As novas diretrizes do mercado de luxo

27/02/2012 às 13:194 min de leitura

A ostentação deixou de ser tendência no mercado de luxo. Fonte: Thinsktock

Temos acompanhado um aumento gradativo do ramo internacional de itens de luxo. Pesquisas de mercado recentes nos mostram números que comprovam esse crescimento e ainda apontam que, nos próximos anos, o interesse por itens de ponta continuará fazendo sucesso entre os consumidores de alto padrão.

Nesse sentido, o StyleSight.com – site que serve como bureau de tendências para empresas e profissionais do mercado da moda – acaba de divulgar um relatório que corrobora os índices que vêm sendo apresentados e ainda indica os rumos que as empresas devem seguir nos próximos anos. Entre as mudanças mais acentuadas, está a queda da ostentação – tendência tão comum entre os consumidores do luxo – e o surgimento de uma preocupação com a origem e o processo de fabricação dos produtos.

O que é o luxo para você?

Depois do boom tecnológico pelo qual passamos – em que os produtos ficavam obsoletos e eram substituídos por novos modelos com funções mais avançadas em uma velocidade inacreditável – parece que essa busca constante pela inovação perdeu seu sentido e abriu espaço para uma preocupação maior com a origem dos produtos.

A indústria automobilística, a tecnologia e até mesmo a moda viram seus lançamentos virarem passado em tempo recorde e hoje acompanham a procura de seus clientes por produtos que satisfaçam suas necessidades, mas que, acima de tudo, possuam um significado.

Informações sobre a história da empresa, a origem e a produção dos itens de luxo atraem a atenção dos consumidores classe A. Fonte: Thinkstock

Aqueles produtos quase que descartáveis que eram lançados atropeladamente no mercado começam a perder espaço para os itens que prezam tanto por uma maior atenção na sua produção quanto pelas questões sociais que envolvem o produto e a empresa.

Hoje, as funcionalidades de um item de luxo não representam mais o fator determinante para conquistar novos consumidores. Na verdade, cada vez mais os clientes têm reconhecido o processo de confecção, as pessoas envolvidas e as causas sociais apoiadas pela empresa responsável como valores essenciais para que os produtos ganhem o estatuto de objeto de desejo, pois estes conferem significado aos produtos.

A importância da internet para o futuro do luxo

Em um mundo em que estamos conectados o tempo todo, as empresas não podem deixar de utilizar a internet para alcançar seus consumidores. Desde 2010, o crescimento das vendas online vem se mostrando significativo, além do maior interesse dos clientes em terem acesso a suas marcas preferidas através da internet.

Estudos mostraram que a publicidade em massa divulgada na internet causa um certo distanciamento e, consequentemente, uma perda de intimidade entre as empresas e seus clientes fiéis. Para as grandes grifes, isso representa um desafio, já que o perfil do novo consumidor busca um contato pessoal com os vendedores para esclarecer suas dúvidas e receber um atendimento personalizado.

As vendas online vêm crescendo consideralvelmente desde 2010. Fonte: Thinkstock

A saída que as marcas encontraram até o momento é disponibilizar através da internet o máximo de informações possíveis sobre seus produtos. Além disso, os funcionários estão sendo capacitados para oferecer ao cliente que chega na loja física todos os detalhes dos itens de luxo. Assim, as grifes esperam que consigam deixar seus compradores mais confiantes e informados sobre os produtos que estão adquirindo – o que não acontece com as marcas cujo trabalho é voltado para o consumo de massas.

As empresas também perceberam que podem ampliar seu público alvo através da internet e das redes sociais. Buscando identificar os desejos da nova geração e, assim, atingir o público jovem, as grifes têm lançado vídeos de divulgação de suas campanhas online. Grandes marcas do ramo da moda, como a Chanel, a Burberry e a Ralph Lauren, já mostraram interesse em atrair novos clientes ao promover desfiles e publicidades online.

O fim da ostentação

Uma nova consciência de consumo está tomando conta daqueles que alimentam o mercado de luxo. Seguindo o lema “menos é mais”, os consumidores abriram mão da ostentação e deixaram de lado o hábito das compras por puro lazer.

No lugar de roupas e veículos exuberantes, os clientes estão preferindo produtos que contribuam para a qualidade de vida. Nesse sentido, existe um aumento na procura de serviços que proporcionem um tempo de qualidade para ser gasto com os amigos e a família e uma queda no consumo de produtos que tenham finalidades basicamente estéticas.

Novos consumidores prezam pela qualidade de vida. Fonte: Thinkstock

Essa nova tendência já tem apresentado seus primeiros sinais na indústria da moda. Comparando coleções anteriores de grandes grifes com seus últimos lançamentos é possível notar que o mundo fashion está se adaptando a um estilo mais simples, prático, exclusivo e luxuoso, sem que isso represente a demonstração da riqueza. Especialistas e diretores do ramo acreditam que o luxo, na verdade, está nas coisas pequenas, como ter momentos de qualidade com os mais próximos, seguir um estilo de vida ideal e poder aproveitar bem o tempo mesmo com a correria da vida moderna.

O luxo em números

  • O Luxury Institute – empresa de pesquisa e consultoria do mercado de luxo – prevê um aumento de US$ 26,6 bilhões nas compras de itens de luxo em 2012;
  • A previsão indica que os produtos e serviços mais consumidos em 2012 serão viagens (18%), itens de tecnologia (16%), aviões particulares (12%) e automóveis (11%);
  • Pesquisas revelam que aproximadamente 40% da classe alta nos EUA e na Europa preferem passar o fim de semana no conforto de uma ilha em vez de exibir um novo produto luxuoso;
  • De acordo com o StyleSight, 80% dos americanos afirmam que trocariam um produto por outro item que tivesse o mesmo preço e qualidade caso a marca estivesse envolvida com alguma causa social. Entre esses americanos, 19% afirmaram que concordariam até mesmo em pagar mais caro pelo produto de uma empresa que apóia causas sociais;

Aviões particulares e automóveis de alto padrão prometem movimentar o mercado de luxo em 2012.
Fonte: Thinkstock

  • A venda online de artigos de luxo registrou um aumento de 20% em 2010;
  • 91% dos consumidores revelaram que gostariam de ter acesso às suas marcas através da internet;
  • Cerca de 80% das pessoas das classes abastadas afirmam que acessam a internet diariamente;
  • Entre as pessoas que possuem uma renda anual de mais de US$ 1 milhão, 95% declararam que fazem suas compras online;
  • Mesmo preferindo ter o contato pessoal com os vendedores, mais de 90% dos consumidores de classe alta revelaram que também costumam adquirir produtos online;
  • Aproximadamente 70% dos consumidores declararam que não se interessam mais por um produto cheio de detalhes e extravagâncias.
Fonte
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