Descobertas arqueológicas sugerem que os chapéus cônicos egípcios de Amarna podem ter sido usados em rituais de fertilidade e sensualidade, desafiando antigas interpretações sobre seu propósito.

Nos labirintos da antiga cidade egípcia de Amarna, uma descoberta tem desafiado as percepções tradicionais sobre a moda e os rituais dos antigos egípcios. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128680-arqueologos-descobrem-loja-de-vinhos-do-imperio-romano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Arqueólogos</a> encontraram duas lápides com indivíduos que usavam um objeto cônico adornando a cabeça, como se fossem chapéus. Estes "chapéus de cone" não só surgem como um adorno misterioso, mas também podem estar ligados a práticas culturais que transcendem o mero estilo.Os cones de cabeça, descritos como adornos em forma de cone, eram usados por egípcios há cerca de 3.300 anos. Antes da descoberta recente, a existência desses chapéus se limitava às representações artísticas, com pinturas e esculturas mostrando homens e mulheres ostentando esses adornos em banquetes, caçadas e outros eventos.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Para além da estética</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/08/08214733590009.jpg" alt="Cone achado em lápide ainda possui significado incerto. (Fonte: Anna Stevens et al/ Divulgação)"><figcaption>Cone achado em lápide ainda possui significado incerto. (Fonte: Anna Stevens et al/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>A grande surpresa veio em 2019, quando arqueólogos desenterraram dois cones em Amarna, oferecendo uma prova concreta de sua existência e revelando que esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122317-caranguejo-peludo-que-usa-chapeu-de-esponja-e-descoberto-na-australia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chapéus</a> eram feitos de cera de abelha. Essa descoberta indicou que os "chapéus cônicos"&nbsp;não eram meros itens decorativos, mas sim objetos com um propósito específico.Antes, é preciso entender que as representações artísticas antigas associam os cones à sensualidade e à sexualidade, muitas vezes vinculando-os a figuras femininas e até mesmo a deidades como Hathor, a deusa da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128418-contagem-de-espermatozoides-esta-diminuindo-em-todo-o-mundo-o-que-fazer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fertilidade</a>.&nbsp;Por isso, a presença desses objetos cônicos em diversas representações de atividades cotidianas e rituais levanta a hipótese de que eles poderiam ter um papel significativo em rituais de fertilidade e práticas de sensualidade.&nbsp;O fato que os cones eram frequentemente adornados com elementos que evocam a sensualidade sugere que, para os antigos egípcios, estes chapéus poderiam ter uma conexão simbólica muito maior dentro do universo da sexualidade.<h2 style="text-align:justify;">Nada concreto</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/08/08214944682010.jpg" alt="Seria o cone um acessório apenas ritualístico? (Fonte: Anna Stevens et al/ Divulgação)"><figcaption>Seria o cone um acessório apenas ritualístico? (Fonte: Anna Stevens et al/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Por mais que essas perspectivas tenham sido levadas em consideração, a verdade é que a função exata desses cones permanece um mistério.&nbsp;Algumas teorias sugerem que os cones poderiam ter sido preenchidos com bálsamos ou unguentos aromáticos, que ao derreterem liberavam um perfume agradável. Essa ideia se alinha com a noção de que os cones tinham um papel no ritual de unção, possivelmente associados a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115378-mumificacao-o-processo-de-embalsamar-os-mortos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">práticas funerárias</a>, mostrando que esses chapéus teriam um significado espiritual ou ritualístico importante, não apenas na vida, mas também na morte.A descoberta dos cones de cabeça em Amarna, uma cidade construída pelo faraó Akhenaton, é particularmente significativa, pois a cidade era um local vibrante e cosmopolita, e os cones encontrados lá estavam associados a indivíduos de classes sociais menos elevadas. Isso sugere que o uso dos cones poderia estar disseminado entre diferentes camadas da sociedade, e não restrito apenas aos ricos ou poderosos.De qual modo, enquanto os arqueólogos investigam os chapéus cônicos, fica claro que esses adornos oferecem uma visão valiosa da vida cotidiana e das <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128076-paralisia-do-sono-5-explicacoes-sobrenaturais-de-crencas-ao-redor-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crenças espirituais</a> dos antigos egípcios. A conexão entre sensualidade, fertilidade e rituais revela como moda e simbolismo se entrelaçavam na Antiguidade, refletindo uma rica tapeçaria de tradições que continuam a fascinar estudiosos e curiosos.

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Chapéus cônicos do Egito Antigo: mistério milenar foi finalmente solucionado?

A nova análise química da liga de bronze do Leão de Veneza mostrou que a escultura se originou na China, com cobre de uma mina no rio Yangtze.

