Será mesmo que na Roma Antiga a homossexualidade não era reprimida?

19/10/2016 às 10:062 min de leitura

A sexualidade humana é, certamente, um dos nossos assuntos favoritos desde que o mundo é mundo. Apesar de vivermos em tempos mais evoluídos, ainda procuramos encaixar comportamentos sexuais dentro de padrões específicos, o que nos leva a ignorar o fato de que as pessoas geralmente não se encaixam em apenas um grupo de interesse.

Nesse sentido, costumamos usar o comportamento de povos antigos como fonte argumentativa, afinal todos imaginam que os antigos romanos tinham um comportamento sexual liberal, livre de tabus e sem preconceitos em relação ao sexo entre pessoas do mesmo gênero. Acontece que isso não é totalmente verdade.

Função de gênero

Na Roma Antiga, a sexualidade tinha mais a ver com a função de cada gênero durante o ato, e isso envolve alguns conceitos paradoxais. O homem, enquanto penetrador, exercia poder e demonstrava seu papel ativo e socialmente aceitável, independente da fisiologia da pessoa com a qual ele estivesse fazendo sexo.

Por outro lado, um homem que se deixava penetrar era considerado uma aberração, mesmo que quem estivesse realizando o ato com algum tipo de dildo fosse uma mulher. Pela lógica, tudo bem um homem penetrar outro, mas aquele que ficasse na posição passiva estava completamente errado. Ou seja: relações homossexuais não eram bem-vistas.

Masculinidade frágil

Outro ponto curioso sobre a interpretação da masculinidade pelos antigos romanos tem a ver com o sexo oral. Para eles, o homem que realizava esse tipo de ato em uma mulher estava, na verdade, sendo objetificado, uma vez que sua boca era usada apenas com a finalidade de dar prazer a ela e isso era interpretado como uma grande perda de virilidade.

Quando o homem fazia sexo oral em outro, também era visto como alguém com baixa masculinidade. O ato era, para os antigos romanos, uma forma de “ser usado”, o que era algo rigorosamente julgado por todos, independente do gênero da pessoa com a qual ele estivesse fazendo sexo.

Progressistas, mas nem tanto

A sexualidade na Roma Antiga, portanto, era basicamente fundamentada na regra de que homens eram penetradores e mulheres, passivas. Relações que fugissem a essa regra eram muito malvistas – isso sem falar no fato de que homens eram considerados como pervertidos e tinham sua masculinidade afetada, caso quisessem dar prazer às mulheres.

A existência das termas romanas e as produções artísticas da época nos fazem interpretar a sexualidade da Roma Antiga como libertadora e sem preconceitos, mas a verdade é que questões sexuais, tanto de práticas quanto de orientação, eram sempre mantidas em sigilo, justamente pelas convenções sociais tão rígidas – as regras, no entanto, não impediam muita coisa. Não parece uma mentalidade muito moderna, não é mesmo?

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