Estudos recentes mostram que o coração humano se difere dos nossos parentes mais próximos por uma série de motivos.

<p>Os mamíferos, desde as grandiosas baleias-azuis até os pequenos musaranhos, estão espalhados por todos os cantos do planeta. Porém, apesar de tamanha diversidade biológica, acreditava-se até recentemente que a estrutura e a função do coração de todos os mamíferos eram as mesmas.</p><p>Contudo, <strong>pesquisas recentes mostram que o coração humano é um caso atípico</strong>, distintamente diferente daqueles de nossos parentes mais próximos, como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/nova-especie-do-menor-entre-os-grandes-primatas-e-descoberta-na-alemanha" rel="noopener noreferrer" target="_blank">grandes símios</a> — chimpanzés, bonobos, orangotangos e gorilas. E existe uma série de motivos para tanta diferença.</p><h2>Diferenças entre humanos e outros mamíferos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/27/27175933251359.jpg" alt="Ao contrário do que antes se imaginava, humanos e grandes símios possuem algumas diferenças na anatomia do coração. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Ao contrário do que antes se imaginava, humanos e grandes símios possuem algumas diferenças na anatomia do coração. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Segundo os investigadores, os humanos divergiram dos chimpanzés, nosso último ancestral comum, entre cinco e seis milhões de anos atrás. Nesse meio tempo, <strong>as pessoas evoluíram para ficar em pé e se envolver em maiores quantidades de atividade</strong>, o que também fez com que nossos cérebros crescessem consideravelmente.</p><p>Essas mudanças foram associadas a uma demanda metabólica muito maior, exigindo que mais sangue fosse bombeado para nossos músculos e cérebro. Com isso, os cientistas sugerem que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124227-por-que-o-simbolo-do-coracao-nao-parece-um-coracao-de-verdade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">coração humano</a> se adaptou para suportar nossa postura ereta e nossa movimentação.</p><p>Nos últimos 10 anos, um estudo internacional conduziu avaliações do sistema cardiovascular de grandes primatas no mundo todo. Nesse estudo, os pesquisadores avaliaram que a parte inferior do ventrículo esquerdo dos humanos possui uma lisura quatro vezes maior do que a de nossos parentes mais próximos.&nbsp;</p><p>Além disso, usando uma técnica chamada "ecocardiografia de rastreamento de manchas", que rastreia o movimento do músculo cardíaco durante a contração e o relaxamento, foi possível examinar como o músculo engrossa, torce, gira e alonga. Os dados coletados foram impressionantes.</p><h2>Principais diferentes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/27/27180029796361.jpg" alt="Coração humano teria evoluído para se adaptar às necessidades físicas da espécie. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Coração humano teria evoluído para se adaptar às necessidades físicas da espécie. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Conforme apontam os investigadores, os humanos têm menos trabeculações, exibiram torção e rotação muito maiores na ponta do coração durante a contração do que outros <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119832-17-mamiferos-dos-quais-voce-nunca-ouviu-falar-antes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mamíferos</a>. Esse movimento de torção aumentado, junto com as paredes ventriculares lisas, provavelmente permitiu ao coração humano bombear um volume maior de sangue a cada batida.</p><p><strong>O estudo desafia a suposição de que a estrutura cardíaca é uniforme entre os mamíferos</strong>. Em vez disso, diferenças sutis na anatomia e função do coração surgiram em resposta a desafios ambientais únicos — um processo crucial para a sobrevivência das espécies.</p><p>Por meio da colaboração com profissionais veterinários, os pesquisadores exaltaram as novas descobertas sobre a fisiologia cardiovascular dos grandes símios. Com isso, a expectativa é que a compreensão da evolução do coração humano seja aumentada com o passar do tempo, bem como a compreensão, o diagnóstico e o gerenciamento de doenças cardíacas.&nbsp;</p>

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Por que o coração humano é único entre os mamíferos?

Ativistas do bem-estar animal defendem que essa raça não deve ser procriada.

