A caverna Rising Star, na África do Sul, tornou-se o epicentro de um debate científico sobre as práticas funerárias dos nossos ancestrais.

Em 2013, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/75691-pesquisadores-descobrem-nova-especie-do-genero-humano-na-africa-do-sul.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">descoberta de uma grande quantidade de ossos de Homo naledi</a> na caverna Rising Star, na África do Sul, levantou a hipótese de que esses antigos hominídeos, que viveram há 300 mil anos, poderiam ter praticado enterros deliberados.Essa teoria foi proposta pelo paleoantropólogo Lee Berger, da Universidade de Witwatersrand, e ganhou grande visibilidade por um documentário da Netflix que popularizou as descobertas. No entanto, a teoria gerou controvérsias e críticas, principalmente devido à falta de revisão por pares no momento da publicação inicial.Recentemente, uma nova análise liderada pela antropóloga Kimberly Foecke, da Universidade George Mason, trouxe novos questionamentos sobre a validade das conclusões de Berger. Foecke e seus colegas publicaram seus resultados na revista Paleoanthropology, apontando falhas significativas na metodologia e na interpretação dos dados por Berger e sua equipe.<h2>Teoria inicial</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/13/13092902506012.jpg" alt="Ossos de Homo naledi recuperados da Rising Star Cave. (Fonte: Berger et al./Reprodução)"><figcaption>Ossos de Homo naledi recuperados na caverna Rising Star. (Fonte: Berger et al./Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em sua publicação inicial, Lee Berger e sua equipe afirmaram que a análise do solo na caverna Rising Star indicava <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128039-cemiterio-mais-antigo-do-mundo-e-encontrado-e-nao-foi-feito-por-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">enterros intencionais</a>. O estudo sugeria que o solo acima dos ossos era quimicamente diferente do solo abaixo, o que demonstrava práticas funerárias pelo Homo naledi. A ideia desafia a visão tradicional de que práticas funerárias complexas eram exclusivas de Homo sapiens e neandertais.No entanto, essa teoria foi amplamente questionada por especialistas. A ausência de revisão por pares e a possível influência de uma narrativa pré-concebida na análise dos dados levantaram preocupações. Muitos críticos argumentaram que as evidências apresentadas eram insuficientes para suportar a alegação de enterros deliberados.<h2>Nova análise e controvérsias</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/13/13093141606014.jpg" alt="Reconstrução facial do Homo naledi. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Reconstrução facial do Homo naledi. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A recente análise conduzida por Kimberly Foecke e sua equipe destacou várias falhas na metodologia do estudo original. Eles encontraram problemas significativos na descrição e na análise dos dados de solo, o que comprometeu a clareza dos métodos usados por Berger. A equipe de Foecke tentou replicar os resultados experimentais, mas não encontrou diferenças significativas entre o solo sobre os ossos e o solo ao redor na caverna.Além disso, os pesquisadores evidenciaram a abordagem seletiva na apresentação das evidências e a aplicação inadequada de métodos estatísticos na avaliação dos dados. A equipe de Berger reconheceu que algumas críticas são válidas, mas também argumentou que o trabalho estaria em andamento e por isso as revisões ainda estavam sendo feitas.A controvérsia sobre as práticas funerárias de Homo naledi ilustra a importância de uma análise rigorosa e transparente na pesquisa científica. É fundamental que as alegações extraordinárias sejam examinadas com cautela e baseadas em dados robustos, e que a comunidade científica continue a explorar essas descobertas com um olhar crítico e aberto à <a href="https://www.megacurioso.com.br/evolucao/102588-descoberta-pode-baguncar-a-linha-evolutiva-dos-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">evolução do conhecimento</a>.<h2>Quer saber mais sobre as origens da civilização? Confira indicações de livros</h2><ul><li>Livro <a href="https://amzn.to/3Tg3Whq ">Sapiens, Yuval Noah Harari</a></li><li>Livro <a href="https://amzn.to/3z7Ytm4 ">A Origem da Espécie Humana, Richard Leakey</a> &nbsp;</li><li>Livro <a href="https://amzn.to/4cTQmr1">Homo Deus, &nbsp;Yuval Noah Harari</a> &nbsp;</li><li>Livro <a href=" https://amzn.to/3ThaeNU ">O Fio das Missangas, Mia Couto</a>&nbsp; &nbsp;</li></ul>

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O Homo naledi, anterior a nós, humanos, já sepultava seus mortos?

A descoberta rara de restos bem preservados oferece uma grande chance para cientistas explorarem detalhes da vida pré-histórica.

