Ciência
06/07/2019 às 12:00•8 min de leitura
O caso de abdução de Antônio Villas Boas se tornou um dos mais famosos do Brasil e do mundo entre os ufólogos e o público que é fascinado pelo assunto. Pela riqueza de detalhes, pelos sinais físicos do abduzido, doenças remanescentes, além de uma história muito bem relatada, o caso é tido pelos especialistas em ufologia como verídico.
Os estudiosos da área supõem que o que aconteceu com Antônio Villas Boas foi um tipo de programa de reprodução híbrida dos alienígenas para criar uma raça de seres superiores. O que iremos contar a partir de agora se baseia nos registros da época e nos relatos documentados do próprio Antônio Villas Boas.
No Brasil, durante a década de 1950,o jornalista João Carlos Martins publicava em sua coluna, na revista O Cruzeiro, uma série de artigos sobre disco voadores e pedia que seus leitores participassem, enviando cartas sobre supostas aparições e contatos. Entre as várias cartas que recebeu no finalzinho de 1957, uma chamou a atenção do jornalista pela complexidade da história.
Aquela era a carta de Antônio Villas Boas, que decidiu dar o seu relato sobre o que havia lhe acontecido. A história do jovem agricultor de 23 anos, da pequena cidade de São Francisco de Sales, em Minas Gerais, era tão incrível que João Carlos lhe enviou ajuda financeira para que o rapaz fosse até o Rio de Janeiro para contar com mais detalhes tudo o que havia ocorrido com ele.
Ainda assim, Villas Boas estava relutante em contar a sua história para o público em geral com medo de alguma forma de preconceito, apesar de ter encontrado em Martins alguém que o compreendesse em um fato tão surpreendente de sua vida.
Entre os vários profissionais envolvidos na análise do caso, o jornalista levou o lavrador ao médico Olavo T. Fontes e a um agente da inteligência militar brasileira, que deram início a uma extensa investigação científica sobre o caso (em fevereiro de 1958), que foi mantido em segredo por bastante tempo antes de ser divulgado.
A primeira publicação que contou parte da história de Villas Boas foi realizada na revista Flying Saucer Review apenas em janeiro de 1965, por conta de um vazamento de informações captado pelo ufologista Walter Bühler, que em 1961 começou a fazer investigações por conta própria.
Pouco depois disso, João Carlos Martins veio a publicar tudo que ficara sabendo na versão em espanhol da revista O Cruzeiro, sendo que a versão completa do caso só foi publicada no livro Os Humanoides em 1969. Mas, vamos ao que interessa? Saiba abaixo todos os detalhes do relato de abdução de Antônio Villas Boas.
Antônio Villas Boas morava com a sua grande família em uma fazenda próxima à cidade mineira de São Francisco de Sales. No dia cinco de outubro de 1957, os fatos estranhos começaram a acontecer.
A família foi dormir por volta de onze horas de uma noite quente. Devido ao calor, Antônio (que dormia no mesmo quarto de seu irmão, João) abriu a janela e viu uma luz branca muito forte e brilhante no curral. Ele chamou pelo irmão, que não se interessou pelo fato, depois fechou a janela e voltou ao dormir.
Naquela mesma noite, Antônio acordou e abriu a janela novamente, percebendo que a luz continuava lá, mas passou a se mover em sua direção conforme ele olhava para ela. Muito assustado, ele fechou com muita força as janelas, o que acordou o irmão que também ficou espantando com a intensidade da luz entrando pelas frestas, depois subiu clareando as telhas da casa e então sumiu.
Depois disso, por uns dias, tudo permaneceu normal. Antônio, seus irmãos e seus cunhados se revezavam para os cuidados com as lavouras do local com um trator, realizando uma divisão de turnos durante o dia e a noite. Na noite de 14 de outubro, entre 21 e 22 horas, Antônio e seu irmão estavam lavrando o campo com o trator, quando a luz brilhante apareceu novamente.
Ambos testemunharam o fenômeno, sendo que a luz parecia estar a cerca de noventa metros acima deles. Antônio deixou o seu irmão para trás e seguiu a luz para investigar o que era. Ao se aproximar, a luz correu a uma velocidade tremenda para o lado oposto do campo. Ele fez isso novamente e, mais uma vez, a estranha luz “fugiu” para o outro lado.
Em seus relatos, Antônio disse que repetiu esse movimento umas vinte vezes. Então, ele desistiu e retornou até onde o seu irmão estava. Ainda assim, ele afirmou que a luz permaneceu por lá, sendo que às vezes ela emanava raios em todas as direções como um sol poente. Depois, ela desapareceu.
Na noite de 15 para 16 de outubro de 1957, Antônio trabalhou novamente nos campos de plantação, mas estava sozinho dessa vez. Por volta da uma da manhã, quando ele estava no mesmo local em que testemunhou a luz estranha no dia anterior (um pouco longe de seu trator), ele avistou mais uma vez o fenômeno, que veio de forma avermelhada no céu e aumentava em sua direção em uma velocidade impressionante.
