Imagem de Aridez, e não apenas água, é essencial para o surgimento da vida no megacurioso

Água encontrada pelo sistema solar pode sustentar vida mas não, dar origem a ela


<p>Um elemento norteia a busca por vida fora da Terra: água líquida, capaz de sustentar vida como a conhecemos. Se ao longo das últimas décadas pesquisadores têm descoberto mais e mais indícios de que, afinal, nosso sistema solar é bem mais úmido do que sempre se pensou, a pergunta agora é quanta água é preciso para a vida surgir.</p>



<p>“Hidrogênio e oxigênio são os elementos mais comuns no Universo, então é fácil deduzir que a água é um dos principais constituintes de muitos corpos celestes”, disse <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/156277-gelo-bizarro-compoe-interior-netuno-urano.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">em agosto</a> o físico Federico Grasselli, pesquisador da Escola Internacional de Estudos Avançados (SISSA).</p>



<p>Se antes a Terra era único membro do clube dos planetas oceânicos, agora as inscrições <a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/154495-via-lactea-cheia-mundos-oceanicos-dizem-cientistas.htm" target="_blank">estão abertas para outros integrantes</a> – os planetas anões <a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/156085-ceres-teria-mar-agua-salgada-superficie.htm" target="_blank">Ceres</a> e <a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/154464-plutao-ter-conservado-oceano-primordial.htm" target="_blank">Plutão</a>, assim como as luas de Júpiter <a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/153207-esa-anuncia-evidencia-agua-europa-lua-jupiter.htm" target="_blank">Europa</a> e <a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/176560-submarino-nasa-explorar-oceanos-da-maior-lua-saturno.htm" target="_blank">Encélado</a> já dão mostras de abrigar imensos oceanos de água sob suas crostas de gelo.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/13/13173906632002.jpg" alt="" /><figcaption>As áreas brilhantes em Ceres são depósitos de carbonato de sódio, levados à superfície pela água de um oceano subterrâneo</figcaption></figure>



<h2>Vida a seco</h2>



<p>Achar sinais de vida primitiva é o objetivo da missão a Marte que chegará ao planeta em menos de dois meses. Em 18 de fevereiro de 2021, a Mars 2020 da <a href="http://www.tecmundo.com.br/NASA" rel="noreferrer noopener" target="_blank">NASA</a> pousará o rover <a href="http://www.tecmundo.com.br/Perseverance" rel="noreferrer noopener" target="_blank">Perseverance</a> no equador do planeta, dentro da cratera de Jezero, o leito seco do que foi um lago alimentado por rios há 3,5 bilhões de anos (Marte tinha um ciclo da água que sobreviveu no planeta por mais de cem mil anos).</p>



<p>A escolha partiu, em grande parte, por conta dos argumentos do bioquímico do Laboratório de Biologia Molecular da Universidade de Cambridge John Sutherland, que afirma ter sido em águas rasas – e não em oceanos primitivos – que a vida surgiu na Terra e, possivelmente, em Marte.</p>



<figure class="mt-2 size-large is-resized"><img loading="lazy" src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/13/13175213017003.jpg" alt="" width="580" height="340" /><figcaption>A cratera Jezero, o antigo leito de um lago alimentado por rios</figcaption></figure>



<h2>Paradoxo da água</h2>



<p>O ponto principal de sua pesquisa é a resposta a um paradoxo que persiste há décadas: se a água decompõe o DNA e outras moléculas importantes, como este foi o meio em que as primeiras células surgiram? A resposta: ela estava não nos oceanos, mas em terra firme.</p>



<p>Sutherland levou adiante o resultado de estudos que, nos últimos anos, mostraram que as substâncias químicas essenciais ao surgimento da vida precisam existir em alta concentração e receber radiação ultravioleta do Sol para reagirem, além de um ambiente aquoso que não provoque sua diluição – um lugar onde a água eventualmente seque.</p>



<p>Mesmo a hipótese da vida primordial se formando em terra firme não ser uma unanimidade entre a comunidade científica, ela explica o paradoxo da água.</p>



<h2>Sopa primordial</h2>



<p>Em 1952, um experimento provou que expor a chamada sopa primordial (elementos químicos à base de carbono dissolvidos em água) ao calor e à eletricidade gera glicina, um aminoácido simples – o que fez surgir o paradoxo de como moléculas fundamentais da vida, como proteínas e ácidos nucleicos (a base do DNA) sobreviveram à água.</p>