<p>Se você acha que os gatos são sempre fofinhos, espere só conhecer esse gato. A raça Bully Cat tem levantado uma grande polêmica entre ativistas dos direitos dos animais, que pedem o boicote dos criadores desse bicho.</p><p>Isso porque o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127357-4-fatos-sobre-o-american-bully-xl-a-raca-que-pode-ser-proibida-no-reino-unido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Bully Cat</a>, que é uma raça sem pelos, semelhante à <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/quais-racas-de-gatos-vivem-por-mais-tempo-segundo-a-ciencia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sphynx</a>, foi criada artificialmente. Mas os ativistas argumentam que essa raça gera gatos que sofrem com terríveis problemas de saúde.</p><h2>Conheça o Bully Cat</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/25/25121300126002.jpg" alt="(Fonte: The Independent / Reprodução)"><figcaption>O Bully Cat tem pernas curtas e muitas dobras na pele sem pelos. (Fonte: The Independent / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O Bully Cat é uma raça felina relativamente nova, com pernas curtas e grossas e pele bastante enrugada. Só que especialistas em gatos defendem que esse animal, que foi criado artificialmente, está muito propenso a lidar com problemas de saúde terríveis.</p><p>Acredita-se que a raça foi criada nos Estados Unidos há alguns anos, onde também se tornou popular, com alta procura nas redes sociais. As organizações de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/quanto-tempo-voce-pode-deixar-seu-cachorro-sozinho-em-casa" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bem-estar animal</a> argumentam que, em nome do lucro financeiro, criadores inescrupulosos estão gerando bichos que enfrentam enorme sofrimento durante a sua vida.</p><p>“A criação extrema de gatos, que prioriza características físicas exageradas em detrimento da saúde e do bem-estar dos animais, levou à criação de gatos que sofrem de uma série de problemas debilitantes de saúde e bem-estar”, disse em comunicado a entidade britânica Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals.</p><h2>Os problemas enfrentados por esses gatos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/25/25121926270003.jpg" alt="(Fonte: Reddit / Reprodução)"><figcaption>Segundo entidades de defesa dos animais, o Bully Cat deveria ser extinto. (Fonte: Reddit / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O Bully Cat, por conta de suas características genéticas, está mais propenso a passar por dores e doenças. Por isso, as entidades têm alertado que eles não deveriam mais ser procriados. “Selecionar deliberadamente mutações de doenças, como falta de pelos que leva a queimaduras solares, nanismo que leva a problemas de mobilidade e dores nas <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/69933-veja-o-que-acontece-dentro-da-articulacao-quando-voce-estrala-uma-junta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">articulações</a>, e pele dobrada que leva a infecções de pele por toda a vida significa que muitos Bully Cats suportarão existências marcadas pelo sofrimento”, afirmou o veterinário Dan O'Neill, do Royal Veterinary College, em entrevista ao Mail Online.&nbsp;</p><p>Além dos problemas nas articulações, por conta da pressão exagerada, e dos problemas em razão das dobras excessivas, esses gatos têm mais risco de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127787-jovem-de-14-anos-inventa-sabonete-para-tratamento-de-cancer-de-pele.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">câncer de pele</a>. Só que os especialistas alertam que cada vez mais gente tem se interessado por esses gatos por conta de sua aparência exótica.</p><p>Por outro lado, muitas pessoas têm chamado essas criações híbridas de "raças <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120132-frankenstein-por-que-o-monstro-ganhou-a-cor-verde-nos-filmes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Frankenstein</a>", pois gera animais com características que podem ser consideradas ruins para eles. “O conselho para qualquer um que esteja pensando em adquirir um gato ou um cachorro é sempre colocar o bem-estar do animal em primeiro lugar e parar e pensar antes de adquirir um animal com um formato corporal extremo e não natural que não existe comumente na natureza", completa O'Neill.&nbsp;</p><p>&nbsp;</p>

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Conheça o Bully Cat, a raça felina condenada pelos defensores dos animais

Há anos, pesquisadores batalham para decifrar de onde veio o ancestral comum universal dos animais que vivem em nosso planeta. 

<p>Entender como a vida começou e evoluiu na Terra é uma questão que intriga os pesquisadores humanos há muito tempo. Porém, a ciência parece ter feito grandes avanços para encontrar algumas respostas.</p><p>Em um estudo recente, investigadores ofereceram novos <i>insights </i>sobre a origem da vida na Terra e de Luca, <strong>o último ancestral comum universal que teria existido em nosso planeta</strong>.</p><h2>Busca pelo denominador comum</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/16/16193743968006.jpg" alt="Há décadas, pesquisadores trabalham para encontrar ancestral comum de todas as criaturas da Terra. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Há décadas, pesquisadores trabalham para encontrar ancestral comum de todas as criaturas da Terra. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Cerca de 375 milhões de anos atrais, nossos ancestrais semelhantes a peixes respiravam por guelras. Já há 600 milhões de anos, o ancestral comum de todos os animais surgiu: o microscópico urmetazoário. No entanto, bilhões de anos de tudo isso acontecer, o ancestral comum de todos os organismos vivos deve ter existido e sua existência foi apelidada de "Luca" pelos pesquisadores.</p><p>Cientistas têm trabalhado na identificação de Luca ao longo de décadas com diferentes ideias sobre como ele era.<strong>&nbsp;A evidência fóssil mais antiga que temos para a vida tem cerca de 3,4 bilhões de anos</strong>, mas alguns estudos argumentam que Luca teria existido perto do nascimento da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128719-materia-organica-achada-em-asteroide-pode-explicar-origem-da-vida-na-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Terra</a>, 4,5 bilhões de anos atrás.</p><p>Luca não foi a primeira forma de vida, mas o organismo do qual todos os organismos vivos atualmente descendem. Entender como ele era e quando ele viveu é importante para nos ajudar a <strong>entender como a vida evoluiu no planeta</strong>. E é justamente isso que um novo estudo publicado na <i>Nature Ecology &amp; Evolution</i> tenta explicar.&nbsp;</p><h2>A origem de Luca</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/16/16193758472008.jpg" alt="Se primeiros ancestrais de Luca não sobreviveram, alguns genes podem ter sido perdidos para sempre. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Se primeiros ancestrais de Luca não sobreviveram, alguns genes podem ter sido perdidos para sempre. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Para reconstruir o genoma de Luca, os investigadores coletaram amostras de genomas de diferentes grupos de bactérias e organismos unicelulares para ter certeza de que estavam amostrando a vida moderna. Ao todo, um conjunto de 700 <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/genoma-europeu-tumba-de-45-mil-anos-revela-dados-da-ancestralidade-europeia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">genomas</a> foi estudado em 2022.</p><p>Cada gene foi classificado em diferentes famílias para entender seu propósito em organismos modernos. Também foi construído um conjunto separado de 57 genes que são comuns a todos os 700 organismos estudados para encontrar um denominador comum nas formas de vida e que não mudaram muitos nos últimos bilhões de anos.</p><p><strong>Os cientistas imaginaram Luca como um organismo bastante complexo</strong>, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121261-as-bacterias-deram-origem-a-vida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bactérias</a> e arqueias modernas, com um genoma pequeno. A estimativa é que esse ser tenha vagado pela Terra há cerca de 4,2 bilhões de anos. Caso esses números estejam corretos, a vida no mundo teria evoluído rapidamente — quase logo após a formação do planeta.</p><h2>Reconstruindo um ancestral</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/16/16194046676011.jpg" alt="O estudo de genomas ancestrais poderia nos ajudar a entender como a vida evoluiu no planeta. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>O estudo de genomas ancestrais poderia nos ajudar a entender como a vida evoluiu no planeta. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>A reconstrução de Luca feita pelos pesquisadores não é a primeira que tenta decifrar o último ancestral comum universal. Porém, mais e mais organismos estão sendo descobertos e sequenciados a cada ano e a tecnologia tem ficado mais poderosa, o que ajuda na <strong>criação de modelos evolucionários mais precisos</strong>.</p><p>Contudo, os pesquisadores têm uma preocupação: caso um dos primeiros descendentes de Luca não tenha sobrevivido até os dias modernos, isso significa que seus genes não existem mais. Portanto, seria impossível mapear essas famílias genéticas e a <strong>reconstrução do ancestral estaria incompleta</strong>.</p><p>Mesmo com essas limitações técnicas, os investigadores se mostraram animados com os dados coletados. Mas é preciso destacar que ainda falta muito trabalho para ser feito até que entendamos melhor como a vida evoluiu desde a formação do nosso querido mundo.&nbsp;</p>