Antes que ele pudesse pensar no que fazer, a luz estava pairando sobre ele a cerca de 50 metros sobre a sua cabeça, então ele conseguiu ver de onde vinha. Segundo o seu relato, a luz era emanada por uma nave que tinha o formato de um “ovo alongado”, que foi se preparando para pousar a uns 15 metros de onde ele estava com três suportes metálicos para apoio.
Foi quando Antônio correu desesperado para o trator para tentar fugir. No entanto, o veículo falhou e as luzes dele se apagaram também. Villas Boas então saltou do trator e, ao correr em direção à sua casa, ele foi agarrado por um ser que ele disse que mal batia na altura de seu ombro.
Ele conseguiu lhe dar um golpe que o desestabilizou e tentou correr novamente, mas outros três seres surgiram rapidamente e o agarraram pelos braços e pernas, levando-o para dentro da nave. Em seus testemunhos, Antônio disse que as criaturas tinham cerca de 1,57 metros de altura e que vestiam roupas estranhas.
Antônio os descreveu em muitos detalhes, era algo muito minucioso para ter vindo apenas de uma imaginação fértil. Segundo ele, os seres usavam um traje bastante justo, feito de material grosso e acinzentado, mas macio, tendo tiras pretas em algumas áreas. Ele disse que o traje ia até os pescoços dos aliens, que usavam um tipo de capacete rígido, reforçado ainda na altura do nariz.
A descrição dos trajes feita pelo agricultor diz ainda que eram como macacões, que tinham um emblema vermelho no peito que refletia luzes algumas vezes, além de eles usaram luvas grossas e cintos largos. As solas dos sapatos que usavam eram também bem grossas, tendo cerca de cinco a oito centímetros de espessura.
Antônio afirmou que os capacetes escondiam tudo, exceto os olhos dos seres, que estavam protegidos por óculos redondos transparentes. O agricultor observou que os olhos pareciam menores que os nossos, sendo claros e azuis, e, acima deles, o capacete era bastante grande, como se protegessem cabeças enormes ou algum tipo de equipamento.
Uma vez dentro do objeto não identificado, Antônio se viu cercado pelos seres estranhos sem ter como reagir, ficando vulnerável ao que viesse a acontecer. Ele estava agora em uma pequena sala quadrada sem nenhum tipo de móvel e com luzes fortes.
Uma abertura apareceu e ele foi levado para outra sala em que os únicos objetos visíveis eram uma mesa de formato estranho que estava rodeada por várias cadeiras giratórias sem encosto feitas de um tipo de metal branco. Seus “sequestradores” de outro planeta o seguraram enquanto se comunicavam em sons irreconhecíveis.
Antônio disse em seu testemunho que esses sons não tinham semelhança alguma com a fala humana e que não consegue pensar em nada muito parecido que os descrevesse de um jeito comparativo para podermos entender. Em uma tentativa de descrição, contou que pareciam grunhidos de animais misturados com algum tipo de tremor no final.
Voltando ao relato, na sala, Antônio, mesmo contra a sua vontade, foi totalmente despido. Ele disse que relutou e falava para eles pararem. E, apesar de não entendê-lo, os seres pararam por um momento e olharam para ele como se tivessem tentando lhe fazer entender que eles estavam sendo educados e que aquilo era necessário.
Depois de despi-lo, um líquido sem cheiro e parecido com óleo sem cor (mas o qual ele afirmou que não deixou a pele engordurada) foi passado em seu corpo com um tipo de esponja. Depois, ele se dirigiu a outra sala onde dois outros seres se juntaram a ele, levando um tipo de cálice de onde saíam dois tubos compridos.
Parecidos com pequenas e finas mangueiras, esses tubos tinham nas extremidades uma espécie de ventosa que foi colocada no queixo de Antônio, fazendo o seu sangue escorrer por eles até o cálice. Foram duas retiradas de sangue, uma de cada lado de seu queixo. Segundo Antônio, ele não sentiu dor, mas apenas um incômodo e um tipo de queimação.
De acordo com os registros, essas ações deixaram marcas na pele do lavrador que foram examinadas meses depois pelo médico Dr. Olavo Fontes, que as descreveu em seu laudo emitido em 22 de fevereiro de 1958:
“Duas pequenas manchas hipercrômicas, uma de cada lado do queixo, de pequeno tamanho e formato mais ou menos arredondado; uma delas tem o diâmetro de uma moeda de 10 centavos, sendo a outra um pouco maior e de aspecto mais irregular; a pele sobre essas regiões se apresenta mais lisa e adelgaçada, como se tivesse sido renovada recentemente, ou como se fosse algo atrofiado; não há nenhum elemento que permita fazer qualquer avaliação sobre a natureza e a idade dessas marcas: apenas se pode dizer que são cicatrizes de alguma lesão superficial com hemorragia subcutânea associada – tendo pelo menos um mês e no máximo doze meses de existência; aparentemente essas marcas não são definitivas e desaparecerão provavelmente ao cabo de alguns meses. Nenhuma outra mancha ou marca semelhante foi assinalada”.