O Leão de Veneza, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127510-veneza-vai-cobrar-taxa-de-entrada-para-turistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">símbolo máximo da cidade italiana</a>, e um grande ícone histórico, cultural e artístico da humanidade, pode ter sido, na verdade, construído na China antiga, especificamente durante a dinastia Tang, de 618 a 907 d.C., considerada a era do ouro cultural do país asiático. O conhecido Leão Alado de São Marcos pode ter sido esculpido em uma liga de bronze, feita de cobre de uma mina da bacia do rio Yangtze.A descoberta foi comprovada em uma análise química dessa liga de cobre e estanho feita por “uma equipe de geólogos, químicos, arqueólogos e historiadores da arte da universidade - juntamente com a Associação Internacional de Estudos Mediterrâneos e Orientais e a Universidade Ca' Foscari de Veneza”, segundo um comunicado da Universidade de Pádua.Embora exista um estudo anterior, de 1980, sugerindo que a famosa escultura teria vindo da Anatólia, na Turquia, as análises precisas da nova pesquisa mostraram dois isótopos de chumbo, variantes do elemento químico, não deixam dúvidas quanto à datação e a origem de onde o cobre foi extraído. Além disso, uma avaliação estilística sugere que a estátua é uma variação de um zhènmùshòu, os “guardiões de tumbas” da dinastia Tang.<h2>O leão chinês e as viagens de Marco Polo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23164418362262.jpg" alt="x"><figcaption>Durante suas viagens, Marco Polo permaneceu 17 anos na China. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A divulgação dos resultados da nova análise foi feita na abertura da conferência internacional sobre Marco Polo, no dia 11 de setembro, que ocorreu durante as comemorações do 700º aniversário da morte do viajante veneziano. Isso não ocorreu por acaso, porque os autores acreditam que há uma conexão entre o Leão de Veneza e o famoso cronista de viagens.<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/127109-4-fatos-surpreendentes-sobre-o-explorador-marco-polo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marco Polo nasceu em Veneza por volta de 1254</a> e foi comerciante, aventureiro e viajante, passando grande parte de sua em viagens pelo mundo, registradas no seu famoso diário Viagens de Marco Polo.Quando o explorador voltou à cidade, depois de passar 17 anos na China, o Leão de Veneza já havia sido erguido na Piazzetta de São Marcos. Mas os pesquisadores suspeitam que a estátua possa ter chegado à Itália, provavelmente em pedaços, trazida por Nicolò e Maffeo, pai e tio de Marco Polo, que passaram um tempo na corte mongol em Pequim, entre 1264 e 1266.<h2>Mais pesquisas sobre o Leão de Veneza</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23173029852290.jpg" alt="O Leão de Ouro é também o prêmio máximo do Festival Internacional de Cinema de Veneza. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O Leão de Ouro é também o prêmio máximo do Festival Internacional de Cinema de Veneza. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Apesar de o novo estudo ter apresentado algumas provas robustas da origem asiática do Leão de Veneza, e até construído um relato convincente da viagem da escultura, conduzia por <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124565-como-veneza-foi-construida-sobre-milhoes-de-estacas-de-madeira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma célebre família de viajantes venezianos</a>, ainda há muito a se pesquisar sobre o famoso monumento."Se a estátua enigmática continuará a esconder alguns de seus segredos, hoje, sob uma nova luz, ela conta um episódio até então desconhecido da grande Rota da Seda, que por milênios uniu os povos da Eurásia oriental ao Mar Adriático" concluem os pesquisadores.

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O famoso Leão de Veneza é, na verdade, "made in China", diz estudo

Descubra a rica herança culinária da antiga Babilônia com as tábuas antigas em exibição no museu de Yale.

O livro de receitas mais antigo do mundo não se parece em nada com os livros que usamos hoje. Ele é, na verdade, um conjunto de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121007-6-segredos-incriveis-descobertos-na-escrita-cuneiforme.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pequenas tábuas de argila escritas em cuneiforme</a>, encontradas na antiga Mesopotâmia — o que hoje corresponde ao Iraque.Essas tábuas, conhecidas como “Yale Culinary Tablets”, têm cerca de 4 mil anos e registram uma variedade de pratos babilônicos, como sopas, ensopados e tortas. Elas estão em exibição no Yale Peabody Museum, nos Estados Unidos, como parte da Yale Babylonian Collection.<h2>O que as tábuas revelam sobre a culinária babilônica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/17/17114831008127.jpg" alt="Coleção de livros de receitas e objetos culinários. (Fonte: Yale Peabody Museum/Reprodução)"><figcaption>Coleção de livros de receitas e objetos culinários. (Fonte: Yale Peabody Museum/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Apesar de seu formato rudimentar, as tabuinhas babilônicas trazem uma riqueza de informações sobre os hábitos alimentares de milênios atrás. Ingredientes como cordeiro, beterraba, cerveja azeda e gorduras animais eram comuns, e sugerem que a sociedade já possuía um sistema culinário bastante avançado.Diferente dos livros de receitas atuais, essas tábuas não detalham o modo de preparo, partindo do princípio de que os cozinheiros da época já sabiam como preparar os pratos listados. Os pesquisadores da Yale Babylonian Collection se aventuraram a recriar algumas dessas receitas.Embora os resultados tenham variado, com alguns pratos sendo praticamente intragáveis, outros, como um ensopado de cordeiro com cerveja, revelaram sabores que ainda são familiares atualmente.Além de oferecer uma janela para o que se comia na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127537-babilonios-escreveram-o-teorema-de-pitagoras-mil-anos-antes-do-matematico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">antiga Babilônia</a>, os artefatos também nos ajudam a entender mais sobre o comércio e a economia da época. A forte presença de pratos à base de grãos e cerveja reflete o papel da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122339-6-fatos-inusitados-a-respeito-dos-sumerios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mesopotâmia</a> como o celeiro do mundo antigo, e a diversidade de ingredientes revela uma sociedade interconectada.<h2>Conexões culturais e gastronômicas com o passado</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/17/17115006367130.jpg" alt="Obra Eternal Cities, de Mohamad Hafez. (Fonte: Mohamad Hafez/Reprodução)"><figcaption>Obra Eternal Cities, de Mohamad Hafez. (Fonte: Mohamad Hafez/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Inspirado por essas tábuas, o artista Mohamad Hafez criou a obra "Eternal Cities", atualmente exposta no Yale Peabody Museum. Nessa escultura, Hafez estabelece um paralelo entre a culinária moderna do Oriente Médio e as receitas babilônicas, destacando como a comida pode servir como uma ponte entre culturas.Para ele, essas tábuas e os antigos livros de receitas são ferramentas valiosas para compartilhar tradições e histórias. Mesmo com as diferenças evidentes, essas receitas antigas ainda oferecem muito a aprender sobre a vida cotidiana e os hábitos alimentares de uma civilização que há muito desapareceu.O livro de receitas mais antigo do mundo é muito mais do que uma simples lista de ingredientes. Ele representa um fragmento vivo da história cultural, econômica e social de uma civilização que moldou o mundo como o conhecemos.Agora, com a exibição, temos a chance de nos conectar com esse passado distante; e quem sabe, até tentar recriar em nossas cozinhas um pouco da culinária babilônica que atravessou milênios para chegar até nós.

