Imagem de EUA se preparam para a invasão de milhões de cigarras em 2024 no megacurioso

Descubra o fenômeno raro que está prestes a agitar os Estados Unidos, quando duas ninhadas de cigarras periódicas se unem após 221 anos

<head></head><body>O mundo está prestes a testemunhar um espetáculo extraordinário, à medida que as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127717-cigarras-adultas-se-alimentam-novo-estudo-explica-o-misterio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cigarras</a> periódicas preparam-se para um encontro épico nos Estados Unidos em 2024. Esse evento marca a primeira vez em mais de dois séculos que duas ninhadas diferentes emergirão simultaneamente.<h2>Ciclo de vida das cigarras periódicas</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/File:2021-06-04_10_22_49_Brood_X_cicadas_mating_on_a_walking_path_in_the_Franklin_Glen_section_of_Chantilly,_Fairfax_County,_Virginia.jpg"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/18/18223257219015.jpg" alt="Cigarras durante acasalamento. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)">Cigarras durante acasalamento. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)As cigarras periódicas, pertencentes ao gênero Magicicada, passam a maior parte de suas vidas como ninfas subterrâneas, alimentando-se da seiva das raízes das árvores. Após um período variável de 13 ou 17 anos, elas emergem do solo em sincronia para se transformarem em adultos. Seu tempo de vida adulta é relativamente curto, variando de algumas semanas a cerca de um mês.Durante esse período, o foco principal desses insetos é o acasalamento e a reprodução. Os machos emitem <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/104242-voce-sabia-que-as-cigarras-nao-cantam-ate-explodir.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cantos</a> distintos para atrair as fêmeas, ocorre o acasalamento, e as fêmeas depositam seus ovos nas árvores. Após essa fase crucial de reprodução, as cigarras completam seu ciclo de vida e, eventualmente, morrem. Esse fenômeno cíclico extenso, exclusivo da América do Norte, desafia a lógica da sobrevivência desses insetos.<h2>Sincronização de ciclos e números primos</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/18/18223554244016.jpg" alt="É esperado um grande número de cigarras emergindo juntas em 2024. (Fonte: Getty Images/Reprodução)">É esperado um grande número de cigarras emergindo juntas em 2024. (Fonte: Getty Images/Reprodução)Em 2024, duas ninhadas diferentes vão emergir do solo ao mesmo tempo: Brood XIII e Brood XIX. A Brood XIII é uma ninhada que emerge a cada 17 anos; sua última aparição foi em 2007. A Brood XIX é a maior das ninhadas periódicas de 13 anos; sua última aparição ocorreu em 2011.Os ciclos de vida dessas duas ninhadas são diferentes números primos, por isso são tão difíceis de serem sincronizados. A última vez que o mundo testemunhou tal fenômeno foi em 1803; e agora, em 2024, Brood XIII e Brood XIX terão que compartilhar o “palco” novamente após 221 anos. O mundo se prepara para assistir uma dança complexa e coreografada que desafia as probabilidades e deixa os cientistas maravilhados diante da natureza.<h2>Fungo alucinógeno e comportamento modificado</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/18/18223843801017.jpg" alt="Cigarra contaminada com o fungo Massospora. (Fonte: Getty Images/Reprodução)">Cigarra contaminada com o fungo Massospora. (Fonte: Getty Images/Reprodução)Entretanto, o período de acasalamento não é apenas festa. Recentemente, descobriu-se que o fungo Massospora manipula machos, fazendo com que exibam comportamentos femininos. Com comportamento alterado e órgãos corroídos pelo fungo, as cigarras tornam-se vítimas de uma infecção que leva à infertilidade e à disseminação da doença. O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115457-fungo-controlador-de-mentes-esta-transformando-cigarras-em-zumbis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fungo</a>, transmitido durante o ato de acasalamento, transforma a período de reprodução em uma ameaça letal.&nbsp;As cigarras periódicas oferecem uma visão única da vida selvagem. Ao compreendermos esses eventos raros, podemos não apenas apreciar a diversidade biológica, mas também reconhecer a vulnerabilidade dessas criaturas frente aos desafios da evolução. A saga desses insetos continua, e cada vez que emergem, eles nos lembram da complexidade e fragilidade do equilíbrio da vida na Terra.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:25.007Z

EUA se preparam para a invasão de milhões de cigarras em 2024

Imagem de Silo Internacional de Svalbard: o banco de sementes da Noruega que guarda 90% de todas do mundo no megacurioso

Estrutura em arquipélago gelado, próximo ao Polo Norte, guarda mais de um milhão de espécies de plantas