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Estudo encontra caminho para identificar ancestral de toda vida na Terra

Segundo um novo estudo, o peixe-pulmonado da América do Sul possui 30 vezes o tamanho do DNA humano.

<p>O genoma mais longo de todo o reino animal não pertence a uma criatura gigante, mas a uma criatura aquática bastante curiosa e que parece ter congelado no tempo. Nós estamos falando do <strong>peixe-pulmonado da América do Sul</strong>, uma classe de vertebrados de água doce com características únicas refletidas em seu colossal código genético.</p><p>Capazes de respirar ar e água, essas estranhas criaturas antigas compartilham um ancestral comum com todos os vertebrados de quatro membros conhecidos como tetrápodes. De acordo com o novo estudo, o peixe-pulmonado possui um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121199-o-que-e-o-dna-e-como-ele-se-parece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">DNA</a> de <strong>até 30 vezes maior do que o dos seres humanos</strong>.</p><h2>Estudando o genoma</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/16/16182611735086.jpg" alt="Peixes-pulmonados podem oferecer uma visão interessante sobre o passado dos tetrápodes. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Peixes-pulmonados podem oferecer uma visão interessante sobre o passado dos tetrápodes. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Os pesquisadores da Universidade de Konstanz, na Alemanha, recentemente sequenciaram o maior dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/genoma-europeu-tumba-de-45-mil-anos-revela-dados-da-ancestralidade-europeia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">genomas</a> de peixes-pulmonados no mundo, o do peixe-pulmonado da América do Sul (<i>Lepidosiren paradoxa</i>). Segundo os investigadores, esse tipo de estudo pode fornecer informações essenciais sobre <strong>como os nossos ancestrais emergiram das profundezas para andar na terra</strong>.</p><p>"Com mais de 90 bilhões de bases, o DNA da espécie sul-americana é o maior de todos os genomas animais e mais que o dobro do genoma do recordista anterior, o peixe-pulmonado australiano", afirmou o biólogo evolucionista Axel Meyer. Curiosamente, no entanto, a equipe contou apenas cerca de 20 mil sequências codificadoras de proteínas.</p><p>As três linhagens de peixes-pulmonadas conhecidas são tudo o que resta até hoje sobre essas incríveis criaturas. Esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121802-6-dos-tipos-de-peixe-mais-lindos-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">peixes</a> são considerados fósseis vivos. Porém, para a surpresa dos pesquisadores, <strong>o genoma deles é notavelmente estável e o arranjo de genes é bem conservados</strong>, o que mantém o peixe-pulmonado uma criatura "bem-sucedida".</p><h2>Olhando para o passado</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/16/16182704337087.jpeg" alt="Estudo revelou que peixes-pulmonados da América do Sul possuem genoma 30 vezes maior do que seres humanos. (Fonte: Universidade Estadual da Louisiana/Reprodução) "><figcaption>Estudo revelou que peixes-pulmonados da América do Sul possuem genoma 30 vezes maior do que seres humanos. (Fonte: Universidade Estadual da Louisiana/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Após sequenciar o genoma dos peixes-pulmonados, os pesquisadores também puderam fazer engenharia reversa cromossômica para entender o passado dos tetrápodes. Essa ancestralidade foi confirmada pelo estudo, fornecendo um conjunto de ferramentas para entendermos o <strong>nosso próprio caminho evolutivo</strong>.&nbsp;</p><p>Os pesquisadores também conseguiram contabilizar algumas das diferenças mais gritantes entre as três espécies vivas. Os peixes-pulmonados australianos, por exemplo, possuem apenas um pulmão e ainda podem usar suas guelras. Já os africanos e sul-americanos têm guelras atrofiadas e um par de pulmões, tendo evoluído seus membros de volta para nadadeiras filamentosas.&nbsp;</p><p>No artigo, os cientistas salientam que os genomas de todas as três linhagens de peixes-pulmonados são chave para uma melhor compreensão do desenvolvimento e das mudanças evolutivas genômicas para a evolução dos tetrápodes, considerada uma das principais transições durante a evolução dos vertebrados. Agora, o objetivo é que pesquisas futuras consigam expandir nossos horizontes sobre o passado.&nbsp;</p>

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Peixe sul-americano tem o maior genoma já sequenciado entre todos os animais

O acasalamento entre espécies diferentes no Ártico foi facilitado pela eliminação de algumas barreiras geográficas antes impostas pelo clima.

