Ciência
10/12/2015 às 12:36•2 min de leitura
Os golfinhos representam uma das espécies de animais mais astutos que existem. Eles estão na lista que publicamos aqui com os 10 bichos mais inteligentes do reino animal. Também figuram muitas outras matérias, como a do golfinho que encontrou um torpedo de 130 anos no fundo do mar ou a do vídeo que mostra um golfinho recuperando o celular de uma turista que o havia derrubado.
Os humanos, sabendo da inteligência que eles possuem, desde muito tempo procuram se aproximar mais dos golfinhos. Uma das histórias que explicita bem isso é o caso de amor entre uma mulher e um golfinho, que também publicamos aqui no Mega Curioso. E essas experiências parecem ter alcançado um nível muito importante.
Um grupo de cientistas britânicos e americanos, por meio da instituição “Speak Dolphin”, realizou um trabalho em que, pela primeira vez, conseguiram entender como os golfinhos utilizam as ondas sonoras para perceber o ambiente que os cerca. Em outras palavras, eles obtiveram uma imagem que representa como seria a visão desses animais por meio dos sinais de ecolocalização que eles emitem e recebem pela água.
Segundo informações do site Discovery News divulgadas pelo IFL Science, esse é apenas um primeiro passo para entender como o mecanismo de percepção funciona para os golfinhos. Os cientistas esperam que, com a evolução tecnológica dos aparelhos utilizados, as imagens se aprimorem ainda mais, o que deverá facilitar a compreensão. No entanto, o resultado inicial surpreendeu os pesquisadores, já que foi possível identificar facilmente a silhueta de um homem na imagem final.
Para obter essa conclusão, os cientistas utilizaram um sistema chamado CymaScope, criado pelo cientista John Stuart Reid. Essa técnica grava os sinais de ecolocalização imprimindo as vibrações sônicas obtidas pela água.
O trabalho foi realizado no Centro de Descobertas dos Golfinhos de Porto Aventuras, no México, com um espécime fêmea chamada Amaya e Jim McDonogh, um dos pesquisadores da Speak Dolphin. O homem foi colocado em um tanque com a fêmea Amaya e, conforme ela emitia seus “cliques” de ecolocalização na direção de McDonough, as ondas sonoras devolvidas eram gravadas no equipamento CymaScope.
John Stuart Reid explicou que, quando um golfinho faz uma varredura de um objeto utilizando sons de alta frequência, ele captura uma imagem a cada toque, semelhante a uma câmera tirando diversas fotos. “Cada clique do animal é um pulso de puro som que chega modulado pelo formato do objeto”, completou.
Com as informações coletadas na experiência, Reid, que estava no Reino Unido, recebeu as imagens para serem analisadas. Uma das características que marcam a habilidade de ecolocalização é a percepção de profundidade. Então, o pesquisador transformou as capturas de 2D para 3D e, ao fazer a impressão em terceira dimensão, obteve a imagem apresentada acima, que notadamente mostra a forma de um humano.
Jack Kassewitz, o líder da equipe de pesquisadores da Speak Dolphin, lembrou que eles trilharam as pesquisas a partir de uma primeira experiência bem-sucedida realizada com um cubo impresso em terceira dimensão. Ele contou que ver a imagem 3D de um humano os deixou boquiabertos. “Pela primeira vez, nós podemos estar presenciando um pequeno vislumbre de como os cetáceos enxergam por meio do som. E quase todos os experimentos têm nos trazido imagens ainda mais detalhadas”, ressaltou.
Você acredita que algum dia os humanos conseguirão se comunicar e até entender os golfinhos? Comente no Fórum do Mega Curioso