Depois que o assunto foi mencionado no BBB 24, muitas pessoas ficaram curiosas para saber como funciona um banco de sementes &mdash; tamb&eacute;m chamados de "cofres do fim do mundo". At&eacute; porque a ideia desses bancos &eacute; manter exemplares de esp&eacute;cies de plantas a salvo, no caso de uma cat&aacute;strofe.&nbsp;
Se o mundo acabar amanh&atilde; &mdash; ou daqui a alguns anos, gra&ccedil;as &agrave;s <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127087-4-fatos-que-provam-que-estamos-enfrentando-uma-emergencia-climatica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas</a> &mdash; quem sobreviver poder&aacute; recompor a biodiversidade do planeta com as sementes mantidas no banco.
O banco de sementes mais conhecido no mundo fica em Svalbard, um arquip&eacute;lago no extremo norte da Noruega, pertinho do Polo Norte.&nbsp;
<h2>O Silo Global de Sementes em Svalbard</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/11/11135549166205.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
O SIlo Internacional de Sementes de Svalbard foi inaugurado em 2008, com investimentos de US$ 8,8 milh&otilde;es do governo noruegu&ecirc;s, em parceria com outros pa&iacute;ses n&oacute;rdicos. Contudo, na pr&aacute;tica, ele &eacute; uma continuidade do Nordic Gene Bank, que guardava sementes de plantas da regi&atilde;o desde 1984. Ent&atilde;o, em 2008, ele se fundiu com outros dois bancos de sementes locais e passou a aceitar amostras de outros pa&iacute;ses.&nbsp;
Atualmente, o banco de sementes da Noruega tem mais de um milh&atilde;o de amostras &mdash; s&oacute; nos &uacute;ltimos anos, o Brasil mandou cerca de quatro mil sementes de esp&eacute;cies aliment&iacute;cias para l&aacute;. Ao todo, o Silo Internacional de Sementes tem capacidade para guardar tr&ecirc;s milh&otilde;es de plantas, e mais de um milh&atilde;o de esp&eacute;cies j&aacute; est&atilde;o l&aacute;.&nbsp;
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/11/11175458304344.jpg" alt="(Fonte: Sean Gallup/Getty Images)" />(Fonte: Sean Gallup/Getty Images)
As sementes s&atilde;o guardadas em um cofre 100 metros dentro da montanha e as c&acirc;maras ficam a -18 &deg;C. Mas, mesmo que todo o sistema de refrigera&ccedil;&atilde;o pare de funcionar, o permafrost (solo congelado) pode conservar as sementes entre -4 e -6 &deg;C. Para fora da montanha, vemos s&oacute; a imponente entrada do banco, com uma obra da artista noruguesa Dyveke Sanne.&nbsp;
Chamada de Repercuss&atilde;o Perp&eacute;tua,&nbsp;a obra &eacute; feita de fibra &oacute;ptica e demonstra a import&acirc;ncia e beleza da aurora boreal. A ideia &eacute; que, no ver&atilde;o, a instala&ccedil;&atilde;o reflita a luz solar e no inverno, os cabos de fibra &oacute;ptica transmitam uma ilumina&ccedil;&atilde;o azul-esverdeada. Vale lembrar que Svalbard presencia <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123483-6-lugares-na-terra-onde-o-sol-nao-se-poe-no-verao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o fen&ocirc;meno do "sol da meia-noite"</a>, com noites e dias que duram meses.&nbsp;
<h2>Sementes secas e congeladas, para preserva&ccedil;&atilde;o</h2>
Outro banco de sementes muito conhecido fica na Su&iacute;&ccedil;a, como uma iniciativa da Universidade de Zurique. O projeto come&ccedil;ou em 2021 como uma resposta &agrave; diminui&ccedil;&atilde;o da biodiversidade no pa&iacute;s. O cientista Gregory J&auml;ggli, junto a uma equipe de volunt&aacute;rios, coleta sementes de plantas que tem destaque na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123409-9-especies-de-animais-estranhos-que-estao-ameacadas-de-extincao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lista de esp&eacute;cies amea&ccedil;adas de extin&ccedil;&atilde;o da IUCN</a> (Uni&atilde;o Internacional para Conserva&ccedil;&atilde;o da Natureza).&nbsp;
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/11/11175536839345.jpg" alt="(Fonte: Sean Gallup/Getty Images)" />(Fonte: Sean Gallup/Getty Images)
J&auml;ggli explica que, idealmente, eles coletam de 10 a 20 mil sementes de uma planta &mdash; mas, em alguns casos, coletar tantos exemplares pode atrapalhar a habilidade de reprodu&ccedil;&atilde;o natural da esp&eacute;cie. A&iacute;, eles coletam menos e trabalham com o que tem.&nbsp;
Essas sementes s&atilde;o levadas &agrave; Universidade, onde s&atilde;o separadas de outras partes da planta (como flores) e passam por um processo de secagem. Os pesquisadores as deixam com s&oacute; 5% de umidade, para facilitar o congelamento e a preserva&ccedil;&atilde;o a longo prazo. Por fim, elas ficam em um freezer, a 20 graus negativos.
Nem todas as plantas suportam esse processo... Por&eacute;m, no banco de sementes da Su&iacute;&ccedil;a, 95% das esp&eacute;cies puderam ser preservadas dessa forma &mdash; e poder&atilde;o ficar por d&eacute;cadas guardadas nos freezers. Depois, &eacute; s&oacute; descongelar e plantar novamente.&nbsp;
Essa tamb&eacute;m &eacute; a ideia do Silo Internacional de Sementes &mdash; que, inclusive, j&aacute; foi aproveitado para esse prop&oacute;sito. A primeira retirada de amostras ocorreu em 2015, depois que um banco de amostras bot&acirc;nicas da S&iacute;ria foi destru&iacute;do pela guerra civil no pa&iacute;s.

thumb-image-2024-02-29T14:07:24.186Z

Silo Internacional de Svalbard: o banco de sementes da Noruega que guarda 90% de todas do mundo

Imagem de 1 litro de água pode abrigar 240 mil pedaços de microplásticos, comprova estudo no megacurioso

Nova técnica utilizada por pesquisadores revela que líquido engarrafado pode conter até mil vezes mais pedaços de microplásticos do que anteriormente