Em uma surpresa digna de um filme de aventura, mineiros de ouro na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128401-forte-mais-antigo-do-mundo-e-descoberto-na-siberia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sibéria</a> fizeram uma descoberta extraordinária ao desenterrar uma carcaça mumificada de rinoceronte-lanoso que esteve enterrada por mais de 14 mil anos. A revelação aconteceu na região de Oymyakon, conhecida por suas condições congelantes que preservam incrivelmente bem os restos mortais das criaturas do passado.&nbsp;O achado surpreendeu não só pela preservação dos tecidos moles e do chifre do animal, mas também pela oportunidade única que representa para os cientistas entenderem mais sobre a megafauna da Era Glacial.<h2 style="text-align:justify;">Em busca de tesouro</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/12/12101007302071.jpeg" alt="Chifre de rinoceronte-lanoso está com especialistas na NEFU."><figcaption>Chifre de rinoceronte-lanoso está com especialistas na NEFU (Fonte: NEFU/ Divulgação).</figcaption></figure></figure>Encontrada enquanto os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128276-como-canarios-salvavam-a-vida-dos-mineiros-no-seculo-xx.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mineiros</a> escavavam para abrir uma nova pedreira, a carcaça mumificada do rinoceronte-lanoso (Coelodonta antiquitatis) é um presente raro do permafrost siberiano. A preservação dos tecidos moles e do chifre oferece uma chance ímpar de analisar e extrair DNA, algo que pode revelar um pouco da biologia desses gigantes pré-históricos.&nbsp;Este rinoceronte-lanoso é apenas o quinto conhecido a ter seus tecidos moles preservados até hoje, o que torna a descoberta ainda mais significativa para a comunidade científica.O achado foi imediatamente reportado ao Museu do Mamute da Universidade Federal do Nordeste (NEFU) em Yakutsk, onde os pesquisadores se preparam para escavar a carcaça completa. A universidade destacou a importância da descoberta para entender a fauna antiga e o clima da região. O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112074-7-fatos-curiosos-sobre-os-rinocerontes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chifre do rinoceronte</a> já foi levado para o museu para estudo, e a escavação completa está prevista para o outono.Ao lado dos mamutes lanudos, bisões e leões-das-cavernas, os rinocerontes-lanosos formavam uma parte crucial do ecossistema da estepe da Era Glacial.Esses animais robustos que viviam no Pleistoceno eram adaptados às condições frias, com uma pelagem espessa e lanosa que os protegia das baixas temperaturas. Seus imensos chifres, que podiam atingir quase um metro, eram usados para defesa e possivelmente em disputas de acasalamento.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Um cofre congelado</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/12/12101340399072.jpg" alt="Mineiro pousa com a grande descoberta. (Fonte: NEFU/ Divulgação)"><figcaption>Mineiro pousa com a grande descoberta. (Fonte: NEFU/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126924-patogenos-congelados-no-permafrost-irao-acordar-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">permafrost siberiano</a>, que proporcionou as condições perfeitas para a mumificação, é também a razão pela qual tantos restos de megafauna são encontrados na região. A mistura de baixa temperatura e baixa oxigenação preserva os tecidos de maneira excepcional, como visto com o bebê mamute Dima, descoberto em 1977.&nbsp;Esse ambiente congelante tem sido um verdadeiro cofre para fósseis bem preservados, oferecendo uma visão rara e valiosa sobre o passado distante.A descoberta do rinoceronte-lanoso ocorre em um momento em que a ciência está explorando a possibilidade de trazer de volta espécies extintas por meio da edição genética e da clonagem. Embora a ideia de ressuscitar a megafauna seja ainda uma questão debatida, achados como esse oferecem uma base sólida para esses estudos futurísticos.&nbsp;No entanto, os desafios éticos e ambientais de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/empresa-diz-ter-descoberto-como-ressuscitar-mamutelanoso" rel="noopener noreferrer" target="_blank">recriar espécies</a> em um mundo que mudou significativamente desde a sua extinção são questões complexas que os cientistas ainda estão tentando resolver.O fato é que os pesquisadores da NEFU estão empolgados para explorar a carcaça mumificada do rinoceronte-lanoso, que promete revelar detalhes sobre a dieta, saúde e ambiente desses animais pré-históricos. Esse achado oferece uma visão valiosa da Era Glacial, estimulando a curiosidade de cientistas e entusiastas da paleontologia.

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Múmia de rinoceronte-lanoso quase intacta é achada por mineiros na Sibéria

Diante de missão complicada, pesquisa recente usou tecnologias inovadoras para conseguir colher detalhes sobre o fóssil escondido nas rochas de caverna italiana.

