As espécies que botam ovos, aí incluídos alguns mamíferos, dão toda sua energia, e às vezes a própria vida, para que eles eclodam com sucesso.

<p><strong>Membros de uma classe minoritária entre as espécies animais</strong>, cujos filhotes nascem saindo do corpo da mãe, não temos noção do que ocorre com as demais espécies (cerca de 99%) que se reproduzem botando ovos, dos quais os filhotes eclodem posteriormente.&nbsp;</p><p>Para proteger esses bebês ainda em fase embrionária de predadores e intempéries, muitas adaptações evolutivas foram desenvolvidas, para garantir a sobrevivência das espécies em seus respectivos habitats. Por isso, <strong>cada ovo conta uma dessas trajetórias</strong>. Confira.</p><h2>1. Mamífero bota ovo?</h2><p style="text-align:center;"><iframe width="513" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/dHocViqKbbc" title="Echidna hatching (1974)" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe></p><div itemprop="name">Sim. Embora tenhamos essa crença de que os mamíferos, assim como nós humanos, damos à luz filhotes já "prontos" e os alimentamos amorosamente com leite, isso não é totalmente correto, <strong>pois há um grupo de mamíferos, conhecidos como monotremados, que põem ovos</strong>, como os ornitorrincos e as equidnas.</div><p>Parecidas com porcos-espinhos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128004-mamifero-que-poe-ovos-e-registrado-em-camera-pela-primeira-vez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">as equidnas e seus ovinhos são estranhíssimos</a>. Considerados fósseis vivos, pois existem há 200 milhões de anos, o que os coloca como contemporâneos dos dinossauros, esses taquiglossídeos também amamentam, porém, como se projetados para o Instagram, não têm mamilos: <strong>o leite é secretado por poros na pele da mãe.</strong></p><h2>2. Ovo em ninho emprestado</h2><p style="text-align:center;"><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/SO1WccH2_YM" title="Common Cuckoo chick ejects eggs of Reed Warbler out of the nest.David Attenborough's opinion" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe></p><p>Quando o assunto é chocar ovos e alimentar os filhotes, nenhum pássaro é tão "pilantra" quanto os cucos. Quando um casal da família <i>Cuculidae</i> encontra um ninho onde pássaros de outra espécie (como os tico-ticos, por exemplo) já colocaram seus ovos, <strong>eles colocam sorrateiramente o seu próprio ovo lá.&nbsp;</strong></p><p>Quando o ovo do cuco (chamado no Brasil de alma-de-gato ou godelo) eclode, o filhote, que é geralmente maior que os "pais adotivos", empurra os outros ovos ou seus irmãozinhos para fora do ninho. Dizem que os cucos têm truques para garantir que seus ovos se pareçam com os ovos do ninho original, como uma espécie de clone.&nbsp;</p><h2>3. Ovos de louva-a-deus</h2><p style="text-align:center;"><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/PUn8qhx9lEc" title="How does a Praying Mantis lay its Eggs? An oddly satisfying TIMELAPSE of the process" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe></p><p>Conhecidos por seu comportamento predatório na caça, e até no sexo, <strong>onde as fêmeas comem, literalmente, os machos durante o ato</strong>, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115649-louva-a-deus-conheca-de-perto-essas-incriveis-criaturas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os louva-a-deus usam estruturas estranhas,</a> chamadas ootecas, para proteger seus ovos.&nbsp;</p><p>Quando põe ovos, a fêmea produz ao mesmo tempo uma substância espumosa que os cobre e protege. A ooteca tem vários formatos, parecidos com um casulo de filme de terror. Mas o que é também assustador é <strong>o número de filhotes que nascem de cada ninhada: cerca de 400</strong>, o que levaria qualquer casal humano a chamá-lo de "deus no acuda".</p><h2>4. Os ovos suspensos dos bichos-lixeiros</h2><p style="text-align:center;"><iframe width="1140" height="640" src="https://www.youtube.com/embed/Qvs9ozgkQ1E" title="lacewing eggs#aphid predators#common green lacewing#chrysoperla carnea" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe></p><p>Quem vê um grupo de ovos do bicho-lixeiro em alguma fruta pode pensar que ela foi infestada por pequenos cogumelos. É que esses <i>Crisopídeos</i> colocam seus ovos, um a um, no final de uma espécie de caule fino, que os mantém distantes da planta que os hospeda.&nbsp;</p><p>Porém, quando as larvas carnívoras eclodem dessa estrutura frágil, elas já partem direto para cima dos pulgões, dos quais se alimentam. Ou seja, a estrutura não é para proteger os ovos dos pulgões, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127605-6-maneiras-curiosas-de-insetos-trabalharem-em-equipe.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mas sim das formigas, que mantêm um relacionamento simbiótico com esses sugadores de seiva</a> (mutualismo).&nbsp;</p><h2>5. Dando a vida pelos filhos</h2><p style="text-align:center;"><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/rkKNWE1n8Ac" title="Mother octopus makes the ultimate sacrifice for her babies" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe></p><p>Embora seja uma das "frases de mãe" favoritas, dar a vida pelos filhos costuma ser uma realidade para as mamães polvo. Antes de botar centenas de milhares de ovos pequenos e translúcidos, a mãe cria uma toca, arrastando pedras ao redor, para que seja totalmente segura.</p><p>Então, ela se agarra ao topo da toca,<strong>&nbsp;onde permanece por longos períodos, às vezes anos,</strong> abanando seus ovos para garantir sua oxigenação. Presa à sua tarefa de garantir o bem-estar da prole, essa fêmea nem se alimenta, perdendo suas cores e não vivendo o bastante para cuidar dos seus filhotes, que têm que lutar cada um por si, pela sobrevivência.&nbsp;</p>

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Vale a pena ver o ovo: 5 ovos estranhamente bizarros

Um estudo recente mostrou que elefantes africanos se chamam uns aos outros por nomes específicos, comportamento exclusivo dos seres humanos, até agora.