A polui&ccedil;&atilde;o pl&aacute;stica se torna, dia ap&oacute;s dia, uma cat&aacute;strofe ambiental cada vez maior. Pol&iacute;meros sint&eacute;ticos resistentes que comp&otilde;em o pl&aacute;stico permitem que ele permane&ccedil;a na natureza por algum tempo &mdash; com consequ&ecirc;ncias devastadoras. Mas, ainda mais desastroso do que os detritos vis&iacute;veis, o problema muitas vezes est&aacute; invis&iacute;vel aos nossos olhos: <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127011-pela-1-vez-medicos-encontram-microplasticos-no-coracao-humano.htm" target="_blank" rel="sponsored">os micropl&aacute;sticos e nanopl&aacute;sticos</a>.
Esses peda&ccedil;os pulverizados de material s&atilde;o t&atilde;o pequenos que podem se infiltrar em espa&ccedil;os min&uacute;sculos, inclusive em nossos corpos e c&eacute;lulas. Agora, um novo estudo, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, relata uma t&eacute;cnica de detec&ccedil;&atilde;o de pl&aacute;sticos que foi capaz de encontrar uma m&eacute;dia de 240 mil part&iacute;culas de micropl&aacute;sticos em um &uacute;nico litro de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124273-por-que-a-agua-engarrafada-e-tao-cara.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&aacute;gua engarrafada</a>.
<ul>
<li style="font-weight: bold;">Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125283-existem-microplasticos-em-nosso-cerebro-e-agora.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Existem micropl&aacute;sticos em nosso c&eacute;rebro &mdash; e agora?</a></li>
</ul>
<h2>Perigos dos micropl&aacute;sticos</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/10/10160619882273.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
A descoberta recente feita pelos cientistas ilumina a verdadeira presen&ccedil;a dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127194-microplasticos-no-solo-podem-introduzir-superbacterias-em-alimentos.htm" target="_blank" rel="sponsored">micropl&aacute;sticos espalhados pelas nossas casas e vidas</a>. Afinal, cada vez que pisamos em um tapete sint&eacute;tico, abrimos um recipiente de pl&aacute;stico, giramos os pneus de nossos carros ou lavamos nossas roupas, h&aacute; uma boa probabilidade de estarmos liberando milhares de micro e nanopl&aacute;sticos invis&iacute;veis a olho nu.
Todos esses detritos podem escorregar para os cursos de &aacute;gua, entrar nos nossos pulm&otilde;es e acabar nos nossos est&ocirc;magos por meio de alimentos e bebidas. O pouco que se sabe at&eacute; agora &eacute; que os nanopl&aacute;sticos podem agravar o sistema imunol&oacute;gico dos seres humanos, interferir no metabolismo do corpo e incitar as c&eacute;lulas &agrave; autodestrui&ccedil;&atilde;o. Em ratos, essas subst&acirc;ncias aumentam o risco da doen&ccedil;a de Parkinson, perturbam o desenvolvimento fetal e infiltram-se no <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125283-existem-microplasticos-em-nosso-cerebro-e-agora.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">c&eacute;rebro</a>.
<ul>
<li>Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126964-por-que-nao-devemos-aquecer-potes-de-plastico-no-micro-ondas.htm" target="_blank" rel="sponsored">Por que n&atilde;o devemos aquecer potes de pl&aacute;stico no micro-ondas?</a></li>
</ul>
Por conta disso, pesquisadores da Universidade de Columbia decidiram criar um novo m&eacute;todo para detectar esses min&uacute;sculos materiais. Para testar a capacidade do novo m&eacute;todo de encontrar nanopart&iacute;culas, o autor do estudo Wei Min decidiu recorrer &agrave; &aacute;gua engarrafada. Com a nova ferramenta, o grupo de Min descobriu que cada litro desse l&iacute;quido continha algo entre 110 mil e 370 mil part&iacute;culas &mdash; sendo 90% nanopl&aacute;sticos. Esse n&uacute;mero &eacute; substancialmente superior &agrave;s estimativas pr&eacute;vias realizadas em estudos de 2018, o qual previam cerca de 10 mil part&iacute;culas por litro.
<h2>Expectativa para o futuro</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/10/10160642252277.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: Getty Images)
Os cientistas identificaram diferentes tipos de pl&aacute;stico na &aacute;gua engarrafada. Por exemplo, o terefltalato de polietileno (PET) muitas vezes aparecia como fragmentos grossos do tamanho de um micr&ocirc;metro, provavelmente descartados das pr&oacute;prias garrafas. J&aacute; os nanopl&aacute;sticos, que s&atilde;o ainda menores que os micropl&aacute;sticos, provavelmente surgiram durante os primeiros est&aacute;gios da produ&ccedil;&atilde;o de &aacute;gua engarrafada e se desintegraram ainda mais ap&oacute;s o processamento adicional.
Os pesquisadores esperam que os resultados do estudo possam um dia ser usados para orientar estrat&eacute;gias de redu&ccedil;&atilde;o de micro e nanopl&aacute;sticos no tratamento de &aacute;gua. Pela primeira vez na hist&oacute;ria, o novo m&eacute;todo abre portas para o estudo desses materiais na natureza e n&atilde;o apenas em ambientes idealizados em laborat&oacute;rio.
At&eacute; ent&atilde;o, poucos pa&iacute;ses realizam supervis&atilde;o federal sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128534-furacoes-podem-funcionar-como-transporte-de-microplastico-segundo-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">micropl&aacute;sticos</a>, muito menos nanopl&aacute;sticos. Em 2022, a Comiss&atilde;o Europeia proibiu aditivos de micropl&aacute;sticos em produtos de consumo para reduzir a quantidade que inadvertidamente seria jogada na natureza. As estimativas, no entanto, sugerem que milh&otilde;es de toneladas de part&iacute;culas j&aacute; est&atilde;o espalhadas pela Terra e causando danos invis&iacute;veis.&nbsp;

thumb-image-2024-02-29T14:07:24.130Z

1 litro de água pode abrigar 240 mil pedaços de microplásticos, comprova estudo

Imagem de Furacões podem funcionar como transporte de microplástico, segundo estudo no megacurioso

Pesquisadores coletaram amostras de ar durante furacão no Canadá para entender melhor como os microplásticos viajam pela atmosfera

