Ciência
20/03/2015 às 07:57•6 min de leitura
O Próxima Parada de hoje é um tanto diferente: não vamos falar especificamente de um país, porém de um extenso e famoso território que abrange o sul de dois países da América do Sul. A Patagônia está dentro do Chile e da Argentina (duas nações sobre as quais já escrevemos) e é um dos destinos turísticos mais populares de ambos os países.
Com paisagens belíssimas e grande diversidade natural, separamos aqui várias informações curiosas sobre a Patagônia. Está planejando viajar? Que tal visitá-la virtualmente com a gente? Vamos lá:
A Patagônia não possui fronteiras explicitamente delimitadas, estendendo-se pelo sul da Argentina e do Chile. A região abrange a parte mais meridional da América do Sul, integrando-se à seção mais ao sul das Cordilheiras dos Andes do lado do Oceano Pacífico até os vales do lado do Oceano Atlântico – de fato, a região está entre os dois oceanos, como podemos ver no mapa abaixo:
A etimologia do nome Patagônia tem origem nas palavras de Fernão de Magalhães, que usou o termo patagón para descrever o povo nativo da região. De acordo com ele, os indígenas eram quase gigantes perto dos portugueses, pois eles possuíam em média dois metros de altura. Muitos mitos alimentaram esse conceito e hoje acredita-se que o povo encontrado foi os tehuelches. Nós já escrevemos mais sobre eles no Mega Curioso, como você pode lembrar aqui.
O clima é extremamente instável devido à proximidade da Antártida. As geleiras são muito abundantes e extensas devido à presença dos Andes, que se estendem por todo o lado oeste do território. Inclusive, a Patagônia é a área do mundo com mais geleiras fora das zonas polares, algo que ocorre devido ao clima frio com média de -10 °C, máximas de 20 °C no verão e temperaturas que despencam até -25 °C no inverno.
Existem quatro tipos de clima na região: árido, frio, temperado e subártico. Como o terreno da Patagônia é maior do que muitos países, é possível encontrar desertos frios e secos, florestas com bosques de pinheiro, vales e rios, montanhas altíssimas e, claro, muitos glaciares espalhados por lá. Os fortes ventos que sopram também estão sempre presentes, capazes de deixar a sensação térmica muito menor do que os termômetros realmente dizem.
Na costa do Pacífico podemos encontrar extensos fiordes, originados devido à ação de imensas massas de gelo, com áreas do oceano que avançam por muitos quilômetros dentro do continente e que são cercadas por montanhas rochosas.
A melhor época para os turistas visitarem a Patagônia (especialmente a região do extremo sul) é nos meses que compreendem o verão, pois o clima é mais agradável e existem muitas horas de sol. Depois disso, o tempo severo pode afastar algumas pessoas, apesar de a baixa temporada também atrair os aventureiros que desejam fazer trilhas e conhecer melhor as geleiras. Nós brasileiros não precisamos de passaporte para ir à região (só o RG já é suficiente), e a entrada de muitos parques é mais barata para nós.
Muitas das cidades e dos parques da Patagônia (tanto do lado argentino como do chileno) possuem boas estruturas para receber os turistas adequadamente. Seja você um jovem aventureiro ou alguém que quer viajar com a família para conhecer um lugar fantástico e selvagem, existem opções, atrações e preços para todos os gostos.
Para quem quer esquiar e curtir a neve das montanhas, um destino bastante comum é Bariloche. A localização mais ao norte da Patagônia também possui paisagens impressionantes e a cidade recebe milhares de turistas todo ano. A arquitetura local é um destaque à parte, lembrando as cidades austríacas e alemãs (inclusive, Bariloche foi fundada por imigrantes alemães). Os lagos da região também são grandes atrativos, especialmente interessantes durante o verão.
O Parque Torres Del Paine, no Chile, possui algumas das paisagens mais emblemáticas da Patagônia. Com as suas montanhas rochosas cercadas por vales, cascatas, lagos e geleiras, ele foi declarado Reserva da Biosfera pela UNESCO em 1978 e possui as famosas montanhas Cuernos Del Paine e Torres Del Paine.
Os amantes de trekking normalmente se encontram na cidade chilena de Puerto Natales para as expedições no parque, que tem estrutura para receber os aventureiros que desejam fazer os percursos a pé (é preciso estar com o físico em dia e com o equipamento necessário para enfrentar as temperaturas extremas). Veja abaixo algumas imagens do lugar:
O Monte Fitz Roy é outro ponto interessante para os amantes de montanhismo, localizado em El Chaltén – a cidade mais nova da Argentina e fundada em 1985 para manter a soberania argentina sobre região (as fronteiras argentinas e chilenas ainda são disputadas). Apesar de ser extremamente bonito, o Fitz Roy já consumiu a vida de dezenas de alpinistas que tentaram escalá-lo, já que as suas paredes são bem verticais. Veja algumas imagens dele abaixo:
A cidade argentina de El Calafate está bastante próxima de dois famosos glaciares da região: o Perito Moreno e o Upsala. Os campos de gelo do Glaciar Upsala cobrem uma extensão de 765 quilômetros quadrados e suas paredes possuem até 40 metros de altura. Contudo, ele está em retrocesso devido ao aquecimento global.
Já o Glaciar Perito Moreno, localizado dentro do Parque Nacional Los Glaciares, está avançando (um dos poucos que possui esse comportamento). Ele possui 30 quilômetros de extensão, cinco quilômetros de largura e mais de 75 metros de altura em determinados pontos, alimentado pelo gelo dos Andes chilenos. É uma das geleiras mais importantes e imponentes do mundo, além de também ser uma das maiores reservas de água doce dos dias atuais.
Ushuaia é a cidade mais ao sul de todo o mundo, comumente chamada de Cidade do Fim do Mundo. Localizada na Grande Ilha da Terra do Fogo, a cidade é um porto importante e um destino comum para os aventureiros. Diversos cruzeiros e navios com objetivos científicos passam por Ushuaia devido à proximidade com a Antártida. A cidade também possui uma grande concentração de pinguins e leões-marinhos, avistados pelas costas da região.