<p>Dois estudos publicados neste ano colocam em xeque a nossa presunção de sermos uma espécie única no planeta, capaz de "feitos" como conversar, refletir sobre si mesmos e rir. Não é bem assim, dizem alguns pesquisadores da Universidade Estadual do Colorado (CSU), que flagraram <strong>um grupo de elefantes ditos "selvagens" se dirigindo uns aos outros com bramidos individualizados parecidos com nomes</strong>.</p><p>No artigo, publicado recentemente na revista <i>Nature Ecology and Evolution</i>, os autores explicam que, embora a evolução do elefante e dos seres humanos tenha divergida há dezenas de milhões de anos, ambas permanecem socialmente complexas e altamente comunicativas, diz um comunicado da CSU.&nbsp;</p><p>Como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127990-audicao-tatil-dos-elefantes-como-eles-ouvem-o-mundo-com-os-pes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esses proboscídeos gigantes vivem em unidades familiares</a>, grupos sociais e uma estrutura de clã altamente complexa, era de se supor que a capacidade de produzir sons diferenciados fosse necessária para identificar cada membro da família <i>Elephantidae</i> pelo nome.</p><h2>Como os cientistas sabem que os elefantes entendem seus nomes?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/28/28092806048009.jpg" alt="Pesquisadores conversando "><figcaption>Pesquisadores conversando "conversas" de elefantes. (Fonte: George Wittemyer/Divulgação)</figcaption></figure></figure><p>Para testar suas suspeitas, os pesquisadores da CSU se juntaram a colegas das organizações conservacionistas Save the Elephants e ElephantVoices para confirmar que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127608-a-triste-historia-de-motty-o-elefante-hibrido-mais-raro-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os chamados diferentes dos elefantes tinham um destinatário específico</a>, o que pôde ser confirmado utilizando aprendizado de máquina.&nbsp;</p><p>Reproduzindo os nomes chamados em um aparelho de som, <strong>a equipe presenciou os elefantes respondendo atentamente às chamadas de seus "nomes"</strong>, fazendo uma espécie de saudação mútua, ou apenas se aproximando do alto-falante para continuar o papo. Quando ouviam chamados destinados a outros elefantes, eles simplesmente não esboçavam nenhuma reação.</p><p>Para o autor principal do estudo, Michael Pardo, da CSU, <strong>embora se saiba que golfinhos e papagaios se chamem entre si</strong>, imitando o chamado característico do destinatário, "nossos dados sugerem que os elefantes não dependem da imitação dos chamados do receptor para se dirigirem uns aos outros, o que é mais semelhante à maneira como os nomes humanos funcionam", conclui o pós-doutorando. &nbsp;&nbsp;</p><h2>Outros animais conscientes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/28/28095134983010.jpg" alt="W. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Abelhas são brincalhonas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Se elefantes se chamando pelos nomes impressiona, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128821-o-que-e-bichomel-conheca-tudo-sobre-as-abelhas-produtoras-de-mel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o que dizer de duas abelhas jogando futebol?</a> Foi mais ou menos isso que pesquisadores da Queen Mary University de Londres observaram. <strong>Duas operárias peludinhas estavam empurrando e girando bolinhas de madeira.</strong> Aparentemente, só por diversão, uma vez que não havia nenhum componente reprodutivo ou de condicionamento envolvido.</p><p>A observação serviu para incluir as <i>Apis Mellipheras</i> em um seleto grupo de animais com consciência, segundo biólogos e filósofos: <strong>a Declaração de Nova York sobre a Consciência Animal,</strong> divulgada em abril de 2024.&nbsp;</p><p>Para que cientistas renomados se dispusessem a assinar esse documento, descobrimos muitas particularidades sobre animais. Por exemplo, polvos sentem dor, os moluscos chocos têm memória de eventos passados e o peixe bodião-limpador se reconhece no espelho. <strong>Já os lagostins se mostraram ansiosos</strong>, mas se curaram tomando Rivotril. Mais humano, impossível.</p>

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Abelhas com consciência, lagostins tomando Rivotril e outras coisas humanas que animais fazem

Conheça o fascinante monstro-de-gila, o lagarto norte-americano cujo veneno é uma janela para a pesquisa médica moderna.

