Estrutura era provavelmente usada em rituais e não tem qualquer relação com o mito.

Um grupo de arqueólogos em Creta, na Grécia, descobriu uma estrutura na região que tem a forma similar a um labirinto. Como a ilha é o palco do popular mito sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/minotauro-toda-a-historia-da-criatura-com-corpo-de-homem-e-cabeca-de-touro-da-mitologia-grega" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o minotauro e o labirinto de Teseu</a>, a novidade foi bastante divulgada ao redor do mundo e até alimentou especulações.As ruínas foram encontradas no topo da colina de Papoura, a uma altitude de 494 metros do nível do mar. O local fica a cerca de 50 quilômetros de Heraklion, maior cidade e capital de Creta.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/15/15124555183000.jpg" alt="A região fica no topo de uma colina, próximo a um futuro aeroporto em Creta."><figcaption>A região fica no topo de uma colina, próximo a um futuro aeroporto em Creta. (Fonte: Ministério da Cultura da Grécia / Divulgação)</figcaption></figure></figure><ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/111875-4-misterios-sobre-a-grecia-antiga-que-ainda-intrigam-os-historiadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">4 mistérios sobre a Grécia Antiga que ainda intrigam os historiadores</a></li></ul>Ela foi achada por funcionários que construíam um equipamento de radar para o futuro aeroporto da cidade vizinha de Kastelli. Como o local agora abriga uma construção histórica que ainda precisa de estudo e deve ser preservada, os radares serão instalados em outro ponto próximo.<h2>Para que servia o "mini labirinto" de Creta?</h2>A construção encontrada em Creta é formada por duas estruturas. Uma delas é circular e tem 48 metros de diâmetro. Ela é dividida em quatro quadrantes e parece ser o ambiente principal, que abrigava quem frequentava o local.<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/112660-conheca-o-mito-de-europa-a-rainha-de-creta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conheça o mito de Europa, a rainha de Creta</a></li></ul>Já a segunda estrutura é o pequeno labirinto em si. Ele é composto de oito paredes principais com espessura de 1,4 metro, derivadas da estrutura circular, além de uma série de ramificações mais finas, formando os caminhos e aberturas com altura estimada em 1,8 metro.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/15/15124638599001.jpg" alt="Autoridades já visitaram o local, que ainda não foi aberto para turistas."><figcaption>Autoridades já visitaram o local, que ainda não foi aberto para turistas. (Fonte: Ministério da Cultura da Grécia / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Os arqueólogos acharam ossos de animais e fragmentos de vasos e outros recipientes. Por isso, a conclusão é de que a construção era usada como sede de rituais e festas envolvendo vinho, comida e outras cerimônias, sem ser a habitação fixa de alguém.&nbsp;Pelo estilo dos objetos, é provável que o local foi construído ente 2000 a.C. e 1700 a.C., entre o período que é considerado o auge desse civilização. Recentemente, o litoral de Creta também foi palco de outra grande descoberta arqueológica <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/cemiterio-de-navios-antigos-e-encontrado-no-litoral-da-grecia-por-arqueologos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">envolvendo um cemitério de navios mercantes</a>.<h2>Teseu e o Minotauro</h2>Pelo tamanho reduzido e os itens encontrados nas escavações, quem esperava que o local fosse um labirinto para abrigar uma criatura mitológica, assim como o mito de Teseu e o Minotauro, vai se desapontar.No famoso mito, o herói Teseu aventura-se no labirinto do palácio de Creta e mata a temida fera de corpo humano e cabeça de touro. Filho do governante de Atenas, o mesmo Egeu&nbsp;que posteriormente batizou o mar da região, Teseu acabou com o ritual em que jovens eram sacrificados à criatura.&nbsp;<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/110411-10-fatos-que-voce-ainda-nao-sabe-sobre-a-mitologia-grega.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">10 fatos que você ainda não sabe sobre a mitologia grega</a></li></ul>Segundo o mito, Teseu conseguiu vencer o rival porque recebeu ajuda de Ariadne, filha do rei Minos. Foi ela que contou tudo sobre o labirinto ao herói, além emprestar a ele um fio para ajudar na localização em meio aos corredores.

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Arqueólogos encontram "minilabirinto" em Creta, ilha grega do Minotauro

Documento que fazia parte de acervo já catalogado traz trecho de famoso texto apócrifo.

