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21/01/2014 às 13:38•2 min de leitura
Os primeiros relatos de uma comunidade de gigantes que vivia na América do Sul, na região da costa do Oceano Pacífico, vieram da expedição realizada por Fernão de Magalhães em 1520. Antonio Pigafetta, que era o cronista da viagem, foi um dos primeiros a ver um dos gigantes da Patagônia.
Em seu registro, o cronista conta que avistou um gigante cantando e dançando na praia. Como ele parecia amigável, a tripulação achou que não haveria problemas em estabelecer contato com ele da mesma maneira. De fato, o gigante não ofereceu qualquer ameaça aos portugueses. Conversando através de uma espécie de língua de sinais, os viajantes entenderam que o gigante acreditava que eles haviam sido enviados do céu.
Os relatos de Pigafetta contam que havia vários deles. Eles foram descritos como pessoas tão altas que a cabeça dos europeus alcançava apenas na cintura dos gigantes. Ao conhecer toda a comunidade, Fernão de Magalhães ficou empolgado e quis levar alguns gigantes de volta para a Europa.
O cronista descreve que nove dos homens mais fortes da tripulação foram enviados para capturar dois gigantes. Com muito esforço, eles conseguiram cumprir a tarefa, mas os prisioneiros ficaram doentes e morreram durante a viagem de volta à Europa.
Fonte da imagem: Reprodução/Patagonia Bookshelf
Embora Fernão de Magalhães tenha falecido, o mito dos gigantes descobertos por ele continuaram a fazer parte do imaginário dos europeus. Até que o navegador inglês Sir Francis Drake entrou na história. Nos registros de viagens escritos por seu sobrinho, havia novos relatos de encontros com os gigantes.
Mas dessa vez, o retrato das criaturas era um pouco diferente. Enquanto os portugueses disseram ter encontrado gigantes de três metros de altura, o capitão inglês calculou que eles mediam cerca de 2,2 metros apenas. Há quem diga que Sir Drake e seu sobrinho fizeram isso para desbancar os relatos anteriores.
Os ingleses ainda registraram como os gigantes, que eram afáveis e amigáveis, haviam se tornado cuidadosos e desconfiados depois do episódio que aconteceu com a tripulação de Fernão de Magalhães. E assim, em vez de destruir a história contada pelo navegador português, os ingleses acabaram alimentando ainda mais o mito.
Fonte da imagem: Reprodução/Patagonia Bookshelf
Em meados de 1700, o comandante John Byron, da marinha britânica, fez mais uma expedição à região e confirmou os fatos. Dois anos após a tripulação retornar à Inglaterra, um livro curiosamente anônimo foi publicado e trazia mais histórias sobre os gigantes da Patagônia. Desta vez, os registros incluíam até mesmo ilustrações que davam mais crédito aos relatos. O livro foi um sucesso de vendas e ajudou a aumentar ainda mais o interesse dos europeus pelo mito dos gigantes.
Depois, a história também foi impulsionada por um padre chamado Pernety. Após uma viagem de volta ao mundo, o clérigo decidiu escrever seu próprio livro e contar como os capitães de seu navio conheceram os gigantes. Mesmo não tendo nenhuma experiência com a comunidade, o padre sustentou o mito e condenou aqueles que duvidavam de todas evidências.
Muitos anos após a publicação desses dois livros, um capitão da marinha britânica liberou seu depoimento. Segundo ele, as pessoas que viviam naquela região realmente eram altas, mas dificilmente seriam os gigantes que todos afirmaram ter encontrado. O oficial também foi o primeiro a apresentar figuras que representavam pessoas bem mais altas do que os europeus, mas que não chegavam a ser gigantes.
Fonte da imagem: Reprodução/Patagonia Bookshelf
Atualmente, acredita-se que todas as referências feitas pelos exploradores realmente diziam respeito aos nativos que viviam na região. Provavelmente eles haviam encontrado com os Tehuelche ou com os Aonikenk, povos que, de fato, tinham uma altura impressionante, mas estavam longe de ser os protagonistas gigantes das histórias que os europeus contaram por mais de dois séculos.