Depois da coleta das amostras de sangue de Villas Boas, ele foi deixado sozinho na sala por cerca de uma hora. Lá ele ficou de certa forma confortável em uma cama cinza no meio da sala. Porém, isso não durou muito tempo, pois uma fumaça cinza foi emitida de alguns buracos nas paredes e depois se dissipou.
Esta fumaça deixou Antônio enjoado e sufocado, sendo que logo em seguida ele correu para um canto e vomitou. Isso parece ter aliviado a sua respiração que ficou mais normal. Foi após isso que uma alienígena totalmente nua adentrou a sala. Alguns especialistas em ufologia e em aliens disseram que a tal fumaça era uma substância química que permitiu que a alienígena pudesse entrar na sala sem a necessidade do capacete para respirar.
Segundo o longo relato de Antônio, a moça extraterrestre entrou na sala devagar, sem pressa e até um pouco se divertindo com o espanto no rosto dele. Ele a descreveu como muito bonita, embora fosse um tipo diferente de beleza se comparado com o das mulheres humanas.
O lavrador afirmou que o cabelo da alienígena sedutora era loiro, quase branco, suave (como o cabelo tingido em peróxido) e de comprimento na altura dos ombros. Antônio contou também que os olhos da extraterrestre eram grandes e azuis, sendo mais alongados do que arredondados.
O contorno do rosto dela também era diferente do das humanas, sendo que a parte das maçãs do rosto era bastante saliente, deixando a face bem alargada, mas que ia afinando até chegar a um queixo pontudo, dando uma forma triangular. Antônio detalhou ainda em seu testemunho:
“Os lábios eram muito finos, quase invisíveis. O corpo era muito mais bonito do que qualquer outra mulher que eu já conheci: magro, com seios empinados e bem separados, com cintura fina e barriga pequena, com quadris mais desenvolvidos e coxas grossas. Os pés eram pequenos; as mãos eram compridas e finas; os dedos e as unhas eram normais. Ele era bem mais baixa do que eu, batendo a sua cabeça no meu ombro”.
Villas Boas afirmou ainda que os pelos pubianos e das axilas da alienígena eram vermelhos “quase da cor de sangue”. Então, ela se aproximou cada vez mais dele até que encostou a cabeça no rosto do rapaz, se esfregando nele e mostrando-lhe para que objetivo estava ali.
Villas Boas disse que acabou ficando excitado, apesar de toda a situação em que estava mergulhado. Ele disse que acha que o líquido que passaram em seu corpo deveria se algo afrodisíaco, pois ficou numa “excitação incontrolável”, conforme relatou. Ele então se esqueceu de tudo e puxou a moça para perto dele, consumando a relação sexual interplanetária.
Villas Boas contou que foram duas relações, em que realizaram posições como num ato normal humano por cerca de uma hora, quando a mulher se afastou para sair da sala. Detalhe: não houve beijo na boca, apesar do rapaz ter tentado. Quando tudo terminou, duas outras criaturas entraram e chamaram a mulher, que apontou para a barriga dela, para ele e para o céu. Então, foi embora.
Antônio disse que antes interpretou os sinais no sentido que ela pretendia voltar e levá-lo com ela, ficando com medo de que isso acontecesse um dia, pois não queria deixar a sua família e a sua vida na Terra. Logo, outro ser entrou na sala com as roupas de Villas Boas, que pôde se vestir novamente e foi encaminhado para outro recinto onde os tripulantes conversavam.
O lavrador disse que nesse momento já estava calmo, pois já tinha percebido que eles não fariam nenhum mal a ele. Aproveitando o tempo que tinha, Antônio passou a observar todo o lugar para guardar na memória todos os detalhes do interior da nave. Ele percebeu então uma caixinha com aspecto de despertador e tentou pegá-la para guardar como prova.
Antônio Villas Boas
No entanto, foi rapidamente interceptado por um dos ETs que o tomou da mão de Villas Boas, empurrando-o para a parede. Depois disso, as criaturas o levaram para um tipo de “tour” pela nave até que chegaram à escada de saída, quando um dos alienígenas apontou para ele descer.
Então, Antônio desceu e a nave de luzes vermelhas brilhantes foi subindo aos poucos e disparou de repente como uma bala na direção sul. Eram cerca de cinco e meia de manhã quando o lavrador voltou para o seu trator, que ele descobriu que teve os cabos da bateria desconectados.
Depois desse suposto contato incrível com os alienígenas, foi relatado que Antônio Villas Boas sofreu de várias condições como sonolência excessiva, lesões cutâneas, dores no corpo, náuseas, perda de apetite, dores de cabeça e ardência nos olhos, sintomas parecidos com os de envenenamento por radiação.
Antonio sendo examinado pelo Dr. Olavo Fontes
Os mais diversos ufólogos do mundo consideram o caso Villas Boas como uma ocorrência real, enquanto os céticos acreditam que foi algum tipo de alucinação do sono. O fato é que os detalhes são mesmo surpreendentes. Antônio morreu em 17 de janeiro de 1991, aos 56 anos de idade, de problemas cardíacos.
*Publicado originalmente em 15/12/2014.