No <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/nasa-descobre-primeira-caverna-na-lua-sera-que-ela-pode-virar-uma-base-lunar" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fundo da caverna</a> de Lamalunga, no sul da Itália, um neandertal conhecido como Homem de Altamura está preso há aproximadamente 150 mil anos desafiando os cientistas que tentam desvendar seus segredos. Descoberto em 1993, esse esqueleto excepcionalmente preservado tem intrigado pesquisadores devido à sua posição incomum e à camada de calcita que o cobre, complicando a extração e o estudo detalhado.&nbsp;Desde a sua descoberta, várias tentativas foram feitas para entender melhor essa relíquia do passado, mas a tarefa não tem sido nada fácil.Quando os exploradores de cavernas encontraram pela primeira vez o Homem de Altamura, eles ficaram boquiabertos ao ver seu crânio invertido, fundido na rocha e coberto por formações de cálcio conhecidas como "pipoca de caverna". Essa situação peculiar não só dificultou a análise imediata, mas também levantou muitas perguntas sobre como ele acabou naquela posição.&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/teoria-curiosa-diz-que-existe-so-um-eletron-em-todo-o-universo-isso-e-possivel" rel="noopener noreferrer" target="_blank">As teorias</a> sugerem que ele caiu em um buraco no sistema cárstico e, incapaz de escapar, morreu de fome, sendo lentamente envolvido pelos depósitos minerais que o preservaram até os dias de hoje.<h2 style="text-align:justify;">Técnicas inovadoras</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/22/22192245841006.jpg" alt="Após retirar algumas partes da imagem, a fotogrametria revelou posição do crânio e do úmero direito. (Fonte: Costantino Buzi et al./ Divulgação)"><figcaption>Após retirar algumas partes da imagem, a fotogrametria revelou posição do crânio e do úmero direito. (Fonte: Costantino Buzi et al./ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Por décadas, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128718-sitio-arqueologico-no-maranhao-revela-ossos-da-pre-historia-brasileira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estudo do esqueleto</a> ficou estagnado devido às dificuldades técnicas e logísticas de removê-lo sem danos. Em 2009, um avanço ocorreu quando pesquisadores removeram uma amostra da escápula, identificando o Homem de Altamura como um neandertal. No entanto, as tentativas de extrair DNA enfrentaram obstáculos devido à degradação do colágeno.Mesmo enfrentando essas dificuldades, os cientistas não desistiram. Entre 2016 e 2020, uma série de estudos no local foi realizada utilizando tecnologias avançadas como máquinas de raio-X portáteis, câmeras endoscópicas e scanners a laser. Esses métodos permitiram aos pesquisadores coletar dados valiosos sem a necessidade de remover o esqueleto da caverna.&nbsp;Os resultados revelaram que o Homem de Altamura era um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128805-casos-de-tuberculose-em-neandertais-sao-revelados-em-analise-ossea.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">neandertal adulto com algumas patologias</a> dentárias comuns, além de características morfológicas que o diferenciavam de outros neandertais clássicos.A análise digital do crânio mostrou uma mistura fascinante de características arcaicas e modernas, sugerindo que ele pode ter pertencido a uma população isolada de neandertais italianos. Esse grupo teria evoluído separadamente de outros neandertais na Eurásia, mantendo alguns traços antigos por um período excepcionalmente longo.<h2 style="text-align:justify;">Driblando desafios</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/22/22192826172007.jpg" alt="(Fonte: Costantino Buzi et al./ Divulgação)"><figcaption>Imagem mostra o palato e a parte superior da dentição do Homem de Altamura. (Fonte: Costantino Buzi et al./ Divulgação)</figcaption></figure></figure>A pesquisa sobre o Homem de Altamura é um exemplo perfeito de como a ciência pode ser tanto um desafio quanto uma aventura. A impossibilidade de extrair o esqueleto forçou os cientistas a serem criativos e a desenvolverem novas técnicas para estudar o espécime no local.&nbsp;Esses esforços não só aumentaram nosso <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127970-cientistas-recriam-rosto-de-neandertal-que-viveu-ha-56-mil-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">conhecimento sobre os neandertais</a>, mas também destacaram a importância da preservação de sítios arqueológicos e fósseis em seus contextos naturais. Hoje, o Homem de Altamura continua sendo um dos fósseis de neandertal mais completos e informativos já encontrados.&nbsp;Embora grande parte dele ainda esteja envolta em rocha, cada nova descoberta sobre ele nos aproxima um pouco mais de entender a história complexa e fascinante da nossa própria espécie.&nbsp;Assim, a caverna de Lamalunga, com suas formações espetaculares e seu antigo habitante, permanece um local de grande interesse científico, prometendo mais revelações no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128834-adivinhacao-alimentar-e-possivel-prever-o-futuro-na-comida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">futuro</a>. O estudo contínuo deste neandertal notável não só nos conta sobre nosso passado evolutivo, mas também inspira futuras gerações de pesquisadores a superar os desafios técnicos e naturais.

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O enigma de Altamura: revelando os segredos do neandertal preso na caverna

Cientistas descobriram uma toca moderna de P. nodosum consistente com a interpretação da forma antiga contida em manuscritos de Leonardo da Vinci.