Um grupo de cientistas da Universidade de Humboldt, na Alemanha, descobriu que um papiro antes tido como cotidiano, na verdade, é um documento de alta importância histórica. Ao que parece, ele é um dos documentos mais antigos sobre um suposto acontecimento na infância de Jesus Cristo.O fragmento de texto faz parte da Hamburg Carl von Ossietzky State and University Library. Mais análises ainda são necessárias, mas a hipótese dos pesquisadores é de que o pedaço de papiro seja a versão mais antiga já encontrada de um texto apócrifo que faz parte do Evangelho de Pseudo-Tomé.<h2>O que é o Evangelho de Pseudo-Tomé</h2>O Evangelho de Pseudo-Tomé, que tem esse nome por ser atribuído a um Tomé que não é o discípulo de Jesus, foi considerado um <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128288-por-que-alguns-livros-sagrados-foram-deixados-de-fora-da-biblia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">texto apócrifo pela Igreja</a>. Ele não foi incluído na atual versão da Bíblia Sagrada, em especial por narrar histórias sobre um período pouco detalhado da vida de Cristo — cuja existência como figura histórica <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/103646-polemica-cada-vez-mais-estudiosos-rejeitam-a-existencia-de-jesus-cristo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ainda é debatida entre especialistas</a>.O texto original foi possivelmente escrito no século II, mas suas edições mais antigas até agora datavam do século XI. O papiro achado na Alemanha, porém, é um provável sobrevivente dos séculos IV ou V, o que tornaria ela a cópia mais antiga desse evangelho.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12215349581002.jpg" alt="O papiro em análise pelos pesquisadores. (Fonte da imagem: Humboldt-Universität)"><figcaption>O papiro em análise pelos pesquisadores. (Fonte: Humboldt-Universität)</figcaption></figure></figure>O fragmento de papiro em questão está escrito em grego antigo e mede 11 x 5 centímetros. Ele provavelmente foi escrito na região do Egito e, por muitos anos, acreditava-se que o seu conteúdo era algo como uma lista de compras ou uma carta privada.<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/quando-jesus-realmente-nasceu-nao-foi-em-25-de-dezembro-dizem-estudos-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Quando Jesus realmente nasceu? Não foi em 25 de dezembro, dizem estudos</a></li></ul>Um dos tradutores, porém, notou a presença da palavra "Jesus" em meio ao conteúdo e se dedicou a ler o resto do fragmento. Só então os pesquisadores confirmaram que essa é uma cópia do Evangelho de Pseudo-Tomé, que pela estrutura seja talvez o resultado de um exercício de escrita do idioma em um monastério.<h2>A misteriosa infância de Jesus Cristo</h2>O fato registrado pelo papiro é um episódio que teria ocorrido na infância de Jesus chamado de "vivificação dos pardais". Ele é o segundo milagre atribuído a ele, ao menos segundo o que é descrito no evangelho apócrifo.A história narrada envolve Jesus aos cinco anos, brincando de moldar doze pardais a partir de um monte de argila. O jovem é então repreendido pelo pai, José, por estar fazendo aquilo em um sábado — dia da semana sagrado para o povo judeu.<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/116192-textos-que-nao-foram-incluidos-na-biblia-falam-de-magos-e-demonios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Textos que não foram incluídos na Bíblia falam de magos e demônios</a></li></ul>Jesus então teria batido palmas, o que fez com que as figuras de barro ganhassem vida. Mais detalhes sobre a análise do papiro e o seu conteúdo devem ser publicadas em breve na forma de um artigo acadêmico.

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Papiro antigo recém-encontrado traz novidades sobre a infância de Jesus

Pesquisadores ainda não sabem ao certo qual a razão de ter tantos restos mortais de uma mesma espécie em um mesmo local, mas há algumas hipóteses.

