Descoberta de submarino alemão “ressuscita” antiga teoria da conspiração

Existe uma grande possibilidade de que embarcação que aparece na imagem acima seja um icônico submarino alemão que naufragou durante a Primeira Guerra Mundial. Ele foi descoberto recentemente no Mar da Irlanda — uma faixa do Atlântico que fica entre a Irlanda e a Inglaterra — por uma equipe de engenheiros escoceses que fazia levantamentos na área para a instalação de novos cabos submarinos de transmissão de energia elétrica.

Quem atestou que se trata de uma embarcação da Primeira Guerra Mundial foram cientistas da Universidade de Bournemouth, no Reino Unido, que, com base em imagens obtidas no local do naufrágio e no formato do submergível, determinaram que se trata de um submarino Unterseeboot tipo UB III.

Relíquia histórica

De acordo com Josh Hrala, do portal Science Alert, a pista decisiva para a identificação da embarcação foi uma arma de 105 mm montada no deck do submarino. Entretanto, essa peça de artilharia naval só foi instalada nos submergíveis durante seis meses ao longo da guerra — o que permitiu que os cientistas estimassem que o U-Boot deve ter afundado em algum momento de abril de 1918.

UB-148, submarino semelhante ao UB-85

Além disso, com base nos registros britânicos tomados durante a guerra, os pesquisadores ainda determinaram que o submarino parecer ser um de dois UB III que naufragaram no Mar da Irlanda em abril de 1918. Segundo os documentos, um deles seria um UB-82, que foi afundado por patrulhas britânicas no dia 17 daquele mês, enquanto o outro seria um UB-85 mandado por água abaixo pelo HMS Coreopsis no dia 30.

Até aqui, tudo é muito — historicamente — interessante, e os cientistas só precisam encontrar o outro submarino afundado para confirmar qual é qual. No entanto, segundo Josh, a descoberta da embarcação também trouxe de volta das profundezas uma teoria da conspiração muito bizarra envolvendo o naufrágio, mais precisamente, o naufrágio do UB-85.

Ataque monstruoso

Segundo Tom Metcalfe, do portal Live Science, começaram a circular rumores de que o submarino alemão só foi afundado porque ele teria sofrido graves danos após o ataque de uma criatura marinha gigantesca. De acordo com a lenda, a embarcação teria emergido durante a noite para recarregar as baterias e permitir que os tripulantes fumassem um cigarrinho quando, de repente, uma enorme serpente surgiu e começou a subir pela lateral do submergível.

Teria o Monstro do Lock Ness decidido contribuir com os britânicos, seus conterrâneos, durante a Primeira Guerra Mundial?

Os marinheiros, apavorados, começaram a disparar com suas pistolas contra o monstro — o que parece ter enfurecido a serpente. Foi então que a besta marinha abocanhou o canhão do deck e começou a puxar o submarino para debaixo d’água. A estrutura resistiu à investida da criatura, mas sofreu danos que impediram que ela voltasse a submergir. Com isso, tanto a embarcação como a tripulação ficaram vulneráveis e se transformaram em um alvo fácil.

U-Boot

Os britânicos, então, aproveitaram a oportunidade — ou seria uma forcinha do Monstro do Lago Ness? —, capturaram a tripulação e afundaram o submarino, e teria sido o capitão do UB-85, um tal Krech, quem contou a história da serpente sinistra. Você achou esse papo de monstro marinho meio bizarro? Pois deveria mesmo, afinal, entre os documentos britânicos é claro que não existe qualquer registro contendo os relatos atribuídos ao capitão alemão.

Mapeamento mostrando o submarino naufragado

Ademais, até onde se sabe, essa história em especial — envolvendo o monstro e o naufrágio do UB-85 — surgiu em 2005, mas ninguém dizer de onde é que ela saiu. Entretanto, curiosamente, um dos pesquisadores da Universidade de Bournemouth, a mesma instituição que atestou a descoberta do submarino naufragado, explicou que essas embarcações, principalmente as alemãs, parecem ser um ímã para esse tipo de história.

Aparentemente, os casos de submarinos assombrados ou, mais precisamente, que tiveram encontros com criaturas marinhas, se tornaram bem populares na década de 30. Contudo, não existe qualquer base histórica para os relatos.