Um estranho padrão de formas geométricas encontrado nas profundezas dos oceanos tem encantado pessoas no mundo inteiro, pelo menos desde que o artista plástico e cientista Leonardo da Vinci o reproduziu na sua obra Codex Atlanticus, compilada entre 1478 e 1519. Entre esboços de fósseis marinhos, o artista florentino reproduziu a icônica grade conectada de hexágonos perfeitos.Não tardou para que os cientistas ligassem o conjunto de formas a um antigo animal marinho batizado de&nbsp;Paleodictyon nodosum (algo como “malha antiga cheia de nós”). Os primeiros traços físicos da suposta criatura obscura foram detectados em rochas sedimentares características do fundo do oceano durante o Eoceno, há cerca de 55 a 35 milhões de anos.Posteriormente, os vestígios de P. nodosum foram encontrados em rochas ainda mais antigas, em sua maioria sedimentos secos que, no passado, estavam submersos em oceanos primitivos. Esse conjunto de túneis e poços com redes interligadas formando estruturas parecidas com colmeias foi então datado do Período Cambriano, o que significa há 500 milhões de anos.<h2>O P. nodosum pode estar vivo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/20/20220517550001.jpg" alt="X. (Fonte: Rutgers University)"><figcaption>Estudo científico mostra toca do P. Nodosum compatível com os fósseis antigos. (Fonte: Rutgers University)</figcaption></figure></figure>Mesmo com todas as descobertas feitas até agora, os cientistas não foram capazes de determinar com certeza se esses padrões geométricos são tocas feitas por uma criatura no fundo do oceano, ou se todos esses túneis são impressões deixadas pelo movimento do corpo do próprio animal.&nbsp;Na década de 1970, um grupo de cientistas reuniu suas evidências e chegou à conclusão de que a criatura responsável pelos padrões perfeitos estava viva e era do tamanho de uma ficha de pôquer.&nbsp;Um desses cientistas, o oceanógrafo Peter Rona, da Universidade Rutgers nos EUA, tem buscado esse fóssil vivo desde 1976, mergulhando repetidas vezes nas águas lamacentas do Atlântico Norte.<h2>Cara a cara com o fóssil vivo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/20/20225637933001.jpg" alt="X. (Fonte: Falconaumanni/Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Paleodictyon em arenito da Ponta de San García, na Espanha. (Fonte: Falconaumanni/Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Enquanto filmavam o documentário Vulcões do Mar Profundo, em 2003, Rona e o paleontólogo Adolf Seilacher, da Universidade de Yale, finalmente produziram uma forte evidência da presença do fóssil.&nbsp;Ao encontrarem um arranjo hexagonal de buracos, direcionaram a mangueira do braço robotizado do seu submersível Alvin e removeram camadas de lama com um esguicho. O movimento revelou uma rede de túneis subterrâneos em forma de uma colmeia, idênticos às tradicionais tocas do P. Nodosum.&nbsp;Infelizmente, mesmo recuperando várias amostras a 3,5 mil metros de profundidade, os cientistas descobriram que as "colmeias" estavam totalmente vazias, sem sinal de organismos vivos ou mortos. Pior: nenhum traço de DNA foi detectado nos túneis. Isso significa que continuamos sem saber quem está gerando os padrões hexagonais. A busca pelo&nbsp;P. Nodosum prossegue.&nbsp;O estudo foi publicado na revista Deep Sea Research Part II: Topical Studies in Oceanography. &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;&nbsp;

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O que criou esses desenhos no fundo do mar há 500 milhões de anos?

Descubra se todos os espécimes exibidos em museus são verídicos ou apenas um disfarce criado pelos pesquisadores para te ludibriar.

Os dinossauros são criaturas fantásticas que já viveram no nosso planeta muito antes da nossa espécie pensar em existir. Por isso, não à toa existe tanto interesse por parte da nossa espécie em conhecer mais sobre esses incríveis animais e até mesmo tentar dar uma olhadinha de perto no que eles pareciam ser.É assim que alguns <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121357-6-dos-museus-mais-estranhos-e-curiosos-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">museus</a> conseguem atrair tantos visitantes, exibindo fósseis de dinossauros que trazem um vislumbre desses colossos. Mas os fósseis que vemos exibidos são realmente verdadeiros ou nós fomos enganados durante esse tempo todo? Entenda o que é preciso para que um espécime de dinossauro seja exibido em um museu.<h2>Veracidade dos ossos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/18/18215433193004.jpeg" alt="Feito totalmente de bronze, Fern é a mais nova peça do Jurassic Gardens em Londres. (Fonte: The Trustees of the Natural History Museum)"><figcaption>Feito totalmente de bronze, Fern é a mais nova peça do Jurassic Gardens em Londres. (Fonte: The Trustees of the Natural History Museum)</figcaption></figure></figure>Com 22 metros de comprimento e 4 metros de altura, o museu Jurassic Gardens recentemente recebeu um exemplar de um diplodoco feito de bronze e apelidado de Fern. A peça é uma réplica do famoso Dippy, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128627-5-fosseis-de-insetos-curiosos-que-desafiam-a-imaginacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fóssil</a> que recebeu os visitantes do museu por quase 40 anos. Porém, em entrevista à IFL Science, a paleontóloga do museu, Susie Maidment, explicou que algumas coisas mudaram nesse meio tempo.Fern se tornou ainda mais cientificamente preciso e aprimorado graças a novas técnicas e conhecimentos que não existiam quando Dippy chegou em Londres pela primeira vez em 1905. O original foi descoberto em Wyoming, nos Estados Unidos, no ano de 1899, quando o empresário Andrew Carnegie decidiu comprar os ossos em um leilão para exibi-los no Museu Carnegie de História Natural.Porém, podemos dizer que os restos mortais de uma criatura morta há muito tempo ainda são ossos? Na verdade, os ossos fossilizados são uma combinação de tecido ósseo real e minerais que se infiltraram no osso ao longo de milhões de anos em que ele ficou enterrado. Como consequência, esses minerais substituíram parte do osso.&nbsp;<h2>Artefatos em exibição</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/18/18215530596006.jpg" alt="Maioria dos dinossauros exibidos em museus são apenas réplicas dos ossos verídicos, usados para estudo. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Maioria dos dinossauros exibidos em museus são apenas réplicas dos ossos verídicos, usados para estudo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Dentro de um museu, você provavelmente encontrará uma combinação de ossos fossilizados e réplicas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/os-dinossauros-eram-animais-inteligentes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dinossauros</a>. Mas existem algumas razões para isso: nem todos os esqueletos podem ser exibidos, uma vez que alguns têm mais valor científico para estudo. Logo, museus ao redor do mundo inteiro criam réplicas para exibi-los ao público enquanto os reais permanecem em laboratório.Legalmente, alguns ossos também devem permanecer no país em que foram encontrados. Por isso, criar réplicas também é uma forma de garantir que os restos mortais dessas incríveis criaturas sejam exibidos para um público ainda mais amplo.Para criar essas réplicas, são criados moldes feitos de gesso para cobrir cada osso. Então, esse mesmo molde é preenchido com resina ou plástico para replicar cada peça. No entanto, essas técnicas já estão ficando ultrapassadas. Novas tecnologias como a impressão 3D permitem aos pesquisadores recriar esses dinossauros, como os 292 ossos de Dippy que foram escaneados e criados do zero para fundir Fern em bronze mais resistente às intempéries do Jurassic Gardens.&nbsp;

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Ossos de dinossauro exibidos em museus são de verdade?

