Algumas das principais obras de Shakespeare foram baseadas em personagens que realmente existiram.

<p>O lendário <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122973-5-expressoes-populares-criadas-por-william-shakespeare.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">William Shakespeare</a> é provavelmente o maior dramaturgo de todos os tempos. Mesmo após séculos de suas criações, suas peças seguem sendo reverenciadas, discutidas e encenadas por muita gente que aprecia a arte do teatro.</p><p>Nem todo mundo sabe, mas algumas de suas principais obras foram baseadas em materiais já existentes, seja por meio de histórias antigas ou relatos históricos. Assim, Shakespeare partiu de personagens reais (como membros da realeza) para criar adaptações impactantes e inspiradas que o tornaram um grande ícone de sua área.&nbsp;</p><h2>1. <i>Macbeth</i></h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07192637378407.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Em <i>Macbeth</i>, Shakespeare imagina contornos exagerados para o antigo rei da Escócia. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Escrita entre 1606 e 1607, a clássica <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121099-a-teoria-da-conspiracao-de-que-shakespeare-nunca-escreveu-nada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><i>Macbeth</i></a> é uma peça tensa repleta de drama, traição, suspense e a presença do sobrenatural. Ela retrata figuras históricas que existiram, mas evidencia bem o quanto o dramaturgo tomou liberdades para constituir a sua própria versão.</p><p>Ela se inspira em Mac Bethad mac Findláich, ou Maelbeatha (anglicizado como Macbeth), o "Rei Vermelho", que assumiu o trono da Escócia entre 1040 e 1057. Foi o último dos reis gaélicos da Escócia, e foi conhecido por seu reinado pacífico e generoso com a Igreja.</p><p>Contudo, há diferenças entre o que ocorreu com ele de verdade e na peça. Na vida real, Macbeth matou o Rei Duncan no campo de batalha, enquanto na peça ele comete um assassinato, com o auxílio de Lady Macbeth.</p><p>Já na peça, Macbeth é levado a matar o monarca por conta da profecia de três bruxas que dizem que ele estava destinado a ser rei. Por conta disso, a loucura e a ambição se instalam nele e na esposa. Já o Macbeth real não teria experimentado nada disso.</p><h2>2. <i>Ricardo III</i></h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07192716275409.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Shakespeare teria difundido uma imagem distorcida de Ricardo III em sua peça. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Em<i>&nbsp;Ricardo III,</i> William Shakespeare escreve justamente sobre o monarca britânico de mesmo nome que viveu no século XV. Mas a sua abordagem do aristocrata traz algumas diferenças em relação ao que a história registrou sobre ele.</p><p>O Ricardo III da vida real recebeu a reputação de ser um líder implacável e ambicioso, e que provavelmente mandou matar os próprios sobrinhos para assumir o trono. Mas há também a versão que diz que tudo isso foi espalhado na época por seus inimigos políticos, sobretudo os que estavam ligados a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121535-um-passeio-para-conhecer-e-entender-as-eras-reais-britanicas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Henrique VII</a>, o rei que o matou e então o sucedeu.</p><p>Henrique VII era um Tudor. E Shakespeare tendia a escrever sobre a dinastia Tudor de uma forma mais simpática, o que provavelmente acontecia porque uma das pessoas desse clã, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121095-6-curiosidades-sobre-elizabeth-i-a-ultima-monarca-tudor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rainha Elizabeth I,</a> era uma grande apoiadora de sua obra. Por isso, há muitos questionamentos sobre a falta de isenção que o dramaturgo apresentou ao tratar do antigo rei.</p><h2>3. <i>Rei Lear</i></h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07192740883411.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption><i>Rei Lear&nbsp;</i>narra o drama de um monarca que divide seu reino entre suas filhas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A tragédia <i>Rei Lear</i> foi escrita entre 1605 e 1606. A peça, bastante dramática, fala de uma saga familiar e gira em torno da rivalidade das filhas de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121622-8-curiosidades-impressionantes-sobre-a-borboleta-monarca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">monarca</a> envelhecido, que competem entre si enquanto ele divide o seu reino. O tamanho de cada pedaço deixado a elas coincide com o quanto de amor o rei teria por cada uma das filhas. Cordelia é a única filha que realmente ama o rei, e se recusa a jogar o jogo das irmãs.</p><p>Ou seja, o tema presente aqui é a intriga. Mas a história se baseia no caso real de um antigo rei britânico conhecido como Leir. Sua biografia aparece em vários registros, como na segunda edição de <i>The Chronicles of England, Scotlande, and Irelande</i>, que foi uma importante fonte de pesquisa para Shakespeare.</p><p>Há uma discussão sobre o quanto da história teria realmente acontecido, já que vários estudiosos concordam que a peça de Shakespeare acrescenta à história verdadeira o aspecto da loucura do rei.</p><h2>4. <i>Otelo</i></h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07192754112412.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption><i>Otelo</i> conta a história de um general que enlouquece por ciúmes. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Por fim, temos o clássico <i>Otelo</i>, a peça escrita em 1603 e que trata de temas como amor, ciúme, vingança e casamento interracial. Na trama, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/maior-cacador-de-ovnis-explica-como-examina-pistas-para-chegar-a-verdade" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Otelo</a> é um general mouro que trabalha para o reino de Veneza. Ele é casado com Desdêmona, uma moça de pele clara e filha de um rico senador. Eles se uniram em segredo e o sogro só o aceita porque o casamento já está consumado.</p><p>Quando Otelo pretere Iago sobre Cássio em uma promoção para tenente, o preterido coloca em prática um plano maligno, tentando convencer o general de que sua esposa está tendo um caso com Cássio. Otelo em seguida enlouquece e por fim se mata.</p><p>Por muito tempo, imaginou-se que a história teria sido retirada por Shakespeare de um romance do autor italiano Giraldi Cinthio. Mas no final do século XIX, descobriu-se que o dramaturgo teria se inspirado em uma história real. A principal é diferença é que, no caso do verdadeiro Otelo, ele não mata Desdêmona, mas a espanca.</p>

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4 peças de Shakespeare inspiradas em histórias reais

Pesquisadores defendem a tese de que egípcios podem ter usado uma espécie de elevador hidráulico para subir os blocos de pedra. 

