Ciência
23/03/2015 às 06:59•4 min de leitura
Todo colecionador que se preze tem os olhos treinados e sabe que uma ida à padaria pode ser também o momento fatídico escolhido pelo destino para que aquele item que falta à coleção apareça. Pode ser uma carta de baralho, uma revista antiga ou um vinil raro. Pode ser um item encontrado em sebo, brechó, loja de antiguidades ou mesmo em uma livraria comum. Pode ser uma embalagem de chiclete ou uma miniatura qualquer, feita de gesso ou lata.
A seguir, conheça a história de alguns colecionadores malucos que dedicam boa parte de seu tempo a procurar itens raros ou diferentes para suas coleções:
É bem provável que a sua infância tenha sido marcada pela presença de materiais escolares divertidinhos, como borrachas com cheirinho, estojos bizarros e apontadores de lápis que mais pareciam brinquedos. Se você faz o perfil saudosista de plantão, iria ter um faniquito ao visitar o Museu do Apontador de Lápis de Paul A. Johnson.
O museu nada mais é do que a exibição da maior coleção de apontadores de lápis do mundo – acredita-se que o acervo tenha mais de 3.400 unidades, de todos os formatos, tamanhos, cores e materiais.
Paul A. Johnson, o colecionador que deu origem ao museu, morreu em 2011 e, desde então, o acervo foi organizado conforme as temáticas dos apontadores: personagens da Disney, natalinos, em formato de animais e assim por diante. O apontador mais velho da coleção é de 1906, para você ter ideia.
Já assistiu ao filme francês “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”? Uma das histórias do enredo é sobre um simpático duende de jardim que viaja pelo mundo e “envia fotos” a seu dono, como uma espécie de motivação.
O fato é que esses adornos encantaram a artista Ann Atkin, conhecida por sua obsessão por esses duendes simpáticos. Estima-se que ela tenha mais de 2 mil desses bonecos de jardim – alguns são em proporções humanas, inclusive.
Houve uma época em que roubar cones era uma atitude meio hipster e se você está entre as pessoas cuja ambição de vida pode se resumir ao desejo incontrolável de ter um desses cones sinalizadores em casa, prepare-se para morrer de inveja de um cara chamado David Morgan.
De acordo com o Livro dos Recordes de 2000, Morgan tinha nada mais nada menos que 137 tipos diferentes de cones de trânsito. Um levantamento mais recente, feito em 2007, concluiu que o número da coleção de Morgan havia subido para 500. Desses itens, o mais antigo é um cone de 1956.
Até mesmo o trabalho de Morgan tem a ver com sua coleção: o cara trabalha apenas na maior fábrica de cones do mundo. Por enquanto, Morgan guarda os cones em uma garagem e de vez em quando coloca seus itens preciosos em exposição no jardim de casa.
E aí, já pensou em começar a guardar saquinhos de açúcar de hotéis, cafeterias, restaurantes e afins? Acredite você ou não, tem gente por aí que coleciona esses itens, especialmente no Reino Unido, onde a prática é mais difundida.
Ainda assim, nenhum britânico conseguiu bater a coleção do alemão Ralf Schröder, que guarda em casa nada menos que 14.502 diferentes saquinhos de açúcar, sendo o mais velho dos anos de 1950. Em segundo lugar está a norte-americana Kristen Dennis, que mantém um acervo de 9.500 sachês.
Ela explica que procura por sachês de açúcar em sites de venda como o eBay. “Eu não sabia que outras pessoas colecionavam essas coisas”, disse ela, que viu sua coleção crescendo rapidamente.
Sabe aquelas mãozinhas de plástico que são vendidas como a solução para aquela coceira que de vez em quando todo mundo sente bem no meio das costas? Pois é. Tem gente que tem uma dessas mãozinhas em casa, mas há quem tenha bem mais do que isso.
O dermatologista Dr. Manfred S. Rothstein ostenta uma coleção grandiosa de 675 mãozinhas coçadoras conforme uma contagem feita em 2008. Entre mãozinhas de plástico, couro, vidro e até bambu, Rothstein reúne itens comprados em pelo menos 71 países.
A coleção de Rothstein ficou popular entre seus pacientes, que gostam quando precisam esperar um pouco mais antes de consulta, afinal a sala de espera do consultório de Dr. Rothstein tem algumas mãozinhas em exposição. Além do mais, alguns pacientes colaboram com a coleção do dermatologista e o presenteiam com mãozinhas diferentes que encontram em viagens a diversas partes do mundo.
Miniaturas são itens frequentemente colecionáveis, mas a ideia de procurar apenas cadeiras em tamanhos pequenos é bastante peculiar, não é mesmo? É por isso que a colecionadora Barbara Hartsfield chama a atenção: pela peculiaridade de sua coleção.
Em 2008, sua coleção tinha 3 mil peças entre miniaturas, cadeirinhas de bonecas, ornamentos natalinos e até mesmo em formatos de salaeiros e pimenteiros. Em 2009, a coleção passou a ser exposta em uma galeria que passou a ser conhecida como “Museu da Cadeira em Miniatura”. O acervo de Barbara hoje está dividido em 27 categorias.
“As pessoas me perguntam a todo o momento qual das cadeiras é minha favorita, e quase sempre eu sinto vontade de dizer que é como perguntar qual dos seus filhos você gosta mais. É quase impossível escolher”, disse ela a respeito de sua coleção.
Passar mal em aviões, trens, navios e afins não é novidade, e por isso algumas empresas ainda oferecem sacos para que seus passageiros não passem por situações realmente constrangedoras enquanto estiverem a bordo.
Até aí, tudo bem, mas você sabia que algumas pessoas colecionam esses sacos? Uma das justificativas para guardar esses saquinhos é o fato de que eles estão desaparecendo e as companhias aéreas mais populares já não oferecem o dito cujo a seus passageiros.
O holandês Niek Vermeulen, por exemplo, tem uma coleção de 6.290 sacos de vômito, que ele reuniu de 200 países diferentes – o cara está no Guinness Book por causa disso, inclusive.
E você, coleciona alguma coisa? Conte para a gente nos comentários!