O ano era 1972 quando o fazendeiro Robert B. Jones Jr. encontrou pontas de lança e inúmeros ossos enquanto preparava um campo para irrigação. A descoberta chamou a atenção dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/arqueologos-descobrem-tumbas-de-800-anos-na-china" rel="noopener noreferrer" target="_blank">arqueólogos</a>, que realizaram&nbsp;uma das maiores escavações da década de 1970, revelando 41 mil ossos de bisões, agora guardados no Museu de Natureza e Ciência de Denver (DMNS, na sigla em inglês).A descoberta no sítio Jones-Miller, localizado nas planícies do leste do Colorado, revelou uma história fascinante sobre os caçadores paleoíndios que viveram há cerca de 10,8 mil anos, no final da última era glacial.&nbsp;Com a ajuda de técnicas meticulosas e muita paciência, a equipe de pesquisadores conseguiu desenterrar não só os ossos, mas também ferramentas de pedra e amostras de solo que oferecem uma visão rara da vida pré-histórica nas Grandes Planícies.<h2 style="text-align:justify;">Grande trabalho</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/06/06131908232124.jpg" alt="Mega operação foi criada para dar conta das escavações. (Fonte: Denver Museum of Nature &amp; Science/ Divulgação)"><figcaption>Mega operação foi criada para dar conta das escavações. (Fonte: Denver Museum of Nature &amp; Science / Divulgação)</figcaption></figure></figure>As escavações foram meticulosas e sistemáticas. Em uma área de 6 mil metros quadrados, dividida em pequenas grades (de 2 por 2 metros), arqueólogos trabalhavam com espátulas e escovas sob o calor intenso do verão. Sem drones, usaram tubos e polias para suspender câmeras e documentar o progresso. O resultado foi um valioso tesouro arqueológico, cuidadosamente catalogado e preservado.Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124866-cientistas-querem-clonar-bisao-extinto-encontrado-no-permafrost.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ossos de bisão</a>, que dominavam o local, não eram apenas restos de animais comuns. Eles pertenciam ao Bison antiquus, uma espécie 25% maior que os bisões modernos, com chifres imponentes e uma altura que chegava a 2,20 metros (sim, é isso mesmo!).&nbsp;A caça a esses gigantes não era tarefa fácil. Os paleoíndios desenvolveram estratégias sofisticadas para conduzir os rebanhos para áreas confinadas, onde podiam ser abatidos mais facilmente. Usavam galhos e arbustos para direcionar os animais e, uma vez encurralados, utilizavam lanças com pontas chamadas Hell Gap, uma tecnologia de ponta para a época.Os arqueólogos descobriram que os bisões eram abatidos em massa na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125170-a-cidade-italiana-que-celebra-o-inicio-da-primavera-com-cobras-vivas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">primavera</a> e no outono. Isso foi determinado pelo estudo dos dentes dos bezerros, que, como nos humanos, revelam a idade e a estação em que foram mortos. Essas análises oferecem uma visão única dos padrões de caça e da sazonalidade das atividades dos antigos caçadores.<h2 style="text-align:justify;">Por que tantas mortes?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/06/06132053342126.jpeg" alt="Ossos presentes no departamento de antropologia do Denver Museum. (Fonte: Denver Museum of Nature &amp; Science, X/ Divulgação)"><figcaption>Ossos presentes no departamento de antropologia do Denver Museum. (Fonte: Denver Museum of Nature &amp; Science, X / Divulgação)</figcaption></figure></figure>A resposta pode estar na abundância de recursos. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127296-cacadores-capturam-o-maior-jacare-ja-registrado-no-mississippi.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Os caçadores</a>&nbsp;tinham mais carne do que podiam consumir e, possivelmente, deixaram parte dela para lobos e coiotes, como indicam as marcas de dentes nos ossos. Isso sugere uma relação complexa e interdependente entre humanos e animais, uma dança de sobrevivência e coexistência no fim da era glacial.Além disso, a distribuição espacial dos restos de bisão no sítio revela como diferentes partes dos animais eram dispostas em pilhas separadas (como pernas, costelas, etc.), o que sugere práticas distintas de processamento e utilização das carcaças pelos caçadores.Outra possibilidade para a existência de tantos ossos no mesmo local seria a de uma possível acumulação ao longo do tempo, devido a caças frequentes ou como um local de descarte — uma espécie de "matadouro" —, usado repetidamente por grupos humanos ao longo de muitos anos. A presença de ferramentas de pedra e outros artefatos na mesma área também indica atividade humana corriqueira ali.&nbsp;Após décadas de estudo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128718-sitio-arqueologico-no-maranhao-revela-ossos-da-pre-historia-brasileira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os ossos e artefatos</a> do sítio Jones-Miller foram transferidos para o DMNS em 2018, onde continuam a ser uma fonte valiosa de pesquisa. Com o apoio de uma bolsa Save America's Treasures ("Salve os Tesouros da América", em tradução livre), a equipe do museu está catalogando e realocando essa impressionante coleção.

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41 mil ossos de bisão: mistérios de um massacre pré-histórico

Segundo estudo divulgado por pesquisadores ingleses, mudanças climáticas fizeram com que o Nilo passasse de um rio estreito ao que conhecemos atualmente.

Muito se fala atualmente sobre os impactos das mudanças climáticas em várias partes do mundo, especialmente nas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/derretimento-das-geleiras-esta-desacelerando-a-rotacao-da-terra" rel="noopener noreferrer" target="_blank">geleiras</a> e nos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/rio-perdido-pode-explicar-como-as-piramides-foram-construidas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rios</a>. Porém, o que muitos não sabem é que isso não se trata de algo exclusivamente recente, já que tal fenômeno também pode ser observado no passado.Um caso que vem ganhando espaço em algumas discussões nos últimos meses é o do rio Nilo. Afinal, um estudo divulgado por pesquisadores da Universidade de Southampton, na Inglaterra, mostra que ele se beneficiou de algumas mudanças no clima do nosso planeta.<h2>O que realmente aconteceu?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/09/09225226894002.jpg" alt="Nilo evoluiu de um rio estreito para um dos principais elementos na prosperidade do povo egípcio. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Nilo evoluiu de um rio estreito para um dos principais elementos na prosperidade do povo egípcio. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Segundo um estudo publicado na Nature Geoscience, o rio Nilo passou por algumas mudanças de comportamento durante o período Holoceno. Essa é uma época geológica mais recente da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/qual-e-o-real-peso-da-terra" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Terra</a>, que compreende os últimos 11,5 mil anos.Para perceber as mudanças que afetaram o rio, os pesquisadores fizeram 81 furos ao longo do Vale do Nilo próximo a Luxor, muitos deles de maneira manual. Com isso, puderam avaliar o que aconteceu na região no passado, chegando à conclusão de que, há quatro mil anos e de forma repentina, o local passou por uma mudança gigantesca de comportamento."Sítios do Patrimônio Mundial da UNESCO, como os templos de Karnak e Luxor, [estão] localizados a leste do atual Nilo e os templos e necrópoles do culto real, [estão] na margem ocidental do deserto – lugares que estavam física e mitologicamente conectados à paisagem fluvial", relata o estudo."Além disso, é possível que as mudanças ambientais também tenham impactado a agro-economia regional, que foi de importância crítica para o sucesso do antigo estado egípcio", continua o texto.<h2>Evoluindo para prosperar</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/09/09225333814003.jpg" alt="Evolução do Nilo só aconteceu por conta das mudanças climáticas. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Evolução do Nilo só aconteceu por conta das mudanças climáticas. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O fato é que, nesse processo, o Nilo acabou evoluindo. Ao que tudo indica, ele era um rio bem estreito no passado, mas o acúmulo de sedimentos no fundo do Vale do Nilo ajudou na construção do leito do rio e, consequentemente, melhorou bastante o solo."A expansão da planície de inundação teria ampliado enormemente a área de terras aráveis no Vale do Nilo, perto de Luxor (antiga Tebas), e melhorado a fertilidade do solo ao depositar regularmente sedimentos férteis", relata Benjamin Pennington, coautor do artigo.Dessa forma, essas mudanças foram as responsáveis pelo rio que vemos atualmente. Aliás, vale notar que ele não teria essas mesmas dimensões caso observado por alguém dois mil anos atrás, indicando que ele ainda passou por mais mudanças no primeiro milênio.