<p>Depois que um caçador descobriu um urso híbrido nos territórios do nordeste do Canadá em 2006, <strong>cientistas já identificaram outros oito ursos mestiços entre polar e pardo,</strong> todos de uma mesma mãe polar. Os híbridos são batizados ora de “grolars” — se o pai for um urso-pardo (<i>grizzly bear</i> em inglês) —, ora de “pizzlies” — se o pai for um urso-polar e a mãe um pardo.</p><p>Na época, alguns pesquisadores propuseram que o Ártico poderia se tornar em pouco tempo <strong>um território propício para híbridos</strong>, devido às alterações climáticas antropogênicas. Embora alguns híbridos sejam resultados de encontros aleatórios, o aquecimento do Ártico e o degelo marinho podem ter eliminado <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127526-ligre-e-tigreao-conheca-os-bizarros-hibridos-de-leoes-e-tigres.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">algumas barreiras geográficas que mantinham casais separados</a>.</p><p>O derretimento do gelo marinho pode, por exemplo, permitir que ursos polares desçam para se alimentar mais ao sul, ou que os habitats de ursos-pardos se estendam para o norte, o que significa <strong>mais espaços disponíveis para o acasalamento.&nbsp;</strong>Muitas vezes os animais não se acasalam fora da sua espécie unicamente por não frequentar o mesmo espaço.</p><h2>Mais híbridos no Ártico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/09/09203952312023.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Narvais estão se acasalando com belugas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Os híbridos árticos não se resumem aos ursos, sendo que alguns deles nem são identificáveis a olho nu, necessitando de análises genéticas para serem reconhecidos. Embora alguns cientistas estejam realizando exames de DNA em animais <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127608-a-triste-historia-de-motty-o-elefante-hibrido-mais-raro-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">para poder aprender mais sobre potenciais híbridos</a>, mais dúvidas persistem do que certezas.&nbsp;</p><p>Espécies separadas na árvore evolutiva há cinco milhões de anos, <strong>as baleias belugas e narvais têm se encontrado fortuitamente na Baía de Disko</strong>, na Groenlândia. Não se conhecia nenhuma consequência desses encontros, até que um caçador encontrou um crânio de narval sem o seu dente incisivo proeminente. Seria uma "narluga"?</p><p>Recentemente, cientistas que rastreavam híbridos no Canadá, Alasca e Groenlândia fizeram uma descoberta fascinante: duas subespécies de papagaios-do-mar que têm seu habitat natural no Círculo Polar Ártico cruzaram-se em algum lugar, e seus descendentes foram viver em Bjørnøya, <strong>a ilha mais ao sul de um arquipélago norueguês</strong>.</p><h2>A hibridização é boa para espécies em extinção?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/09/09195756239000.jpg" alt="Uma população híbrida de papagaios-do-mar surgiu com o aquecimento do Ártico. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Uma população híbrida de papagaios-do-mar surgiu com o aquecimento do Ártico. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Muitas pessoas pensam que espécies que trocam genes com outra se tornam "superanimais", pois ambas herdariam as melhores característica genéticas de cada uma, mas isso não é bem assim. Embora as primeiras gerações híbridas possam gozar de um "vigor híbrido" inicial, as <strong>gerações posteriores podem sofrer de “depressão exogâmica”</strong>, uma redução na aptidão e no vigor por perda de combinações genéticas vantajosas.&nbsp;</p><p>Isso preocupa porque algumas espécies em extinção, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128921-baleias-azuis-estao-acasalando-com-outra-especie-e-tendo-filhotes-hibridos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">como as baleias-azuis que vivem no Atlântico Norte</a>, têm 3,5% de sua genética vinda das baleias-comuns, o que é significativo, segundo especialistas. Sem contar que <strong>a proteção das leis de conservação possa não se aplicar aos híbridos</strong>.</p><p>Finalmente, uma das maiores preocupações entre os geneticistas é a chamada <strong>“genetic swamping”</strong>, algo como diluição genética, em que os genes de uma espécie dominante se misturam de tal forma aos de uma espécie menor, a ponto de substituir, ou até mesmo suprimir, suas características.&nbsp;</p>

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Grolar, pizzlie e narluga: os animais híbridos que podem dominar o Ártico

As espécies que botam ovos, aí incluídos alguns mamíferos, dão toda sua energia, e às vezes a própria vida, para que eles eclodam com sucesso.