<p style="text-align:justify;">A <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/113712-piramide-de-djoser-a-mais-larga-e-mais-antiga-piramide-do-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pirâmide de Djoser</a>, uma das mais antigas e icônicas construções do Egito, pode ter sido erguida com a ajuda de um elaborado sistema hidráulico, de acordo com novas pesquisas. <strong>Essa descoberta sugere que os antigos egípcios utilizaram a água de maneira inovadora para levantar enormes blocos de pedra</strong>, desafiando as teorias tradicionais sobre a construção das pirâmides.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">O estudo, publicado recentemente, contou com esforços multidisciplinares, unindo especialistas que vão desde hidrólogos até engenheiros. A equipe utilizou imagens de radar por satélite e relatórios arqueológicos para tentar buscar mais informações sobre como a Pirâmide de Djoser teria sido erguida. O resultado gerou uma teoria que pode responder ao mistério de construção não apenas dessa pirâmide, mas de todas as pirâmides egípcias.&nbsp;</p><h2 style="text-align:justify;">Sistema hidráulico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07143903236215.png" alt="Ilustração mostra como seria o sistema para elevação dos blocos. (Fonte: Landreau, et al./ Divulgação)"><figcaption>Ilustração mostra como seria o sistema para elevação dos blocos. (Fonte: Landreau, et al./ Divulgação)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">A Pirâmide de Djoser, também conhecida como a Pirâmide de Degraus, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127277-as-piramides-do-egito-existem-ha-quanto-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">foi construída há cerca de 4.700 anos</a> no planalto de Saqqara. Os pesquisadores, com base nos dados coletados, encontraram características ao redor da pirâmide que sugerem a presença de um <strong>complexo sistema de gerenciamento de água</strong>.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Entre essas características, destaca-se um recinto retangular de pedra (com aproximadamente 650 por 350 metros), conhecido como <i>Gisr el-Mudir</i>, que possui todas as características de uma barragem de retenção, ou seja, <strong>seria uma estrutura usada para controlar o aumento do fluxo d'água em enchentes, além de reter objetos maiores e mais pesados</strong> que viessem do Rio Nilo.</p><p style="text-align:justify;">A hipótese proposta pela equipe sugere que a água do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121785-5-fatos-sobre-o-crocodilo-do-nilo-o-maior-predador-africano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nilo</a> poderia ter sido direcionada para uma represa e, depois, para uma estação de tratamento de água. De lá, a água limpa era bombeada através de tubulações subterrâneas para o centro da pirâmide, funcionando como um <strong>elevador hidráulico</strong>.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;"><strong>Esse sistema teria permitido que os trabalhadores erguessem os blocos de calcário do centro da pirâmide em direção aos seus níveis superiores</strong>, usando a força da água para elevar as pedras de construção.</p><p style="text-align:justify;">A teoria de um sistema hidráulico é fascinante, pois se alinha com outras evidências de que os egípcios antigos eram mestres na utilização da água para diversas finalidades. Já é sabido que eles usavam canais de irrigação e barcaças para transportar grandes <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/quais-sao-as-estruturas-megaliticas-mais-antigas-do-mundo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">blocos de pedra</a> pelo Rio Nilo.&nbsp;</p><h2 style="text-align:justify;">Por outro lado...</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07144253173220.jpg" alt="Seria Gisr el-Mudir uma represa? (Fonte: Landreau, et al./ Divulgação)"><figcaption>Seria a estrutura Gisr el-Mudir uma barragem? (Fonte: Landreau, et al./ Divulgação)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;"><strong>Apesar do entusiasmo em torno dessa nova hipótese, nem todos os especialistas estão convencidos</strong>, tanto que já expressaram ceticismo sobre a falta de envolvimento direto de egiptólogos ou arqueólogos no estudo. Inclusive, alguns estudiosos que tiveram acesso ao estudo disseram que essa pesquisa ignora <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/rio-perdido-pode-explicar-como-as-piramides-foram-construidas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">questões históricas</a> muito bem documentadas, como a de que a Pirâmide de Djoser era uma sepultura. &nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Eles vão além: destacam que ainda não há provas geológicas ou amostras que confirmem a operação desse sistema hidráulico proposto, ou seja, <strong>não há qualquer comprovação científica que corrobore o que o estudo supõe</strong>. &nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Outro ponto de debate é a capacidade do <i>Gisr el-Mudir</i> de reter água suficiente para manter um sistema hidráulico funcional. Pesquisadores argumentam que a represa proposta não seria suficiente para armazenar a água necessária. Soma-se a isso que<strong>&nbsp;a existência de um grande lago próximo à pirâmide, essencial para o funcionamento do sistema, não é mencionada em nenhum texto egípcio antigo</strong>.</p><p style="text-align:justify;">De qualquer modo, ainda que a hipótese do sistema hidráulico na construção da Pirâmide de Djoser seja controversa, ela abre novas possibilidades para a pesquisa arqueológica e a compreensão das técnicas de construção dos antigos egípcios.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Se comprovada, essa descoberta não apenas esclareceria um dos maiores <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125133-6-misterios-nao-resolvidos-da-antiguidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mistérios da história</a>, mas também destacaria o quão avançadas eram as tecnologias hidráulicas desenvolvidas pelos egípcios há milhares de anos.</p>

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Pirâmide de Djoser pode ter sido erguida via sofisticado sistema hidráulico

As Olimpíadas antigas eram eventos muito diferentes das competições modernas, repletas de tradições peculiares e costumes intrigantes.

<p>As Olimpíadas têm uma longa história que remonta a 776 a.C., quando foram realizadas pela primeira vez em Olímpia, na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/110541-5-curiosidades-incomuns-sobre-a-grecia-antiga-que-voce-talvez-desconheca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grécia Antiga</a>. Embora os Jogos Olímpicos modernos sejam famosos por sua grandiosidade e diversidade de esportes, os eventos da Antiguidade eram marcados por práticas e tradições que podem parecer estranhas e até bizarras para nós hoje. A seguir, exploramos seis fatos intrigantes que destacam o quão diferentes eram essas competições antigas.</p><h2>1. O vestuário dos atletas antigos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/05/05100329443052.jpg" alt="Os atletas competiam nus. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os atletas competiam nus. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Na Grécia Antiga, a nudez era comum, e até considerada a norma durante os eventos atléticos. A palavra "ginásio" deriva do grego "gymnos", que significa "nu". Desse modo, a prática visava celebrar a forma física e a beleza do corpo masculino. Para evitar exposições indesejadas, os atletas usavam um dispositivo chamado "kynodesme", uma tira de couro amarrada ao prepúcio para manter os órgãos genitais no lugar.</p><h2>2. A participação restrita</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/05/05100539517053.jpg" alt="Somente cidadãos gregos podiam participar dos jogos olímpicos antigos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Somente cidadãos gregos podiam participar dos jogos olímpicos antigos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Os Jogos Olímpicos antigos eram exclusivos para cidadãos gregos, excluindo qualquer "bárbaro". A competição servia como um meio de afirmar a identidade grega e a civilização sobre os estrangeiros. Mesmo os macedônios, conhecidos por falarem grego, enfrentaram desafios para provar sua aceitabilidade devido a costumes considerados não-gregos.</p><h2>3. Punições para trapaceiros</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/05/05101518463059.jpg" alt="As bases de pedra onde foram erguidas ainda podem ser vistas em Olímpia hoje. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>As bases de pedra onde as estátuas foram erguidas ainda podem ser vistas em Olímpia hoje. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Trapacear nas Olimpíadas era visto como uma ofensa grave contra os deuses e a justiça. Para garantir a integridade dos jogos, tanto competidores quanto juízes faziam um juramento solene. Os infratores enfrentavam punições severas, incluindo espancamentos com bastões ou chicotes, e multas significativas. As multas eram usadas para erigir estátuas de bronze de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120553-templo-de-zeus-a-misteriosa-historia-da-destruicao-do-monumento.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Zeus</a> em Olímpia, que detalhavam o crime cometido. As estátuas eram colocadas na entrada dos jogos para garantir que todos soubessem da vergonha do trapaceiro.</p><h2>4. O valor das conquistas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/05/05101801330060.jpg" alt="Vencedores recebiam coroas de oliveira e benefícios em suas cidades. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Vencedores recebiam coroas de oliveira e benefícios em suas cidades. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Diferentemente das medalhas de ouro modernas, os vencedores das Olimpíadas antigas recebiam uma coroa de oliveiras sagradas, símbolo de prestígio e vitória. A verdadeira recompensa, no entanto, vinha da fama e do reconhecimento. Cidades-estado frequentemente ofereciam benefícios aos campeões, como estátuas públicas, isenção de impostos e refeições gratuitas.</p><h2>5. Glória poética</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/05/05102622964071.jpg" alt="Píndaro era o mais procurado para louvar os vencedores com suas odes memoráveis. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Píndaro era o mais procurado para louvar os vencedores com suas odes memoráveis. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Para assegurar que suas conquistas fossem lembradas, muitos vencedores encomendaram poemas de poetas renomados como Píndaro e Baquílides. Esses poetas celebravam as vitórias com odes e versos, imortalizando os feitos dos atletas. Esses poemas tanto destacavam as vitórias quanto propagavam a fama dos atletas através das gerações. Assim, a literatura se tornou uma ferramenta crucial para preservar a memória dos campeões e garantir seu lugar na história.</p><h2>6. O esporte brutal da Antiguidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/05/05102833908078.jpg" alt="O pancrácio era uma luta brutal, com poucas regras. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O pancrácio era uma luta brutal, com poucas regras. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/esportes/pancracio-o-mma-da-grecia-antiga-que-quase-nao-tinha-regras" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pancrácio</a>, uma mistura de luta livre e boxe, era um dos esportes mais intensos e violentos das Olimpíadas antigas. Com poucas regras, além da proibição de morder e arrancar olhos, os lutadores podiam usar praticamente qualquer técnica para vencer. O pancrácio refletia a brutalidade das competições e a valorização de habilidades de combate extremas. Era um espetáculo que atraía a atenção por sua intensidade e pela habilidade necessária para dominar a arte.</p><h2>Leia livros sobre a história das Olimpíadas!&nbsp;</h2><ul><li>Livro <a href="https://amzn.to/3yvyPrn">100 histórias dos jogos olímpicos, por Mustapha Kessous</a></li><li>Livro <a href="https://amzn.to/4crLLwb">A hora das olimpíadas, Mary Pope Osborne</a></li><li>Livro <a href="https://amzn.to/4dHs9VO">Universo Olímpico. Uma Enciclopedia Das Olimpiadas, por Eduardo Colli</a></li></ul>