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Conheça o livro de receitas mais antigo do mundo e o que ele nos ensina

Um dos corpos encontrados nos sarcófagos de chumbo teve o crânio serrado e permanece desconhecido.

Um mistério que vem intrigando arqueólogos desde que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121295-os-segredos-de-notre-dame-revelados-apos-o-incendio-em-2019.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a icônica Catedral de Notre-Dame queimou em 2019</a> pode ter sido solucionado: a identidade dos corpos enterrados no subsolo do templo, em dois caixões de chumbo, descobertos sob as ruínas do incêndio. Embora sejam ambos muito antigos, estão separados entre si por centenas de anos.Usando equipamentos de proteção individual para se proteger da toxicidade do chumbo, pesquisadores da Universidade de Toulouse abriram com cuidado os dois sarcófagos. Em ambos havia restos mortais de dois homens ricos que tiveram provavelmente problemas de saúde.O trabalho de pesquisa foi facilitado porque o primeiro caixão veio com um epitáfio, onde se lê: “Este é o corpo do Sr. Antoine de La Porte Cônego da Igreja. Falecido em 24 de dezembro de 1710 aos 83 anos. Descanse em paz”.<h2>Identificação do primeiro caixão de chumbo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/20/20171435346128.jpg" alt="Equipe do Hospital Universitário de Toulouse examina o esqueleto desconhecido. (Fonte: Inrap/Divulgação)"><figcaption>Equipe do Hospital Universitário de Toulouse examina o esqueleto desconhecido. (Fonte: Inrap/Divulgação)</figcaption></figure></figure>A equipe de arqueólogos explicou, em entrevista à Live Science, que De la Porte era um cônego, padre que se dedica às funções mais litúrgicas de uma catedral, e, por isso foi sepultado na área central do transepto, que é <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/4-fatos-surpreendentes-a-respeito-da-catedral-de-notre-dame" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a parte transversal de uma igreja em forma de cruz</a>.&nbsp;Nesse local eram enterrados alguns figurões da igreja, como bispos, abades e beneméritos. Durante sua vida, o religioso foi muito influente e rico, e encomendou várias pinturas que estão atualmente no Museu do Louvre, além de financiar o coro da catedral.O objetivo de enterrar pessoas em caixões de chumbo era ajudar a preservar o corpo, método disponível apenas para os ricos da época. No caso de De La Porte, a coisa não funcionou, pois o caixão não estava intacta, e o corpo se deteriorou bastante, deixando só ossos, cabelos e pedaços de tecido. Os ossos mostraram que ele levava um estilo de vida sedentário, e sofria de gota, uma doença inflamatória.<h2>O mistério do segundo caixão</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/20/20165730148121.jpg" alt="Escavação da travessia do transepto, com o caixão"><figcaption>Escavação da travessia do transepto, com o caixão "desconhecido" à esquerda. (Fonte: Inrap/Divulgação)</figcaption></figure></figure>O ocupante do segundo caixão era possivelmente um aristocrata, entre 25 a 40 anos, e que andava a cavalo, segundo a equipe, pela aparência dos seus ossos pélvicos. A estrutura óssea sugere que ele teve uma doença crônica.&nbsp;O esqueleto mostrou sinais de um crânio deformado, possivelmente por usar alguma faixa na cabeça quando bebê. A parte de cima do crânio estava serrada, uma espécie de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/112643-perucas-escondiam-segredos-de-nobres-no-seculo-18.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">distinção dada aos nobres do século 16</a>.Uma análise mais acurada levou a equipe a supor que o corpo possa pertencer ao poeta francês Joachim du Bellay, que viveu de 1522 a 1560, era tuberculoso e morreu provavelmente de uma meningite crônica. A hipótese de que o corpo pertence a du Bellay traz um mistério adicional, pois segundo os registros funerários ele teria sido enterrado em uma capela lateral.