<p><strong>Membros de uma classe minoritária entre as espécies animais</strong>, cujos filhotes nascem saindo do corpo da mãe, não temos noção do que ocorre com as demais espécies (cerca de 99%) que se reproduzem botando ovos, dos quais os filhotes eclodem posteriormente.&nbsp;</p><p>Para proteger esses bebês ainda em fase embrionária de predadores e intempéries, muitas adaptações evolutivas foram desenvolvidas, para garantir a sobrevivência das espécies em seus respectivos habitats. Por isso, <strong>cada ovo conta uma dessas trajetórias</strong>. Confira.</p><h2>1. Mamífero bota ovo?</h2><p style="text-align:center;"><iframe width="513" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/dHocViqKbbc" title="Echidna hatching (1974)" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe></p><div itemprop="name">Sim. Embora tenhamos essa crença de que os mamíferos, assim como nós humanos, damos à luz filhotes já "prontos" e os alimentamos amorosamente com leite, isso não é totalmente correto, <strong>pois há um grupo de mamíferos, conhecidos como monotremados, que põem ovos</strong>, como os ornitorrincos e as equidnas.</div><p>Parecidas com porcos-espinhos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128004-mamifero-que-poe-ovos-e-registrado-em-camera-pela-primeira-vez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">as equidnas e seus ovinhos são estranhíssimos</a>. Considerados fósseis vivos, pois existem há 200 milhões de anos, o que os coloca como contemporâneos dos dinossauros, esses taquiglossídeos também amamentam, porém, como se projetados para o Instagram, não têm mamilos: <strong>o leite é secretado por poros na pele da mãe.</strong></p><h2>2. Ovo em ninho emprestado</h2><p style="text-align:center;"><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/SO1WccH2_YM" title="Common Cuckoo chick ejects eggs of Reed Warbler out of the nest.David Attenborough's opinion" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe></p><p>Quando o assunto é chocar ovos e alimentar os filhotes, nenhum pássaro é tão "pilantra" quanto os cucos. Quando um casal da família <i>Cuculidae</i> encontra um ninho onde pássaros de outra espécie (como os tico-ticos, por exemplo) já colocaram seus ovos, <strong>eles colocam sorrateiramente o seu próprio ovo lá.&nbsp;</strong></p><p>Quando o ovo do cuco (chamado no Brasil de alma-de-gato ou godelo) eclode, o filhote, que é geralmente maior que os "pais adotivos", empurra os outros ovos ou seus irmãozinhos para fora do ninho. Dizem que os cucos têm truques para garantir que seus ovos se pareçam com os ovos do ninho original, como uma espécie de clone.&nbsp;</p><h2>3. Ovos de louva-a-deus</h2><p style="text-align:center;"><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/PUn8qhx9lEc" title="How does a Praying Mantis lay its Eggs? An oddly satisfying TIMELAPSE of the process" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe></p><p>Conhecidos por seu comportamento predatório na caça, e até no sexo, <strong>onde as fêmeas comem, literalmente, os machos durante o ato</strong>, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115649-louva-a-deus-conheca-de-perto-essas-incriveis-criaturas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os louva-a-deus usam estruturas estranhas,</a> chamadas ootecas, para proteger seus ovos.&nbsp;</p><p>Quando põe ovos, a fêmea produz ao mesmo tempo uma substância espumosa que os cobre e protege. A ooteca tem vários formatos, parecidos com um casulo de filme de terror. Mas o que é também assustador é <strong>o número de filhotes que nascem de cada ninhada: cerca de 400</strong>, o que levaria qualquer casal humano a chamá-lo de "deus no acuda".</p><h2>4. Os ovos suspensos dos bichos-lixeiros</h2><p style="text-align:center;"><iframe width="1140" height="640" src="https://www.youtube.com/embed/Qvs9ozgkQ1E" title="lacewing eggs#aphid predators#common green lacewing#chrysoperla carnea" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe></p><p>Quem vê um grupo de ovos do bicho-lixeiro em alguma fruta pode pensar que ela foi infestada por pequenos cogumelos. É que esses <i>Crisopídeos</i> colocam seus ovos, um a um, no final de uma espécie de caule fino, que os mantém distantes da planta que os hospeda.&nbsp;</p><p>Porém, quando as larvas carnívoras eclodem dessa estrutura frágil, elas já partem direto para cima dos pulgões, dos quais se alimentam. Ou seja, a estrutura não é para proteger os ovos dos pulgões, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127605-6-maneiras-curiosas-de-insetos-trabalharem-em-equipe.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mas sim das formigas, que mantêm um relacionamento simbiótico com esses sugadores de seiva</a> (mutualismo).&nbsp;</p><h2>5. Dando a vida pelos filhos</h2><p style="text-align:center;"><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/rkKNWE1n8Ac" title="Mother octopus makes the ultimate sacrifice for her babies" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe></p><p>Embora seja uma das "frases de mãe" favoritas, dar a vida pelos filhos costuma ser uma realidade para as mamães polvo. Antes de botar centenas de milhares de ovos pequenos e translúcidos, a mãe cria uma toca, arrastando pedras ao redor, para que seja totalmente segura.</p><p>Então, ela se agarra ao topo da toca,<strong>&nbsp;onde permanece por longos períodos, às vezes anos,</strong> abanando seus ovos para garantir sua oxigenação. Presa à sua tarefa de garantir o bem-estar da prole, essa fêmea nem se alimenta, perdendo suas cores e não vivendo o bastante para cuidar dos seus filhotes, que têm que lutar cada um por si, pela sobrevivência.&nbsp;</p>

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Vale a pena ver o ovo: 5 ovos estranhamente bizarros

Em 2022, pesquisadores encontraram material genético que remonta a milhões de anos. 