De acordo com pesquisadores, o animal era uma fonte de alimento para os humanos e sua carcaça está entre as primeiras evidências da nossa espécie na América do Sul.

Os restos de uma carcaça cortada de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113601-fosseis-de-tatus-gigantes-sao-encontrados-na-argentina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tatu gigante</a> mostram que os humanos estavam na América do Sul muito antes do que se imaginava. Datada de cerca de 21 mil anos, a carcaça também mostra algumas das primeiras evidências arqueológicas de pessoas na região sul do continente.Os ossos fossilizados foram descobertos nas margens do Rio Reconquista, a nordeste da Argentina. Eles pertenciam a uma espécie de gliptodonte, um parente gigante extinto dos tatus chamado Neosclerocalyptus. Segundo os pesquisadores, essa criatura podia crescer até 2 metros de comprimento e servia como uma generosa refeição para os humanos.<h2>Banquete gigante</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/18/18212326646006.jpeg" alt="Tatus gigantes podiam chegar até 2 metros de comprimento. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Tatus gigantes podiam chegar até 2 metros de comprimento. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Arqueólogos da Universidade Nacional de La Plata, da Argentina, encontraram marcas de corte características ao redor da pélvis, cauda e armadura corporal do animal, causadas por ferramentas de pedra. No passado, as Américas já foram ricas em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127167-incendios-florestais-provocaram-extincao-da-megafauna-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">megafauna</a> — como era descrita a natureza com animais muito grandes.Porém, essas enormes criaturas entraram em extinção, incluindo preguiças-gigantes e uma espécie de lhama colossal. Muitas evidências mostram que humanos pré-históricos caçavam esses animais, levantando a hipótese de que a caça excessiva tenha sido uma das responsáveis para o sumiço de diversas espécies.A datação dos novos restos de Neosclerocalyptus estima que o animal foi morto entre 21.090 e 20.811 anos atrás. Esse é um dado especialmente relevante, tendo em mente que existe um debate científico sobre quando os humanos começaram a migrar da Eurásia para as Américas. Estimativas conservadoras sugeriam que o povoamento na região começou há pelo menos 16 mil anos, mas a descoberta recente muda completamente o panorama.<h2>Humanos na América do Sul</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/18/18212442137007.jpg" alt="Megafauna nas Américas pode ter sido extinta por conta de caça excessiva dos seres humanos. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Megafauna nas Américas pode ter sido extinta por conta de caça excessiva dos seres humanos. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Além da descoberta da carcaça de tatu gigante na Argentina, uma das evidências mais incríveis da chegada dos humanos nas Américas vem na forma de pegadas encontradas no Novo México, datadas para algum momento entre 23 mil e 21 mil. Alguns arqueólogos contestam essa afirmação, mas ela foi reafirmada por outros estudos.Além disso, as evidências mostram que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127152-quando-os-primeiros-humanos-chegaram-nas-americas.htm#:~:text=O%20melhor%20registro%20j%C3%A1%20encontrado,mais%20antiga%20entre%20as%20aceitas." rel="noopener noreferrer" target="_blank">humanos chegaram ao sul da América do Sul</a> muito antes do que era previsto anteriormente. De acordo com artigos, o consenso atual diz que os humanos chegaram nessa região do planeta após migrarem da Sibéria para o atual Alasca por meio de uma ponte de terra que existiu na última Era Glacial.Várias ondas de migração provavelmente ocorreram nessa época e alguns grupos começaram a caminhar mais para o sul — eventualmente chegando na atual Argentina. Arqueólogos e antropólogos ainda estão tentando montar as peças desse enorme quebra-cabeça histórico, mas ainda falta muito para termos um cenário mais claro dos acontecimentos.&nbsp;

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Tatu gigante indica que humanos já estavam na América do Sul há 21 mil anos

Em 2022, pesquisadores encontraram material genético que remonta a milhões de anos. 