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Solucionado o mistério dos caixões de chumbo da catedral de Notre-Dame

Tumbas reveladas durante as escavações recentes em um zoológico na província de Guangdong abrangem milhares de anos da história da China Antiga. 

O que começou como uma simples construção de um zoológico na província de Guangdong, na China, em 1956, resultou em uma das mais ricas descobertas arqueológicas da região. Durante as obras, foram encontrados túmulos antigos, o que desencadeou uma investigação arqueológica que já dura décadas. Desde então, mais de 500 sepulturas foram desenterradas, abrangendo milhares de anos de história.Este ano, arqueólogos do Instituto Municipal de Patrimônio Cultural e Arqueologia de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123069-as-6-cidades-com-mais-arranha-ceus-no-mundo.htm#:~:text=Guangzhou%2C%20China%20(175%20arranha%2Dc%C3%A9us)&amp;text=Repleta%20de%20pontos%20tur%C3%ADsticos%2C%20monumentos,10%20ultrapassam%20os%20300%20metros." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guangzhou</a> revelaram mais um capítulo dessa história. Cerca de 150 novos túmulos, datados das dinastias Han, Tang, Jin, Ming, Qin e até dos primeiros anos da República Popular da China, foram descobertos. Ao lado dessas sepulturas, cerca de 200 artefatos, que incluem delicados itens de jade e cerâmicas elaboradas, foram recuperados, oferecendo um raro vislumbre dos costumes funerários ao longo dos séculos.<h2>Túmulos ancestrais</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/16/16201007962006.jpeg" alt="Entrada de tumba escavada descoberta no Zoológico de Guangdong, na Província de Guangdong, no sul da China. (Fonte: China News Service/Reprodução)"><figcaption>Entrada de tumba escavada descoberta no Zoológico de Guangdong, na Província de Guangdong, no sul da China. (Fonte: China News Service/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Entre abril e julho deste ano, os arqueólogos trabalharam em uma área de 1.300 m² dentro do zoológico de Guangdong. As descobertas mais antigas datam da Dinastia Han (206 a.C. a 220 d.C.), enquanto as mais recentes pertencem ao período pós-fundação da República Popular da China.&nbsp;O local abriga túmulos de diferentes períodos, incluindo oito da Dinastia Jin e Dinastias do Sul (265 a 589 d.C.), 15 da Dinastia Tang (618 a 907 d.C.), 121 das Dinastias Ming e Qing (1368 a 1911 d.C.) e 48 dos primeiros anos da República Popular. Além das sepulturas, um total de 196 artefatos foram desenterrados, incluindo peças de cerâmica, jade e bronze, que ajudam a ilustrar a vida e as práticas funerárias desses períodos.&nbsp;"A descoberta desses <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/110220-tumulo-japones-em-formato-de-fechadura-e-um-dos-maiores-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">túmulos</a> é de grande importância para o estudo das formas de sepultamento e dos costumes funerários durante o período das Seis Dinastias", disse Cheng Hao, oficial do Instituto Municipal de Patrimônio Cultural de Guangzhou, em comunicado oficial.&nbsp;<h2>Descobertas importantes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/16/16201102037007.jpg" alt="Vista aérea do local mostra distribuição dos túmulos no zoológico. (Fonte: China Central Television/Reprodução)"><figcaption>Vista aérea do local mostra distribuição dos túmulos no zoológico. (Fonte: China Central Television/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Entre os 148 túmulos, dois se destacaram pela sua preservação e complexidade. Um deles, um túmulo da Dinastia Jin Oriental, impressiona por sua extensão e decoração — medindo mais de 9 metros de comprimento. Com exceção de um pequeno buraco deixado por ladrões de sepulturas, a estrutura está praticamente intacta, sendo o maior e mais bem preservado túmulo da Dinastia Jin já encontrado em Guangzhou.Outro túmulo notável é menor e data das Dinastias do Sul, provavelmente destinado a um casal. Apesar de também ter sido saqueado, ele se encontra em ótimo estado de conservação. Os pesquisadores identificaram um padrão de organização nas sepulturas das Dinastias Ming e Qing, onde os túmulos são dispostos com lacunas específicas entre si, sugerindo planejamento cuidadoso.&nbsp;Essa descoberta revela que, além da preocupação com a preservação dos corpos, havia uma atenção particular à disposição e orientação dos túmulos, refletindo as práticas culturais e sociais da época. Agora, os arqueólogos estão focados em analisar mais profundamente essas descobertas para entender as mudanças nos costumes funerários ao longo dos séculos e ampliar o conhecimento sobre a evolução social e cultural da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118396-6-coisas-sobre-a-china-que-voce-talvez-nao-saiba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">China</a> antiga.

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Zoológico chinês escondia quase 150 túmulos, alguns com mais de 1.800 anos

A descoberta do forte mostrou a importância militar desse tipo de edificação e também o dia a dia dos soldados que o ocupavam.

