Artes/cultura
24/01/2014 às 06:52•3 min de leitura
Você aprendeu na escola que Adolf Hitler, o austríaco defensor da supremacia ariana e responsável pela morte de milhões de judeus, teria cometido suicídio após a invasão soviética, certo? É isso o que todo mundo sabe sobre o Führer, mas, se depender da Simoni Renée Guerreiro Dias, a história do ditador foi bem diferente.
No livro feito como dissertação de seu mestrado, intitulado “Hitler no Brasil – Sua Vida e Sua Morte”, Simoni defende a ideia de que o ditador teria, na verdade, forjado o próprio suicídio e vindo morar em terras tupiniquins, onde, aliás, teria vivido até os 95 anos.
Por mais absurda que a ideia possa parecer em um primeiro momento, Simoni insiste que Hitler viveu em Nossa Senhora do Livramento, no Mato Grosso. Esse é só mais um dos estudos que defendem a ideia de que Hitler teria vindo ao Brasil ou a algum outro país da América do Sul. Simoni planeja ir a Israel, inclusive, à procura de um suposto descendente do ditador para realizar testes de DNA.
Local onde estava enterrado o corpo de Adolf Leipzig Fonte da imagem: Reprodução/G1
A linha de pesquisa de Simoni tem gerado críticas por parte de historiadores, que, como Cândido Moreira Rodrigues, professor de História Política e Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso, avaliam as pesquisas de Simoni como deficientes em rigor científico. A própria mestranda afirmou ter levado anos para “comprar a ideia” de que Hitler teria vindo mesmo para o Brasil, mas, segundo ela, depois de estudar o assunto, ficou mais do que convencida.
Simoni é graduada em Educação Artística, mas resolveu começar a pesquisar sobre Hitler depois de ouvir rumores de que ele não teria se matado. Além disso, ela se apegou ao fato de que outros nazistas teriam fugido para a América do Sul e também à história de que o vaticano teria dado a Hitler um mapa de um tesouro jesuíta escondido em Nobres, cidade turística perto de Cuiabá.
Resumindo a saga de Hitler nessa hipótese de não suicídio: com a ajuda do Vaticano, o ex-líder teria vindo para a Argentina, o Paraguai, o Rio Grande do Sul e, depois, para o Mato Grosso. Sua busca pelo tal tesouro nunca foi concluída e ele teria morrido da década de 80, enterrado com um nome diferente.
Adolf Leipzig e a esposa Fonte da imagem: Reprodução/G1
As investigações de Simoni atentaram para um estrangeiro que morreu nos anos 80 na cidade de Nossa Senhora do Livramento. Esse homem teria usado como sobrenome a cidade natal de Bach, músico favorito de Hitler. Adolf Leipzig, conhecido pela população como “alemão velho” seria o próprio ex-líder disfarçado.
A pesquisadora teria encontrado registros de duas internações na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, em anos consecutivos. A primeira, em nome de Adolfo Sopping, um paciente de 81 anos; a segunda, um ano depois, de Adolfo Lepping, 82 anos. Para Simoni, os dois são a mesma pessoa.
De acordo com o depoimento de uma pessoa não identificada pela autora do livro, uma freira do hospital tentou impedir a entrada do homem, alegando que ele era um sanguinário e havia matado muita gente. Um padre apareceu para apaziguar a situação, explicando que aquele paciente deveria ser atendido sim, por ordens do Vaticano.
Fonte da imagem: Reprodução/Rawstory
Simoni conseguiu retirar os restos mortais da sepultura de Adolf Leipzig, com a intenção de fazer exames de DNA e tentar traçar alguma ligação com o suposto descendente de Hitler em Israel.
O professor Moreira Rodrigues afirmou, em declaração publicada no G1, que “não é novidade o fato de que muitos que se dizem historiadores venham a levantar hipóteses as mais diversas sobre as possíveis estadias de Hitler na América do Sul e a sua consequente morte num dos países desta região do mundo".
Segundo ele, não há dúvidas de que Hitler e sua companheira tenham se matado depois de perceber que não resistiriam à invasão soviética. E a história do ditador acaba ali. E você? O que acha disso tudo? Acredita que ele possa ter vindo mesmo ao Brasil ou acha que essa hipótese não passa de uma especulação sem sentido?