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6 fatos curiosos sobre os Jogos Olímpicos da Antiguidade

A escravidão tinha algumas características peculiares em Roma.

<p>A história guarda um grande fascínio pela Roma antiga e pelo império que essa civilização foi capaz de construir. Mas é justo saber que tudo isso foi erguido à custa de muito trabalho escravo – estima-se que cerca de 35% da população total dessa época era escravizada.</p><p>Sim, na sociedade romana, a escravidão era normal e estabelecida por leis, que ditavam o que as pessoas escravizadas eram autorizadas ou não a fazer. Eles não podiam, por exemplo, participar de certas partes de rituais religiosos, mas tinham possibilidades de mobilidade social e até de comprar a própria liberdade.</p><h2>Como era a escravidão na Roma antiga</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06233029628038.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>As pessoas escravizadas em Roma eram geralmente presos de guerra ou indivíduos com dívidas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><div aria-level="3" data-attrid="wa:/description" data-hveid="CBwQAA">Diferente de outras sociedades que escravizaram pessoas de acordo com sua etnia, na Roma antiga, os cativos eram conquistados em guerras ou por meio de dívidas. Essas pessoas perdiam quase totalmente os seus direitos, sendo convertidas em propriedade completa dos seus donos.</div><p>Esses indivíduos tinham bastante importância na economia romana, e sua habilidade costumava designar qual função eles desempenhariam. Uma pessoa escravizada poderia ser direcionada para o trabalho no campo, em minas ou em fábricas se tivesse pouca instrução. Já uma mais educada – como os artesãos, funcionários domésticos, artistas e educadores – se fosse capturada, ocuparia um estrato mais privilegiado na escravidão e poderia um dia até conquistar a liberdade.</p><p>A possibilidade de alforria, aliás, era uma característica bem peculiar do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121409-escravidao-e-horror-como-era-a-vida-dos-pobres-na-china-antiga.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sistema de escravidão</a> de Roma, resultando em um número significativo e influente de libertos na sociedade romana. Embora não fosse fácil, era algo que poderia acontecer.</p><h2>Nascendo e vivendo como escravizado em Roma</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06233125690044.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>O filho de uma pessoa escravizada já nascia cativo. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Além da captação de novas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125158-quando-comecou-a-escravidao-de-pessoas-negras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pessoas escravizadas</a>, era possível também se tornar cativo desde o próprio nascimento. Uma mulher escravizada que tivesse um filho, mesmo que ele fosse gerado com o seu dono, se tornaria também escravizado. Por conta disso, a reprodução era encorajada pelos "mestres", já que era uma maneira de suprir a sua necessidade de novos trabalhadores.</p><p>Legalmente, a escravidão se relacionava a um estado simbólico de uma morte. Ao ser possuído por um dono, a pessoa escravizada se tornava uma propriedade completa, e não poderia mais possuir nenhuma propriedade em seu nome, nem começar legalmente uma família, já que todos os filhos pertenceriam ao mestre.</p><p>Às vezes, os cativos até podiam ter seu dinheiro (chamado de <i>peculium</i>), mas tecnicamente o valor ainda pertencia ao mestre. Isso possibilitava que escravizados mais bem sucedidos pudessem ter "subescravos" que trabalhavam para eles.</p><p>As pessoas escravizadas podiam ser bastante abusadas fisicamente por donos mais violentos. O <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/7-escandalos-que-mostram-o-submundo-de-abusos-na-nickelodeon" rel="noopener noreferrer" target="_blank">abuso sexual</a> também era visto como aceito, seja para escravizados homens e mulheres. Contudo, era malvisto que uma mulher mantivesse relações sexuais com um homem escravizado.</p><p>Quando tinha sorte, um cativo iria parar em lares abastados, onde poderia ter algumas funções mais elevadas. Podia se tornar, por exemplo, o funcionário de uma criança, sendo responsável por fazer qualquer coisa que ela pedisse, mais ou menos como uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/cotidiano/52359-rapaz-se-transforma-na-melhor-baba-de-plantas-de-todos-os-tempos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">babá</a>.&nbsp;</p><p>E, por incrível que pareça, havia os que atuavam até como médicos, secretários ou mesmo atores cômicos. Ou seja, qualquer trabalho que existisse na sociedade romana poderia estar à disposição dessas pobres pessoas.</p>

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Como era ser uma pessoa escravizada na Roma Antiga?

O cientista francês Claude Lorius desafiou a política da Guerra Fria para descobrir o aquecimento global.