<p>O DNA carrega todo tipo de informação sobre a nossa existência e sobre os nossos antepassados. Porém, pesquisadores afirmam que o DNA antigo pode revelar além disso: ele possui informações cruciais sobre os mistérios da evolução humana e até mesmo de como era o clima pré-histórico da Terra.</p><p>Mas qual é o exemplar mais antigo de DNA descoberto pelos humanos? Essa amostra foi encontrada em 2022 no norte da Groenlândia, possuindo incríveis 2 milhões de anos. O material genético estava preso no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127957-5-fatos-sobre-o-permafrost-a-estrutura-do-solo-que-pode-alterar-o-clima.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">permafrost</a> desde o Plioceno e teve que ser desenterrado pelos investigadores.</p><h2>Análise do DNA</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/12/12223450970004.jpg" alt="Maioria dos materiais genéticos mais antigos do mundo coletados por pesquisadores foram encontrados na permafrost. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Maioria dos materiais genéticos mais antigos do mundo coletados por pesquisadores foram encontrados na permafrost. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Depois de desenterrarem o DNA antigo na Groenlândia, os pesquisadores sequenciaram o material genético em laboratório. Assim, foi possível extrair novas informações que falavam sobre o passado do planeta, revelando dados importantes sobre a variedade de animais e plantas que um dia habitaram a Terra.</p><p>Esse mesmo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121199-o-que-e-o-dna-e-como-ele-se-parece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">DNA</a> trouxe informações sobre renas, gansos, lebres, roedores, caranguejos e mastodontes, bem como bétulas, tuias e uma variedade enorme de arbustos e ervas árticas daquela época. Antes dessa descoberta, o DNA mais antigo já recuperado havia sido extraído dos dentes de um mamute de 1,2 milhão de anos, desenterrado no permafrost siberiano. Essa havia sido a primeira vez que DNA com mais de 1 milhão de anos foi recuperado de um organismo antigo.</p><p>Embora o dente de mamute tenha apenas metade da idade das amostras coletadas na Groenlândia, esse DNA foi recuperado diretamente de material biológico, tornando-o o mais antigo a ser sequenciado a partir de espécimes físicos. Outro exemplo notável veio de um antigo cavalo encontrado preservado no permafrost canadense em 2013, revelando um DNA datado entre 780 mil e 560 mil anos.</p><h2>DNA humano mais antigo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/12/12223530602007.jpg" alt="Em 2013, pesquisadores sequenciaram genes de hominídeos de 400 mil anos encontrados na Espanha. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Em 2013, pesquisadores sequenciaram genes de hominídeos de 400 mil anos encontrados na Espanha. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Se as amostras de DNA animal antigo remontam para 2 milhões de anos, qual é a amostra de DNA humano mais velha conhecida por nós? Quando esse é o assunto, as coisas ficam um pouco mais complicadas. Isso se dá pelo fato dos nossos ancestrais terem evoluído primeiro na África, onde faz muito calor e o DNA não é bem preservado.</p><p>O DNA se degrada muito mais rápido em climas quentes. Por isso, encontrar exemplos antigos dele que não estejam no permafrost é quase impossível — mas já foi feito. A amostra mais antiga de material genético de hominídeos vem de um genoma de 430 mil anos, encontrado em uma caverna na Espanha.</p><p>O local, chamado de "Poço de Ossos", era um poço subterrâneo que abrigava os restos mortais de 28 hominídeos que foram os primeiros membros da linhagem neandertal. No passado, pesquisadores também descobriram os dados genéticos humanos mais antigos até agora: fósseis de hominídeos de 2 milhões de anos, achados na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/nos-humanos-surgimos-na-africa-mas-por-que-especificamente-la" rel="noopener noreferrer" target="_blank">África</a> do Sul. E se temos uma base de informações sobre como foi o passado do nosso mundo, pode ter certeza que todos os exemplos citados acima — e muitos outros mais — são os responsáveis por isso.&nbsp;</p><p>&nbsp;</p>

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Qual é a evidência mais antiga de DNA encontrada na Terra?

Modelo matemático traz respostas para o porquê dos mamíferos machos possuírem ferramentas necessárias para amamentar seus filhotes, mas não a utilizam.

<p>A essa altura da vida, você já deve ter notado que somente as fêmeas amamentam seus <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/110372-mais-20-fotos-de-filhotes-para-voce-ver-e-soltar-um-nhoooo-que-fofo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">filhotes</a> entre todas as espécies de mamíferos existentes no mundo. Mas você já se perguntou por que os machos não cumprem a mesma função? De acordo com pesquisadores, eles até possuem as ferramentas necessárias para isso, mas não as utilizam.&nbsp;</p><p>Segundo um novo modelo matemático criado por pesquisadores da Universidade de York, existe uma razão clara para a ausência de lactação masculina em mamíferos — algo que deixa cientistas perplexos há anos. E qual é esse motivo? Tudo tem a ver com os hormônios e micróbios.</p><h2>Falta de lactação masculina</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/09/09174519492014.jpg" alt="Mamíferos machos possuem tecidos mamários e potencial para lactar, mas não o fazem. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Mamíferos machos possuem tecidos mamários e potencial para lactar, mas não o fazem. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>De acordo com o estudo, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119832-17-mamiferos-dos-quais-voce-nunca-ouviu-falar-antes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mamíferos</a> machos têm geneticamente os meios necessários para produzir leite, como os tecidos mamários e o potencial para lactar. Contudo, eles geralmente não têm níveis suficientes de "gatilhos hormonais" para fazer isso acontecer. E o que isso significa? Hormônios como a polactina, altamente responsável pela lactação, são regulados negativamente em machos.&nbsp;</p><p>Na década de 1970, alguns cientistas sugeriam que a ausência de leite nos machos poderia ser explicada pela incerteza paterna. Ou seja, como não há uma forma de comprovar se um macho é o verdadeiro pai de um filhote — exceto por testes de DNA, então existe um impulso menor em cuidar da prole, especialmente por meio da <a href="https://www.megacurioso.com.br/mulher/98734-10-mitos-e-verdades-sobre-a-amamentacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">amamentação</a>.</p><p>Porém, segundo os matemáticos da Universidade de York, existe uma razão diferente para que a amamentação não aconteça. O modelo matemático explica que a ausência de machos lactantes pode ser causada pelos micróbios que vivem no leite materno. Quando uma mãe amamente seu filhote, ela também transfere microrganismos para ele. Esse, por sua vez, é um processo vital para estabelecer o microbioma intestinal do bebê.</p><h2>Importância da amamentação materna</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/09/09174640738016.jpg" alt="Modelo matemático indica que machos não amamentam para evitar disseminar micróbios nocivos para seus filhotes. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Modelo matemático indica que machos não amamentam para evitar disseminar micróbios nocivos para seus filhotes. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Conforme o estudo explica, caso ambos os pais transmitissem seus microbiomas através da amamentação para seus filhos, existiria uma grande probabilidade de que micróbios nocivos se espalhassem pelas populações de mamíferos. A lactação somente materna impede que isso aconteça, pois serve como uma "peneira" para esses patógenos.</p><p>"Embora os micróbios não sejam inerentemente prejudiciais ou benéficos; é sua presença e abundância que ditam a saúde geral dessa comunidade interna. Um 'agente errado' no início da vida de um animal pode mudar o microbioma em um momento crucial", explicou o autor do estudo, Brennen Fagan, em comunicado oficial.</p><p>Quando ambos os pais estão envolvidos na amamentação, a chance de um micróbio nocivo ser transmitido seria dobrada, explicaram os cientistas. Portanto, a nova teoria criada pelo modelo matemático sugere que a ausência de machos lactando se dá por uma pressão natural para que os filhotes não sejam prejudicados.</p>