<p>Nos áridos desertos do sudoeste dos Estados Unidos e noroeste do México, habita um <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/108899-10-curiosidades-interessantes-e-aleatorias-relacionadas-com-lagartos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lagarto</a> peculiar e notável: o monstro-de-gila (<i>Heloderma suspectum</i>). Esse lagarto se destaca por seu tamanho e aparência e por ser um dos poucos lagartos peçonhentos do mundo. Dotado de características únicas, ele é um verdadeiro sobrevivente nos ambientes áridos e extremos onde vive.</p><h2>Características e ecologia</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/15/15112255096103.jpg" alt="Ele é o maior lagarto norte-americano. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Ele é o maior lagarto norte-americano. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O monstro-de-gila é o maior lagarto dos Estados Unidos, com até 56 centímetros de comprimento e peso de quase 2 quilos. Sua pele é adornada com padrões de listras laranjas ou rosadas sobre um fundo escuro, formando uma armadura natural conhecida como osteodermas, que protege contra predadores, como coiotes e falcões. Esses lagartos são estritamente noturnos e passam a maior parte de suas vidas em tocas subterrâneas.</p><p>Ele está adaptado aos desertos áridos do sudoeste americano, onde a temperatura pode variar drasticamente entre o dia e a noite. Sua coloração e padrões únicos proporcionam camuflagem em seu ambiente natural e ajudam na regulação térmica, permitindo que permaneçam ativos mesmo nas temperaturas extremas dos desertos.</p><p>Além de suas adaptações físicas, o monstro-de-gila também tem uma dieta diversificada e alimenta-se principalmente de ovos de aves, répteis e, ocasionalmente, pequenos mamíferos. Sua habilidade de escalar cactos em busca de ovos de pássaros demonstra sua adaptação única e estratégias de sobrevivência em um ambiente desafiador.</p><h2>Veneno e importância científica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/15/15112413954104.jpg" alt="O lagarto usa o veneno como forma de defesa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O lagarto usa o veneno como forma de defesa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Uma das características mais fascinantes do monstro-de-gila é seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124739-6-animais-que-nao-parecem-mas-sao-muito-venenosos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">veneno</a> poderoso, armazenado em glândulas na mandíbula inferior. Esse veneno é injetado na presa através de sulcos nos dentes, e usado principalmente para defesa contra predadores. Embora raramente fatal para os humanos, o veneno pode causar reações alérgicas graves.</p><p>Além de seu papel na defesa, os compostos do veneno do lagarto têm despertado interesse significativo na comunidade científica devido ao seu potencial para beneficiar a medicina. Cientistas descobriram que esses compostos têm propriedades bioquímicas únicas, incluindo a presença de exendina-4, um hormônio encontrado na saliva do lagarto e estruturalmente semelhante ao GLP-1 humano, peptídeo essencial para a regulação da glicose no sangue.</p><p>A partir dessa descoberta, foi desenvolvido o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123969-semaglutida-como-funciona-a-injecao-para-tratar-obesidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medicamento semaglutida</a>, derivado da exendina-4, que se mostrou eficaz no tratamento de condições como diabetes tipo 2 e obesidade. Esse avanço ilustra como a pesquisa biomédica está explorando os venenos de animais, como o monstro-de-gila, para compreender melhor a biologia evolutiva desses organismos, e desenvolver terapias inovadoras que podem beneficiar milhões de pessoas em todo o mundo.</p><p>O monstro-de-gila é um exemplo fascinante de adaptação e sobrevivência. No entanto, frente às mudanças climáticas e à destruição de habitat, a conservação dessa espécie se torna um desafio para preservar a biodiversidade única das regiões áridas.</p>

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Monstro-de-gila: o único lagarto venenoso dos Estados Unidos

Estudo sugere que os cachorros mudam o comportamento quando sentem o cheiro do estresse do seu tutor.

<p>O seu cachorro tem uma boa compreensão do que você está passando. Quem tem um bichinho de estimação costuma já ter essa impressão, mas agora a ciência está comprovando que ele consegue sentir sinais do seu estresse.</p><p>De acordo com um estudo publicado na revista Scientific Reports, o estresse humano tem um cheiro que pode ser sentido pelos cães, fazendo-os ficar mais desanimados e propensos a tomar decisões consideradas mais “pessimistas”.</p><h2>A ideia do contágio emocional</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/25/25182724948006.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Os cachorros podem "espelhar" as nossas emoções, sejam elas positivas ou negativas. . (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A ideia do contágio emocional já é discutida há algum tempo por pesquisadores, e fala da tendência que temos de “espelhar” as emoções da pessoa que está perto de nós, começando a sentir as mesmas coisas. Agora, pesquisadores da Escola de Veterinária da Universidade de Bristol, no Reino Unido, sugerem que isso acontece também com os cachorros.</p><p>Os cientistas estavam curiosos em saber se o <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/101976-5-sinais-de-que-voce-esta-em-um-relacionamento-que-vai-ser-duradouro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">contágio emocional</a> ocorria também com os cães. Um estudo feito por eles indica que os animais podem apresentar mudanças em seu estado emocional segundo os cheiros emitidos pelos humanos em sua volta, tanto quando estão tranquilos ou estressados.</p><p>Para fazer o experimento, a equipe recrutou 19 cães com seus tutores para realizar uma série de testes em que os diferentes cheiros humanos eram oferecidos a eles. Os animais foram treinados para reconhecer que uma tigela de comida específica tinha uma guloseima quando era colocada em certo lugar. Depois que ele aprendia a localização da tigela com comida, começava a se aproximar dela com mais rapidez.</p><p>Em seguida, os pesquisadores testaram a velocidade com que eles se aproximavam dos pratos. A abordagem mais ágil refletia a confiança e o otimismo do cão que aquele tigela conteria comida. Quando isso acontecia mais lentamente, tratava-se de uma abordagem mais <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/35804-pessimistas-animem-se-estudo-aponta-que-pessoas-negativas-vivem-mais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pessimista</a>.</p><p>Quando os cães foram expostos a diferentes odores de seus donos (que foram coletados, por exemplo, em momentos de estresse ou durante experiências relaxantes), os resultados mudaram.</p><h2>As descobertas do estudo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/25/25182801924008.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Ao sentir o cheiro de estresse dos seus tutores, os cães podem ficar mais pessimistas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O que os pesquisadores notaram é que cheiros vinculados a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124455-o-estresse-pode-ser-contagioso-segundo-a-ciencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estresse</a> tornavam os cães mais lentos, fazendo com que eles se aproximassem de forma mais temerosa da tigela. Já os cheiros mais relaxados não tinham efeito na sua reação.</p><p>De acordo com a equipe, a reação mais pessimista reflete um estado emocional mais negativo nos cães. Eles levantam a hipótese de que isso seja uma maneira encontrada pelos animais para economizar energia, evitando a decepção. Outra constatação é de que os cachorros pareciam propensos a aprender mais rápido quando estavam em contato com o cheiro estressante.</p><p>"Compreender como o estresse humano afeta o bem-estar dos cães é uma consideração importante para cães em canis e ao treinar cães de companhia e cães para funções de trabalho, como cães de assistência", afirma Nicola Rooney, uma das autoras do estudo. Por isso, agora você já sabe: cuidar do seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/tags/humor" rel="noopener noreferrer" target="_blank">humor</a> também significa cuidar do seu cão.</p>