Um antigo forte egípcio, da época do chamado Novo Reino, que durou entre 1550 a.C. a 1070 a.C., foi descoberto recentemente em escavações arqueológicas do distrito de Hosh Issa, no norte daquele país, na região do Delta do Nilo. As ruínas incluem <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124828-arqueologos-encontram-trofeus-de-guerra-macabros-no-egito-antigo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um complexo militar feito de tijolos de barro</a>, com instalações para soldados e salas para armazenamento de armas, alimentos e outras provisões.Segundo o secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito (SCA), Mohamed Ismail Khaled, o forte recém-encontrado "É uma descoberta importante que destaca o papel estratégico de Tell Al-Abqain como um posto militar crucial na estrada militar ocidental, protegendo as fronteiras noroeste do Egito de possíveis invasões de tribos líbias e povos do mar", explicou ao site Ahram Online.Esse forte segue uma linha arquitetônica semelhante a outros já descobertos, que foram cuidadosamente projetados com uma divisão ao meio que separava as duas metades com uma passagem estreita, diz Khaled. Essa característica pioneira à época pode ter sido fundamental para aumentar a capacidade defensiva da estrutura militar.<h2>A importância militar do forte de Hosh Issa</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/16/16111743693090.jpg" alt="x. (Fonte: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades/Divulgação)"><figcaption>Os arqueólogos se surpreenderam com a qualidade da arquitetura dos antigos egípcios. (Fonte: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades/Divulgação)</figcaption></figure></figure>A preocupação defensiva com esses enigmáticos “Povos do Mar”, cuja origem não se conhece muito bem, deve-se a uma onda de invasões que levou ao colapso várias civilizações por volta de 1200 a.C. Por isso, fortes como o descoberto em Hosh Issa formavam um reforço de fortalezas ao longo da costa mediterrânea e do Delta do Nilo.Liderados pelo arqueólogo Said El-Khar, do SCA, os pesquisadores participaram diretamente das escavações, e destacaram que o projeto detalhado e exato dos edifícios descobertos comprova <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124406-como-eram-as-piramides-do-egito-quando-foram-construidas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">as habilidades avançadas de engenharia dos antigos egípcios</a>. &nbsp;<h2>Importância da descoberta do novo forte&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/16/16111508343086.jpg" alt="x. (Fonte: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades/Divulgação)"><figcaption>Vários itens pessoais foram achados no forte. (Fonte: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Esse tipo de descoberta arqueológica oferece, mais do que o contexto histórico, importantes vestígios de como era a vida pessoal e as atividades militares dos ocupantes do forte. Um artefato em especial chamou a atenção de todos: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127181-khopesh-a-espada-que-ajudou-o-egito-a-se-tornar-um-imperio-forte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma espada de bronze gravada com o cartucho do rei Ramsés II</a>, aquele símbolo oblongo com um traço no final, onde se escrevia o nome do faraó.&nbsp;Essa espada acaba por se constituir em um artefato histórico significativo, pois atesta a importância do forte durante o reinado de Ramsés II, pois a presença do cartucho real sugere que ela possa ter sido feita em sua homenagem, ou mesmo ter pertencido a ele.Os outros artefatos encontrados no forte formam uma ampla coleção de itens pessoais, como ferramentas de caça, adornos, objetos religiosos, amuletos protetores, armas e dois blocos de calcário. Um desses blocos traz hieróglifos listando os títulos de Ramsés II, e outro identificava um oficial chamado "Bay".&nbsp;

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Forte militar do tempo do faraó Ramsés II é encontrado no Egito

Estudo feito no dólmen de Menga, monumento pré-histórico na Espanha, mostra como estruturas colossais eram construídas sem a ajuda de tecnologia e conhecimentos matemáticos avançados. 