<head></head><body>Em setembro de 2021, um furacão atingiu a província canadense de Terra Nova e Labrador, trazendo não apenas ventos e chuvas intensas, mas também uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127011-pela-1-vez-medicos-encontram-microplasticos-no-coracao-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">carga considerável de microplásticos</a>, segundo uma pesquisa publicada na revista Communications Earth &amp; Environment.A autora do estudo, Anna Ryan, destacou que, ao contrário da ideia comum de que <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/126745-quanto-tempo-leva-para-uma-sacola-plastica-se-decompor-completamente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os plásticos acabam no oceano</a>, esse trabalho evidencia que os furacões podem capturar parte dessas partículas e depositá-las em locais que, normalmente, teriam baixos níveis de poluição por microplásticos.<h2>O estudo detalhado</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/05/05122418710147.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Até então, existiam poucas informações sobre os efeitos dos furacões na deposição de microplásticos. A oportunidade da pesquisa surgiu quando o Furacão Larry atingiu o Canadá, e os pesquisadores decidiram realizar medições — colocaram grandes recipientes para capturar microplásticos dois dias antes e dois dias depois do fenômeno.<ul><li style="font-weight: bold;">Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125283-existem-microplasticos-em-nosso-cerebro-e-agora.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Existem microplásticos em nosso cérebro — e agora?</a></li></ul>Apesar de Terra Nova e Labrador ser uma área rural com poucas indústrias, a quantidade de microplásticos que caíram nos dias anteriores e posteriores à tempestade foi relativamente baixa. No entanto, durante o furacão, esse número foi cinco vezes maior que a média.Comparando com eventos similares, o Furacão Larry transportou aproximadamente quatro vezes mais microplásticos do que outra tempestade analisada por pesquisadores anteriormente.<h2>De onde vieram esses microplásticos?</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/05/05123118968150.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Os cientistas utilizaram técnicas de modelagem para descobrir a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125548-para-onde-vao-as-particulas-plasticas-que-inalamos-diariamente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">origem dos microplásticos</a> transportados pelo furacão. Os resultados indicaram que é altamente provável que os microplásticos tenham vindo do Oceano Atlântico Norte. Em sua trajetória, o furacão Larry atravessou uma área conhecida como "mancha de lixo" no Atlântico Norte, uma vasta região com concentrações elevadas de microplásticos próximos à superfície.Embora os oceanos sejam frequentemente vistos como "depósitos" de microplásticos, este estudo evidencia que os oceanos também podem servir como fonte dessas partículas. Isso ocorre porque as partículas presentes nas camadas superficiais da água podem ser suspensas na atmosfera, sendo transportadas por sistemas meteorológicos e, posteriormente, depositadas de volta no continente.Consequentemente, o transporte e a deposição de microplásticos por furacões têm o potencial de acarretar sérias consequências para os ecossistemas em áreas remotas do planeta, especialmente em um futuro onde esses fenômenos se tornarão ainda mais intensos e poderosos.<h2>Graves consequências</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/05/05123516953154.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Além dos impactos na poluição, os microplásticos acarretam sérios prejuízos à saúde. Segundo Ryan, ainda existem muitas dúvidas sobre a extensão total dos impactos dos microplásticos. No entanto, estudos indicam que essas partículas podem se ligar a metais pesados ou vírus, transportando-os para outras regiões.&nbsp;Além disso, os microplásticos podem liberar produtos químicos tóxicos no ambiente, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123280-microplasticos-sao-descobertos-no-leite-materno-pela-primeira-vez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">afetando a saúde de seres humanos</a> e animais que os inalam ou ingerem.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:24.051Z

Furacões podem funcionar como transporte de microplástico, segundo estudo

Imagem de Fezes felinas com toxoplasmose podem estar matando lontras marinhas no megacurioso

Pesquisadores recentemente detectaram uma cepa estranha de Toxoplasma gondii pela primeira vez em pumas canadenses, que está deixando lontras marinhas doentes

<head></head><body>Após várias <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119539-6-fatos-curiosos-sobre-as-lontras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lontras marinhas</a> terem morrido ao longo da costa da Califórnia, nos Estados Unidos, cientistas decidiram investigar o mistério e descobriram um par improvável de culpados: uma cepa inusitada do parasita Toxoplasma gondii, causador da toxoplasmose, e as fezes de um grupo de felinos. Segundo os pesquisadores, quatro lontras foram encontradas mortas entre fevereiro de 2020 e março de 2022 na região.Sabe-se que esta espécie pode ser especialmente vulnerável a infecções de Toxoplasma gondii, um parasita unicelular encontrado em todo o mundo e que comumente infecta gatos domésticos. Ele também costuma infectar humanos e suspeita-se que altere até mesmo o nosso comportamento. Contudo, no caso das lontras, a situação parecia mais complexa.&nbsp;<h2>Casos raros</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/29/29140003742100.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Estranhamente, as lontras encontradas na Califórnia sofriam de uma grave inflamação da gordura corporal, um sintoma inesperado para lontras marinhas com toxoplasmose. Seus corpos também foram infestados pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116362-parasita-controlador-de-mentes-pode-nos-tornar-mais-impulsivos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">parasita</a>, mas seus cérebros pareciam relativamente intocados — algo incomum, uma vez que o parasita normalmente infecta o sistema nervoso de seus hospedeiros.“Estudei infecções por Toxoplasma em lontras marinhas durante 25 anos e nunca vi lesões tão graves ou números elevados de parasitas”, disse a autora do estudo e membro do Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia, Melissa Miller, em comunicado oficial. Investigando os quatro casos, os cientistas descobriram que as lontras marinhas estavam infectadas com uma cepa rara do parasita T. gondii que nunca havia sido relatada em animais aquáticos antes.&nbsp;Os cientistas apelidaram a cepa de "COUG", pois foi encontrada pela primeira vez em pumas canadenses após um surto próximo entre humanos em meados da década de 1990. Desde então, foi identificado em muitos outros animais e é particularmente virulento em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121857-6-fatos-impressionantes-sobre-os-ratos.htm#:~:text=Os%20ratos%20possuem%20a%20impressionante,circunfer%C3%AAncia%20de%20uma%20pequena%20moeda." rel="noopener noreferrer" target="_blank">ratos</a>. A presença da cepa incomum COUG em animais marinhos fez os pesquisadores se questionarem: como o parasita foi parar na barriga dessas criaturas costeiras?<h2>Impacto da toxoplasmose</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/29/29140032249102.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Os pesquisadores publicaram um estudo que relatou que todas as mortes ocorreram durante períodos de alta pluviosidade e aumento do escoamento de água. Na visão dos cientistas, é possível que os gatos selvagens infectados tenham feito cocô em terra e o parasita tenha chegado à costa, onde residiu em caracóis e mariscos comidos pelas lontras marinhas.&nbsp;Os investigadores também observam que esta via até então desconhecida pode afetar outros animais suscetíveis à infecção por Toxoplasma — incluindo os seres humanos. Afinal, o consumo de ostras, mexilhões e outros mariscos é relativamente comum para diversas culturas. Nos EUA, estima-se que 11% da população humana tenha sido infectada pelo parasita em questão. Em outras partes do mundo, a taxa de infecção pode ultrapassar os 60%.Humanos infectados geralmente não apresentam muitos sintomas físicos, a menos que o hospedeiro esteja imunocomprometido. No entanto, a infecção tem sido associada a uma série de mudanças comportamentais bizarras nas pessoas. Estudos sugerem que alguns indivíduos infectados com toxoplasmose são mais impulsivos e têm até mesmo maiores probabilidades de se envolver em um acidente de carro fatal.&nbsp;</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:23.170Z