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Como as mudanças climáticas foram responsáveis pelo sucesso do Antigo Egito?

Artefato pré-histórico foi encontrado em caverna na Alemanha e é considerado bastante detalhado para a época

Algumas das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123829-as-6-pinturas-rupestres-mais-antigas-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pinturas rupestres mais antigas</a> já encontradas datam de cerca de 40 mil anos atrás. Só que essa não era a única forma de arte da pré-história: o Homo sapiens da época também fazia esculturas que retratavam o que ele via no cotidiano.Um desses artefatos preservados é o Cavalo Selvagem de Vogelherd, que é considerada a escultura mais antiga que representa um cavalo feita por um ser humano. Ele tem entre 35 mil e 40 mil anos, com características artísticas que impressionam até hoje.<h2>O Cavalo Selvagem de Vogelherd</h2>A peça que representa um cavalo foi criada a partir do marfim de um mamute e tem 2,5 cm de altura, além de 4,8 cm de comprimento e 0,7 cm de espessura.&nbsp;As medidas só tornam o resultado ainda mais impressionante, dado o nível de detalhamento do animal e o período da Pré-História em que ele foi confeccionado.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/06/06093421518020.jpg" alt="O cavalo de Vogelherd está desgastado, mas ainda registra traços da sua criação. (Fonte da imagem: History of Information)"><figcaption>O cavalo de Vogelherd está desgastado, mas ainda registra traços da sua criação. (Fonte: History of Information)</figcaption></figure></figure>Análises feitas no objeto indicam que ele tinha uma representação fiel de olhos, boca e crina. Além disso, a musculatura do animal parece retratada com fidelidade, incluindo o pescoço arqueado e a posição de alerta.&nbsp;Essa posição pode significar tanto que o animal está pronto para um coice ou então em busca de impressionar uma fêmea. O animal não era domesticado, já que isso <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121998-quando-os-humanos-domesticaram-os-cavalos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">só aconteceu com a espécie milhares de anos depois</a>.<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/5-artefatos-da-antiguidade-envoltos-por-misterios-ate-hoje" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 artefatos da antiguidade envoltos por mistérios até hoje</a></li></ul>Essa escultura, porém, não está intacta. Apenas a cabeça do animal é considerada totalmente preservada, com o corpo apresentando danos parciais e as pernas completamente destruídas abaixo da altura do joelho, possivelmente quebradas ou pela ação do tempo.Essa e outras peças feitas manualmente foram achadas em uma caverna na região dos Alpes Suábios, uma cadeia de montanhas que fica no sudoeste da Alemanha. A expedição que encontrou a figura foi realizada em 1930 e resultou também na coleta de outras esculturas parecidas.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/06/06093543964022.jpg" alt="Outras peças achadas na escavação e representando mais animais. (Fonte da imagem: Universität Tübingen)"><figcaption>Outras peças achadas na escavação e representando mais animais. (Fonte: Universität Tübingen)</figcaption></figure></figure>Outros animais foram confeccionados a partir do marfim, como um mamute, além de peças decorativas e lâminas do mesmo material.&nbsp;Elas datam do período conhecido como Aurignaciano, uma era do Paleolítico Superior marcada por certos hábitos de povos da Europa e do sudoeste da Ásia. É provável que a caverna onde os itens foram descobertos fosse um local de reunião de um pequeno grupo.<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118214-escultura-de-madeira-e-2-vezes-mais-velha-que-as-piramides-do-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Escultura de madeira é 2 vezes mais velha que as pirâmides do Egito</a></li></ul>Atualmente, a escultura está em exposição no museu Schloss Hohentübingen, que fica na cidade alemã de Tübingen.

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A mais antiga escultura de cavalo já descoberta tem 35 mil anos

Os artefatos provavelmente eram da nobreza do antigo império, que governou a região entre os séculos V a.C. e IV d.C.