Quando pensamos em megaestruturas antigas como <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/121285-stonehenge-era-um-calendario-solar-na-antiguidade-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Stonehenge</a> ou as pirâmides, é fácil sentir um certo desconforto. Afinal, como pessoas que viveram antes de desenvolvermos a matemática e a engenharia foram capazes de criar monumentos que não apenas resistem ao tempo, mas superam nossas construções modernas? Um exemplo disso é Menga, um dólmen pré-histórico no sul da Espanha que desafia as noções de tecnologia e conhecimento dos nossos ancestrais.Basta procurar um pouco pela internet para encontrar teorias da conspiração que ligam essas construções a alienígenas — o que está completamente errado. Contudo, um estudo recente sugere que nossos ancestrais eram muito mais inteligentes e habilidosos do que imaginamos.&nbsp;"Nenhum engenheiro hoje seria capaz de construir esse monumento com os recursos disponíveis há 6 mil anos", afirmou Leonardo García Sanjuán, pesquisador da Universidade de Sevilha, em entrevista à Science.<h2>Engenharia na Idade da Pedra</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/05/05185907901348.jpg" alt="Pedras do Dolmen foram posicionadas para se sustentar mutualmente. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Pedras do dólmen foram posicionadas para se sustentar mutualmente. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>O dólmen de Menga, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/quais-sao-as-estruturas-megaliticas-mais-antigas-do-mundo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma gigantesca estrutura de pedra</a>, foi erguido por volta de 4.000 a.C. usando uma técnica engenhosa. Sem o auxílio de materiais modernos, como cimento, os construtores neolíticos criaram uma espécie de "Tetris" de pedras gigantes, pesando até 1.140 toneladas, que se encaixam com alta precisão. "Os blocos foram colocados de forma que se sustentam mutuamente", explica Sanjuán. Esse sistema de apoio mútuo mostra o conhecimento de física e geometria dos construtores daquela época.A pedra usada para erguer Menga foi retirada de pedreiras a cerca de 850 metros do local. O fato das rochas serem frágeis e exigirem cuidado no transporte já indica um entendimento profundo das propriedades físicas dos materiais. Além disso, as pedras foram colocadas em ângulo no solo para maximizar sua resistência, demonstrando o uso estratégico da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118119-o-que-e-a-gravidade-e-qual-sua-importancia-para-nos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gravidade</a> e do atrito.Esse conhecimento sobre as propriedades das rochas, aliado à noção de física elementar, revela que os construtores antigos não dependiam apenas de força bruta. A escolha cuidadosa dos materiais e o uso inteligente dos recursos naturais mostram que eles tinham uma compreensão avançada do ambiente e de como manipulá-lo para atingir seus objetivos.<h2>Ciência, Astronomia e Sustentabilidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/05/05190107527351.jpg" alt="Rocha no topo do monumento pesa mais de 1 mil toneladas. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Rocha no topo do monumento pesa mais de 1 mil toneladas. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Menga também impressiona pela incorporação de geometria e astronomia em seu projeto, visto no uso de ângulos obtusos e retos nas faces das pedras. Embora a matemática e a ciência formalizadas ainda não existissem, essas estruturas são uma prova de que os construtores dominavam conceitos fundamentais que hoje fazem parte das ciências exatas.Outro ponto surpreendente é o sistema de impermeabilização da estrutura. Em vez de materiais modernos, os construtores usaram pequenas pedras e solo para criar uma camada protetora. Sem essa barreira, as rochas porosas teriam sido corroídas pela chuva ao longo dos milênios, comprometendo a estrutura.O ponto alto da engenharia, no entanto, é a pedra angular número 5 — usada no topo da construção —, que pesa impressionantes 150 toneladas. Segundo os pesquisadores, essa pedra convexa é o "primeiro arco de descarga construído por seres humanos".De acordo com os especialistas, a estrutura mostra como esses monumentos representavam não apenas a engenhosidade dos povos antigos, mas também um avanço significativo na ciência humana. "Menga representa um feito monumental de engenharia e um marco no avanço da ciência humana, destinado a durar por milênios", concluíram os pesquisadores.&nbsp;

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Como construtores antigos conseguiam erguer pedras colossais?

Embora boatos relatassem maldições em tumbas de faraós, foi uma série de mortes após a abertura do sarcófago de Tutancâmon que fixou essa ideia no imaginário popular.

Já vimos esse filme antes. Ou vários filmes com o mesmo roteiro: uma equipe de arqueólogos desenterra, nas areias do deserto, a tumba esquecida de algum faraó egípcio. Sem considerar uma inscrição em hieróglifos esculpida na porta da câmara mortuária principal, eles entram e, cúmulo da profanação, abrem de qualquer jeito o sarcófago do antigo imperador.A equipe comemora a descoberta e começa a inventariar os tesouros existentes, até que, do nada, os pesquisadores e demais membros da equipe começam a ter mortes horríveis, um por um. Algumas dessas histórias foram tão divulgadas pelos meios de comunicação, que levaram muitas pessoas a enviar eventuais relíquias egípcias que possuíam para os museus.Curiosamente, muitas das maldições de faraó foram divulgadas antes que o filólogo francês Jean-François Champollion tivesse anunciado, em 1822, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124026-pedra-de-roseta-o-encontro-casual-que-decifrou-os-hieroglifos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a decodificação dos hieróglifos na famosa Pedra de Roseta</a>. Mas ainda se passaram algumas décadas para que os egiptólogos conseguissem traduzir, com segurança, os antigos textos egípcios.<h2>A maldição da tumba do faraó Tutancâmon</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/28/28235223846005.jpg" alt="x. (Fonte da imagem: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O egiptólogo Howard Carter ficou conhecido por descoberta a tumba de Tutancâmon. (Fonte da imagem: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O grande evento que popularizou o mito de maldição do faraó, e o fixou com força no imaginário popular, foi a descoberta em 4 de novembro de 1922, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128865-voce-sabia-que-tutancamon-tinha-pe-torto-e-seus-pais-eram-irmaos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">da tumba de Tutancâmon, o rei menino que governou o Egito por volta de 1341-1323 a.C.&nbsp;</a>até sua morte prematura aos 18 anos.&nbsp;Depois que o arqueólogo britânico Howard Carter cortou a porta da tumba, alguns fenômenos começaram a acontecer: seu canário de estimação foi devorado por uma cobra egípcia; quatro meses depois, o patrocinador da expedição, Conde de Carnarvon, adoeceu e morreu. Duas semanas antes da morte, a revista New York World havia publicado uma carta da romancista Marie Corelli, prometendo um "terrível castigo" para quem abrisse a tumba.Outros eventos se seguiram à morte de Carnarvon: o financista americano George Jay Gould morreu após visitar a tumba; a primeira pessoa a radiografar a múmia, Archibald Douglas-Reid também morreu; o arqueólogo Hugh Evelyn White se enforcou; e um amigo de Howard, Sir Bruce, que recebeu uma mão mumificada de presente, teve sua casa destruída por um incêndio e, após reconstruída, destruída de novo por uma enchente.<h2>A verdade por trás das mortes da equipe que abriu a tumba de Tutancâmon</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/29/29003934104013.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A morte de membros da equipe que abriu a tumba de Tutancâmon foram só coincidências? (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Outros membros da equipe de Carter também teriam sido "vítimas da maldição": príncipe Ali Kamel Fahby Bey, morto a tiros; governador Lee Stack, assassinado; Aaron Ember, morto em um incêndio; Arthur Mace, morreu de pneumonia; e o capitão Richard Bethell, secretário de Carter, morto por asfixia em um clube.&nbsp;Embora todas essas mortes, ocorridas menos de dez anos após a abertura da tumba do faraó, tenham causado um verdadeiro frisson na imprensa da época, investigações mais detalhadas não revelaram qualquer relação entre os eventos, sendo quando muito apenas coincidências.Hoje já se sabe que não há qualquer evidência de que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125108-a-maldicao-dos-faraos-existe-especialista-adoece-apos-abrir-tumba-no-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">as tumbas de faraós importantes tivessem inscrições de maldições ameaçadoras</a>, apesar de algumas sepulturas de pessoas menos importantes exibirem essas ameaças em forma de maldições, porém raras.&nbsp;