Fezes felinas com toxoplasmose podem estar matando lontras marinhas

Imagem de Planta lanterna-de-fada reaparece no Japão após 30 anos no megacurioso

As lanternas-de-fada não têm folhas, passam a maior parte de suas vidas debaixo da terra e florescem por curtos períodos como pequenas luzes na floresta

<head></head><body>Entre as boas notícias de 2023 está o “renascimento” de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128282-cientistas-descobrem-que-fosseis-antes-considerados-plantas-eram-outra-coisa-ainda-mais-interessante.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma planta rara que se julgava extinta</a> há 30 anos no Japão: a lanterna-de-fada, do gênero Thismia, que, como diz o nome, parece iluminar o chão da floresta. Embora seja uma planta bioluminescente, ela não faz fotossíntese, tirando sua energia de outros organismos em locais subterrâneos, onde vive.&nbsp;Descoberta pela primeira vez na cidade de Kobe, na província de Hyogo, no Japão em 1992, a lanterna-de-fada foi propriamente chamada de Thismia kobensis, até ser extinta por ter seu habitat destruído pela construção de um complexo industrial.&nbsp;Embora reencontrada por biólogos da Universidade de Kobe, o exemplar foi agora encontrado na cidade de Sanda, na mesma província, cerca de 30 quilômetros ao norte.&nbsp;<h2>O que são as lanternas-de-fada?</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/29/29173458020204.jpg" alt="(Fonte: Kenji Suetsugu et al.)">(Fonte: Kenji Suetsugu et al.)Exemplares da família Thismiaceae, as lanternas-de-fadas são plantas atípicas, pois não possuem folhas e não realizam a fotossíntese.&nbsp;Elas são pouco conhecidas pela ciência, pois passam a maior parte de suas vidas no subsolo, emergindo ocasionalmente suas flores coloridas e iluminadas como pequenos cogumelos brilhantes.&nbsp;Além de serem difíceis de detectar, elas são muito seletivas quanto aos locais nos quais floresce. São geralmente ambientes bem específicos, como solos de baixa qualidade, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128346-mais-antigo-fungo-causador-de-doenca-e-encontrado-em-planta-congelada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">capazes de abrigar os fungos de que se alimentam</a>. Isso torna o seu habitat e alcance geográfico bastante limitados.&nbsp;Por isso, encontrar uma T. kobensis após três décadas de busca, principalmente tão distante do seu habitat inicial, causou grande surpresa aos pesquisadores do Departamento de Biologia da Universidade de Kobe. Eles aproveitaram o evento para atualizar "a taxonomia, biogeografia, história evolutiva e conservação" da planta que, segundo o estudo, só havia sido descrita a partir de um exemplar incompleto de museu. &nbsp;<h2>Lanternas-de-fada são "trapaceiras" de fungos?</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/29/29174041861205.jpg" alt="(Fonte: Kenji Suetsugu et al.)">(Fonte: Kenji Suetsugu et al.)Considerada a lanterna-de-fada mais setentrional descoberta até hoje, a nova T. kobensis se diferencia de outras espécies pelo seu anel curto e largo. Existem no mundo mais de 90 espécies dessa planta, inclusive no Brasil, onde um exemplar da T. panamensis foi descoberto em 2015 no Parque Natural Municipal da Mata do Açude, em Jataí (GO), por pesquisadores da Universidade Federal de Jataí.As lanterna-de-fadas são dissimuladas quando o assunto é troca de nutrientes. Sorrateiras, elas evoluíram a partir de plantas que cultivavam uma relação simbiótica com os chamados fungos micorrízicos, benéfica para ambos. Só que as Thismiaceae passaram a não cumprir sua parte no acordo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127566-conheca-a-raflesia-a-maior-flor-do-mundo-que-esta-sob-risco-de-extincao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">e se tornaram parasitas, não oferecendo nada em troca</a>.&nbsp;Em biologia, essa abordagem peculiar para obter a energia que não tira do sol é chamada de mico-heterotrofia. Nesse caso, o mico-heterótrofo é a planta parasita da relação, e essa interação dissimulada faz com que as lanternas-de-fada sejam muitas vezes chamadas de "trapaceiras de micorrízicos".</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:23.264Z

Planta lanterna-de-fada reaparece no Japão após 30 anos

Imagem de Aquecimento global: Rio de Janeiro poderá ser inundado até 2100 no megacurioso

O Brasil está destinado a sofrer às consequências graves do aumento do nível do oceano devido ao aquecimento global a partir de 2050