<p>É possível dizer que não há nenhum local do mundo mais inóspito e curioso do que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-que-ha-sob-o-gelo-da-antartida#:~:text=Al%C3%A9m%20dos%20c%C3%A2nions%20profundos%2C%20a,alto%20e%20meridional%20do%20planeta." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Antártida</a>, o continente mais seco, elevado, ventoso e frio do planeta. Situado no hemisfério sul, ao redor do Polo Sul, cobre uma área de quase 14 milhões de quilômetros quadrados, dos quais cerca de 98% de sua superfície é coberta por gelo, podendo chegar a 5 km de profundidade, e contém 70% da água doce do planeta.</p><p>Nesse local eternamente branco e gelado, as temperaturas podem chegar a −80 °C no inverno, e no verão podem variar entre −10 °C e 10 °C. Ninguém mora lá, ninguém pode fazer nenhum tipo de atividade militar ou de mineração na região por se tratar de um ambiente de cooperação internacional científico.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06091746041029.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A Antártida possui quase 14 milhões de quilômetros quadrados. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Mas em dezembro de 1957, bem durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119953-como-foi-decidido-o-fim-da-corrida-espacial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Corrida Espacial</a>, a então União Soviética, querendo explorar e entender o que é a Antártida, estabeleceu a Estação Vostok no Polo Sul Geográfico, mais conhecido como Polo de Inacessibilidade, por ser uma das regiões mais remotas e isoladas do continente. Os soviéticos, porém, não estavam lá apenas para pesquisar, estabelecer uma base científica na Antártida foi um componente político, visto que a presença deles na região reforçava o prestígio e a influência do país em um dos períodos mais delicados do século XX.</p><p>Em 1974, em meio à Guerra Fria, Claude Lorius, um glaciologista francês, pousou em território dominado pela União Soviética. Acontecia ali a <strong>Missão à Estação Vostok, que mudou o curso da humanidade</strong>.</p><h2>A epifania de Lorius</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06091859797030.jpg" alt="O glaciologista Claude Lorius. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O glaciologista Claude Lorius. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Em 1952, o Conselho Internacional de Ciência propôs um Ano Geofísico Internacional (IGY), uma espécie de arena global onde as nações podiam expressar suas rivalidades de maneira pacífica por meio da ciência e da exploração, em vez da destruição e da guerra, promovendo o intercâmbio de dados e resultados científicos. Foi uma maneira essencial de equilibrar a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119421-aos-10-anos-samantha-smith-tentou-acabar-com-a-guerra-fria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Fria</a> e focar no futuro da humanidade no pós-guerra destrutivo de 1945. E isso não apenas impulsionou a pesquisa individual, mas também facilitou a troca de conhecimentos e técnicas entre as nações.</p><p>Em 4 de outubro de 1957, três meses após o lançamento do IGY, o lançamento do primeiro satélite artificial, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/104201-sputnik-o-primeiro-satelite-artificial-completa-60-anos-de-seu-lancamento.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sputinik 1</a>, pela União Soviética, inaugurou a era espacial e oficializou essa arena global de estudo da Terra e do espaço. Houve também uma mudança drástica na percepção pública e na política internacional tanto quanto na rivalidade entre os soviéticos e americanos, que passaram a competir intensamente em várias áreas de exploração.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06092344820032.jpg" alt="(Fonte: Science Photo Library/Reprodução)"><figcaption>Estação Vostok fica no Polo Sul Geográfico. (Fonte: Science Photo Library/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Foi nesse cenário que um dos mais proeminentes glaciologistas da época, Claude Lorius, embarcou na missão polar francesa à Antártida em 1957, visando realizar pesquisas sísmicas que revelaram montanhas e vales sob milhares de metros de gelo no continente.</p><p>Em 1964, Lorius retornou à Antártida para a base francesa Dumont d'Urville para testar brocas de gelo, e foi lá que teve uma epifania. Em uma noite, enquanto bebia uísque com amostras das pedras de gelo que havia brocado, refletiu: e se o ar preso no gelo contivesse informações sobre a atmosfera e o clima da Terra há milhares de anos? E se esses dados revelassem o destino da nossa raça?</p><h2>A descoberta do século</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06093003877034.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O grupo de glaciologistas que viajaram à Antártida. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Segundo James White, diretor do Instituto de Pesquisa Ártica e Alpina da Universidade do Colorado, em Boulder, o gelo é o melhor gravador do passado.</p><p>"É, na minha opinião, o melhor gravador, particularmente em escalas de tempo de anos a dezenas de milhares de anos. Então, se você quiser entender os últimos 8 milhões de anos do sistema climático, os núcleos de gelo são a melhor maneira de fazer isso", disse White ao documentário<i>&nbsp;Ice and the Sky</i>, de Luc Jacquet, um diretor vencedor do Oscar que já foi biólogo e trabalhou na Antártida.</p><p>White ainda observou que tudo está suspenso no gelo: gases, partículas e isótopos, que pintam um quadro perfeito do ambiente do passado. O gelo é o único que não possui prós e contras, muito diferente de anéis de árvores ou sedimentos oceânicos, que precisam ser decodificados e interpretados pelos cientistas.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06093430030037.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O Ano Geofísico Internacional incentivou o início da Corrida Espacial. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Lorius ficou sabendo que os soviéticos tinham um ambicioso programa de perfuração na Estação Vostok. Apesar de se tratar do auge da Guerra Fria, a política não impediu que ele usasse das amizades e contatos que havia feito além das fronteiras do seu país com cientistas da América, Europa e União Soviética para conseguir o que precisava.</p><p>Em 1974, Lorius comandou um programa de perfuração no Domo C, a 1094 km em direção ao coração da Antártida, onde, na companhia de soviéticos e americanos, desenvolveu técnicas para coletar, transportar e analisar núcleos de gelo. Lorius projetou e testou brocas com a ajuda de Chester Langway, cientista do Laboratório de Pesquisa e Engenharia de Regiões Frias do Exército dos EUA.</p><p>Três anos mais tarde, eles extraíram um núcleo de gelo de 9 metros que revelou os últimos 20 mil anos do clima da Terra. O gráfico do estudo mostrou que os níveis de CO<sub>2</sub> e temperatura ao longo da história do planeta sempre mudaram em sintonia com os níveis de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-o-aquecimento-global-contribui-para-a-inflacao#:~:text=Os%20gases%20de%20efeito%20estufa,em%20pelo%20menos%20500%20anos." rel="noopener noreferrer" target="_blank">gases de efeito estufa</a> na atmosfera. Quando os níveis de CO<sub>2</sub> estavam mais baixos, o planeta estava mais frio e vice-versa.&nbsp;</p><p>Aquele foi o início de uma das maiores descobertas modernas.</p><h2>Mudando o curso da humanidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06094334984049.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Estação Vostok reuniu cientistas de várias nacionalidades para trabalhar em prol da humanidade. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Aquele núcleo de gelo foi apenas a ponta do iceberg, pois a maior revelação ainda estava por vir. A equipe de Lorius extraiu um núcleo de gelo que remonta a 420 mil anos, que estava localizado a uma profundidade de mais de 2 mil metros no gelo. Em 1984, o glaciologista voou até a Estação Vostok em um C-1300 e trouxe amostras do fragmento para Grenoble, na França.</p><p>A jornada em si para transportar a coluna de gelo de 2 metros, que em sua extremidade mais antiga tinha 160 mil anos, de Vostok para o laboratório do glaciologista Jean Jouzel em Saclay, na França, foi épica. Foi necessário transportar o gelo antigo em um avião americano até um navio soviético, que o levou para a costa francesa, onde um caminhão refrigerado o transportou para o Comissariado de Energia Atômica e Energias Alternativas, em Paris.</p><p>A equipe de Jouzel analisou imediatamente o deutério, uma forma pesada do hidrogênio que compõe a molécula de água. Quanto mais quente, mais deutério há na neve depois. Por meio de proporção matemática, eles calcularam com precisão as temperaturas dos últimos 160 mil anos.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06093905356041.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As alterações de temperatura da Terra não são mais naturais. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Em 1º de outubro de 1987, os resultados da pesquisa de Jouzel foram publicados na revista<i>&nbsp;Nature</i> sob uma declaração bombástica: o aumento do dióxido de carbono na atmosfera causa o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119719-como-os-cientistas-descobriram-o-efeito-estufa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aquecimento global</a>. Alguns anos antes, em 1979, o meteorologista Jule Charney alertou que dobrar a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera aumentaria as temperaturas globais em até três graus, conforme suas simulações. Naquela época, todos acreditaram que era apenas especulação, mas os dados da missão de Lorius à Vostok mostraram o contrário.</p><p>Há milhões de anos, o planeta sofria com variações naturais de temperatura devido a uma alteração sutil em sua órbita ao redor do Sol. Ao receber mais radiação solar, os oceanos e o solo liberam mais CO<sub>2</sub> em função da decomposição da matéria orgânica. Agora, no entanto, é a humanidade que está fazendo isso mecanicamente com seus meios poluentes.</p><p>Apenas um ano após a matéria de capa da <i>Nature</i>, a Assembleia Geral das Nações Unidas apoiou a criação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), comprovando que o que Claude Lorius descobriu em sua missão à Estação Vostok mudou o curso da humanidade para sempre.</p>