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Seu cachorro pode sentir o seu estresse, sugere estudo

Pesquisa escaneou crânios também de outros animais, como gatos, lobos e até raposas. 

<p style="text-align:justify;">Pesquisadores da Universidade ELTE Eötvös Loránd, em Budapeste, na Hungria, digitalizaram crânios de 431 animais, incluindo cães, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/6-fatos-confirmando-que-seu-gato-e-de-fato-estranho" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gatos</a> e parentes selvagens (como lobos, coiotes e leopardos), e criaram um banco de dados acessível para estudos anatômicos e evolutivos. Entre os crânios digitalizados, estão os de <strong>152 raças de cães</strong>, com destaque para os pugs, cuja estrutura óssea é bastante peculiar.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Este projeto tem potencial para revolucionar a pesquisa em várias áreas, permitindo que cientistas do mundo todo estudem esses crânios em detalhes sem precisar viajar até a coleção física.</p><h2 style="text-align:justify;">Usando alta tecnologia</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/28/28114014996008.jpg" alt="Scanner de tomografia computadorizada foi usado para gerar as diversas imagens. (Fonte: Elte Institute of Biology/ Divulgação)"><figcaption>Scanner de tomografia computadorizada foi usado para gerar as diversas imagens. (Fonte: Elte Institute of Biology/ Divulgação)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">A digitalização dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127617-como-os-tubaroes-martelo-crescem-o-martelo-de-suas-cabecas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crânios</a> foi realizada com um scanner de tomografia computadorizada de alta resolução, capturando imagens detalhadas que mostram a complexidade de cada estrutura óssea.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">A iniciativa de digitalizar esses crânios e disponibilizá-los online é um avanço significativo. Os pesquisadores envolvidos no projeto destacaram a importância deste recurso não apenas para a educação de biólogos e veterinários, mas também para pesquisas evolutivas e médicas.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Anteriormente, diversos estudos — como o que mostrou que raças de cães modernas têm cérebros maiores que raças antigas devido a efeitos de seleção — exigiam a visita física às coleções, o que gerava várias dificuldades, principalmente o gasto financeiro. <strong>Agora, qualquer pesquisador pode acessar essas imagens detalhadas de crânios a partir de qualquer lugar do mundo</strong>.</p><h2>O crânio dos pugs</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/28/28112610551006.jpg" alt="Digitalização do crânio do pug mostra seu formato "><figcaption>Digitalização do crânio do pug mostra seu formato "curioso". (Fonte: Tibor Csorgo et al., Elte Institute of Biology/ Divulgação)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">A coleção de crânios da ELTE inclui exemplares de cães com uma diversidade notável de formatos cranianos. Por exemplo, os galgos possuem crânios longos e estreitos, enquanto os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/126941-buldogues-franceses-nao-foram-projetados-para-viver-no-calor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bulldogs franceses</a> têm crânios curtos e arredondados.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Um dos crânios mais interessantes desse acervo é, sem dúvida, o do pug. Esses cães de rosto achatado e olhar expressivo têm uma estrutura craniana única que tem intrigado cientistas e apaixonados por cães.</p><p style="text-align:justify;"><strong>O crânio dos pugs é braquicefálico</strong>, largo e curto, resultando na famosa aparência "amassada" da raça. <strong>Essa característica, fruto de uma mutação genética, impacta diretamente a saúde dos animais, causando problemas respiratórios devido a narinas estreitas e palato mole alongado</strong>, assim como em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117448-gatos-de-focinho-achatado-tem-dificuldade-para-expressar-emocoes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">outras raças braquicefálicas</a>, como os bulldogs.</p><p style="text-align:justify;">Além disso, <strong>a cabeça grande e os olhos proeminentes dos pugs os tornam propensos a problemas oculares, como a proptose, onde os olhos podem saltar das órbitas</strong>. Eles também enfrentam dificuldades no parto, frequentemente necessitando de cesarianas devido às cabeças grandes dos filhotes e pélvis estreitas das fêmeas.</p><h2 style="text-align:justify;">Aplicações futuras</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/28/28113031113007.jpg" alt="Crânio de um Golden mostra os detalhes desse adorável animal. (Fonte: Tibor Csorgo et al., Elte Institute of Biology/ Divulgação)"><figcaption>Crânio de um Golden mostra os detalhes desse adorável animal. (Fonte: Tibor Csorgo et al., Elte Institute of Biology/ Divulgação)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">O banco de dados digitalizado tem aplicações tecnológicas, permitindo o desenvolvimento de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114883-algoritmo-de-rede-cerebral-pode-ajudar-no-combate-a-epilepsia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">algoritmos de aprendizado de máquina</a> para identificação automatizada de espécies e análises veterinárias. <strong>Isso pode agilizar processos diagnósticos e melhorar a precisão na identificação de condições específicas</strong> a partir de imagens de crânios.</p><p style="text-align:justify;">O impacto deste trabalho vai além do mundo acadêmico. Ao entender melhor a estrutura craniana e os problemas associados a certas raças, criadores e donos de cães podem ser mais bem informados sobre os desafios e cuidados necessários para esses animais.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">A pesquisa também pode informar políticas de criação mais éticas, como as que estão sendo implementadas na Holanda, onde há <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127591-holanda-proibe-criacao-de-racas-de-caes-braquicefalicos-como-pugs-e-buldogues.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">restrições rigorosas na criação de cães braquicefálicos</a> para prevenir problemas de saúde.</p><p style="text-align:justify;">Em resumo, a digitalização dos crânios pela Universidade ELTE Eötvös Loránd impulsiona a pesquisa científica e pode melhorar a saúde de muitas raças de cães, incluindo os pugs. Este banco de dados digital representa um avanço importante, unindo tecnologia e ciência para promover um melhor cuidado dos nossos companheiros caninos.&nbsp;</p>

