Artes/cultura
01/06/2023 às 02:00•3 min de leitura
Os filmes sempre nos mostraram que algumas joias antigas podem muitas vezes carregar consigo energias que não são boas. Entretanto, é fato de que nem sempre essas histórias ficam presas no campo da ficção, já que alguns casos do mundo real, como a do Diamante Hope, pode deixar qualquer um com os cabelos em pé.
O diamante em questão pesa 45 quilates e apresenta um tom azulado capaz de encher os olhos de quem o observa. Ele custa milhões de dólares (atualmente o valor está cotado em aproximadamente US$ 350 milhões), e quem tiver coragem de desembolsar tudo isso para colocar as mãos nele pode levar, totalmente "na faixa", uma terrível maldição.
Não se sabe exatamente em que momento da história o diamante surgiu, mas a versão mais aceita por muitos é a de que, em 1666 (que história começa boa trazendo em sua composição o famoso "número da besta"?), o comerciante de joias francês Jean-Baptiste Tavernier comprou o objeto que era proveniente da mina de Kolluer, na Índia.
Pouco tempo depois, essa joia foi vendida juntamente com algumas outras preciosidades para o rei Luis XIV (também conhecido como rei sol). Em 1678, ele pediu para que seu joalheiro esculpisse a pedra mais vez para que apresentasse um formato diferente, passando a exibi-la posteriormente como adorno em sua gravata.
Ela permaneceu por mais um século na família real (Luís XVI e Maria Antonieta também chegaram a utilizá-la), mas os primeiros infortúnios referentes ao diamante começaram a ser percebidos ao notar o que aconteceu com seus donos durante a Revolução Francesa (ambos foram executados).
(Fonte: Shutterstock/Reprodução)
A pedra em questão ficou sumida por um tempo, mas acabou ressurgindo em 1812, quando Daniel Eliason, um comerciante inglês, foi pego em posse do cristal no Reino Unido. Ele havia adquirido o diamante de John Francillon, um joalheiro, e curiosamente ambos morreram de formas bem misteriosas (o comerciante na prisão e Eliasson acabou se matando meses depois).
Antes da morte de Eliason, ele havia vendido a joia para George IV, do Reino Unido - que, para variar, morreu afundado em dívidas, fazendo com que seu valioso diamante fosse parar nas mãos de outra pessoa: o colecionador Henry Philip Hope.
A família Hope era bastante rica e tinha bastante influência na Inglaterra. Dona de diversas posses, obras de arte e pedras milionárias, perderam muitas dessas propriedades ao longo dos anos. Aliás, foi nesse período que o diamante recebeu o nome pelo qual é conhecido atualmente.
O último Hope a colocar as mãos na joia foi Lord Francis Hope, que acabou se endividando tanto que precisou passar todas as suas preciosidades para frente, incluindo o fatídico diamante, adquirido pela Joseph Frankel's Sons & Company em 1891. E, como já se pode imaginar, a joalheria acabou falindo poucos anos depois.
A (má) fama da pedra se espalhou ainda mais ao longo dos anos, com diversas pessoas olhando para ela como um amuleto capaz de trazer diversas maldições. Entretanto, os irmãos Cartier entram na história para, com um pouco de inteligência, conseguir lucrar com o objeto.
Irmãos Cartier venderam o Diamante Hope para Evalyn e Ned McLean. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Como uma boa lábia, os irmãos Cartier conseguiram vender a joia para o casal Evaly e Ned McLean em 1910, e após nove anos exibindo o diamante a sua maldição voltou a dar as caras - e da pior forma, já que o filho dos McLean morreu atropelado em Washington com apenas 10 anos.
Poucos anos após o falecimento do garoto, Evalyn acabou enlouquecendo e Ned perdeu muito de sua fortuna. O casal chegou a penhorar a pedra para tentar se manter (inclusive oferecendo ingressos para quem quisesse conhecer e segurar o diamante amaldiçoado), mas pararam com isso quando Evie, outra filha dos "ricaços", cometeu suicídio. Evalyn morreu logo depois, e o Diamante Hope foi parar com Harry Winston.
Winston evidentemente não acreditava em todas essas histórias, mas depois de um tempo ele foi convencido a doar a joia para o Museu de História Nacional, onde ela permanece até hoje atraindo milhares de visitantes todos os anos.
Aliás, seu último dono não teve problemas com a tão falada maldição, já que morreu de ataque cardíaco duas décadas após a doação, que aconteceu em 1958. Entretanto, o entregador da joia não teve a mesma sorte: ele foi atropelado por um caminhão, sua esposa e cachorro morrem pouco tempo após o "delivery" e a casa em que ele morava acabou pegando fogo.