<figure class="wp-block-embed-youtube wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio"><div class="wp-block-embed__wrapper">
<iframe title="Where Did Life Come From? (feat. PBS Space Time and Eons!)" width="1366" height="768" src="https://www.youtube.com/embed/_uAJY1mqtw4?feature=oembed" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen></iframe>
</div></figure>



<p>As células resolveram o problema limitando a entrada da água em seu interior; se elas aprenderam a fazer isso, a vida provavelmente se formou onde a água esteve presente apenas de tempos em tempos.</p>



<p>A equipe de Sutherland, aquecendo suavemente elementos simples à base de carbono, submetendo-os à radiação ultravioleta e alternando umidade e aridez, produziu precursores de proteínas e lipídios e, em seguida, os blocos de construção do DNA – o que se considerava impossível de fazer. </p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208250-aridez-nao-agua-essencial-surgimento-vida.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208250-aridez-nao-agua-essencial-surgimento-vida.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Aridez, e não apenas água, é essencial para o surgimento da vida</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Aridez, e não apenas água, é essencial para o surgimento da vida

Imagem de EUA começam vacinação em massa contra a covid-19 no megacurioso

Primeiros a serem imunizados com a vacina da Pfizer serão profissionais de saúde


<p>Em 145 centros de saúde dos EUA começou hoje a campanha de vacinação contra a covid-19, com a imunização dos profissionais de <a href="http://www.tecmundo.com.br/saude/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">saúde</a>. O rosto da campanha é o de Sandra Lindsay, enfermeira da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Judaico de Long Island, nomeada como a primeira pessoa a ser vacinada em território americano. A aplicação aconteceu ao vivo, em rede nacional, com a presença do governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, por vídeo.</p>



<figure class="mt-2"><a href="https://pictures.reuters.com/archive/HEALTH-CORONAVIRUS-VACCINES-RC23NK9TD83S.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/14/14135242364121.jpg" alt="." /></a></figure>



<p>Durante a semana, o governo planeja distribuir quase três milhões de doses, recomendando que os profissionais de saúde na linha de frente do combate à pandemia sejam os primeiros a serem imunizados, seguidos pelos que trabalham em instituições de cuidados de longo prazo (a partir de 21 de dezembro serão vacinados residentes de lares de idosos e instalações de vida assistida). </p>



<p>A vacina da Moderna deve receber também o registro de uso emergencial até o fim de semana. Segundo o governo americano, 20 milhões de pessoas deverão receber ao menos a primeira dose das vacinas aprovadas.</p>



<h2>Compra sem ter como armazenar</h2>



<p>A vacina da Pfizer já começou a ser aplicada no Reino Unido, e foi aprovada em Bahrein, Canadá, Arábia Saudita, México e Singapura.  </p>



<p>No Brasil, o imunizante feito com RNA foi praticamente descartado pela anunciada falta de infraestrutura para armazenar vacinas gênicas (que demandam temperaturas de -70 °C). Dias depois, o Ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou que assinará uma carta de intenção para a compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer. </p>



<p>Segundo ele, seria possível começar a <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208035-imunizacao-covid-19-comecaria-janeiro-vacina-pfizer.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">campanha de imunização em dezembro</a> ou em janeiro, se a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial do imunizante. </p>



<p>Na sexta-feira (11), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski deu a Pazuello 48 horas de prazo para que sejam apresentadas as datas de cada etapa do <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/207679-entenda-vacinacao-covid-19-brasil.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">plano de vacinação contra a covid-19</a>, intimando também a Advocacia-Geral da União (AGU) sobre o pedido. </p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208248-eua-comecam-vacinacao-massa-covid-19.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208248-eua-comecam-vacinacao-massa-covid-19.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">EUA começam vacinação em massa contra a covid-19</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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EUA começam vacinação em massa contra a covid-19

Imagem de Exoplaneta pode dar pistas de onde está o misterioso Planeta Nove no megacurioso

O HD 106906 b tem uma órbita bizarra e gigantescamente ampla, assim como seria a do desconhecido membro de nosso sistema solar