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Por que mamíferos machos não amamentam seus filhotes? A matemática explica!

Informações genéticas colhidas em túmulo coletivo antigo mostram que houve misturas de diferentes grupos que formaram o genoma atual dos europeus.

<p style="text-align:justify;">Uma descoberta fascinante em uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125190-arqueologos-encontram-tumba-coletiva-de-7-mil-anos-no-oma.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tumba coletiva</a> de 4,5 mil anos em Bréviandes-les-Pointes, na França, revelou segredos genéticos que ainda ressoam nos europeus modernos. Estudos de DNA antigo dos sete indivíduos enterrados lá mostraram como <strong>migrações e misturas populacionais moldaram o genoma europeu</strong>, oferecendo um vislumbre raro e detalhado do passado.</p><p style="text-align:justify;">O genoma humano, que carrega toda a nossa informação genética, é como um livro de história dos nossos ancestrais.<strong>&nbsp;O genoma europeu, em particular, foi formado ao longo de mais de 40 mil anos por meio de diversas migrações e cruzamentos de populações</strong>.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Originalmente, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128333-historia-do-cheiro-da-europa-e-contada-em-nova-enciclopedia-online.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Europa</a> era habitada por caçadores-coletores até que, cerca de 8 mil anos atrás, <strong>agricultores da Anatólia e do Egeu chegaram e começaram a interagir com os habitantes locais</strong> e, por consequência, misturando-se. Esta primeira grande combinação ajudou a moldar a base genética dos europeus atuais.</p><p style="text-align:justify;">Mas <strong>o que realmente mudou o jogo foi a chegada dos nômades das estepes pôntico-cáspias, ao norte do Mar Negro, cerca de 5 mil a 4 mil anos atrás</strong>. Esses nômades trouxeram consigo novas tecnologias e práticas culturais, como a roda e as línguas indo-europeias, e se misturaram com as populações neolíticas locais. Essa interação crucial é uma peça-chave na composição genética de muitos europeus hoje.</p><h2 style="text-align:justify;">Análise de DNA</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/11/11090027449018.png" alt="Túmulo coletivo trouxe indícios importantes sobre a história genética dos europeus. (Fonte: Inrap, Live Science/ Divulgação) "><figcaption>Túmulo coletivo trouxe informações importantes sobre a história genética dos europeus. (Fonte: Inrap, Live Science / Divulgação)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;"><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128385-enguias-podem-mudar-o-dna-de-outros-peixes-com-pulsos-eletricos-diz-novo-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Analisar o DNA</a> antigo é uma tarefa complexa, pois os fragmentos são pequenos e deteriorados. No entanto, uma equipe de pesquisadores do Institut Jacques Monod desenvolveu técnicas avançadas para obter resultados precisos.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Eles sequenciaram o DNA das sete pessoas achadas na tumba de Bréviandes e combinaram isso com estudos de morfologia óssea feitos por especialistas do Instituto Nacional de Pesquisa Arqueológica Preventiva (Inrap, na sigla em francês).</p><p style="text-align:justify;">Os resultados foram surpreendentes: <strong>a tumba continha uma mulher idosa, seu filho adulto, seu neto, a mãe do neto, uma jovem mulher, o recém-nascido dessa jovem e uma criança pequena.</strong> Curiosamente, nem todos eram parentes entre si.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">As mulheres apresentavam um componente genético típico do sul da França e sudoeste da Europa, sugerindo uma origem comum fora da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/vinho-em-estado-liquido-mais-antigo-do-mundo-e-achado-em-tumba-na-espanha" rel="noopener noreferrer" target="_blank">área da tumba</a>. O homem adulto, porém, tinha uma mistura do genoma neolítico de sua mãe e do genoma dos nômades das estepes de seu pai.</p><p style="text-align:justify;">Essa descoberta ofereceu uma visão quase "em tempo real" da introdução do DNA das estepes na população neolítica local. <strong>Os pesquisadores conseguiram até mesmo reconstruir parte do genoma do pai ausente do homem adulto</strong>, indicando sua origem no noroeste da Europa. Isso evidencia um encontro entre populações migrantes das estepes e as locais, que ocorria em toda a Europa durante esse período.</p><h2 style="text-align:justify;">Cruzamento genético</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/11/11090519512019.jpg" alt="Estudo mapeou os ossos do túmulo e trouxe descobertas importantes. (Fonte: Inrap/ Divulgação)"><figcaption>Ossos encontrados em túmulo familiar ajudam a entendermos os cruzamentos do genoma europeu. (Fonte: Inrap / Divulgação)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Análises de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126820-apos-40-mil-anos-os-neandertais-ainda-vivem-em-nosso-dna.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">genomas antigos</a> de outras regiões europeias mostraram que houve duas grandes ondas de cruzamentos.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;"><strong>A primeira, cerca de 4,9 mil anos atrás</strong>, envolveu nômades das estepes e fazendeiros neolíticos da cultura da ânfora globular. Essa mistura deu origem à cultura "corded ware", caracterizada por vasos de barro impressos com cordões antes da queima. <strong>A segunda onda ocorreu cerca de 4.550 anos atrás</strong> na Europa Ocidental, envolvendo novamente cruzamentos entre homens das estepes e mulheres locais.</p><p style="text-align:justify;">Além da tumba de Bréviandes, o estudo também analisou o sepultamento de um homem adulto em Saint-Martin-la-Garenne, identificado como pertencente à Cultura do Vaso Campaniforme por ele estar com um adorno no pulso característico desse fenômeno.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Ele apresentava uma alta porcentagem de ancestralidade das estepes, <strong>sugerindo redes matrimoniais complexas entre diferentes grupos</strong>. Isso mostra como as interações e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124811-ancestralidade-brasileira-qual-e-o-nosso-perfil-genetico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">misturas genéticas</a> foram fundamentais para a formação do genoma europeu.</p><p style="text-align:justify;">Desse modo, a tumba de Bréviandes não só oferece um vislumbre das complexas redes de relações e migrações, mas também destaca como essas interações moldaram a Europa que conhecemos hoje.</p>