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Estação Vostok: a missão à Antártida que mudou a história da humanidade

O misterioso deus grego do submundo vai além do arquétipo do vilão, revelando uma divindade ligada à justiça e ao equilíbrio entre a vida e a morte.

<p>A mitologia grega é rica em figuras fascinantes e complexas, e Hades é uma dessas figuras que cativa tanto estudiosos quanto entusiastas da cultura antiga. Muitas vezes mal interpretado como uma versão grega de Satanás, esse deus era, na verdade, uma divindade que governava o reino dos mortos com justiça e ordem, desempenhando um papel fundamental na mitologia e na compreensão grega da vida após a morte.</p><h2>Nascimento e ascensão de Hades</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06142716566233.jpg" alt="Estátua de Hades e o cão Cérbero. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Estátua de Hades e o cão Cérbero. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Hades era o filho primogênito dos titãs Reia e Cronos, e irmão de Zeus, Poseidon, Hera, Deméter e Héstia. Após a derrubada de Cronos por seu próprio filho, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120553-templo-de-zeus-a-misteriosa-historia-da-destruicao-do-monumento.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Zeus</a>, cada irmão recebeu um reino a ser governado. Enquanto Zeus ficou com o céu e Poseidon com o mar, Hades tornou-se o soberano do submundo. Diferente do retrato moderno, Hades não era o deus que julgava as almas; esse papel cabia aos juízes Minos, Radamanto e Éaco. A função de Hades era manter a ordem e garantir que o ciclo de vida e morte seguisse seu curso natural.</p><p>O submundo era povoado por seres aterrorizantes, como Cérbero, o cão de três cabeças que guardava os portões do reino dos mortos. Para entrar no submundo, as almas precisavam cruzar o rio Estige, transportadas pelo barqueiro Caronte, cuja taxa era paga com moedas colocadas na boca dos mortos. Uma vez no submundo, as almas eram julgadas. Os justos eram encaminhados para os Campos Elísios, enquanto os ímpios eram enviados ao Tártaro para sofrer tormentos eternos.</p><h2>O mito de Hades e Perséfone</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06142939001234.jpg" alt="O rapto de Perséfone. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O rapto de Perséfone. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Um dos mitos mais conhecidos envolvendo Hades é o do sequestro e casamento com <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/persefone-a-deusa-grega-do-submundo-e-da-primavera" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Perséfone</a>, a filha de Deméter e Zeus. Hades se apaixonou por Perséfone e a raptou para se tornar sua rainha no submundo. Esse ato causou grande tristeza a Deméter, que fez o mundo murchar e se tornar infértil. Zeus, preocupado com a situação, enviou Hermes para resgatar Perséfone. Hades, porém, ofereceu a Perséfone sementes de romã, forçando-a a passar parte do ano com ele no submundo.</p><p>É importante destacar que, para os gregos antigos, a morte era vista como uma parte natural da vida e não um castigo eterno. Por isso, Hades era temido, mas também respeitado por sua função de governar o submundo com justiça. Apesar de sua importância, poucos templos foram dedicados a ele, como o Necromanteu em Éfira e um templo em Élis.</p><p>Muitas vezes mal interpretado como uma figura negativa, Hades era, na verdade, um deus complexo que governava o submundo com equilíbrio de justiça e ordem. Seu papel na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/110411-10-fatos-que-voce-ainda-nao-sabe-sobre-a-mitologia-grega.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mitologia grega</a> reflete uma compreensão sofisticada dos gregos sobre processos naturais, como a vida, a morte e o renascimento.</p>

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Quem foi Hades? Conheça a história do deus do submundo na mitologia grega

Ditador alemão estava cercado por pessoas tão perigosas e maquiavélicas quando ele, deixando uma marca de caos e destruição no século 20. 