<head></head><body>Em janeiro de 2023, foi publicado na revista Science&nbsp;um estudo mostrando que, mesmo com apenas 1,5 grau Celsius de aquecimento acima dos níveis pré-industriais, cerca de 104 mil das mais de 215 mil geleiras e calotas polares do mundo derreterão, elevando o nível global do mar em pouco mais que 10 centímetros.Os últimos 8 anos foram os mais quentes registrados no planeta, fruto do pico que atingiu as concentrações de gases de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121264-aquecimento-global-e-efeito-estufa-qual-e-a-diferenca-entre-eles.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">efeito estufa</a>, como dióxido de carbono. O nível do mar bateu o recorde, subindo em média 4,62 milímetros por ano entre 2013 e 2022, o dobro da taxa anual entre 1993 e 2002. Fora isso, temperaturas recordes foram registradas nos oceanos, onde fica cerca de 90% do calor retido da Terra pelos gases de efeito estufa.Petteri Taalas, chefe da Organização Meteorológica Mundial, disse em entrevista coletiva, em abril, que o clima extremo causado pelas emissões de gases de efeito estufa pode continuar até a década de 2060, independentemente do nosso sucesso na mitigação do clima.“Já emitimos tanto, especialmente CO2 na atmosfera, que esse tipo de saída gradual da tendência negativa leva várias décadas”, pontuou ele.E os efeitos já estão aqui. Acredita-se que em alguns anos o Brasil sofrerá graves consequências, e que a cidade do&nbsp;Rio de Janeiro poderá ser inundada até 2100.<h2>O futuro costeiro do Brasil</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/14/14112521639100.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Há um mês, o mar invadiu o calçadão e a ciclovia nos bairros do Leblon e de Ipanema, na orla sul do Rio. Em um domingo ensolarado que reunia centenas de banhistas, vídeos flagraram o momento em que a água subiu, dispersando a todos, atravessando a faixa de areia e ocupando diversas partes do calçadão e das pistas. A Marinha do Brasil chegou a emitir um alerta de que ondas de até 3,5 metros de altura poderiam atingir o litoral da cidade até o fim daquela semana.Devido às condições climáticas e ao contínuo aumento do nível dos oceanos, esse deve ser apenas o começo de um problema que parece inevitável. Com seus mais de 7 mil quilômetros de costa no oceano Atlântico, o Brasil é um dos países que aparece no centro do problema.&nbsp;De acordo com um novo estudo publicado na Nature e divulgado às vésperas da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, cinco por cento da cidade de Santos e do Rio de Janeiro estarão imersas até a metade do século XXI. O impacto da elevação da temperatura colocará mais de 70 milhões de pessoas no caminho da expansão das planícies aluviais.No Rio, a menor sombra de aumento, 60 cm, poderá engolir bairros da Zona Norte, como a Ilha do Governador. No pior dos cenários, que o Climate Change indica uma elevação do mar entre 20 e 48 centímetros até 2100, algumas praias terão desaparecido, bem como o Aeroporto do Galeão e outros diversos bairros, como o de Santa Cruz.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/14/14112709146101.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Por esse motivo que a América Latina, o Caribe, o Pacífico e os pequenos estados insulares em desenvolvimento estão mais propensos a sofrerem as primeiras consequências, com projeção de perda significativa de terras e infraestrutura essencial por inundações permanentes.Em 2100, as projeções são obscuras para o ritmo que o aquecimento global segue. Aproximadamente 160 mil quilômetros quadrados de terra costeira – uma área maior do que o território da Grécia – estarão sob as águas. Isso inclui vastas extensões de cidades costeiras na Arábia Saudita, Vietnã, Emirados Árabes Unidos e no Equador.<h2>Em ritmo acelerado</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/14/14112806628102.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)O mundo está caminhando para um cenário apocalíptico rapidamente. Está previsto que a exposição ao risco de inundações dobre para 10% da população até o final do século XXI. As regiões costeiras da América Latina, África e Sudeste Asiático podem enfrentar uma grave ameaça de inundações permanentes que podem desencadear uma reversão no desenvolvimento humano em comunidades costeiras.“O deslocamento de milhões de pessoas e a interrupção da atividade econômica nos principais centros de negócios podem introduzir novos elementos de instabilidade e aumentar a competição por recursos. Nossa nova pesquisa do PNUD e do Climate Impact Lab é outro lembrete para os tomadores de decisão que vão para a COP28 de que a hora de agir é agora”, disse Pedro Conceição, diretor do Escritório de Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD à Prevention Web.No momento, Bangladesh produz 0,3% das emissões que contribuem para o efeito estufa, mas enfrenta algumas das maiores consequências do aumento do nível do mar. O país pode ter 17% de suas terras inundadas até 2050, tendo que deslocar 18 milhões de cidadãos, muitos dos quais já sofre com uma pobreza extensa.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/14/14112851594103.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Mesmo que exista uma ação concentrada para reduzir as emissões globais e colocar o mundo no caminho certo para limitar o aumento de 2 graus Celsius da temperatura global, mais de 70 mil quilômetros quadrados desses 160 mil quilômetros de terras devem permanecer acima do nível do mar."Essas projeções não são conclusões precipitadas, em vez disso, podem ser um catalisador para a ação", disse Hannah Hess, diretora associada do Laboratório de Impacto Climático, à Prevention Web. "Reduzir as emissões não apenas mitiga o risco, mas nos compra mais tempo para responder proativamente e nos preparar para a elevação dos mares".</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:22.907Z

Aquecimento global: Rio de Janeiro poderá ser inundado até 2100

Imagem de Lagos rosados podem ser criados pelas mudanças climáticas no megacurioso

Embora existam águas rosadas naturalmente no mundo todo, cientistas acreditam que lago no Havaí teria recentemente mudado de cor por conta de alterações na Terra

