Saúde/bem-estar
13/09/2018 às 12:04•2 min de leitura
O que começou como um desafio viral na web se transformou em uma ameaça que costuma atingir crianças e adolescente: o “Momo Challenge”, que usa a imagem de uma “mulher-pássaro” vinda de uma arte japonesa, tem sido usado por pessoas mal-intencionadas para assustar as pessoas e impor condições de autoflagelo e até suicídio. Agora, mais um caso foi registrado, desta vez no Brasil, envolvendo uma menina de 13 anos, que cortou os pulsos após receber ameaças no Facebook.
O episódio aconteceu em Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, na segunda-feira (10). Segundo a Delegacia de Polícia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente e Atos Infracionais, a garota disse que recebeu uma solicitação de amizade na rede social, no início deste mês. No perfil, a foto da Momo.
Abordagem inicial da pessoa por trás da Momo foi amigável e aos poucos virou abusiva
“Cerca de 10 dias antes (de a adolescente cortar o pulso), esse perfil vinha amigavelmente conversando com ela. (A relação) começou normalmente, dizendo informações pessoais e sem fazer nenhuma ameaça. Só que durante esse tempo, a mãe notou comportamentos estranhos da filha, porque ela ficava muito tempo no quarto e se cobrindo com lençol”, relatou a delegada Vilaneida Aguiar, em entrevista ao jornal O Globo.
No começo da semana, a jovem recebeu a ordem “se você não cortar, vou matar toda sua família” e ficou assustada porque o contato já tinha informações sobre onde ela mora e quem são seus parentes. A mãe encontrou a filha se ferindo e a impediu a tempo. Com acesso ao celular da pequena, ela conseguiu bloquear a Momo no Facebook e depois encaminhou a situação à polícia.
A investigação continua e, segundo a delegada, é possível que a pessoa responsável pelas ameaças seja um conhecido, pois seu perfil no Facebook conta com vários amigos em comum com a menina — incluindo adolescentes de idade semelhante. Também não está descartada a hipótese de o criminoso estar usando a Momo contra outras vítimas, pois seu modo de operar indica que tem certo domínio na abordagem realizada com a jovem.
Em outro caso envolvendo a Momo, a mãe de um garoto de 9 anos disse aos oficiais que seu filho se enforcou no dia 15 de agosto, em Recife, após ser influenciado por desafios na internet — e a foto da “mulher-pássaro” também havia sido vista no aparelho da criança, que chegou a ser socorrida, mas morreu no dia seguinte.
O “Momo challenge” já perdeu força, porém no mês passado chegou a se espalhar por boa parte dos Estados Unidos, e uma jovem de 12 anos também teria tirado a própria vida por conta disso na Argentina.
O que fazer em uma situação como essa? É importante saber que essas ameaças se espalham via compartilhamento em mensageiros e redes sociais — principalmente o WhatsApp e o Facebook — e quando a criança adiciona o número ou o perfil de alguém desconhecido. Portanto, é preciso ficar de olho em movimentação estranha ao redor dos menores e educá-los sobre os vários perigos da web. Ao observar algum contato malicioso, bloqueio-o imediatamente.
É preciso dizer aos adolescentes que essas ameaças vazias, disseminadas pelo "Momo Challenge", não trarão mal. Existem apps e funcionalidades que também podem restringir acesso a alguns apps, e é necessário sempre monitorar de forma saudável o comportamento dos jovens que usam dispositivos móveis, além de informá-los sobre como esses “desafios” podem ser prejudiciais.
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Menina de 13 anos corta o pulso sob ameaça da “Momo” no Facebook via TecMundo