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Estudo digitaliza crânio de diversas raças de cachorros, inclusive do pug

Descubra as curiosidades e peculiaridades das línguas mais fascinantes do reino animal.

<p>A língua, um órgão muscular que os humanos usam para saborear, engolir e falar, varia incrivelmente em cor, forma, comprimento e função no reino animal, e desempenha um papel vital na sobrevivência e adaptação de várias espécies. Enquanto nossas línguas são rosadas e têm cerca de 10 centímetros de comprimento, as dos animais podem ser bem diferentes. Conheça seis línguas de animais incríveis e as funções por trás delas.</p><h2>1. Girafas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/29/29103239232058.jpg" alt="As línguas das girafas são bastante flexíveis e elas podem limpar seus olhos, nariz e orelhas com elas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Com suas línguas flexíveis, as girafas podem limpar seus olhos, nariz e orelhas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>As <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111607-7-curiosidade-sobre-as-girafas-que-voce-nao-pode-deixar-de-saber.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">girafas</a> possuem uma língua impressionante de 53 cm de comprimento, que não é rosa, mas sim uma mistura de roxo, azul e preto devido à melanina. Esse pigmento atua como protetor solar enquanto elas alcançam folhas nas árvores. A língua longa e ágil permite que as girafas alcancem e selecionem folhas em meio a galhos espinhosos, demonstrando uma adaptação incrível para sua dieta arbórea.</p><h2>2. Monstros-de-gila</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/29/29103631670063.jpg" alt="A língua bifurcada é uma ferramenta vital para sua sobrevivência no deserto. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A língua bifurcada é uma ferramenta vital para sua sobrevivência no deserto. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O monstro-de-gila possui uma língua bifurcada que ajuda a "cheirar" em três dimensões, permitindo-lhe localizar presas com precisão. Quando fica com fome, esse lagarto venenoso sacode sua língua para dentro e para fora, captando informações químicas do ambiente. Essas informações são analisadas pelo órgão de Jacobson, uma parte do sistema olfativo, e contribuem para que o lagarto detecte pequenos mamíferos, sapos, lagartos, roedores e insetos nas proximidades.</p><h2>3. Ursos-do-sol</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/29/29103943488065.jpg" alt="A língua do urso-do-sol mostra uma incrível adaptação às florestas tropicais do Sudeste Asiático. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A língua do urso-do-sol mostra uma incrível adaptação às florestas tropicais. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A língua do urso-do-sol pode medir até 25 cm, e possibilita a extração de mel de colmeias; daí o apelido "urso de mel". Além do mel, esses ursos também usam suas línguas longas para lamber insetos, como formigas e cupins, de dentro de troncos de árvores. Sua dieta diversificada é complementada pela capacidade de usar a língua para alcançar alimentos escondidos em lugares difíceis de alcançar.</p><h2>4. Leões</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/29/29104420757066.jpg" alt="A língua do leão é uma ferramenta multifuncional essencial para sua higiene e alimentação. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A língua do leão é uma ferramenta multifuncional essencial para sua higiene e alimentação. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>As línguas dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115542-10-curiosidades-sobre-os-leoes-os-felinos-reis-da-floresta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">leões</a> são cobertas por papilas afiadas que ajudam na limpeza da pele e no resfriamento do corpo. As papilas são estruturas duras e ásperas que funcionam como pequenos pentes, que removem a sujeira e os parasitas do pelo do leão. Além disso, as papilas contribuem para a ingestão de carne, uma vez que auxiliam que os leões raspem a carne dos ossos de suas presas.</p><h2>5. Rãs</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/29/29104633678068.jpg" alt="A língua torna as rãs predadores formidáveis. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A língua torna as rãs predadores formidáveis. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>As línguas das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123126-ras-de-chernobyl-evoluiram-para-suportar-radiacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rãs</a> são extremamente rápidas e fortes, e podem capturar presas mais rápido que o piscar de olhos. Suas línguas estão conectadas na frente da mandíbula inferior, contribuindo para um movimento rápido e eficaz. A força da língua é surpreendente, com algumas espécies capazes de capturar presas que pesam mais que elas próprias.</p><h2>6. Tamanduá-bandeira</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/29/29105002311076.jpg" alt="A língua comprida e pegajosa é fundamental para a dieta especializada do tamanduá. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A língua comprida e pegajosa é fundamental para a dieta especializada do tamanduá. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O tamanduá-bandeira usa sua língua de 60 cm, coberta por espinhos e saliva pegajosa, para consumir até 30 mil formigas e cupins por dia. Com a língua longa e fina, o tamanduá consegue penetrar profundamente nas colônias de insetos, enquanto os espinhos e a saliva ajudam a capturar e consumir as presas.</p>

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6 línguas de animais incríveis mostram um mundo de cores, formas e funções

Em votação inédita, cientistas optam por retirar referências de cunho racista da taxonomia das plantas. 