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É verdade que os faraós egípcios colocaram "maldições" em suas tumbas?

Cérebros mumificados revelam o surpreendente uso de folha de coca na Europa do século 17.

O uso de cocaína na Europa é geralmente associado ao século 19, quando a droga foi isolada quimicamente das <a href="https://www.megacurioso.com.br/publicidade-e-marketing/40390-tem-coca-ai-na-geladeira-mas-sera-que-tem-cocaina-na-coca-cola-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">folhas de coca</a>. No entanto, uma descoberta recente está desafiando essa linha do tempo. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Milão encontrou evidências surpreendentes em cérebros mumificados de dois indivíduos enterrados em uma cripta do século 17.&nbsp;Essas amostras revelaram a presença de diversos componentes encontrados nas folhas de coca, indicando que a planta, de onde a cocaína é derivada, estava sendo consumida na Europa dois séculos antes do que se acreditava.<h2 style="text-align:justify;">Alcaloides nos cérebros</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/31/31164030242000.jpg" alt="As folhas da coca já eram usadas na Europa bem antes do que se pensava. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Um dos efeitos da folha da coca é "enganar" a fome. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>As folhas de coca têm sido usadas na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126867-humanos-ja-habitavam-a-america-do-sul-ha-25-mil-anos-sugere-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">América do Sul</a> há milhares de anos, tanto para fins medicinais quanto recreativos. Os conquistadores espanhóis, ao chegarem ao continente, logo tomaram conhecimento das propriedades psicoativas da planta.&nbsp;Os espanhóis tentaram inicialmente suprimir o uso da coca, mas acabaram reconhecendo seu valor e a utilizaram para fortalecer seu domínio. Ainda assim, acreditava-se que a planta não havia sido disseminada na Europa até o século 19, quando químicos finalmente conseguiram isolar a cocaína em sua forma pura. A descoberta dos pesquisadores italianos, no entanto, sugere que essa narrativa pode estar incompleta.&nbsp;Os dois cérebros mumificados, preservados em uma cripta ligada ao hospital Ospedale Maggiore&nbsp;— um dos principais hospitais italianos do séc. 17 —, mostram que a cocaína já estava presente na Europa naquela época. Isso porque os tecidos dos cérebros analisados tinham a presença dos principais alcaloides existentes na folha de coca: cocaína, benzoilecgonina (um metabólito da cocaína) e higrina.&nbsp;Embora não haja registros históricos que confirmem o uso de coca no Ospedale Maggiore, a presença de higrina nos cérebros sugere que as folhas foram mastigadas ou usadas para fazer chá pouco antes da morte dos indivíduos. Essa hipótese é considerada a mais provável porque a higrina, presente nas folhas de coca, mas ausente na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128867-griselda-blanco-a-rainha-da-cocaina-que-conspirou-para-matar-filho-de-jfk.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cocaína</a> purificada, indica que os indivíduos consumiram a planta em sua forma natural.É importante ressaltar que a cripta em questão é um verdadeiro tesouro arqueológico, contendo os restos mortais de cerca de 10 mil pessoas, muitas delas pacientes pobres que foram tratados no hospital. Isso levanta uma questão intrigante: como as folhas de coca, uma planta nativa da América do Sul, chegaram às mãos de pessoas comuns na Itália naquela época?<h2 style="text-align:justify;">Mercado espanhol</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/31/31165728239001.jpg" alt="Mascar folha de coca é algo comum em países da América do Sul. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Mascar folha de coca é algo comum em países da América do Sul. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Milão, durante o século 17, estava sob controle espanhol, o que ajuda a explicar como a planta pode ter chegado à cidade. O comércio marítimo entre a América do Sul e a Europa estava em expansão, e as "plantas exóticas" do Novo Mundo, como a coca, certamente despertaram interesse.&nbsp;Os marinheiros espanhóis, por meio de seus contatos com diferentes povos do nosso <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/107034-mais-misterioso-que-atlantis-conheca-lemuria-o-continente-perdido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">continente</a>, especialmente os andinos, aprenderam sobre os diversos usos da folha de coca. Eles sabiam, por exemplo, que a planta era usada principalmente para aliviar a fome e a fadiga.Apesar de a descoberta ser impressionante, ela também levanta mais perguntas do que respostas. Por exemplo, não se sabe ao certo se o uso da coca em Milão era medicinal ou recreativo.&nbsp;É possível que os médicos do Ospedale Maggiore, conhecidos por suas práticas avançadas, tenham adotado o uso da coca para tratar alguns pacientes, já que os sul-americanos usavam tradicionalmente as folhas de coca para diversos fins medicinais, incluindo como <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128397-qual-e-a-diferenca-entre-paracetamol-e-ibuprofeno.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">analgésico</a>.&nbsp;Por outro lado, o&nbsp;fato que as folhas de coca estavam acessíveis até para os mais pobres sugere que seu uso poderia ter sido mais difundido do que se imaginava. Se isso for verdadeiro, é sinal de que a folha de coca tinha muito mais entrada no continente europeu do que os especialistas suspeitavam.&nbsp;Cabe lembrar que nessa mesma cripta do Ospedale Maggiore já foram encontrados vestígios de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121828-vicio-em-opio-tambem-assolou-as-sociedades-ancestrais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ópio</a> e canábis, mostrando que há muito a ser descoberto sobre os procedimentos médicos utilizados no hospital naquela época, bem como quais eram algumas das práticas da sociedade.