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Genoma europeu: tumba de 4,5 mil anos revela dados da ancestralidade europeia

Descubra como algumas galinhas conseguem se transformar em galos.

<p>A transformação de uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121210-quem-veio-primeiro-o-ovo-ou-a-galinha.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">galinha</a> em um galo é um dos fenômenos mais curiosos observados por criadores de aves. A reversão sexual espontânea, embora rara, ocorre quando uma galinha começa a exibir características físicas e comportamentais típicas de um galo. Esse fenômeno foi estudado por vários cientistas que buscaram entender as causas e os processos por trás dessa mudança notável.</p><h2>Diferenças entre galos e galinhas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/30/30231752717011.jpg" alt="Galos têm crista grande, esporas longas e penas pontiagudas e coloridas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Galos têm crista grande, esporas longas e penas pontiagudas e coloridas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Galos e galinhas possuem várias diferenças notáveis em suas características sexuais secundárias. <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/115607-galo-e-adotado-por-oficina-de-carros-e-ganha-a-internet.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Os galos geralmente têm corpos maiores</a>, cristas mais proeminentes e eretas, além de barbelas mais desenvolvidas. Eles também possuem esporas mais longas e penas de cauda mais ornamentadas, conhecidas como penas de sela e foice. Em termos de coloração, os galos das variedades multicoloridas exibem uma plumagem mais vibrante e diversificada.</p><p>Embora ambos os sexos possam cantar, é mais comum que apenas os galos façam isso. O canto é uma característica distintiva que frequentemente leva à identificação errônea de uma galinha revertida sexualmente como um galo. Esse comportamento, junto às mudanças físicas, pode ser alarmante para os criadores, especialmente em áreas urbanas onde a presença de galos é frequentemente proibida.</p><h2>O processo de reversão sexual</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/30/30232008675012.jpg" alt="As galinha têm apenas um ovário funcional. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As galinha têm apenas um ovário funcional. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>As aves fêmeas possuem apenas um ovário funcional no lado esquerdo. O ovário direito, por outro lado, é um órgão incompleto e geralmente não se desenvolve em aves saudáveis. No entanto, se o ovário esquerdo de uma galinha for danificado devido a cistos, tumores ou outras condições, o ovário direito pode se transformar em um ovotestículo. Esse ovotestículo pode conter tecidos típicos de ovários, testículos ou ambos e pode secretar andrógenos, hormônios que promovem características masculinas na ave.</p><p>Apesar de uma galinha desenvolver características masculinas devido à secreção de andrógenos pelo ovotestículo, ela não se transforma geneticamente em um galo. Genotipicamente, a ave continua a ser uma fêmea. O que muda são as características físicas e comportamentais, conhecidas como fenótipo, que passam a se assemelhar às de um galo. Ou seja, a ave exibe externamente características de macho, mas seu material genético permanece inalterado, codificando-a como uma fêmea.</p><p>No que diz respeito à fertilidade, a maioria das galinhas que passam por uma reversão sexual espontânea não são férteis. Ou seja, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120364-o-ovo-de-galinha-e-a-menstruacao-da-ave.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">elas não produzem ovos</a>, e há raros relatos de aves que conseguem produzir sêmen capaz de gerar descendentes após a transformação.</p><p>A reversão sexual espontânea em galinhas é um fenômeno intrigante que desafia nossas percepções sobre gênero e desenvolvimento sexual nas aves. Embora rara, essa transformação oferece informações valiosas sobre a plasticidade biológica e a complexidade dos sistemas reprodutivos de algumas espécies. Compreender esse processo é essencial para manejar melhor as criações e expandir nosso conhecimento sobre a biologia.</p>

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