A história e a relevância de algumas cidades abandonadas na costa da África

28/02/2014 às 10:372 min de leitura

Algumas das cidades mais importantes do mundo durante a Idade Média estão localizadas na costa leste do continente africano. Nesses locais, os visitantes vindos da Ásia, do Oriente Médio e da Europa ficavam impressionados com a beleza das construções. Porém, somente nos últimos anos é que os arqueólogos de fora da África começaram a dar atenção a essas cidades e reconhecer sua relevância.

Em um momento em que as cidades europeias estavam sofrendo com a fome e com as pragas, Songo Mnara – uma das cidades costeiras que fica na Tanzânia – estava prosperando. Hoje, o que sobrou do lugar é uma imensidão em ruínas que já foram quase que totalmente esquecidas pelas pessoas que vivem fora dali. Originalmente, Songo Mnara foi construída pela população de Kilwa Kisiwanti, uma antiga cidade localizada em uma ilha próxima.

Fonte da imagem: Reprodução/Archaeology

Embora os especialistas não saibam explicar o motivo, eles descobriram que a cidade foi erguida rapidamente. Os responsáveis desenharam o plano da cidade, organizaram as casas, escolherem áreas abertas para os palácios e mesquitas e garantiram que haveria espaço para receber os mercadores.

As cidades da costa Swahili não contavam com mercados como os que podiam ser encontrados na Europa, no Oriente Médio e na China. Em vez disso, os arqueólogos estão descobrindo que os negócios eram feitos em pátios, que ficavam entre os espaços públicos e privados. Também era comum que os mercadores passassem de pátio em pátio oferecendo seus produtos.

As pessoas que viviam em Songo Mnara faziam parte de um sultanato ligado à cidade de Kilwa. A língua falada na região era o Kiswahili, que compreendia uma enorme rede cultural que cobria a costa desde a Somália até a Tanzânia. Assim como os árabes com quem faziam negócios, a população Swahili era mulçumana e alguns dos exemplos mais incríveis de sua arquitetura estão justamente no topo das mesquitas que eles ergueram.

Fonte da imagem: Reprodução/Archaeology

Para os arqueólogos Mark Horton (Universidade de Bristol) e Stephanie Wynne-Jones (Universidade de York), trabalhar na escavação da região é um raro privilégio porque se trata de um espaço quase inalterado, em grande parte por causa do descaso dos cientistas e da população local. Boa parte do seu ótimo estado de preservação também se deve ao fato de especialistas que passaram por ali anteriormente terem acreditado que as ruínas eram muito sofisticadas para serem legitimamente africanas, supondo assim que as construções teriam sido erguidas por mercadores árabes.

Essa teoria foi logo derrubada e hoje a comunidade científica aceita que a beleza da cultura Swahili é puramente africana em sua origem e que as trocas culturais que ocorreram com a população do Oriente Médio influenciaram os dois lados. Assim como comprova a cultura Swahili que ainda sobrevive na África, a memória de um grande império mercador sobrevive na população da região. Agora, conforme os arqueólogos aprendem mais sobre a história, passa a ser cada vez mais óbvia a relevância que as civilizações africanas tiveram para o desenvolvimento do mundo medieval.

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