O DNA carrega todo tipo de informação sobre a nossa existência e sobre os nossos antepassados. Porém, pesquisadores afirmam que o DNA antigo pode revelar além disso: ele possui informações cruciais sobre os mistérios da evolução humana e até mesmo de como era o clima pré-histórico da Terra.Mas qual é o exemplar mais antigo de DNA descoberto pelos humanos? Essa amostra foi encontrada em 2022 no norte da Groenlândia, possuindo incríveis 2 milhões de anos. O material genético estava preso no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127957-5-fatos-sobre-o-permafrost-a-estrutura-do-solo-que-pode-alterar-o-clima.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">permafrost</a> desde o Plioceno e teve que ser desenterrado pelos investigadores.<h2>Análise do DNA</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/12/12223450970004.jpg" alt="Maioria dos materiais genéticos mais antigos do mundo coletados por pesquisadores foram encontrados na permafrost. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Maioria dos materiais genéticos mais antigos do mundo coletados por pesquisadores foram encontrados na permafrost. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Depois de desenterrarem o DNA antigo na Groenlândia, os pesquisadores sequenciaram o material genético em laboratório. Assim, foi possível extrair novas informações que falavam sobre o passado do planeta, revelando dados importantes sobre a variedade de animais e plantas que um dia habitaram a Terra.Esse mesmo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121199-o-que-e-o-dna-e-como-ele-se-parece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">DNA</a> trouxe informações sobre renas, gansos, lebres, roedores, caranguejos e mastodontes, bem como bétulas, tuias e uma variedade enorme de arbustos e ervas árticas daquela época. Antes dessa descoberta, o DNA mais antigo já recuperado havia sido extraído dos dentes de um mamute de 1,2 milhão de anos, desenterrado no permafrost siberiano. Essa havia sido a primeira vez que DNA com mais de 1 milhão de anos foi recuperado de um organismo antigo.Embora o dente de mamute tenha apenas metade da idade das amostras coletadas na Groenlândia, esse DNA foi recuperado diretamente de material biológico, tornando-o o mais antigo a ser sequenciado a partir de espécimes físicos. Outro exemplo notável veio de um antigo cavalo encontrado preservado no permafrost canadense em 2013, revelando um DNA datado entre 780 mil e 560 mil anos.<h2>DNA humano mais antigo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/12/12223530602007.jpg" alt="Em 2013, pesquisadores sequenciaram genes de hominídeos de 400 mil anos encontrados na Espanha. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Em 2013, pesquisadores sequenciaram genes de hominídeos de 400 mil anos encontrados na Espanha. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Se as amostras de DNA animal antigo remontam para 2 milhões de anos, qual é a amostra de DNA humano mais velha conhecida por nós? Quando esse é o assunto, as coisas ficam um pouco mais complicadas. Isso se dá pelo fato dos nossos ancestrais terem evoluído primeiro na África, onde faz muito calor e o DNA não é bem preservado.O DNA se degrada muito mais rápido em climas quentes. Por isso, encontrar exemplos antigos dele que não estejam no permafrost é quase impossível — mas já foi feito. A amostra mais antiga de material genético de hominídeos vem de um genoma de 430 mil anos, encontrado em uma caverna na Espanha.O local, chamado de "Poço de Ossos", era um poço subterrâneo que abrigava os restos mortais de 28 hominídeos que foram os primeiros membros da linhagem neandertal. No passado, pesquisadores também descobriram os dados genéticos humanos mais antigos até agora: fósseis de hominídeos de 2 milhões de anos, achados na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/nos-humanos-surgimos-na-africa-mas-por-que-especificamente-la" rel="noopener noreferrer" target="_blank">África</a> do Sul. E se temos uma base de informações sobre como foi o passado do nosso mundo, pode ter certeza que todos os exemplos citados acima — e muitos outros mais — são os responsáveis por isso.&nbsp;&nbsp;

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Qual é a evidência mais antiga de DNA encontrada na Terra?

O predador gigante de 280 milhões de anos pode revelar segredos do supercontinente perdido.

A descoberta de fósseis sempre nos fornece uma janela para o passado ao revelar criaturas que já habitaram o nosso planeta em épocas remotas. Recentemente, uma equipe de pesquisadores liderada por Claudia Marsicano, da Universidade de Buenos Aires, e Jason Pardo, do Field Museum em Chicago, desenterrou um fóssil na Namíbia pertencente a uma criatura gigante e antiga, similar a uma <a href="https://origin-next.megacurioso.com.br/ciencia/121029-conheca-o-axolote-a-salamandra-sensacao-da-internet-que-esta-em-extincao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">salamandra</a>, que viveu durante a era glacial antes dos dinossauros.Batizada de Gaiasia jennyae, a espécie oferece um vislumbre do ecossistema do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-supercontinentes-sao-formados-e-se-dividem" rel="noopener noreferrer" target="_blank">supercontinente</a> de Gondwana. As descobertas foram publicadas na revista Nature.<h2>O predador do pântano</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/13/13161548816002.jpg" alt="Representação artística de Gaiasia jennyae. (Fonte: Gabriel Lio/Reprodução)"><figcaption>Representação artística de Gaiasia jennyae. (Fonte: Gabriel Lio/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A equipe de pesquisadores encontrou quatro espécimes, incluindo um crânio e uma espinha dorsal bem preservados, que permitiu uma análise detalhada da espécie e revelou informações fascinantes sobre sua morfologia e seu comportamento. Os fósseis foram datados de aproximadamente 280 milhões de anos, e indicam que a espécie descoberta pertence ao grupo dos tetrápodes, os primeiros vertebrados de quatro patas.Segundo os pesquisadores,&nbsp;Gaiasia jennyae era um predador formidável, com características físicas impressionantes: uma cabeça grande, plana e em forma de assento de vaso sanitário, e enormes dentes. O crânio, com mais de meio metro de comprimento, apresentava presas curvadas para trás nas mandíbulas inferior e superior, criando uma mordida única e eficaz. Seus dentes gigantes sugerem que o animal era um predador de emboscada, alimentando-se principalmente de peixes.A criatura, maior do que uma pessoa, vivia no fundo de pântanos e lagos, onde aguardava pacientemente para capturar suas presas. As descobertas sugerem que G. jennyae era o principal predador de seu ecossistema, ocupando um nicho vital no ambiente pantanoso da antiga Namíbia.<h2>Contexto histórico e ambiental</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/13/13161930107003.png" alt="Gondwana. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Gondwana. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Durante o período em que Gaiasia jennyae viveu, a Namíbia estava localizada muito mais ao sul, próxima ao ponto mais ao norte da <a href="https://www.megacurioso.com.br/lugares-surpreendentes/99000-10-coisas-sobre-a-antartida-que-provavelmente-voce-nao-sabia.htm?img-8" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Antártida</a>. A Terra estava emergindo de uma era glacial, com áreas próximas ao equador tornando-se mais florestadas enquanto os polos permaneciam pantanosos e gelados. Esse contexto ambiental sugere que Gondwana possuía um ecossistema diverso e florescente, capaz de sustentar predadores de grande porte, como a espécie recém descoberta.A descoberta de Gaiasia jennyae é um marco importante na paleontologia, com implicações significativas para o estudo dos tetrápodes e sua evolução. Suas características físicas e seu papel ecológico destacam a complexidade e a diversidade dos ecossistemas antigos.Além disso, o achado destaca a importância de explorar regiões menos estudadas, como a Namíbia, para compreender melhor a evolução dos vertebrados e a história da vida na Terra. Quanto mais fósseis são descobertos e analisados, mais conseguimos preencher as lacunas em nosso conhecimento sobre os ancestrais dos animais modernos.