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Cocaína era usada na Europa 200 anos antes do que se pensava

O estudo desmente uma crença de que as 'lanças de Clovis' eram arremessadas em mamutes, e propõe que elas eram apoiadas no chão

Os antigos caçadores da Era do Gelo provavelmente <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/mamutes-foram-extintos-pelos-humanos-e-nao-pelo-fim-da-era-do-gelo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">não arremessavam lanças nos mamutes</a>, nem enfrentavam esses bichos e os espetavam cara a cara, como vemos em muitos filmes. Segundo arqueólogos da UC Berkeley, nos EUA, os humanos podem ter apoiado a ponta de suas "lanças de Clovis” contra o chão e inclinado a arma para cima, de forma a empalar animais em ataque.Feitas de sílex ou obsidiana, as pontas desses instrumentos eram de pedra lascada, e tinham uma base entalhada de encaixe em hastes de madeira, para serem usadas como arma de caça. Encontrados em um sítio arqueológico próximo à cidade americana de Clovis, os artefatos podem ter surgido há cerca de 13 mil anos.Segundo o estudo, a estratégia consistia em empurrar essas lanças fincadas, mais profundamente no corpo dos predadores, desferindo um golpe muito mais contundente do que qualquer caçador conseguiria fazer. Algumas dessas pontas de Clovis foram desenterradas dentro de esqueletos de mamute preservados.<h2>Testando a técnica de matar mamutes com lanças fincadas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/29/29234405663097.jpg" alt="O uso das pontas de Clovis foi estudado nesta pesquisa. (Fonte: Scott Byram et al./Divulgação)"><figcaption>O uso das pontas de Clovis foi estudado nesta pesquisa. (Fonte: Scott Byram et al./Divulgação)</figcaption></figure></figure>Para testar suas hipóteses, os autores se basearam em várias fontes escritas e obras de arte. Além disso, realizaram o primeiro estudo experimental de armas de pedra, focando especificamente em técnicas de caça com "pikes", as lanças longas comumente usadas por caçadores pré-históricos.&nbsp;Dessa forma, a equipe construiu uma plataforma de testes, medindo a força que um sistema de lanças é capaz de suportar frente a um ataque simulado de animal, antes que sua ponta quebrasse ou o eixo expandisse. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128929-marfim-de-mamute-de-35-mil-anos-era-usado-como-ferramenta-para-fazer-corda.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A versão rústica de um ataque de mamute</a>, usando uma réplica de lança Clovis reforçada, possibilitou avaliar como diferentes lanças atingiam seus pontos de ruptura.A conclusão foi que a tecnologia desse sistema de caça se baseava nas pontas de Clovis, que eram especialmente projetadas para maximizar os danos após penetrar na carne do animal, assim como uma bala de ponta oca moderna. Esse entendimento sofisticado de design de armas "poderia infligir ferimentos sérios a mastodontes, bisões e tigres dentes-de-sabre", diz um comunicado de imprensa.<h2>O propósito das sofisticadas pontas de Clovis</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/30/30140551033172.jpg" alt="Caça ao urso com lança reforçada no norte da Eurásia."><figcaption>Caça ao urso com lança reforçada no norte da Eurásia. (Fonte: Pavlov Sokolov/Blavatnik Foundation Leningrad/Divulgação)</figcaption></figure></figure>&nbsp;O primeiro autor do estudo, Scott Byram, pesquisador da Instalação de Pesquisa Arqueológica de Berkeley, afirma no comunicado que, desde o seu tempo de pós-gradução, vem refletindo sobre essa tecnologia indígena. Ele tentava entender, principalmente, qual seria o propósito de se investir tanto tempo no processo de entalhe de uma pedra de Clovis.Agora ele percebeu que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126956-ponta-de-flecha-de-3-5-mil-anos-achada-na-suica-foi-feita-de-meteorito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esse tipo de pedra não era como as demais pontas de flechas</a> entalhadas, pois ela tinha um propósito diferente. "Era uma arma mais substancial. E provavelmente também usada defensivamente", reconhece.

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