizada há milhares de anos e por diferentes crenças. Porém, engana-se quem pensa que o exorcismo é coisa de cinema e deixou de ser praticado.
Ao longo da história, diversos casos ficaram marcados pela atrocidade dos fatos e por serem incrivelmente horripilantes — e reais. Pensando nisso, fizemos esta lista com cinco rituais de exorcismo que ganharam notoriedade com o passar do tempo.
(Fonte: Pixabay)
Em janeiro de 1764, o missionário espanhol Juan Toledo escreveu uma carta para o governador do Novo México (EUA) descrevendo uma série de exorcismos que havia realizado em uma colônia espanhola no estado. De acordo com ele, tudo teria começado quando uma mulher chamada Maria Trujillo apresentou tristeza ao se tornar mãe — o que hoje seria reconhecido como depressão pós-parto.
Os sintomas persistiram até que ela desmaiou após as orações, acordou e começou a "se exaurir com uma força anormal". Segundo o missionário, era padrão que os exorcizados tentassem agredi-lo ou ofendê-lo. Ao todo, cinco mulheres e um homem passaram pelo ritual.
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Perto do Natal de 1769, um alfaiate chamado George Lukins estava se preparando para as festividades quando foi surpreendido. Normalmente, ele e seus amigos iam de porta em porta cantar músicas natalinas pela vila de Yatton, na Inglaterra. Naquele ano, no entanto, ele recebeu um "tapa divino" e perdeu a capacidade de caminhar por conta própria.
Em 1775, o problema do alfaiate foi diagnosticado como incurável, e ele passou a receber ajuda financeira de colegas. Em 1787, o rapaz alegou estar sendo possuído por sete demônios e precisar de sete pastores para ajudá-lo, então o reverendo Joseph Easterbrook reuniu uma equipe de seis metodistas para exorcizá-lo.
Foram 2 horas de ritual com "rezas, canção de hinos e a exigência de que os demônios fossem embora em nome de Deus". Ao que tudo indica, o procedimento funcionou, e Lukins teria recuperado o controle das pernas tempos depois.
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De acordo com os relatos descritos no panfleto Are There Devils Today?, o exorcismo de uma jovem zulu chamada Clara Germana Tele foi um dos mais drásticos de todos os tempos. O reverendo Erasmus Hoerner, responsável pela sessão, alegou que os pés da garota se ergueram no ar e que ela andou pelas paredes, apresentou habilidades psíquicas e mostrou conhecimento de diversas línguas.
Algumas testemunhas contaram que os membros do corpo de Tele podiam se "estender a comprimentos incríveis". Embora o exorcismo tenha sido considerado um sucesso, a menina voltou a apresentar os problemas tempos depois. Seis anos após os acontecimentos, ela faleceu de tuberculose.
(Fonte: Unsplash)
Em 1949, um padre jesuíta passou semanas tentando libertar um garoto de 14 anos chamado Roland Doe, habitante de Maryland (EUA), de uma possível possessão. O caso, inclusive, serviu de inspiração para que William Peter Blatty escrevesse o roteiro do filme O Exorcista (1971).
Segundo os relatos da família, era possível ouvir arranhões, passos e o som da mobilha sendo arrastada todos os dias no quarto do garoto, o que continuou acontecendo mesmo quando ele passou um tempo na casa dos vizinhos. Durante as tentativas de exorcismo, Doe teria ferido diversas pessoas e até quebrado o nariz de um dos padres em uma cerimônia.
Os rituais continuaram até 1949, quando ele abruptamente pareceu estar curado. Após essa data, o rapaz nunca mais apresentou problemas e viveu uma vida calma.
(Fonte: Unsplash)
Em um caso mais recente, estima-se que cerca de 29 milhões de pessoas sintonizaram a televisão no canal da ABC, nos Estados Unidos, para assistir ao exorcismo de uma garota de 16 anos chamada Gina. Dois padres católicos foram chamados para realizar o ritual que durou 6 horas.
Segundo o reverendo James J. LeBar, Gina, que havia sido hospitalizada seis vezes por episódios psicóticos, estava possuída. Durante o exorcismo, a garota teria rosnado, tentado fugir das amarras, amaldiçoado os sacerdotes e falado em outras línguas.
Ao fim do processo, LeBar alegou que a menina estava completamente curada, mas ela voltou a ser internada 1 ano depois, quando foi tratada com medicamentos antipsicóticos em vez de água benta.