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Pesquisadores descobrem monstro de continente perdido mais antigo que dinossauros

Após a queda do asteroide que iniciou a extinção dos dinossauros, animais que tinham sangue quente e eram menores tiveram maior chance de sobrevivência.

Os dinossauros costumam ser vistos como répteis lentos e de sangue frio, mas essa visão está desatualizada. Nas últimas décadas, cientistas descobriram que muitos dinossauros, especialmente os terópodes como o Tiranossauro-rex e os ancestrais das aves, eram de sangue quente. Essa descoberta ajuda a entender a evolução dos pássaros modernos que, ao contrário de seus antigos parentes, possuem sangue quente e metabolismos rápidos.A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/se-passaros-evoluiram-dos-dinossauros-como-sao-tao-diferentes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">relação entre dinossauros e aves</a> é muito mais próxima do que se imaginava.&nbsp;Os pássaros são, na verdade, os únicos dinossauros que sobreviveram à extinção em massa que ocorreu há 66 milhões de anos. Mas por que os pássaros, descendentes desses dinossauros, possuem sangue quente? A resposta está na evolução e nas adaptações que esses animais desenvolveram ao longo do tempo.<h2 style="text-align:justify;">Controle de temperatura</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/02/02143239691177.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Aves conseguem controlar internamente sua temperatura. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Ao contrário dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127718-crocodilos-na-europa-conheca-essa-jornada-de-milhoes-de-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">répteis modernos</a>, que dependem do ambiente para regular a temperatura corporal, os pássaros são endotérmicos, ou seja, eles controlam internamente a própria temperatura. Essa característica permite que eles mantenham um nível de atividade elevado, essencial para tarefas exigentes como o voo.Por exemplo, beija-flores precisam consumir quase metade do seu peso corporal em alimentos diariamente para sustentar o alto metabolismo necessário para bater as asas até 5.400 vezes por minuto.&nbsp;Esse alto consumo energético é uma marca registrada de animais de sangue quente, que, embora precisem comer mais frequentemente, podem se manter ativos independentemente das condições ambientais.Essa transformação de dinossauros de sangue frio para aves de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122620-como-foi-a-origem-do-sangue-quente-nos-mamiferos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sangue quente</a> começou a ser mais claramente compreendida com a descoberta do Deinonychus nos anos 1960, um dinossauro pequeno e ágil que apresentava características semelhantes às das aves.&nbsp;Além disso, a presença de penas em muitos fósseis de dinossauros terópodes indica uma adaptação para conservar calor, sugerindo que esses animais tinham um metabolismo mais ativo do que os répteis tradicionais.<h2 style="text-align:justify;">Transformação óssea</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/02/02142857386173.jpg" alt="Diminuição no tamanho dos animais foi crucial para a sobrevivência. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A diminuição no tamanho dos animais foi uma vantagem evolutiva. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os cientistas também estudam a microestrutura dos ossos para <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127341-novo-tratamento-permite-que-voce-coma-livremente-sem-ganhar-peso.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">entender melhor o metabolismo</a> dos dinossauros. Animais de sangue quente, como aves e mamíferos, tendem a crescer mais rápido do que os de sangue frio, e essa diferença é visível na estrutura óssea.&nbsp;Eles observaram que os ossos dos dinossauros são mais semelhantes aos de aves e mamíferos do que aos de crocodilos, indicando crescimento rápido e metabolismo elevado. Essa evolução foi crucial para a sobrevivência das aves após a extinção dos dinossauros. Com o impacto do asteroide, as aves precisaram se adaptar rapidamente a um mundo que se transformava.Animais com cérebros maiores e corpos menores, que precisavam de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128543-por-que-sentimos-menos-fome-no-calor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">menos comida</a> e eram mais capazes de se adaptar a novas condições, tiveram uma vantagem evolutiva. Esse processo onde os corpos dos pássaros diminuíram de tamanho, mas mantiveram cérebros grandes, foi um fator importante para sua sobrevivência e diversificação.Hoje, aves como papagaios e corvídeos têm cérebros grandes em relação ao corpo, possibilitando habilidades complexas como uso de ferramentas e reconhecimento de rostos. Isso mostra que cérebros maiores foram uma vantagem evolutiva, ajudando-os a se adaptar e sobreviver em ambientes desafiadores.Portanto, ao contrário do que muitos poderiam pensar, os pássaros não são simplesmente dinossauros que escaparam da extinção – eles são dinossauros que evoluíram para serem extremamente eficientes e adaptáveis. Seu sangue quente é apenas uma das muitas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125253-4-animais-com-incriveis-habilidades-de-adaptacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">adaptações</a> que lhes permitiram prosperar enquanto seus parentes maiores desapareceram.