<p style="text-align:justify;">O círculo íntimo de Hitler era composto por líderes nazistas de confiança, que desempenhavam papéis cruciais no regime, influenciando políticas militares, de propaganda, e de segurança. Esse grupo foi essencial na implementação do Holocausto e na condução da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122424-7-principais-e-datas-acontecimentos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;"><strong>Apesar da lealdade, havia muita rivalidade interna no regime nazista</strong>, com disputas de poder e influência. Hitler incentivava essa competição entre seus subordinados, acreditando que isso aumentaria a eficiência. Cada líder tentava se destacar aos olhos de seu líder, resultando em frequentes conflitos de interesse e manobras políticas.</p><p style="text-align:justify;">É nesse ambiente que cresce e colapsa um dos regimes mais cruéis da história da humanidade.</p><h2 style="text-align:justify;">O círculo íntimo de Hitler</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/04/04135706239004.jpg" alt="Os líderes nazistas causaram pânico e sofrimento a milhões de pessoas. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Os líderes nazistas causaram pânico e sofrimento a milhões de pessoas. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Para atingir seus objetivos ambiciosos de expansão territorial e <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127217-4-genocidios-esquecidos-na-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">genocídio</a>, Hitler contou com um círculo íntimo de colaboradores fiéis, entre eles Albert Speer, Joseph Goebbels, Hermann Göring, Heinrich Himmler, Reinhard Heydrich, Martin Bormann e Rudolph Hess. Cada um desempenhou um papel crucial no regime nazista, contribuindo para a máquina de guerra e a brutalidade do Holocausto.</p><h3 style="text-align:justify;">Albert Speer</h3><p style="text-align:justify;">Albert Speer, o arquiteto-chefe de Hitler, <strong>foi responsável por dobrar a produção de armamentos da Alemanha, utilizando trabalho forçado de prisioneiros dos campos de concentração</strong>. Speer, inicialmente um amigo próximo de Hitler, planejou até mesmo assassinar o ditador em 1945 quando percebeu que a guerra estava perdida. Embora tenha sido condenado a 20 anos de prisão nos Julgamentos de Nuremberg, ele alegou desconhecimento do Holocausto, uma mentira desmascarada após sua morte.</p><h3 style="text-align:justify;">Joseph Goebbels</h3><p style="text-align:justify;">Goebbels, um romancista fracassado que se tornou ministro da propaganda, <strong>usou suas habilidades para manipular a opinião pública</strong>. Ele controlava o que os alemães liam, viam e ouviam, exaltando as virtudes nazistas enquanto difamava os <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/125345-5-criaturas-completamente-assustadoras-do-folclore-judaico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">judeus</a>. Seu papel foi fundamental na aceitação pública das atrocidades cometidas pelo regime. Em 1945, com medo da captura, <strong>ele e sua esposa envenenaram seus seis filhos antes de cometerem suicídio.</strong></p><h3 style="text-align:justify;">Hermann Göring</h3><p style="text-align:justify;">Hermann Göring, um herói de guerra da Primeira Guerra Mundial, foi um dos primeiros apoiadores de Hitler. Ele l<strong>iderou a força aérea alemã e foi nomeado sucessor de Hitler</strong>, embora tenha caído em desgraça nos últimos anos da guerra. Capturado pelos Aliados, Göring foi condenado em Nuremberg, mas se suicidou antes de ser enforcado.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/04/04140723384005.jpg" alt="Goebbels e a esposa mataram os próprios filhos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Goebbels e a esposa mataram os próprios filhos. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><h3 style="text-align:justify;">Heinrich Himmler</h3><p style="text-align:justify;">Líder da SS, Heinrich Himmler, <strong>foi um dos principais arquitetos do Holocausto</strong>. Obcecado pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121500-hitler-tinha-planos-de-aniquilar-a-etnia-polonesa-em-ate-20-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pureza racial</a> e pelo ocultismo, Himmler supervisionou a implementação da "Solução Final", que resultou na morte de seis milhões de judeus. Ele tentou negociar sua rendição no final da guerra, mas acabou capturado e se suicidou antes de ser julgado.</p><h3 style="text-align:justify;">Reinhard Heydrich</h3><p style="text-align:justify;">Reinhard Heydrich, protegido de Himmler, <strong>era conhecido por sua crueldade e eficiência</strong>, tanto que ficou conhecido como "Carrasco de Hitler" e "Açougueiro de Praga". Ele organizou a <i>Kristallnacht&nbsp;</i>e a Conferência de Wannsee, onde a "Solução Final" foi planejada. Heydrich morreu em 1942, após um atentado em Praga.</p><h3 style="text-align:justify;">Martin Bormann</h3><p style="text-align:justify;">Era secretário pessoal de Hitler e exercia imenso poder <strong>controlando o acesso ao ditador e manipulando informações</strong>. Ele desapareceu após a morte de Hitler e foi julgado à revelia em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120049-tribunal-de-nuremberg-condenacao-de-nazistas-completa-75-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nuremberg</a>. Seus restos mortais foram encontrados apenas em 1972, indicando que ele provavelmente cometeu suicídio.</p><h3 style="text-align:justify;">Rudolph Hess</h3><p style="text-align:justify;">Hess, um dos primeiros seguidores de Hitler, <strong>foi vice-führer</strong> <strong>e ajudou a transcrever "Mein Kampf"</strong>. Em 1941, voou para a Escócia numa tentativa de negociar a paz com a Grã-Bretanha, mas foi capturado e passou o resto da guerra como prisioneiro. Condenado à <a href="https://www.tecmundo.com.br/voxel/275266-hacker-vazou-gta-6-condenado-prisao-perpetua-hospital.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">prisão perpétua</a> em Nuremberg, Hess se suicidou em 1987.</p><h2 style="text-align:justify;">Fim da linha</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/04/04142533178006.jpg" alt="Nazistas nos bancos dos réus em Nuremberg. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Nazistas nos bancos dos réus em Nuremberg. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Em abril de 1945, com a aproximação das tropas russas, Hitler se refugiou em seu bunker em Berlim, onde se casou com Eva Braun antes de ambos cometerem suicídio. Os principais membros de seu círculo interno enfrentaram diversos destinos após a queda do regime: alguns foram capturados e julgados, enquanto outros escolheram a morte.</p><p style="text-align:justify;">Os julgamentos de Nuremberg expuseram as atrocidades cometidas pelo círculo interno de Hitler, trazendo à luz a extensão dos crimes de guerra e do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/127933-4-pistas-que-precederam-os-eventos-terriveis-do-holocausto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Holocausto</a>. A história desses homens serve como um lembrete sombrio do potencial para o mal quando o poder é consolidado nas mãos de indivíduos implacáveis e fanáticos.</p>

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Círculo do terror: os companheiros íntimos de Hitler

Esse oásis único combina beleza natural e importância arqueológica, e oferece um vislumbre fascinante da vida no deserto.

<p>Guelta d'Archei é uma formação geológica impressionante localizada na região de Ennedi, no nordeste do Chade. Esse oásis, com suas águas cristalinas e impressionantes paredes rochosas, é um exemplo notável da vida em um dos ambientes mais áridos do mundo. O vale estreito é notável por seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/a-lenda-das-aguas-do-lago-natron-que-supostamente-transforma-animais-em-pedra" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lago</a> de água doce cercado por imponentes paredes rochosas que criam um cenário dramático e visualmente deslumbrante, contrastando fortemente com a vastidão árida do deserto ao redor.</p><h2>Características geográficas e ecológicas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/01/01104337610041.jpg" alt="As águas do Guelta d'Archei têm origem em fontes subterrâneas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As águas do Guelta d'Archei têm origem em fontes subterrâneas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A formação geológica do Guelta d'Archei resulta de um processo complexo de erosão e sedimentação, que esculpiu o vale e as paredes rochosas ao longo de milênios. O lago é um dos poucos pontos de água permanentes na região hiperárida do Saara, o que o torna um recurso vital para a vida selvagem e para as tribos nômades que atravessam o deserto. A água do lago é sustentada por fontes subterrâneas que mantêm o nível do <a href="https://origin-next.megacurioso.com.br/artes-cultura/shazdeh-garden-a-beleza-do-oasis-no-deserto-iraniano" rel="noopener noreferrer" target="_blank">oásis</a> mesmo durante os períodos de seca extrema, garantindo sua importância como um refúgio essencial em um ambiente tão inóspito.</p><p>Além de sua importância como fonte de água, o Guelta d'Archei é notável por abrigar uma população de crocodilos do Nilo. Esses répteis são remanescentes da era do "Saara Verde", um período de maior umidade que terminou cerca de 5 mil anos atrás. Durante essa era, a região era atravessada por uma rede de rios e lagos, proporcionando um habitat adequado para esses animais. Hoje, eles representam uma das últimas populações de crocodilos do Nilo no Saara, além das existentes no Vale do Rio Nilo e em outras regiões da Mauritânia.</p><h2>Importância arqueológica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/31/31232656450003.jpg" alt="As cavernas ao redor do Guelta d'Archei possuem antigas pinturas rupestres que mostram a vida de povos antigos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As cavernas ao redor do Guelta d'Archei possuem pinturas rupestres que mostram a vida de povos antigos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A região de Ennedi, onde está localizado o Guelta d'Archei, é famosa por sua arte rupestre antiga. As cavernas e rochas ao redor do oásis apresentam gravuras e pinturas de animais selvagens, gado, humanos e camelos, que datam de 5000 a.C. a 1700 d.C. Essas representações fornecem um vislumbre das antigas culturas que habitavam a área e ajudam a entender a evolução das sociedades que dependiam do oásis para a sobrevivência.</p><p>Devido à sua extraordinária relevância histórica e arqueológica, Guelta d'Archei foi declarado Patrimônio Cultural pela UNESCO em 2016. O reconhecimento da UNESCO ajuda na preservação contínua do local e permite que pesquisadores e visitantes futuros possam estudar e apreciar sua riqueza histórica e cultural, garantindo que ele continue a ser um ponto de referência fundamental para o estudo da história e da arqueologia do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128079-4-coisas-que-voce-nao-sabia-sobre-o-deserto-do-saara.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Saara</a>.</p>

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Guelta d'Archei: um oásis escondido no Saara

Nem todo mundo sabe, mas as mulheres também participavam de lutas na Roma Antiga.

