Desenterrando “O Código Da Vinci”: A Última Ceia guarda mesmo um segredo?

29/07/2016 às 12:053 min de leitura

Você deve se recordar do livro “O Código Da Vinci”, de Dan Brown, não é mesmo? A obra foi lançada em 2003 e fez tamanho sucesso — e causou tanta polêmica — pelo mundo que, em 2006, a história virou filme. Um dos principais elementos da trama, como você sabe, é “A Última Ceia”, de Leonardo Da Vinci, o famoso afresco que foi pintado no final do século 15 pelo mestre florentino no convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão.

De acordo com o livro, a pessoa sentada à direita de Jesus na pintura — ou no lado esquerdo para o observador — não é João, um de seus apóstolos, mas sim Maria Madalena. E isso não é tudo: a história também apoia a teoria de que Maria Madalena se casou com o Nazareno e que ela é o cálice sagrado.

Desenterrando “O Código Da Vinci”

Pois o pessoal do Smithsonian.com recentemente desenterrou a controvérsia gerada pela história de Dan Brown. A equipe conversou com o italiano Mario Taddei, um inventor e especialista em Leonardo Da Vinci de Milão, e ele esclareceu — em um vídeo que você pode conferir através deste link (em inglês) — uma porção de informações interessantes sobre “A Última Ceia” e as polêmicas alegações presentes no livro.

Segundo o livro de Dan Brown, existe uma porção de símbolos ocultos no afresco de Da Vinci

Segundo Taddei, o romance do norte-americano, embora seja eletrizante, não passa de ficção. O milanês passou os últimos 15 anos estudando os trabalhos de Da Vinci com objetivo de entender a mente do mestre e nega as afirmações que Dan Brown faz.

Mistérios desvendados

Para começar, conforme disse para o pessoal do Smithsonian.com, “A Última Ceia” de Leonardo, apesar de provavelmente ser a versão mais famosa dessa passagem bíblica, ela é apenas isso: mais uma versão entre centenas de representações dessa cena. Sendo assim, quando o florentino foi incumbido de pintar o afresco, ele teve que seguir uma série de regras preestabelecidas.

Da Vinci teve que retratar os personagens ocupando determinadas posições, mostrando expressões faciais definidas e incorporando papéis específicos, de forma que as pessoas que vissem a pintura pudessem reconhecer a cena e cada um de seus protagonistas. Tanto que, antes da Última Ceia de Leonardo, todas as demais versões trazem muitas semelhanças entre si, já que os artistas usavam uma seleção de “regras” para identificar os apóstolos.

Última Ceia, de Andrea del Castagno, pintado entre 1445 e 1450

Pedro, por exemplo, geralmente é retratado segurando uma faca, enquanto Judas sempre aparece com uma bolsinha contendo prata nas mãos. Já João, o discípulo mais jovem de Jesus, costuma ser retratado com uma aparência muito jovial, quase feminina. Assim, para Taddei, chega a ser um pouco ridículo afirmar que o personagem é Maria Madalena — simplesmente porque Leonardo Da Vinci apenas criou a sua própria versão do apóstolo.

Outro símbolo presente na obra de Da Vinci, segundo o livro de Dan Brown

Ademais, na trama de Dan Brown, a pintura de Da Vinci esconderia uma série de códigos secretos, entre eles a letra “M”, em referência a Maria Madalena, e a letra “V”, que simbolizaria um cálice, o Cálice Sagrado — ou, ainda, um útero, segundo o autor norte-americano. Porém, conforme o vídeo explica, de acordo com os especialistas, se observarmos qualquer pintura com atenção, todas elas contêm elementos que parecem formar letras.

Revelação

Contudo, voltando a Taddei, de fato existe um detalhe importante na Última Ceia de Da Vinci que a diferencia das demais versões criadas antes! Apesar de não revelar qualquer segredo sobre o suposto relacionamento entre Jesus e Maria Madalena em sua obra, Leonardo transmite uma mensagem na cena.

Quem procurar vai encontrar...

Na verdade, essa “mensagem” causou bastante controvérsia quando o afresco foi apresentado ao público. Isso porque a versão que Leonardo Da Vinci fez da Última Ceia é a primeira em que os personagens aparecem sem seus halos! Em todas as representações anteriores dessa cena bíblica, os artistas retrataram Jesus e seus apóstolos com auréolas sobre suas cabeças, tornando-os santos — com a exceção de Judas.

Leonardo decidiu ignorar essa convenção e pintou todos os protagonistas sem os halos, e Taddei acredita que o florentino fez isso porque pensava que os personagens eram pessoas comuns, e não santos. Portanto, este talvez fosse o segredo que Leonardo queria sutilmente nos contar com sua obra: que ele acreditava que os 13 indivíduos retratados no afresco eram homens simples e Jesus Cristo era mortal.

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