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De dinos a pássaros: como a evolução favoreceu quem tinha sangue quente

Novas espécies de mamíferos que botam ovos são descobertas junto com outros monotremados.

Além de abrigar o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128893-ornitorrinco-de-24-anos-e-o-mais-velho-ja-encontrado-na-natureza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ornitorrinco</a> e a equidna, a Austrália já foi lar de muitos outros mamíferos que botam ovos, também conhecidos como monotremados. Um estudo publicado em maio na revista de paleontologia Alcheringa&nbsp;revelou a descoberta de três novas espécies de mamíferos ovíparos que viveram na região há 100 milhões de anos.Elas foram identificadas a partir de fósseis encontrados em Lightning Ridge, no estado de Nova Gales do Sul, há 25 anos. Os dentes e ossos maxilares se tornaram alvo de uma investigação recente, conduzida por pesquisadores do Museu Australiano e do Instituto de Pesquisa do Museu Australiano.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17101423288069.jpg" alt="Novos ancestrais do ornitorrinco foram descobertos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Novos ancestrais do ornitorrinco foram descobertos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os restos mortais, datados do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121143-extincao-do-cretaceo-como-foi-o-evento-que-exterminou-os-dinossauros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">período Cretáceo</a>, entre 102 milhões e 96,6 milhões de anos atrás, pertenciam a seis espécies de monotremados que conviviam no atual território australiano. Mas deste total, três já haviam sido catalogadas em estudos anteriores, enquanto as demais permaneciam desconhecidas até então.Segundo o professor Kris Helgen, coautor da pesquisa, as três novas espécies de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128004-mamifero-que-poe-ovos-e-registrado-em-camera-pela-primeira-vez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mamíferos que põem ovos</a> descobertas na Austrália apresentam combinações de características nunca observadas em outros monotremados, tanto fósseis quanto vivos. Dessa forma, foi possível dar uma olhada em adaptações evolutivas que estavam para acontecer.<h2>Quais são as novas espécies?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17101236616066.jpeg" alt="Ilustração das espécies descobertas neste estudo. (Fonte: Peter Shouten/Reprodução)"><figcaption>Ilustração das espécies descobertas neste estudo. (Fonte: Peter Shouten / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O Opalios splendens é uma delas e ganhou menção especial na pesquisa. O animal apresentava traços comuns aos primeiros mamíferos que botam ovos&nbsp;ao mesmo tempo que contava com alguns aspectos prenunciando adaptações presentes nos seus descendentes vivos.“Sua anatomia geral é provavelmente bastante parecida com a do ornitorrinco, mas com características da mandíbula e focinho um pouco mais parecidas com uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111728-saiba-mais-sobre-a-equidna-o-mamifero-que-bota-ovos-como-o-ornitorrinco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">equidna</a>”, disse Helgen, em comunicado. Por causa dessa mescla, o diretor do Instituto de Pesquisa do Museu Australiano apelidou a criatura de “equidnápio”.Já o Parvopalus clytiei é apontado como o menor monotremado do Cretáceo, entre as espécies conhecidas até o momento, devido ao seu tamanho equivalente ao de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124427-sera-que-ratos-realmente-gostam-de-queijo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rato</a>. A terceira novidade é a Dharragarra aurora, classificada pelos autores como a mais antiga espécie de ornitorrinco.<h2>Perda de dentes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17101533417070.jpg" alt="A equidna é outra sobrevivente da família de monotremados. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A equidna é outra sobrevivente da família de monotremados. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O estudo pode ajudar a esclarecer dúvidas sobre a evolução dos monotremados, como os motivos que os levaram à perda de dentes. Representante mais antigo do grupo, o Teinolophos trusleri, de 130 milhões de anos, tinha vários dentes, enquanto os animais de Lightning Ridge apresentaram uma redução, passando para cinco ou apenas três, dependendo da espécie.Entre as espécies vivas, a equidna é desdentada e o ornitorrinco fica sem <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120076-dentes-podres-ja-foram-padrao-de-riqueza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dentes</a> quando adulto. Para os autores, essa mudança pode ser associada à competição com o rato d’água australiano, introduzido na região há 2 milhões de anos, fazendo os ornitorrincos optarem por alimentos mais macios e facilmente processados.

Dinossauros e Fósseis

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