A 'misteriosa' história da pedra que levita na Índia à base de bruxaria

Existe um tipo de encantamento muito popular entre os adolescentes que consiste em um grupo repetir o mantra “Leve como pluma, duro como tábua” enquanto tenta erguer outra pessoa apenas com os dedos e sem nenhum esforço. Na cultura pop moderna, isso apareceu no filme “Jovens Bruxas”, de 1996, e no seriado “O Mundo Sombrio de Sabrina”.

E se a gente dissesse que isso é um ritual místico e misterioso em uma cidadezinha da Índia? Em Shivapur, a 1,5 mil km de Nova Déli, existe o Santuário de Qamar Ali Darvesh, que foi uma espécie de guru do sufismo, uma corrente que contempla o Islã de uma maneira mais mística. Darvesh viveu há 700 anos e começou com a história de que era possível levantar uma pesada pedra apenas com o poder de um mantra e dos dedos. Isso acabou se popularizando na Índia, levando muitos muçulmanos a peregrinarem até Shivapur todos os anos apenas para testarem sua fé e levantarem a tal pedra.

Segundo a lenda, Qamar Ali Darvesh era um menino com poderes místicos de cura, mas que não se interessava por atividades físicas. Ele era filho de muçulmanos classe média, cuja família era toda voltada a trabalhos braços. Darvesh foi o ponto fora da curva, mas prometeu, no leito de morte, que se 11 homens o chamassem em conjunto e tentassem erguer uma pedra de perto de seu túmulo, pesando quase 100 kg, eles conseguiriam ser esforço algum – uma “prova” e um “testamento” de seus poderes. Caso o ritual não fosse feito, a pedra não sairia do chão nem por decreto. Só os homens podem participar disso porque Darvesh se manteve virgem e em celibato.

O tal milagre da levitação, entretanto, é contestado por diversas pessoas que passam pelo ritual e dizem notar que outros membros da rodinha de homens fazem uma força descomunal para conseguir erguer a pedra. Apesar de um ou outro de fato colocar só a ponto do indicador debaixo da pedra, alguns dão uma burladinha nas regras e chegam a levantá-la com bastante esforço. Ou seja, não existe nada da tal levitação que deveria haver.

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