<head></head><body>Você já ouviu falar em <a href="https://www.megacurioso.com.br/fenomenos-da-natureza/75724-cor-de-chiclete-conheca-o-lago-rosa-da-australia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">águas rosadas</a>? Por mais surreal que esse cenário pode parecer, lagoas com esse tipo de cor existem em diversas partes do mundo. Contudo, um novo estudo afirma que as mudanças climáticas podem estar desencadeando esse tipo de reação. No Havaí, uma equipe de pesquisadores do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos tem monitorado águas incomumente rosadas no Kealia Pond National Wildlife Refuge desde o dia 30 de outubro.Em primeiro momento, os especialistas temeram que a coloração fosse um sinal de proliferação e algas tóxicas, como o tipo que produz marés vermelhas. Contudo, análises preliminares sugeriram que os verdadeiros culpados pelo processo eram halobactérias unicelulares, que são amantes do sal.&nbsp;<h2>Mudança de cor da água</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/26/26021959840005.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)As halobactérias unicelulares são responsáveis por tornar outros corpos d'água rosados, incluindo o braço norte do Grande Lago Salgado, em Utah. Essa área do lago foi separada do braço sul na década de 1950 por conta da construção de uma ponte ferroviária. Isso fez com que essa região fosse privada de qualquer influxo de água doce, elevando sua <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/35894-nasa-revela-dados-sobre-salinizacao-dos-mares-da-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">salinidade</a> para uma média de 26 a 30%. Por conta desse processo, o ambiente tornou-se mais atraente para algas laranja-rosadas e algas violeta-rosadas.Outros lagos cor de rosa que ocorreram naturalmente estão espalhados por todo o mundo, como o lago Retba, no Senegal, as Salinas de Torrevieja, na Espanha, e diversos lagos no sul da Austrália Ocidental. Embora esses lagos possam parecer impressionantes, qualquer aumento nas águas de coloração rosada pode ser um sinal de temperaturas mais altas e condições mais secas causadas pelas <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128284-7-doencas-que-podem-aumentar-devido-as-mudancas-climaticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudanças climáticas</a>.&nbsp;Essas águas altamente salinas também podem significar problemas para animais como as aves migratórias que dependem delas para se alimentar. "Há uma necessidade real de fazer mais estudos sobre estes animais, porque não sabemos o suficiente sobre a sua ecologia, o que tem implicações importantes para a sua conservação", afirmou o especialista em ecologia de lagos salgados da Universidade Murdoch, Angus Lawrie, em entrevista à televisão australiana ABC.&nbsp;<h2>Impactos no futuro</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/26/26022037942007.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Dependendo da localização e da hidrologia dos lagos, as alterações climáticas podem ter impactos opostos. Com mais episódios de chuvas torrenciais, alguns lagos que já são rosados podem perder um pouco da sua cor por diminuírem seus níveis de salinidade. E, embora algumas massas de água possam ficar rosadas, a seca alimentada pelas alterações climáticas tende a fazer com que alguns desses lugares simplesmente sequem.&nbsp;A água rosa incomum do lago Kealia, por exemplo, parece estar ligada à seca. No dia 19 de dezembro, grande parte da região estava sob condições anormalmente secas e severas, de acordo com o Monitor de Secas dos EUA. Normalmente, o riacho Waikapu deságua na lagoa, aumentando o nível da água e reduzindo a sua salinidade. Porém, isso não acontece há muito tempo. Por conta disso, a salinidade da saída do Kealia é atualmente duas vezes mais forte do que a água do mar.&nbsp;Embora alguns especialistas garantam que isso é apenas um fenômeno natural, não existem muitos registros científicos a respeito do tema. Sendo assim, cientistas devem continuar observando de perto essa situação para entender como as mudanças climáticas podem estar impactando esses ecossistemas.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:22.880Z

Lagos rosados podem ser criados pelas mudanças climáticas

Imagem de 5 boas notícias sobre a natureza e o clima em 2023 no megacurioso

Queda no desmatamento da Amazônia e pacto para proteção dos mares estão na lista

<head></head><body>O mundo está inundado de notícias negativas sobre as mudanças climáticas e a degradação ambiental. No entanto, é importante lembrar que tem muita gente lutando por nosso planeta!&nbsp;Abaixo, confira cinco boas notícias sobre clima e natureza que mereceram atenção em 2023. Conheça alguns progressos que, muitas vezes, não recebem o destaque merecido:<h2>1. Lei norte-americana</h2>Em 2022, os Estados Unidos prometeram até US$ 269 bilhões para apoiar ações que possam combater o efeito estufa, por meio da Lei da Redução da Inflação – sim, o nome é meio confuso. Esse foi o maior investimento climático da história do país, com resultados imediatos.&nbsp;Desde a aprovação, US$ 110 bilhões foram destinados em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119710-qual-a-diferenca-entre-energia-renovavel-sustentavel-e-limpa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">investimentos de energia limpa</a>. O setor de veículos elétricos também está aquecido, com mais de USD 70 bilhões injetados em projetos. Com a lei, os EUA planejam cumprir suas metas de redução de emissões até 2035.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/21/21201227436322.jpg" alt="Projetos de energia limpa se beneficiam de lei norte-americana. (Foto: Unsplash)">Projetos de energia limpa se beneficiam de lei norte-americana. (Foto: Unsplash)<h2>2. Ponto de virada</h2>Este seria o ano em que o consumo energético atingiria seu pico histórico. Porém, o crescimento da produção de energia limpa foi maior do que a demanda, colocando um equilíbrio no consumo de energia em todo o mundo.Esse ponto de virada pode significar que as emissões, a partir de agora, tendem a diminuir, conforme o segmento de energia limpa for crescendo. A expectativa, inclusive, é que os próximos anos sejam de forte expansão na área.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/21/21201123443321.jpg" alt="A geração de energia limpa aumentou em 2023. (Foto: Unsplash)">A geração de energia limpa aumentou em 2023. (Foto: Unsplash)<h2>3. Pacto pelos mares</h2>Em junho, a Organização das Nações Unidas (ONU) adotou o Tratado do Alto Mar, cujo foco é o de estender as faixas de proteção ambiental para todas as <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/102989-10-coisas-que-voce-possivelmente-nao-sabe-sobre-os-oceanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">águas internacionais</a>. Atualmente, apenas 1% desse espaço é protegido, mas espera-se conseguir aumentar essa área até 30% antes de 2030.Desde setembro, o tratado foi disponibilizado para assinatura pelos Estados-membros da ONU. Foram quase duas décadas de construção desse tratado, que agora tem mais dois anos para que ao menos 60 nações concordem com o texto e façam com que ele entre em vigor.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/21/21201428733323.jpg" alt="Meta é proteger até 30% das águas internacionais marítimas. (Foto: Unsplash)">Meta é proteger até 30% das águas internacionais marítimas. (Foto: Unsplash)<h2>4. Salvem as florestas</h2>Em 2021, a WWF divulgou que a União Europeia era o segundo maior importador de produtos derivados de áreas desmatadas do mundo, atrás apenas da China, sendo responsável por 16% do desflorestamento mundial. Em junho, uma nova regulamentação do bloco tenta pôr fim a isso.O acordo exige que os fornecedores de commodities como soja, carne bovina, madeira, cacau, café e borracha detalhem cada passo da cadeia econômica, trabalhando apenas com produtos produzidos em áreas legais. O projeto foi tão bem aceito que o Greenpeace está pressionando para que seja expandido para outros biomas, como savanas e zonas úmidas.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/21/21201801222324.jpg" alt="Commodities não podem vir de áreas desmatadas. (Foto: Unsplash)">Commodities não podem vir de áreas desmatadas. (Foto: Unsplash)<h2>5. A questão da Amazônia</h2>Neste ano, no Brasil e na Colômbia, a área desmatada da Amazônia caiu consideravelmente. Inclusive, a colaboração entre os países é vista com bons olhos por aqueles que protegem a floresta. Iniciativas de rastrear, mapear e combater o desmatamento tem contado com tecnologias avançadas.No Brasil, o governo pretende acabar com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116957-desflorestamento-da-amazonia-atinge-apice-desde-2008.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">desmatamento amazônico</a> até 2030. A desflorestação foi baixa na região entre 2004 e 2012, mas, nos últimos anos, não parou de subir. Agora, porém, o cenário parece estar se revertendo.&nbsp;<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/21/21202002887327.jpg" alt="O combate ao desmatamento foi intensificado na Amazônia. (Foto: Fotos Públicas)">O combate ao desmatamento foi intensificado na Amazônia. (Foto: Fotos Públicas) </body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:22.851Z

