O massacre dos irmãos Bever

12/11/2019 às 10:004 min de leitura

A família Bever possuía um comportamento muito diferente das outras que também habitavam a rua Magnolia, na cidade de Broken Arrow, em Oklahoma. Na casa de número 709, as cinco crianças nunca eram vistas do lado de fora e apenas os brinquedos espalhados pela entrada denunciavam um rastro infantil. Nenhum vizinho sabia os nomes deles até que fossem noticiados pelos canais de televisão dos Estados Unidos.

April Bever, a mãe de 44 anos, praticava o ensino doméstico de todos os filhos para evitar que saíssem de casa. Eles não se aproximavam das janelas para não serem vistos. Ninguém podia brincar ou praticar qualquer tipo de atividade. Os únicos momentos em que a família saía de casa era para ir, uma vez ao mês, ao mercado e ao boliche.

A privação de uma vida saudável e social era acompanhada, também, por muita agressividade e violência por parte do pai, David Bever, assim como por April, que ameaçava os filhos de morte, por vezes os espancavam e os doutrinavam biblicamente. Ambos os pais discutiam muito sobre o Apocalipse e o Dia do Arrebatamento, reforçando que o mundo estava repleto de pessoas que queriam machucar a todos eles (os filhos) e que, por isso, precisavam mantê-los longe do pecado a fim de que não fossem corrompidos quando a hora chegasse.

Todos morreriam, e David e April acreditavam que os salvariam da condenação.

Mentes enfraquecidas e doentes

(Fonte: Ktul.com/Reprodução)

Toda essa solidão, agressividade, opressão e desajuste social foram demais para a cabeça dos dois irmãos mais velhos, Robert e Michael Bever, de 18 e 16 anos, respectivamente.

Futuramente diagnosticado com depressão profunda, tendências psicóticas e com uma mente limítrofe, Robert Bever aprendeu a odiar os pais. Ele fantasiava com a morte deles todos os dias desde que tinha 13 anos de idade, pondo para fora todo o desafeto, falta de empatia e desamor que sentia através de desenhos que retratavam os membros da família mortos.

À medida que foi amadurecendo, Robert ficou cada vez mais familiarizado com tudo o que lia e assistia na internet, uma vez que era a única ferramenta que o conectava com o mundo de fora, desenvolvendo nele uma sede de vingança e aproximação obscura ainda maior por massacres. Ele queria se sentir empoderado da mesma maneira que o pai acreditava ser todas as vezes que dizia que poderia matá-lo simplesmente por ser o seu pai. Ele queria mostrar ao mundo do que era capaz.

No entanto, Robert não estava sozinho nessa. Michael Bever compartilhava não apenas dos mesmos gostos, mas também do mesmo sentimento de ira que o irmão. Sempre muito próximos um do outro, os garotos cada dia mais demonstravam um interesse excessivo por assassinos em série, armas e homicídios. Entre todos os casos, o que mais os inspirava era o massacre na escola Columbine. Os dois jovens admiravam a força dos assassinos, o poder que possuíam. Eles queriam ser iguais, ou melhor, desejavam ser mais. Queriam entrar para a história com um feito que se equiparasse ao de 1999 realizado na escola. Queriam poder ter o controle da situação. Mas queriam, sobretudo, ser famosos por isso. Ser lembrados.

Michael odiava a sociedade, ao passo que Robert só se importava com o número de pessoas que eles poderiam matar. Então, no dia 30 de junho de 2015, os irmãos começaram a construir um plano.

"Eu te amo"

(Fonte: Daily Mail/Reprodução)

A ideia era simples e objetiva: matar a família toda, pegar o carro e dirigir em direção a Washington, atirando em pessoas aleatórias ao longo do caminho. No mínimo 50 — era esse o desejo de Robert.

Aos 17 anos, Robert Bever havia trabalho por pouquíssimo tempo em um call center e todo o seu salário foi usado para comprar facas, armas, coletes à prova de balas, capacetes e munição. Através de compras online, eles aumentaram o arsenal em menos de um mês. O plano seria realizado em setembro, porém eles decidiram que estavam preparados o suficiente para realizá-lo antes. Sendo assim, Michael encomendou um carregamento de mais de mil cartuchos de munição para ser entregue um dia antes, uma peça fundamental para que a fase dois do massacre pudesse acontecer.

