Saúde/bem-estar
21/05/2013 às 06:36•2 min de leitura
A peste negra — ou bubônica — é uma afecção tão avassaladora que acabou se transformando em sinônimo de qualquer praga perigosa e altamente contagiosa. Ela é provocada pela bactéria Yersinia pestis e transmitida aos humanos através das pulgas dos roedores, e ainda hoje ocorrem alguns surtos em locais bem específicos, como a região dos Grandes Lagos Africanos e a base do Himalaia.
Existem diversos registros históricos que apontam que a peste negra está relacionada com pelo menos duas das mais devastadoras pandemias da História, incluindo a que assolou a Europa no século 14, provocando a morte de dois terços da população. Além disso, outros registros históricos apontam que essa praga pode ter ocorrido mais vezes e, inclusive, ter sido utilizada como “arma biológica” pelos mongóis.
Império Bizantino após a morte de Justiniano I Fonte da imagem: Reprodução/Wikipédia
Mais uma pandemia famosa — a Praga de Justiniano, que ocorreu entre os séculos 6 e 8 e afetou principalmente o Império Bizantino — sempre esteve envolta em controvérsias sobre se teria sido ou não provocada pela mesma bactéria. Esse gigantesco surto foi batizado com o nome do imperador Justiniano I, e provocou a morte de 100 milhões de pessoas. Segundo alguns historiadores, ela pode ter contribuído para o declínio do Império Romano do Oriente.
De acordo com o Live Science, para solucionar essa questão — de se a Praga de Justiniano também foi provocada pela Y. pestis —, um grupo de cientistas realizou testes de DNA a partir do material obtido de 19 esqueletos encontrados em um cemitério medieval na Bavária, com corpos de indivíduos que supostamente padeceram devido à peste. As análises revelaram que, sem nenhuma sombra de dúvidas, a bactéria foi a responsável pela morte dessas pessoas.
Fonte da imagem: Reprodução/Live Science
Segundo os pesquisadores, a descoberta confirma que a Praga de Justiniano teve a sua origem na África e viajou até a Europa, onde se espalhou pela bacia do Mediterrâneo e inclusive atravessou os Alpes, chegando até a Bavária. Como resultado, a praga provocou a morte de um número absurdamente alto de pessoas e, consequentemente, contribuiu para a queda do Império Romano do Oriente.
Os pesquisadores agora esperam poder reconstruir a sequência genética da estirpe que provocou tantas mortes no passado para, quem sabe, entender melhor o mecanismo de ação da doença. Na atualidade, a Organização Mundial da Saúde ainda registra milhares de casos de peste bubônica todos os anos, mas a doença já pode ser tratada por meio de antibióticos.