Arqueólogos encontraram diversos artefatos em<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119955-6-tumulos-de-figuras-famosas-que-nunca-foram-encontrados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;túmulos</a> milenares localizados na cidade de Turquistão, que fica na região sul do Cazaquistão, provavelmente associados ao antigo reino de Kangju. Entre os itens descobertos, há joias de ouro e outros objetos de 2 mil anos.Conforme revelou o governo do país asiático, as relíquias estavam em um conjunto composto por três túmulos, dos quais dois já haviam sido saqueados. No entanto, a terceira sepultura guardava uma coleção de itens de grande valor financeiro e histórico, produzidos entre os séculos I a.C. e I d.C.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05184533548002.jpeg" alt="Espelho de bronze da época do reino Kangju. (Fonte: Governo do Cazaquistão/Divulgação)"><figcaption>Espelho de bronze da época do reino Kangju. (Fonte: Governo do Cazaquistão / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Um dos destaques é um grande espelho de bronze com desenho em arco de oito lados, no verso, e um furo no centro. Essas características sugerem que ele possivelmente tenha sido fabricado na China, durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/6-fatos-fascinantes-sobre-a-dinastia-han" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dinastia Han</a>, que durou de 206 a.C. a 220 d.C., de acordo com o relatório dos especialistas, divulgado no final de maio.A presença dele em meio aos artefatos, naquela região, pode ser um indício da existência de ligações comerciais e relações diplomáticas entre Kangju e outros impérios do mundo antigo, segundo os autores da descoberta. Vale destacar que algumas cidades do estado faziam parte da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122654-alaqai-beki-a-rainha-mongol-que-governou-a-rota-da-seda.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rota da Seda</a>, ligando a Europa ao Oriente.<h2>Outras relíquias valiosas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05184617789003.jpeg" alt="Brincos de ouro cheios de ornamentos. (Fonte: Governo do Cazaquistão/Divulgação)"><figcaption>Brincos de ouro cheios de ornamentos. (Fonte: Governo do Cazaquistão / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Além do espelho de bronze, que na época era utilizado apenas por mulheres ricas e influentes, a expedição aos túmulos nas proximidades de Turquistão descobriu mais itens altamente valorizados, como um broche de estilo romano, um sapato e uma fivela de cinto. Entre as relíquias achadas, também havia dois brincos de ouro.Estima-se que esses brincos extremamente ornamentados sejam do século I a.C. Em formato de meia-lua, eles foram produzidos a partir de uma liga de ouro policromático e enfeitados com <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121170-descubra-como-essas-6-pedras-preciosas-se-formam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rubis</a> e turquesa, além de apresentarem decorações na parte inferior desenvolvidas para refletir a luz solar.Havia mais itens nas sepulturas, como um jarro de cerâmica e uma ponta de flecha que era utilizada para caçar pássaros, segundo os arqueólogos. Agora, todos os objetos deverão ser expostos no Museu Nacional da República do Cazaquistão, na cidade de Astana.<h2>Como Kangju era formado?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/06/06100505193027.jpg" alt="Território de Kangju na antiguidade. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Território de Kangju na antiguidade. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Antigo reino da Ásia Central, o estado de Kangju era formado por diferentes povos, de acordo com o arqueólogo da Universidade Ozbekali Zhanibekov, Aleksandr Podushkin. A federação pouco conhecida, que também incluía os nômades de Sármatas, Saki e Xiongnu, durou até por volta do século IV.China Antiga, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122527-conheca-as-esquisitices-da-vida-cotidiana-dos-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Roma Antiga</a> e o Império Kushan eram alguns dos prováveis parceiros comerciais do reino no&nbsp;estado da Transoxiana, região que ocupava áreas dos atuais Cazaquistão, Uzbequistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Quirguistão.

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Joias de 2 mil anos do reino Kangju são achadas em túmulos no Cazaquistão

Itens achados em escombros incluem peça de xadrez e até um dado em bom estado de preservação.

Um grupo de arqueólogos encontrou fragmentos de uma coleção de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121933-5-dos-mais-antigos-jogos-de-tabuleiro-da-humanidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">jogos de tabuleiro</a> datados do período medieval na Alemanha. Com quase 1 mil anos, os itens foram descobertos em um castelo no sul do país e passam atualmente por uma análise antes de serem apresentados ao público.As peças incluem uma unidade do cavalo do xadrez e um dado convencional de seis lados para uso em uma atividade ainda desconhecida. Além disso, há quatro versões de uma espécie de disco em forma de flor, provavelmente componente de algum outro jogo.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125415-5-provas-que-a-vida-na-idade-media-nao-era-muito-facil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 provas que a vida na Idade Média não era muito fácil</a></li></ul>Todos estão em um estado considerado ótimo de preservação e foram encontrados debaixo de escombros de uma parede, em uma construção na região de Baden-Württemberg. As escavações aconteceram há dois anos, mas só agora os primeiros resultados foram divulgados.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/06/06090639325006.jpg" alt="O disco em forma de flor, com traços de uma tinta na cor vermelha. (Fonte da imagem: University of Tübingen)"><figcaption>O disco em forma de flor, com traços de uma tinta na cor vermelha. (Fonte: University of Tübingen)</figcaption></figure></figure>O que mais impressiona nas peças encontradas é o visual praticamente intacto, o que provavelmente só aconteceu porque elas ficaram protegidas da ação do tempo pelos escombros. Ainda não há uma certeza do período das peças, mas a estimativa é de que elas foram confeccionadas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128202-idade-das-trevas-afinal-a-idade-media-foi-realmente-tao-sombria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">entre os séculos XI e XII</a>.<h2>Jogos de tabuleiro na Idade Média</h2>Segundo os pesquisadores, jogos de tabuleiro são muito raros de se encontrar em sítios arqueológicos anteriores ao século XIII, ao menos na Europa Central. Uma coleção variada é algo ainda mais impressionante, comprovando que a pessoa em questão era de fato admiradora desse passatempo.Ainda assim, a presença deles em um castelo não é tido como uma surpresa. De acordo com Jonathan Scheschkewitz, um dos arqueólogos que lidera a análise dos objetos, uma das sete habilidades que&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/41885-6-dos-cavaleiros-mais-celebres-da-era-medieval.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um bom cavaleiro</a>&nbsp;deveria dominar na Idade Média era o xadrez. Até por isso, era comum que ao menos esse jogo fosse encontrado em residências de prestígio.<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119125-os-5-jogos-de-xadrez-mais-antigos-ja-encontrados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Os 5 jogos de xadrez mais antigos já encontrados</a></li></ul>No caso da peça de xadrez, esculpida manualmente e com 4 cm de altura, há até detalhes de olhos e da crina do cavalo. Sinais de desgaste no topo indicam que ele era usado sendo levantado e movido exatamente da forma que é hoje, o que indica "uma surpreendente continuidade" de hábitos e regras do jogo.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/06/06090807970007.jpg" alt="O cavalo e o dado encontrados em um castelo na Alemanha. (Fonte da imagem: University of Tübingen)"><figcaption>O cavalo e o dado encontrados em um castelo na Alemanha. (Fonte: University of Tübingen)</figcaption></figure></figure>Já as peças em forma de flor possuem traços de uma tinta avermelhada, indicando que essa era provavelmente a cor de um dos jogadores.A pesquisa é uma colaboração da University of Tübingen, na Alemanha, com o Instituto de Arqueologia da Alemanha e o órgão público de preservação da região, que pretende abrir uma exposição ainda em 2024.