Por volta das 11h da manhã do dia 22 de julho de 2015, os irmãos instalaram câmeras pela casa com o intuito de as imagens viralizarem na internet depois que fossem pegos. Inventando que tinha algo para mostrar em seu computador, Michael atraiu a sua irmã, Crystal Bever, de 13 anos de idade, até o seu quarto. Robert, por sua vez, veio por trás da garota, tapou a boca dela com a mão e lhe cortou a garganta. O sangue vazou em abundância e ele esperava que a irmã fosse morrer rápido e em silêncio, mas ela lutou.

Crystal gritou pela mãe e tentou atacar o irmão. Ele enforcou-a até que perdesse a consciência. April entrou às pressas no quarto para tentar interromper a tentativa de assassinato. O garoto, então, alegou que naquele momento sentiu ter “ligado o modo assassino” de vez dentro de sua cabeça. Num movimento, Robert puxou uma faca laranja do cinto e começou a desferir apunhaladas no pescoço da mãe, em seu peito, cabeça, braços e mãos. Ao todo, foram 48 facadas que levaram à morte imediata de April Bever.

Naquele momento, Christopher Bever, de apenas 10 anos de idade, vendo toda a cena, teve tempo de correr e acionar o alarme de segurança da casa. Depois de pedir para que Michael desligasse esse sistema de defesa, Robert esfaqueou o garotinho por seis vezes nas costas, na barriga, no peito, ombros e na altura da perna, matando-o na hora.

O pai, David Bever, tentou pará-los — “como se ele fosse mais poderoso que eu”, descreveu Robert —, antes de levar 28 facadas no rosto, no peito, no pescoço e nos ombros, resultando em sua morte. Robert alegou ter esperado até que o patriarca desse o seu último suspiro enquanto girava a faca dentro dele.

Em seguida, Michael bateu à porta do banheiro térreo onde Victoria Bever, com 5 anos de idade, e Daniel Bever, de 12 anos, haviam se trancado para fugir da fúria assassina do irmão. Ele gritou para que ela deixasse-o entrar antes que Robert o matasse. Ingenuamente, Victoria destrancou a porta e Michael arrebentou-a das dobradiças com um chute. Robert confessou ter hesitado antes de cravar a faca na barriga de Victoria, mas ele precisava “terminar a missão”. Victoria Bever foi morta com 18 facadas no pescoço, peito, barriga e cabeça. Os órgãos dela foram tão brutalmente mutilados que a perícia os encontrou espalhados pelo chão.

Em seu último movimento, Robert seguiu para o escritório do pai, onde Daniel havia corrido para escapar dele. O garoto conseguiu ligar para a polícia e dizer o que estava acontecendo, mas a ligação foi interrompida assim que Michael estourou a porta do cômodo. As últimas palavras que o garoto de 12 anos disse foram: “Não me mate. Eu te amo”. Ainda assim, não impediram que Robert desferisse nove facadas em sua barriga, peito e nas costas. Ele morreu na hora.

Em menos de 15 minutos, quatro membros da família foram assassinados fria e cruelmente.

Cinzas

(Fonte: Tulsa World/Reprodução)

Naquela manhã de 2015, apenas Crystal Bever e Autumm Bever, de 2 anos de idade, sobreviveram ao ataque dos irmãos. Michael e Robert Bever fizeram questão de procurar as câmeras de televisão quando deixaram a casa, algemados pela polícia.

Robert foi condenado à prisão perpétua, sem chance de liberdade condicional. Michael, enquanto isso, também foi condenado a passar o resto de sua vida na prisão, porém com chance de recorrer à liberdade condicional, pelo fato de ter entregado provas, nomeado o irmão como o líder e não ter participado ativamente na morte da família. Ao total, os irmão somaram 253 anos de encarceramento.

E como se fosse algum tipo de reação natural e uma autolimpeza a todo o derramamento de sangue que aconteceu, em março de 2017 a casa dos Bever pegou fogo por conta de um curto-circuito e queimou durante uma madrugada inteira até que sobrassem apenas os alicerces.

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