<p style="text-align:justify;">No que é um <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116869-as-6-melhores-historias-envolvendo-marcos-famosos-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">marco</a> histórico para a botânica, <strong>cientistas votaram pela primeira vez para remover referências racistas dos nomes científicos de plantas</strong>. A decisão ocorreu no Congresso Botânico Internacional em Madri, onde 351 dos 556 participantes votaram a favor da mudança.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">A partir do final de julho, mais de 200 espécies de plantas, fungos e algas que continham a palavra “caffra” — um insulto racial da era do Apartheid na África do Sul — terão seus nomes alterados para “affra”, <strong>reconhecendo suas origens africanas de forma respeitosa</strong>.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Um exemplo é a maçã Kei, que recebe esse nome por causa do rio Great Kei, na África do Sul, de onde a planta é nativa. Com o nome científico de <i>Dovyalis caffra</i>, logo passará a ser chamada de <i>Dovyalis affra</i>. O fruto ainda é raro no Brasil.</p><h2 style="text-align:justify;">Por uma botânica menos racista</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/28/28130111662002.jpg" alt="A maçã Kei, típica da África do Sul, terá seu nome científico alterado nessa luta contra o racismo na botânica. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A maçã Kei, típica da África do Sul, é um exemplo de planta que terá seu nome científico alterado nessa luta contra o racismo na botânica. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Essa mudança foi proposta pela primeira vez pelos botânicos <strong>Gideon F. Smith</strong> e <strong>Estrela Figueiredo</strong>, da Universidade Nelson Mandela, em 2021. Desde então, eles vêm defendendo que <strong>a nomenclatura botânica deve ser livre de&nbsp;</strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117414-3-crimes-de-odio-que-foram-vingados-na-hora-pelo-universo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>insultos raciais</strong></a>.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Smith expressou sua gratidão aos colegas de todo o mundo que apoiaram os esforços para remover insultos raciais da nomenclatura botânica, destacando a importância da decisão como um passo crucial para livrar a ciência de termos ofensivos.</p><p style="text-align:justify;"><strong>Apesar da vitória significativa, nem todos compartilham da mesma visão</strong>. Alguns taxonomistas resistem às mudanças nos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/7-nomes-de-animais-com-origens-interessantes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nomes científicos</a>, alegando que podem causar confusão e problemas práticos em bancos de dados e legislações.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">A Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica reforçou essa visão ao decidir, no ano passado, não alterar nomes de animais ofensivos, destacando a importância da estabilidade dos nomes na biologia.</p><p style="text-align:justify;">De qualquer modo, a votação também incluiu uma <strong>proposta para permitir que um comitê existente avalie novos nomes de espécies que possam ser ofensivos</strong>, a partir de 2026. No entanto, nomes atribuídos antes dessa data não serão revisados. Essa decisão marca uma abordagem mais cautelosa, refletindo a natureza conservadora da comunidade taxonômica.</p><h2 style="text-align:justify;">Além das plantas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/28/28131352354003.jpg" alt="A luta contra o racismo precisa alcançar todas as áreas. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A luta contra o racismo precisa alcançar todas as áreas. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">A discussão sobre a adequação dos nomes científicos não se limita às <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128907-a-origem-na-antiguidade-de-5-ervas-e-especiarias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">plantas</a>. No ano passado, <strong>a American Ornithological Society optou por alterar os nomes comuns de pássaros que homenageavam pessoas com históricos de escravidão, racismo e misoginia</strong>, embora os nomes científicos permanecessem inalterados.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Nomes de espécies animais como <i>Anophthalmus hitleri</i>, um besouro nomeado em homenagem a Adolf Hitler, permanecem inalterados, gerando debates sobre a influência de movimentos sociais na nomenclatura científica. Muitos reconhecem a complexidade da troca de nomenclatura, mas veem esse primeiro passo como um grande avanço.</p><p style="text-align:justify;">A proposta original de Smith e Figueiredo, que visava eliminar de forma permanente e retroativa os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128579-7-termos-capacitistas-para-voce-tirar-do-seu-vocabulario-de-vez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nomes ofensivos</a>, não foi totalmente implementada. Em vez disso, um comitê existente avaliará apenas novos nomes publicados após 1º de janeiro de 2026.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;"><strong>Apesar das divergências, a votação é um passo significativo contra o racismo na ciência</strong>. Especialistas reconhecem que as mudanças são um avanço parcial, mas ressaltam que ainda há muito a ser feito. A comunidade científica deve continuar discutindo esses nomes e considerar mais mudanças para promover igualdade e respeito na nomenclatura biológica.&nbsp;</p>

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Botânicos dão basta ao racismo em nomes científicos de plantas

O leopardo-morango possui uma mutação genética rara que faz suas manchas escuras desbotarem ou sumirem completamente. 