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Jogos de tabuleiro de 1 mil anos são descobertas em castelo alemão

A origem dos gatos é bem mais antiga do que você provavelmente imagina.

Os gatos estão entre os animais mais adorados por nós, humanos. Independentes e elegantes, eles costumam compartilhar a casa conosco e podem ser muito afetuosos (do jeito deles, claro). Mas quando será que esse amor recíproco surgiu?Historicamente, há vestígios de gatos domésticos de cerca de 8 mil anos encontrados na Sérvia e na Polônia. Ou seja, esses bichos nos fazem companhia há milhares de anos, e foram muito valorizados em certos lugares do mundo, como no Egito.<h2>A (nova) origem dos gatos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/30/30190649612008.jpeg" alt="(Fonte: Wikipedia/ Reprodução)"><figcaption>Hoje se acredita que os bichanos podem ter chegado na Europa por meio da Península Balcânica. (Fonte: Wikipedia/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Até pouco tempo, pensava-se que os gatos tivessem chegado na Europa por volta dos séculos III a VII d.C. Ocorre que hoje se tem conhecimento de que um fluxo anterior desses bichos pode ter ocorrido da Ásia Menor até os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127671-5-coisas-que-sao-muito-mais-antigas-do-que-voce-imagina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Bálcãs</a>, área geográfica localizada no sudeste da Europa.Em um estudo publicado na revista Antiquity com outros autores, Magdalena Krajcarz, arqueozoóloga da Universidade Nicolau Copérnico em Torun, Polônia, documentou ter encontrado o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120261-por-que-sentimos-choque-quando-batemos-o-cotovelo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">úmero</a> de um gato — um osso longo da perna — encravado em uma camada de sedimentos com vasos de cerâmica. Isso os levou a concluir que, quando os migrantes chegaram à Polônia e começaram a converter florestas em pastos abertos e campos agrícolas, eles estavam acompanhados de roedores e gatos selvagens — os ancestrais do gato doméstico.O gato selvagem do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128608-6-civilizacoes-antigas-que-cairam-no-esquecimento.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Oriente Próximo</a> (nome científico: Felis silvestris lybica) foi então considerado o ancestral comum de todos os gatos domesticados. Seus exemplares passaram a ser adestrados pela primeira vez no Crescente Fértil cerca de 10 mil anos atrás.Pelo que se sabe, os bichos vieram atraídos pelos roedores que se aproveitavam das primeiras colheitas. Ou seja, foram os gatos que vieram para perto de nós, e não nós que os procuramos. Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/45541-sabia-que-o-surgimento-da-agricultura-quase-causou-o-colapso-da-humanidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">primeiros agricultores</a> resolveram então acolher os bichanos, pois eles eram eficientes para controlar as pragas.<h2>As múmias de gatos no Egito</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/30/30191101318010.jpeg" alt="(Fonte: Wikipedia/ Reprodução)"><figcaption>Foi encontrado no Egito um mausoléu com 300 mil múmias de gatos. (Fonte: Wikipedia / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Mas há também outra história que aconteceu paralelamente. Mais exatamente, no Egito, há cerca de 3.500 anos, houve uma domesticação de gatos. Lá, os bichanos eram muito valorizados – basta lembrar que <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122871-os-6-mais-importantes-deuses-do-egito-antigo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Bastet</a>, a deusa egípcia do amor, tinha cabeça de gato.&nbsp;Em Beni-Hassan, foi encontrado até uma necrópole que abrigava mais de 300 mil múmias de gatos. Mas a evidência arqueológica mais antiga da domesticação de gatos é uma sepultura de 9.500 anos, descoberta no Chipre em 2004 e que continha um humano da era paleolítica enterrado com seu animal de estimação felino.Sabe-se que essas duas origens dos gatos – uma no <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127421-quem-foram-os-primeiros-fazendeiros-no-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Crescente Fértil</a> e outra no Egito – contribuíram para o surgimento do felino domesticado comum que conhecemos hoje. O gato dócil que temos nasceu da mistura dessas duas linhagens, que deu origem a um companheiro fiel aos humanos.Estes gatos ancestrais eram semelhantes aos gatos selvagens, mas eram bem menos solitários do que eles. Os gatos começaram a se espalhar no Mediterrâneo e viajaram com gregos e romanos, até chegar na Ibéria pré-romana por volta de 400 a.C. Sem dúvida, foi um caso de amor entre humanos e felinos que só cresceu desde então.