5 boas notícias sobre a natureza e o clima em 2023

Imagem de Nova espécie de víbora asiática é descoberta em Mianmar no megacurioso

Por conta de sua coloração surpreendente, pesquisadores acreditavam que animal podia ser um híbrido entre espécies

<head></head><body>Cobras podem ser encontradas na natureza em todas as formas e tamanhos, desde enormes pítons até cobras com chifres deslizando pelo deserto. Por conta disso, é especialmente difícil conseguir distinguir uma nova espécie de cobra das já existentes — uma vez que muitos membros da mesma espécie podem parecer fisicamente muito diferentes, sobretudo em cores. Contudo, um novo estudo parece ter identificado uma nova espécie de víbora asiática em <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117588-professora-de-danca-captura-o-inicio-do-golpe-militar-em-mianmar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mianmar</a>.A criatura se destaca por sua coloração diferenciada, que mistura tons de verde brilhante com verde escuro. O gênero Trimeresurus, como foi identificado, consiste em cobras com uma grande variação morfológica. Por esse motivo, identificá-las é sempre um verdadeiro desafio.<h2>Busca por novas espécies</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/26/26160728532048.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Em comunicado oficial, o herpetologista e principal autor do estudo, Dr. Chan Kin Onn, comentou sobre a dificuldade de estudar novas espécies de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125087-as-6-maiores-cobras-e-serpentes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cobras</a>. "As víboras asiáticas do gênero Trimeresurus são notoriamente difíceis de distinguir, porque apresentam uma gama de variações morfológicas. Alguns grupos contêm múltiplas espécies que se parecem, enquanto outros podem parecer muito diferentes, mas na verdade são da mesma espécie", disse.&nbsp;Segundo o pesquisador, tanto o lado norte quanto o lado sul de Mianmar abrigam uma espécie de víbora diferente. No norte do país, a espécie predominante é a víbora-vermelha (Trimeresurus erythrurus), que apesar do nome é identificada por seu corpo verde com poucas manchas. Já no sul, a víbora-do-mangue (Trimeresurus purpureomaculatus) aparece com maior frequência em uma grande variedade de cores, como amarelo, marrom e preto — mas nunca verde —, além de um padrão manchado em seu corpo.Entre essas duas populações, no entanto, uma terceira espécie de cobra foi encontrada pelos investigadores e que parece viver na área central do país. Assim como sua posição territorial, essa víbora apresenta uma aparência intermediária entre as outras duas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128058-qual-especie-vai-dominar-a-terra-quando-a-humanidade-acabar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espécies</a> encontradas no país, com características de ambos os lados.<h2>Características únicas</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/26/26160801590050.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)No comunicado oficial, os pesquisadores destacaram que esta população misteriosa de cobras que vivem no centro de Mianmar deixou todos perplexos por conta de suas características. Por conta disso, os investigadores passaram muito tempo pensando que o animal, na realidade, era um híbrido. Porém, estudos posteriores constataram que esta terceira população não era um híbrido, mas uma espécie geneticamente diferente.Essas víboras tinham algumas características extras confusas que tornavam tudo mais interessante. Certas populações eram verde-escuras com manchas, facilitando distingui-las das víboras-do-mangue e das víboras-vermelhas. No entanto, outros membros da mesma nova espécie eram verdes brilhantes, sem manchas e pareciam quase exatamente iguais à víbora-vermelha.&nbsp;"Este é um fenômeno interessante, onde uma espécie é simultaneamente semelhante e diferente de seu parente mais próximo. Achamos que em algum momento no passado, a nova espécie pode ter trocado genes com a víbora-vermelha do norte e a víbora-do-mangue no sul", afirmou Chan. Após diversos testes, foi decidido que a espécie de base central seria chamada víbora-ayeyarwady (Trimeresurus ayeyarwadyensi), uma homenagem ao maior rio de Mianmar.</body>

Meio ambiente

Novidades