<p>Quando falamos em gladiadores da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/126798-5-misterios-nao-desvendados-sobre-a-roma-antiga.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">antiga Roma</a>, é comum pensar em homens corajosos que se enfrentavam em batalhas sangrentas, muitas vezes entregando a própria vida. Mas, mesmo sendo mais raras, as mulheres também participaram dos jogos públicos de Roma.</p><p>Também chamadas de gladiatrix, as gladiadoras também são mencionadas em textos antigos como <i>ludia</i> (que compreende as participantes de um <i>ludi</i>, tido como festival ou entretenimento). Há ainda indícios históricos que tanto mulheres mais pobres quanto ricas faziam parte dessas lutas.</p><h2>A presença de mulheres nas lutas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/29/29195724747009.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>As gladiadoras existiram na antiga Roma, mas deixaram poucos registros. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Altamente controversas, as gladiadoras tiveram sua história de maneira bem menos detalhada do que a dos homens. O que se sabe sobre elas se fundamenta principalmente em duas representações visuais e em algumas referências registradas por historiadores romanos.</p><p>Os romanos adoravam essas lutas e as consideravam como um "entretenimento funerário". Prisioneiros de guerra e pessoas escravizadas eram forçados a participar, sendo que os políticos eram os organizadores desses jogos, que eram então assistidos por milhares de pessoas. “Na época da construção do Coliseu, o combate de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/gladiadores-x-coisas-que-hollywood-nos-ensinou-errado-sobre-eles" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gladiadores</a> havia se tornado uma forma ritual de entretenimento, oferecido apenas ocasionalmente e, portanto, muito aguardado”, afirmou Kathleen Coleman, professora da Universidade de Harvard, em entrevista ao Atlas Obscura.</p><p>Provavelmente as gladiadoras surgiram entre 40 a.C. e 19 a.C., em um período conturbado. &nbsp;“Após o assassinato de César em 43 a.C., houve um período em que as regras sociais não se aplicavam no mesmo grau, no qual as mulheres geralmente desfrutavam de mais destaque, e houve um aumento nos gastos com entretenimento”, agrega David Potter, professor de clássicos na Universidade de Michigan. Isso teria levado à entrada delas nesses jogos.</p><h2>Quem eram essas mulheres?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/29/29200634188014.jpg" alt="(Fonte: Seyler / Reprodução)"><figcaption>Mulheres de classes baixas e altas podiam se tornar gladiadoras. (Fonte: Seyler / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Ainda que muitas <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/102034-gladiatrix-sabia-que-tambem-existiu-uma-versao-feminina-dos-gladiadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gladiadoras</a> fossem escravizadas, há fontes romanas que registram a presença de mulheres nobres, que provavelmente entravam na arena de forma voluntária em busca de uma maior liberdade para treinar e da conquista de poder. “Há uma grande variedade de explicações, dependendo do tempo e do lugar, mas proeminência, dinheiro e protesto social são razões pelas quais uma mulher desejaria voluntariamente ser uma gladiadora”, acrescenta Potter.</p><p>Fontes históricas documentam que os imperadores Nero e Domiciano gostavam de promover eventos luxuosos com gladiadoras mulheres. Nero teria realizado um festival em homenagem à sua mãe em que homens e mulheres de classe alta "conduziam cavalos, matavam feras e lutavam contra gladiadores, alguns voluntariamente e outros contra a vontade". Já o historiador e político romano Tácito teria se referido às gladiadoras de Nero como <i>feminarum,&nbsp;</i>que era um termo geralmente reservado para mulheres de classe alta.</p><p>Havia ainda as <i>venatrices</i>, nome dado às caçadoras de feras. Segundo Potter, elas eram capazes de derrotar veados, javalis e até leões com suas lanças e arcos. Mas diferente dos homens, elas dificilmente ficavam na arena até a morte.</p><p>Embora fossem criticadas pela sociedade, o público adorava ver gladiadoras combatendo. De acordo com Philip Matyzask, historiador e professor da Universidade de Cambridge, "algumas das lutas aconteciam no meio da tarde, e esse não é o momento para atos de novidade, comédias ou execuções. Esse é o momento para as principais lutas de gladiadores. Então, elas eram tratadas como lutadoras profissionais sérias".</p><p>Outro aspecto curioso era o seu traje. As gladiadoras provavelmente se enfrentavam vestindo uma tanga, mangas de metal e grevas que protegiam seus joelhos e canelas, além de espadas e escudos. Diferente dos homens, elas lutavam sem capacete, para que o público pudesse reconhecê-las como mulheres. Também era comum que elas aparecessem com os seios à mostra, para fazer referência às amazonas, que, na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/110411-10-fatos-que-voce-ainda-nao-sabe-sobre-a-mitologia-grega.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mitologia grega</a>, eram integrantes de uma antiga nação de mulheres guerreiras.</p>

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A incrível história das gladiadoras de Roma

Com uma população de 300 mil habitantes e vários problemas socioeconômicos, a cidade pode se tornar inabitável daqui a algumas décadas.