<p>Um grupo de pesquisadores recentemente realizou uma descoberta impressionante: pela primeira vez na história, um "leopardo-morango" foi avistado no sul da Tanzânia via câmeras profissionais. Embora o nome diferente, esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122072-conheca-a-cidade-indiana-onde-pessoas-e-leopardo-convivem-em-paz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">leopardos</a> não são uma espécie diferente dos leopardos verdadeiros (<i>Panthera pardus</i>), mas sim indivíduos com uma mutação genética rara.</p><p>Por conta dessa mutação, as manchas escuras e características faciais desses leopardos desbotam ou tem sua coloração preta completamente removida, dando a eles uma rara tonalidade rosada ou dourada — um dos motivos desses indivíduos também serem chamados de leopardos-dourados.</p><h2>Avistamento histórico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/25/25205619429017.jpg" alt="Sem as tradicionais manchas pretas, os leopardos-morango se disfarçam melhor na natureza. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Sem as tradicionais manchas pretas, os leopardos-morango se disfarçam melhor na natureza. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Embora pesquisadores anteriormente pensassem que a cor do leopardo-morango se dava por conta da produção excessiva de pigmento vermelho em sua pele, estudos mais recentes mostram que essa coloração diferenciada pode estar mais ligada ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116511-o-que-aconteceria-se-todos-os-seres-humanos-tivessem-albinismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">albinismo</a>. O albinismo é uma condição genética que deixa indivíduos com a pele bem clara devido a níveis muito baixos ou à ausência total da melanina.</p><p>No passado, números maiores de leopardos-morango já foram relatados na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124191-o-legado-da-mineracao-ainda-destroi-a-africa-do-sul.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">África do Sul</a>. Para avaliar de perto esses animais, uma equipe de cientistas implantou 319 estações de armadilhas fotográficas no ecossistema Nyerere-Selous, no sul da Tanzânia. As câmeras capturaram mais de 4 mil imagens de 373 leopardos diferentes. Desse grupo, apenas um foi reconhecido por sua coloração "morango".</p><p>Os investigadores inicialmente tiveram dúvidas, uma vez que as fêmeas da espécie costumam ter manchas muito mais claras do que os machos. Por conta disso, a equipe já declarou que alguns testes genéticos serão necessários no futuro para que a informação seja completamente comprovada.&nbsp;</p><h2>A vida dos leopardo-morango</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/25/25205800723019.jpg" alt="Pesquisadores acreditam que coloração rosada dos leopardos-morango pode estar relacionada ao albinismo. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Pesquisadores acreditam que coloração rosada dos leopardos-morango pode estar relacionada ao albinismo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Segundo os autores do estudo, os leopardo-morango não são nem um pouco prejudicados na natureza por conta da sua coloração. Muito pelo contrário: a ausência dos tons mais escuros em sua pelagem pode fazer com que esses animais se misturem melhor à paisagem do que leopardos verdadeiros tradicionais.</p><p>De acordo com os cientistas, existem duas teorias sobre como a mutação genética dos leopardos-morango surgiu na Reserva de Caça Selous — local onde as imagens foram coletadas. A primeira possibilidade é que indivíduos desse tipo vieram do norte da África do Sul e espalhado a característica para a população na Tanzânia. Contudo, isso seria improvável pela vasta distância entre as duas regiões e os desafios geográficos que separam as duas áreas.</p><p>Em segundo lugar, e a teoria mais provável, é que a mutação seja fruto de endogamia devido à caça esportiva. Isso significa que, como muitos leopardos são mortos na região pela ação dos seres humanos, indivíduos geneticamente semelhantes acabaram se relacionando e criando "níveis mais altos" de leopardos-morango no sul da África do Sul.&nbsp;</p>

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Raro 'leopardo-morango' é avistado pela primeira vez na Tanzânia

Em sua longa vida, Cocky Bennett conquistou muitos admiradores.

<p>Viver muito é um desejo de muita gente. Alguns poucos tiveram o "privilégio" de passar dos 100 anos, o que inclui aqui alguns animais, como o lendário Cocky Bennett, uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/125551-papagaio-cacatua-e-outras-8-especies-de-passaros-falantes-de-estimacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cacatua-de-crista-amarela</a> que morreu em 1916 em Sidney, na Austrália.</p><p>Cocky tinha nada menos 120 anos, período em que certamente testemunhou muita coisa e deixou uma rica existência registrada para a posteridade.</p><h2>A longa e interessante vida de Cocky Bennett</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/24/24203611591007.jpg" alt="(Fonte: Flickr / Reprodução)"><figcaption>Cocky Bennet nasceu em 1796, perto de Sidney, na Austrália. (Fonte: Flickr / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>De acordo com um tabloide australiano chamado The Queenslander, Cocky Bennett nasceu em 1796, uma cidade próxima a Sidney. Ainda filhote, ele foi retirado do seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127085-nos-eua-objetos-historicos-foram-achados-em-ninho-de-rato.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ninho</a> por um fazendeiro local, que o salvou. Inicialmente, ele passaria seus primeiros 78 vivendo com o capitão Ellis, que navegava por vários mares.</p><p>Com a morte do capitão, Cocky foi adotado por um casal, Joseph e Sarah Bowden. Depois que o marido faleceu, a senhora Bowden se casou novamente com Charles Bennet, em 1889. Eles então se mudaram para o Tom Ugly’s Point, Blakehurst, onde o homem se tornou responsável pelo hotel Sea Breeze. Nos seus últimos 25 anos, Cocky foi um habitante deste <a href="https://www.megacurioso.com.br/turismo-e-viagens/100772-so-para-quem-pode-13-hoteis-feitos-para-os-insanamente-ricos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hotel</a>, onde falava bastante e mexia com os visitantes, que adoravam suas gracinhas.</p><h2>Uma cacatua inusitada</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/24/24203711761009.jpg" alt="(Fonte: Time Gents / Reprodução)"><figcaption>Cocky Bennett passou seus primeiro 78 anos ao lado de um capitão. (Fonte: Time Gents / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Cocky Bennett chamou atenção não apenas por conta de sua <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128639-6-praticas-usadas-para-aumentar-a-longevidade-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">longevidade</a>, mas por suas inusitadas características físicas. Com o tempo, ele foi perdendo as penas e começou a parecer uma galinha depenada, com a pele toda enrugada.</p><p>Além disso, Cocky desenvolveu um bico pontudo, uma enfermidade que o obrigava a comer apenas alimentos amassados. Essas características provavelmente ocorreram por decorrência do Circoviridae, um tipo de vírus que ataca principalmente aves.</p><p>Cocky Bennett viveu cerca de 50 anos a mais do que um animal de sua espécie costuma viver. Segundo a historiadora Catie Gilchrist, que escreveu sobre ele em 2014, Cocky se tornou bastante popular. "Ele era extremamente falante e conhecido por muitos milhares de moradores e visitantes por toda parte que se familiarizaram com seu caráter colorido. Cocky tinha uma gaiola na varanda da frente do hotel, onde podia assistir ao desfile que passava, cumprimentando velhos amigos em seu estilo estridente e inimitável", contou.</p><p>Dentre as frases cômicas que Cocky falava com frequência, estava "um de cada vez, cavalheiros, por favor". Ele morreu em 26 de maio de 1916, mas deixou viva a sua lenda e a sua fama. Não por acaso, quando o pássaro faleceu, algumas pessoas fizeram doações em sua homenagem para o Hospital St. George, o que ajudou a criar três novos leitos com o seu nome. Realmente, uma cacatua notável.</p>

