Estilo de vida
18/12/2013 às 12:08•2 min de leitura
De acordo com uma notícia divulgada pelo O Estado de S. Paulo, uma nova espécie de anta acaba de ser identificada por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais. Por incrível que pareça, o animal — que não é nada pequeno — já era um velho conhecido das comunidades indígenas e ribeirinhas da Amazônia, mas ainda não havia sido “descoberto” pelos cientistas.
Fonte da imagem: Reprodução/Scientific American
Segundo a publicação, a nova espécie — batizada de Tapirus kabomani — não parece ser muito rara, já que aparentemente se encontra espalhada da região sul da floresta amazônica até a porção leste, na Amazônia colombiana. O animal recém-descoberto é menor do que a Tapirus terrestris (ou anta-brasileira) e pesa em média 110 quilos, contra os 320 da espécie mais conhecida, além de apresentar outras diferenças anatômicas.
Fonte da imagem: Reprodução/Scientific American
A Tapirus kabomani conta com patas mais curtas do que a anta-brasileira, assim como pelagem mais escura e o crânio diferente. Conforme explicou Mario Cozzuol, um dos cientistas envolvidos na pesquisa, embora a nova espécie estivesse à vista de todos, ninguém havia imaginado que se tratava de um animal diferente. No entanto, há cerca de 10 anos, depois de dar ouvido às testemunhas que descreviam o bicho, o pesquisador decidiu estudar a anta.
Fonte da imagem: Reprodução/Scientific American
Tudo começou em 2002, quando Cozzuol era orientador de uma aluna que precisava comparar o crânio de um fóssil de anta com crânios atuais da mesma espécie de animal. Os dois descobriram que entre os espécimes coletados para o estudo havia um esqueleto diferente. Os cientistas resolveram investigar, coletando amostras, capturando imagens através de armadilhas fotográficas e levantando informações junto a caçadores, indígenas e populações ribeirinhas.
Os pesquisadores inclusive obtiveram uma licença para caçar um exemplar da Tapirus kabomani — que hoje faz parte do acervo da UFMG —, e depois de realizar análises genéticas e morfológicas, confirmaram a descoberta da nova anta. Esta é a quinta espécie de anta já descoberta no mundo, além de ser esta a primeira vez desde 1865 que um desses animais é identificado na América Central.