<p>A Terra está ficando cada vez mais quente, e os efeitos já estão aqui. Chefe da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas disse em entrevista coletiva, em abril, que o clima extremo causado pelas emissões de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119719-como-os-cientistas-descobriram-o-efeito-estufa.htm#:~:text=Cat%C3%A1strofe%20ecol%C3%B3gica,-(Fonte%3A%20Pixabay)&amp;text=No%20s%C3%A9culo%20XIX%2C%20as%20atividades,comp%C3%B5em%20o%20ar%20da%20Terra." rel="noopener noreferrer" target="_blank">gases de efeito estufa</a> pode continuar até a década de 2060, independentemente do nosso sucesso na mitigação do clima.</p><p>Os últimos 8 anos foram os mais quentes registrados no planeta, fruto do pico que atingiu as concentrações de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono. O resultado são secas devastadoras, como a que vimos em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125218-por-que-a-europa-esta-secando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">várias partes da Europa</a> em 2022, bem como as ondas de calor que assolaram vários países ano passado. Nos Estados Unidos, por exemplo, o calor extremo matou mais de 147 pessoas em cinco condados, sendo que especialistas acreditam que essa estimativa seja provavelmente muito maior.</p><p>O Instituto Goddard de Estudos Espaciais, um braço da NASA, publicou um estudo mostrando que a Terra bateu nos últimos 12 meses o recorde mensal de temperaturas mais altas já registradas. Para se ter uma ideia, a temperatura média dos últimos 12 meses foi 1,3 °C maior do que a registrada entre as décadas de 1950 e 1980.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/25/25144111920168.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os últimos 8 anos foram os mais quentes registrados no planeta. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Não existe nada comprovado do que vai acontecer com <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128256-o-que-acontece-se-a-terra-realmente-ficar-2-c-mais-quente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o planeta se atingir uma altura específica</a>, porém, cada grau de aumento representa maior probabilidade de atingirmos o chamado "ponto de inflexão" irreversível. Se atualmente estamos presenciando um aquecimento de 1,2 °C e as consequências já são devastadoras, se chegarmos a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, isso será o suficiente para cerca de 104 mil das mais de 215 mil geleiras e calotas polares do mundo derreterem,<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128434-aquecimento-global-rio-de-janeiro-podera-ser-inundado-ate-2100.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;elevando o nível global do mar</a> em pouco mais que 10 centímetros.</p><p>Se isso acontecer, cidades como<strong>&nbsp;Jacobabad, uma das mais quentes do mundo</strong>, sucumbirão às mudanças climáticas.</p><h2>Calor eterno</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/25/25144906327169.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Jacobabad é uma das duas cidades do planeta que ultrapassou os limites de calor que o corpo humano pode suportar. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Localizada no norte de Sindh, no Buluchistão, maior fronteira provincial do Paquistão, Jacobabad possui uma população de 300 mil habitantes de acordo com o censo de 2023, e enfrenta temperaturas que variam entre 49 °C e 52 °C. A cidade se tornou o marco zero de um planeta em aquecimento desenfreado, e uma das duas cidades da Terra que ultrapassou os limites de calor e umidade que são mais quentes do que o corpo humano pode suportar. Um novo estudo da Organização Meteorológica Mundial confirmou que o calor extremo que atingiu grandes partes do Paquistão tornou-se 30 vezes mais provável devido às mudanças climáticas.</p><p>Setenta por cento da população de Jacobabad vive <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/por-que-o-sistema-alimentar-mundial-esta-falido" rel="noopener noreferrer" target="_blank">abaixo da linha da pobreza</a>, em sua maioria trabalhadores agrícolas e assalariados diários em fábricas ou olarias que lutam contra a exaustão provocada pelo calor e a insolação, além de enfrentarem uma verdadeira <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/refugiados-climaticos-uma-crise-global-negligenciada-internacionalmente" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crise hídrica&nbsp;</a>e quedas de energia que duram de 12 a 18 horas por dia.</p><p>Quando os habitantes não estão juntando dinheiro para comprar um painel solar para conseguir resfriar suas casas com um ventilador, estão economizando para comprar água para beber e fazer a sua higiene pessoal. Um galão de água é vendido por 1 centavo, e uma família de cinco pessoas em Jacobabad gasta até US$ 6 por mês, sendo que a maioria das pessoas na cidade ganha menos que US$ 2 por dia.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/25/25145212088172.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Paquistão é o terceiro país com maior estresse hídrico do mundo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Até o momento, a única alternativa dos moradores é comprar água de distribuidores privados porque o abastecimento de água potável na cidade permanece limitado devido a frequentes cortes de energia na usina de filtragem de água, falta de equipe técnica no local e pouca ou nenhuma coordenação entre os órgãos do governo local.</p><p>O Paquistão é o terceiro país com maior estresse hídrico do mundo, sendo Jacobabad a cidade em pior situação. Portanto, o que os vendedores privados de água estão fazendo é explorar uma crise hídrica. A administração da cidade fecha os olhos para a situação porque, pelo bem ou pelo mal, esses vendedores estão atendendo a uma necessidade básica.</p><h2>As mulheres de Jacobabad</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/25/25145434188174.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Moradores de Jacobabad ganham menos que US$ 2 por dia. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Os moradores aprenderam a lidar com os problemas que o calor extremo da cidade causam, principalmente a cuidarem um dos outros, visto que a infraestrutura de saúde da cidade não está preparada para isso. Não há planejamento coordenado entre os departamentos de saúde e gerenciamento de desastres, tampouco medidas de adaptação ao calor para o clima da cidade. A infraestrutura para comunidades que trabalham ao ar livre no calor excruciante está ausente no aparato de formulação de políticas públicas.</p><p>Em Jacobabad, o ambiente praticamente inóspito e a negligência política se misturam a fatores culturais, como o machismo. Quanto mais quente o dia fica, é comum ver os homens nos campos que cercam a cidade deixarem o trabalho e voltarem apenas ao cair da noite, quando a temperatura diminui. As mulheres, porém, não fazem isso.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/25/25145321783173.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Mulheres em Jacobabad trabalham grávidas sob o sol escaldante. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>As normas sociais aliadas às preocupações com a segurança e as responsabilidades domésticas impedem as mulheres de terem horários de trabalho tão flexíveis quanto os homens. Elas continuam trabalhando mesmo durante os horários em que a temperatura está extremamente alta. Inclusive, é muito comum vê-las fazendo isso enquanto grávidas.</p><p>No sul do Paquistão, as mulheres grávidas que vivem à beira da mudança climática são mais propensas ao risco de complicações durante ou após a gestação. Em setembro de 2020, uma meta-análise realizada por várias instituições de pesquisa pelo mundo, publicada no <i>British Medical Journal</i>, revelou que, para cada 1 grau Celsius de aumento de temperatura, o número de natimortos e partos prematuros aumenta cerca de 5%.</p><h2>Cidade "em chamas"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/25/25145546876178.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O Paquistão é uma das 10 nações mais vulneráveis e ameaçadas pelas mudanças climáticas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Um relatório divulgado pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) revelou perspectivas ainda mais obscuras para o futuro do Paquistão com relação ao calor extremo. Espera-se que as ondas de calor se tornem mais frequentes e intensas no país, e que o número de dias e noites quentes aumentem significativamente.</p><p>Uma vez que no Paquistão predomina uma economia agrária, embora esteja se industrializando, depende fortemente de seus recursos terrestres, hídricos e florestais sensíveis ao clima para subsistência alimentar. O aumento da temperatura afetará cada vez mais as atividades relacionadas à agricultura (fonte de emprego de 42% da população), e produção de alimentos, causando impactos graves à saúde.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/25/25145515405177.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Cerca de 42% da população do Paquistão depende da agricultura. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A exaustão causada pelo calor extremo levará a mais desnutrição, ao surgimento de doenças transmitidas por vetores, como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128726-dengue-proteina-de-mosquito-pode-ser-a-chave-para-bloqueio-do-virus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dengue</a>, e o aumento da carga de doenças transmitidas pela água. Tudo isso reduzirá a capacidade das pessoas de trabalhar e ganhar a vida. Pode aumentar também o número de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/o-casamento-e-a-solucao-para-a-pobreza" rel="noopener noreferrer" target="_blank">casamentos infantis</a>, nascimentos prematuros e violência doméstica.</p><p>Apesar de o Paquistão ter contribuído com menos de 1% das emissões globais de gases de efeito estufa, é uma das 10 nações mais vulneráveis e ameaçadas pelas mudanças climáticas. Em 2009, na COP15, realizada em Copenhague, os países desenvolvidos concordaram em fornecer US$ 100 bilhões em financiamento climático para nações em desenvolvimento até 2020, mas isso até agora não aconteceu.</p><p>Assim, cidades como Jacobabad estão com seus dias contados. Os cientistas dizem que, daqui a algumas décadas, a cidade deve se tornar inabitável.</p>

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