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De onde vieram os gatos e como entraram em contato com os humanos?

Saindo da África, humanos antigos fizeram uma enorme — e difícil — travessia até chegar no solo que hoje conhecemos como Austrália.

Como os primeiros seres humanos chegaram na Austrália? A resposta a essa pergunta nos leva a uma fascinante jornada pelo tempo, geografia e resiliência humana. Há pelo menos 65 mil anos, os primeiros aventureiros se lançaram ao desconhecido, cruzando mares e continentes até chegarem à vasta terra australiana.&nbsp;Esses pioneiros vieram do que hoje conhecemos como <a href="https://www.megacurioso.com.br/produto/128700-vacina-contra-malaria-comeca-a-ser-aplicada-em-populacao-africana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">África</a>, atravessando a Eurásia e, eventualmente, seguindo para o sudeste asiático antes de fazer a travessia final para a Austrália e Nova Guiné.<h2 style="text-align:justify;">Linhagem africana</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/31/31105919067083.jpg" alt="Da África para o mundo. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Homo sapiens: da África para o mundo. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Durante décadas, os cientistas debateram como essa incrível jornada foi possível. Dois modelos principais foram propostos: o “Fora de África” e o “Multirregional”. O primeiro sugeria que uma única linhagem de Homo sapiens saiu da África e <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128033-dia-da-consciencia-negra-10-palavras-africanas-que-usamos-no-dia-a-dia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">colonizou o mundo</a>. Já o segundo defendia que múltiplas linhagens de humanos modernos evoluíram simultaneamente em diferentes regiões.&nbsp;Com o avanço das pesquisas em DNA e a descoberta de novos fósseis,&nbsp;o consenso atual inclina-se para o modelo de “Origem Africana Recente”, mas reconhece a influência do cruzamento com populações arcaicas locais, como os Neandertais e os Denisovanos.Os primeiros humanos modernos chegaram ao sudeste asiático há cerca de 70 mil anos, coexistindo por um tempo com o&nbsp;Homo erectus, que já habitava a região há mais de 1,5 milhão de anos. Evidências indicam que esses primeiros&nbsp;Homo sapiens cruzaram-se com os Denisovanos, uma espécie que habitava a Ásia e deixou sua marca genética nos povos melanésios e aborígenes australianos atuais.<h2 style="text-align:justify;">Grande travessia</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/31/31110051753084.jpg" alt="Austrália e Nova Guiné eram antigamente interligadas. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Austrália e Nova Guiné já foram interligadas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Durante a maior parte de sua história, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128210-por-que-cangurus-tem-o-costume-de-afogar-cachorros-na-australia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Austrália</a> esteve conectada à Nova Guiné, formando um supercontinente chamado Sahul. A separação definitiva ocorreu há cerca de 8 mil anos, quando o nível do mar subiu.&nbsp;Para chegar a Sahul, os primeiros humanos precisaram navegar por grandes extensões de água, um feito notável para a época.&nbsp;As evidências genéticas sugerem que os povos indígenas da Austrália e da Nova Guiné têm uma ascendência comum, reforçando a teoria de uma migração única e bem-sucedida.A rota mais provável para essa migração, segundo estudos recentes, começava em Bornéu, passava por Sulawesi (ilha da Indonésia) e outras ilhas menores até chegar à Papua Ocidental. De lá, os migrantes podiam caminhar através do que hoje é o Cabo York até o resto da Austrália.&nbsp;Essa rota tinha a vantagem de oferecer visibilidade de costa a costa e exigia menos recursos e energia, tornando a travessia mais viável. Essa teoria é corroborada por evidências arqueológicas em locais como o abrigo rochoso de Madjedbebe, no Território do Norte, onde foram encontrados artefatos datados de 65 mil anos.<h2 style="text-align:justify;">Conquista marítima</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/31/31110712439094.jpg" alt="Navegar foi preciso. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Navegar foi preciso. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A colonização da Austrália é considerada uma das maiores conquistas dos primeiros humanos, marcando a primeira evidência inequívoca de uma travessia marítima significativa. Embora não tenhamos preservações de embarcações antigas, acredita-se que os primeiros australianos usaram jangadas feitas de bambu, um material abundante na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128806-artefatos-de-45-mil-anos-revelam-presenca-do-homo-sapiens-no-leste-da-asia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ásia</a>.Os primeiros sítios de ocupação humana na Austrália datam de aproximadamente 50 mil anos atrás. Locais como Madjedbebe e a Ilha Barrow revelam uma presença humana contínua e adaptável, com artefatos que mostram uma evolução tecnológica significativa ao longo do tempo. Ferramentas de pedra, arte rupestre e pigmentos minerais como o ocre indicam uma cultura rica e complexa desde os primórdios da ocupação humana.Os restos humanos mais antigos encontrados, como os do Lago Mungo,&nbsp;datam de cerca de 42 mil anos e oferecem um vislumbre das práticas funerárias e da vida dos primeiros australianos.&nbsp;Essas descobertas arqueológicas não apenas iluminam o caminho da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125512-descoberta-de-ossos-com-86-mil-anos-no-laos-pode-mudar-a-historia-da-migracao-humana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">migração humana</a>, mas também celebram a engenhosidade e a perseverança dos nossos ancestrais que, movidos pelo instinto de explorar e sobreviver, conseguiram colonizar um continente tão distante e isolado.