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Cocky Bennett, a cacatua que viveu 120 anos!

Com animais desaparecendo em velocidades impressionantes, pesquisadores estão tendo dificuldade para registram todas as extinções que causamos. 

<p>O impacto dos seres humanos na natureza já é algo que estamos presenciando há muito tempo. Mas será que você faz ideia de quantas espécies nós já fomos responsáveis por extinguir de uma vez por todas? De <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128177-dodo-ave-extinta-esta-mais-proxima-de-ser-ressuscitada-por-cientistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dodôs</a> a lobos-da-tasmânia, já foram muitos animais extintos ao longo dos anos. Inclusive, os cientistas não têm uma resposta exata para essa pergunta pela dificuldade de estimar esse número.</p><p>No entanto, o pior dos cálculos diz que podemos ser responsáveis diretamente por ter exterminado centenas de milhares de animais. Mas para termos uma visão mais profunda dessas informações, precisamos destrinchar esses números.</p><h2>Coletando dados de extinção</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/22/22203422305015.jpg" alt="Lobos-da-tasmânia estão entre as 777 espécies extintas desde 1500 pela lista da IUCN. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Lobos-da-tasmânia estão entre as 777 espécies extintas desde 1500 pela lista da IUCN. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), cerca de 777 espécies foram extintas desde o início dos anos 1500. Algumas dessas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125295-quase-50-das-especies-na-terra-estao-caminhando-para-a-extincao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">extinções</a> podem ter sido naturais, mas pesquisadores garantem que os humanos tiveram uma mão em quase — se não todas — elas. Tendo em mente o quanto impactamos a natureza, esse é um número bem expressivo.</p><p>Contudo, as extinções causadas por humanos não se limitam aos últimos 500 anos. Os humanos começaram a "colecionar" extinções há milhares de anos, o que explica o fato dos pesquisadores não terem dados o suficiente para saber mais sobre o nosso passado e de nos concentrarmos única e exclusivamente nos últimos cinco séculos.</p><p>A IUCN avaliou o risco de extinção de apenas cerca de 5% das espécies conhecidas do mundo. Por conta disso, deve haver muito mais extinções que não foram registradas por aí. Um estudo publicado na Biological Reviews em 2022, por exemplo, sugere que de 150 mil a 260 mil de todas as espécies conhecidas podem ter morrido desde aproximadamente 1500.</p><h2>Impacto humano no mundo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/22/22203541651016.jpg" alt="Cientistas dizem ser impossível calcular quantas espécies já foram extintas por conta dos humanos, mas estimativas são altas. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Cientistas dizem ser impossível calcular quantas espécies já foram extintas por conta dos humanos, mas estimativas são altas. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>As estimativas absurdas do número de extinções causadas por humanas fizeram com que o autor principal do estudo e professor da Universidade do Havaí, Robert Cowie, revisasse seus dados. Segundo ele, nenhum erro foi cometido na pesquisa, mas suas estimativas surgem com algumas ressalvas.</p><p>Eles calcularam quantas espécies teriam sido extintas se todas as espécies conhecidas tivessem sofrido uma taxa de extinção semelhante a uma amostra de 200 caracóis terrestres. Com isso, os números tendem a flutuar bastante e não são exatamente assertivos.</p><p>De qualquer forma, por mais que as taxas de extinção no passado sejam basicamente impossíveis de calcular, é evidente que a nossa espécie deixou um rastro de destruição no planeta e os números só vêm piorando nos últimos anos. Logo, se não frearmos nossas ações, seguiremos prejudicando toda a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122741-por-que-ha-tanta-biodiversidade-nas-regioes-tropicais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">biodiversidade</a> do planeta em que moramos e, eventualmente, não teremos mais natureza para viver.&nbsp;</p>

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