Ciência
27/10/2014 às 11:34•3 min de leitura
Desde já, um esclarecimento: nós aqui do Mega Curioso somos apaixonados por animais e frequentemente falamos sobre eles para que você aumente seu repertório sobre o assunto. O momento agora é para falar sobre gatos, essas criaturas fofas capazes de deixar mais inteligentes aqueles que as amam e também de nos fazer ter crises de riso com as suas peripécias.
Por isso, que fique claro: este texto revela alguns fatos científicos sobre gatos, e não a nossa opinião. E, de qualquer forma, se você é dos nossos, não adianta: podem falar e provar o que quiserem, gatos são incríveis de qualquer jeito. A seguir, descubra algumas características não muito poéticas a respeito desses bichinhos:
A comparação entre gatos e cachorros surge porque esses são os dois animais mais comumente adotados como de estimação. A verdade é que eles são completamente diferentes um do outro, então você não deve esperar que seu gato fique superfeliz quando você chega em casa, por exemplo.
De acordo com o artigo de Joseph Stromberg, publicado no Vox, gatos não têm muita conexão emocional com seus donos e, para a sua tristeza, eles demonstram menos afeição por seus donos do que você imagina. Além de tudo, gatos são considerados grandes assassinos.
Uma pesquisa divulgada em 2012 revelou que um parasita presente nas fezes dos gatos é capaz de mudar a personalidade das pessoas que eventualmente entrem em contato com cocô de gato – por isso muito cuidado na hora de limpar a caixinha de areia do seu bichano, hein! A mesma pesquisa sugeriu que o tal parasita pode ter relação com o neuroticismo, com a esquizofrenia e, inclusive, com casos de suicídio.
A questão da falta de amor dos gatos em relação aos seus donos foi revelada em um estudo feito por Daniel Mills, um veterinário que trabalha na Universidade de Lincoln, no Reino Unido. Então, se para você é triste imaginar que seu gatinho não dá a mínima para a sua existência, imagina para Mills, o pesquisador apaixonado por gatos e que descobriu isso... Na verdade, não é que seu gato odeie a sua companhia. Ele apenas não fica tão feliz com ela como um cachorro possivelmente ficaria.
Para chegar a essa triste conclusão, Mills e sua equipe realizaram testes com os bichanos. A didática era simples: donos de gatos saíam de perto deles enquanto os bichinhos estavam brincando. Depois, retornavam. Ao contrário das reações de cachorros e bebês, que ficavam felizes quando seus pais/donos voltavam, os gatos não davam a mínima – os bichanos não se abalam quando seus donos vão embora nem comemoram quando eles voltam.
Ainda no mundo bizarro das pesquisas científicas, vale ressaltar um estudo feito por um grupo de japoneses que descobriu que gatos entendem quando seus donos os chamam pelo nome. A questão é: seu gato sabe que você está falando com ele. Mas ele não se importa. Durante os experimentos, os animais demonstravam reconhecer as vozes de seus donos, mas não aparentavam ter o menor interesse em se aproximar deles.
Uma das perguntas que podem martelar em sua cabeça é: por que, afinal de contas, cachorros e gatos têm comportamentos tão distintos? Ainda não há uma resposta considerada completamente correta, mas a que mais faz sentido tem a ver com a evolução: cachorros são domesticados há 15 mil anos, enquanto gatos, há “apenas” 9,5 mil anos.
Além disso, acredita-se que cachorros foram os animais escolhidos pelos humanos para serem domesticados, enquanto os gatos teriam selecionado a si mesmos para esse papel. Como isso teria acontecido? A hipótese é a de que gatos tenham preferido ficar ao lado de humanos simplesmente para comer ratos que se alimentassem de grãos. E aí, você acha que isso pode explicar a melhor relação que cachorros têm com humanos?
Você deve estar pensando agora que tudo isso dito até aqui não faz o menor sentido, afinal seu gato é carinhoso e constantemente se esfrega entre suas pernas, não é mesmo? Para você isso é demonstração de carinho? Pois, para a Ciência, não é.
Muitos pesquisadores acreditam que esse comportamento felino tem muito mais a ver com uma questão de demarcação de território do que de demonstração de amor. Essa conclusão desoladora tem a ver com o costume que os felinos têm de se esfregar da mesma forma em árvores e postes, por exemplo.
Lembra do Mills? Aquele cientista que ama gatos e que descobriu que gatos não dão a mínima para nós, meros humanos? Pois é. Eis outro motivo para você odiá-lo: Mills descobriu também que gatos não gostam de ser mimados, esmagados, abraçados e afagados. Então chega de bancar a Felícia. O pesquisador concluiu que gatos que permitem que humanos os agradem são mais estressados do que os bichanos mais ariscos.
E se até agora você está imaginando se o cocô do seu gato já mudou a sua personalidade, vamos explicar melhor essa questão. As fezes do seu bichano podem ter o parasita Toxoplasma gondii, que é o verdadeiro vilão da história.
Esse parasita só se reproduz sexualmente dentro do intestino dos gatos, por isso as fezes desses animais são perigosas. Pesquisas já descobriram que ratos têm o comportamento alterado quando infectados pelo parasita – de uns tempos para cá, há cientistas estudando a possibilidade de o Toxoplasma gondii afetar seres humanos da mesma forma.
Os estudos descobriram que pessoas infectadas têm mais chances de apresentar esquizofrenia, neuroticismo (que é a presença de comportamentos raivosos e agressivos) e, além de tudo, são pessoas que apresentam mais chances de cometer suicídios ou de sofrerem acidentes de trânsito. E aí, você ainda ama seu bichano mesmo com todas essas informações? Sim ou com certeza?