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A grande travessia: como os primeiros humanos chegaram na Austrália?

A tentativa de remoção cirúrgica do câncer pode ter marcado o início da medicina moderna.

Os tratamentos cirúrgicos para o câncer podem ser mais antigos do que se pensava, de acordo com um novo estudo, liderado pela arqueóloga da Universidade de Tübinge (Alemanha), Tatiana Tondini. A equipe descobriu evidências de tentativas de remoção de tumores em crânios de pessoas que viveram há 4 mil anos no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115518-as-5-historias-mais-incriveis-sobre-o-nascimento-do-egito-antigo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Egito Antigo</a>.Conforme a pesquisa publicada na revista Frontiers in Medicine, no dia 29 de maio, um dos crânios apresenta marcas de cortes provavelmente feitas com um objeto pontiagudo de metal. Elas estavam próximas a um grande tumor primário e ao redor de outras 30 lesões menores.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/31/31103559077068.jpg" alt="Tumor do tamanho de uma moeda em um dos crânios. (Fonte: Frontiers in Medicine/Reprodução)"><figcaption>Tumor do tamanho de uma moeda em um dos crânios. (Fonte: Frontiers in Medicine / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Já o segundo crânio tinha uma lesão enorme na parte superior que levou à destruição do osso, associada ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128854-casos-de-cancer-podem-aumentar-77-ate-2050-alerta-oms.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">câncer</a> ósseo ou a um tipo de tumor chamado meningioma. Também foram localizadas outras duas lesões que se acredita terem sido causadas por ataques com armas afiadas.Essas descobertas sugerem que a civilização egípcia conhecia a doença e queria desenvolver meios de lidar com ela. Até então, o registro mais antigo sobre o câncer datava do ano 1600 a.C., igualmente no Egito, em um texto que mencionava tumores de mama sem tratamento.<h2>O início da medicina moderna</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/31/31103831770070.jpg" alt="Marcas dos cortes no crânio. (Fonte: Frontiers in Medicine/Reprodução)"><figcaption>Marcas dos cortes no crânio. (Fonte: Frontiers in Medicine / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Pertencente à Coleção Duckworth da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, o crânio “236” era de um indivíduo do sexo masculino que viveu em algum momento entre os anos 2687 e 2345 a.C. no Antigo Egito. Ele tinha de 30 a 35 anos quando morreu, segundo o estudo.Do tamanho de uma moeda, o principal <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121788-tumor-benigno-sera-que-ele-e-mesmo-inofensivo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tumor</a> identificado no material fica no topo da cabeça, enquanto as lesões menores estão espalhadas por várias áreas. As marcas de corte têm pouco ou nenhum sinal de cura, sugerindo que ocorreram próximo à morte do indivíduo, talvez em uma última tentativa de salvá-lo.“O que descobrimos é a primeira evidência de uma intervenção cirúrgica diretamente relacionada ao câncer. É aqui que começa a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122176-6-praticas-medicas-da-idade-media-e-suas-eficacias-ou-nao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medicina moderna</a>”, declarou à Live Science o paleopatologista da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha), Edgard Camarós Perez, coautor da pesquisa.<h2>Papel da mulher na antiguidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/31/31103927907071.jpg" alt="Crânio da mulher. (Fonte: Frontiers in Medicine/Reprodução)"><figcaption>Crânio da mulher analisado no estudo. (Fonte: Frontiers in Medicine / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Além do tumor cancerígeno, o crânio identificado como “E270”, também da universidade britânica, chamou a atenção pelas lesões traumáticas adicionais relacionadas à violência, que estavam curadas. Os ossos pertenciam a uma mulher com mais de 50 anos que viveu em algum momento entre os anos 663 e 343 a.C.Ferimentos associados a ataques não eram comuns em mulheres, na época, sugerindo que ela poderia estar envolvida em alguma atividade de guerra. Se era este o caso, seria necessário rever o papel das mulheres nos conflitos ocorridos durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/5-artefatos-da-antiguidade-envoltos-por-misterios-ate-hoje" rel="noopener noreferrer" target="_blank">antiguidade</a>, como destaca a pesquisa.

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