Ciência
09/11/2020 às 12:00•2 min de leitura
Você já deve ter visto por aí inúmeras relíquias religiosas que supostamente pertenceram a santos ou a Jesus Cristo. Itens que teriam pertencido a Jesus, inclusive, estão entre os mais adorados pelos fiéis – basta ver a comoção causada pelo Sudário de Turim, por exemplo. Agora, um cientista acredita ter desvendado outro importante artefato histórico: os pregos da crucificação do Filho de Deus.
Tudo começa em 1990 com as escavações da tumba de Caifás, o Sumo Sacerdote judaico responsável por entregar Jesus a Pôncio Pilatos. No local, foram achados dois pregos de ferro da era romana, mas eles acabaram sumindo misteriosamente até reaparecem em 2011. A princípio, os novos achados foram rejeitados como sendo os mesmos pregos encontrados há 30 anos, mas novas análises mudaram um pouco o rumo das investigações.
Um estudo publicado na revista Archaeological Discovery mostra que, além das camadas de ferrugem e sedimentos, é possível identificar uma série de fragmentos de ossos. Isso indica que eles foram usados em um crucificação. Importante ressaltar, porém, que os fragmentos são microscópicos.
Originalmente, os pregos estavam em um ossário junto à tumba de Caifás, que foi descoberta por acaso em Jerusalém durante as construções de uma rodovia. A tumba trazia as informações de que pertencia ao Sumo Sacerdote e a seu filho. Não se sabe exatamente como os pregos sumiram de lá, mas a história ainda daria algumas voltas.
Em 2000, o renomado antropólogo Israel Hershkovitz, da Universidade de Tel Aviv, recebeu um caixa com dois pregos antigos e enferrujados. Não havia nenhuma marcação no material, apenas que supostamente fariam parte da coleção particular do antropólogo israelense Nicu Haas, falecido em 1986. Haas teria encontrado os dois itens em uma tumba na década de 1970, não especificando qual seria.
Em 2011, o cineasta Simcha Jacobovici encontrou os pregos na Universidade de Tel Aviv e logo os ligou à crucificação de Cristo. O resultado foi um documentário chamado Os Pregos da Cruz que ele produzir sem provas, é claro, bem como boa parte do conteúdo religioso criado por ele em filmes ao longo da vida. Isso gerou polêmicas e controvérsias na época, mas agora, quase uma década depois, ele parece ter a ciência a seu lado.
O geólogo Aryeh Shimron analisou os dois pregos e garante que eles contém o mesmo fungo encontrado na tumba de Caifás, reforçando a ideia de que eles seriam os mesmo extraviados nos anos 90. Porém, ele é mais cauteloso ao atribui-los à Cristo, ainda que acredite que tenham pertencido a uma crucificação. Outros detalhes que comprovam esse uso é o fato de eles terem tamanho suficiente para atravessar uma mão e de estarem com as pontas dobradas para cima.
A dúvida que permanece: por que Caifás, um dos algozes de Cristo, teria guardado os pregos até levá-los à tumba? Segundo o documentarista, o cara deve ter considerado os artefatos como milagrosos.