<p>Plutão sempre foi o nono planeta, até perder o posto para um corpo misterioso, cinco vezes mais massivo que a Terra e com uma órbita 800 vezes mais longe do Sol do que a do nosso planeta. Nenhuma das sondas que hoje seguem para fora do nosso sistema solar (as duas Voyagers e a New Horizons) topou com o <a href="http://www.tecmundo.com.br/ciencia/155141-astronomos-divulgam-nova-teoria-planeta-nove.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Planeta Nove</a> – mas a observação de um sistema a 336 anos-luz de distância pode nos dar pistas de como ele seria, por onde anda e por que não conseguimos achá-lo.</p>



<p>Examinando as imagens captadas pelo telescópio espacial Hubble do sistema estelar duplo HD 106906, localizado na constelação do Cruzeiro do Sul, astrônomos da Universidade da Califórnia e do Observatório Europeu do Sul (ESO) determinaram que um exoplaneta do sistema parece reproduzir o mesmo comportamento do pretenso Nono Planeta: sua órbita ao redor da dupla de estrelas é tão aberta que ele leva 15 mil anos para completá-la.</p>



<figure class="wp-block-embed-youtube wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio"><div class="wp-block-embed__wrapper">
<iframe title="Evidence of a Ninth Planet" width="1366" height="768" src="https://www.youtube.com/embed/6poHQ2h00ZA?feature=oembed" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen></iframe>
</div></figure>



<p>Segundo os pesquisadores, sua órbita pode ser resultado da ação de uma estrela passando pelas redondezas, que estabilizou a trajetória exoplaneta longe do sistema binário – o mesmo pode ter acontecido há 4,6 bilhões de anos, em nosso próprio quintal.</p>



<p>“Este sistema traça uma comparação potencialmente única com o nosso sistema solar. O exoplaneta está amplamente separado de suas estrelas em uma órbita excêntrica e altamente desalinhada, do mesmo jeito que pensamos estar o Planeta Nove”, explicou o principal autor do artigo, o astrônomo Meiji Nguyen.</p>



<h2>Órbita bizarra</h2>



<p>O HD 106906 b é gigantesco (onze vezes maior que Júpiter) e sua órbita está além do disco de detritos semelhante ao nosso Cinturão de Kuiper, um agrupamento de corpos gelados além da órbita de Netuno (o Planeta Nove também estaria além desse agrupamento). Os astrônomos já sabiam de sua existência desde 2013, mas não o traçado de sua trajetória ao redor do sistema duplo de estrelas.</p>



<figure class="mt-2"><a href="https://hubblesite.org/contents/media/images/2020/53/4786-Image?news=true"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/11/11185413505351.jpg" alt="." /></a></figure>



<p>Foram necessários anos de medições precisas do Hubble de sua órbita para descobrir que o exoplaneta está bizarramente distante do par de estrelas no centro do sistema – mais de 730 vezes a distância dentre a Terra e o Sol. </p>



<p>Além de rastejar pelo espaço, o HD 106906 b o faz completamente fora do plano onde está o disco de detritos ao redor das estrelas – este também é deformado, provavelmente por conta da atração gravitacional que o planeta exerce sobre ele.</p>



<h2>Vazio interestelar</h2>



<p>A pergunta seguinte que os astrônomos fizeram foi como o planeta foi parar tão distante das estrelas no centro do sistema, e em uma órbita tão inclinada. A conclusão a que chegaram foi que o HD 106906 b deve ter se formado perto delas, sendo gradativamente puxado para o centro pela força do arrasto do disco de gás do sistema. </p>



<p>Mas ali não havia uma, mas duas estrelas orbitando uma à outra, e a força gravitacional do par jogaram-no para fora e longe do sistema, no vazio do espaço interestelar. Uma estrela que passava teria estabilizado a órbita do exoplaneta, impedindo-o de se tornar um <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204806-planeta-tamanho-terra-vaga-espaco-estrela.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">planemo</a> (um planeta sem estrela a qual orbitar).</p>



<figure class="mt-2"><a href="https://www.spacetelescope.org/news/heic2021/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/11/11185912525353.jpg" alt="." /></a></figure>



<p>O paralelo com o HD 106906 b se torna ainda mais forte se considerarmos que o afastamento e posterior mudança de rota do Planeta Nove podem ter acontecido no início da formação do sistema solar, há 4,6 bilhões de ano – aquele que hospeda o exoplaneta tem 15 milhões de anos.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208222-exoplaneta-dar-pistas-onde-misterioso-planeta-nove.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208222-exoplaneta-dar-pistas-onde-misterioso-planeta-nove.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Exoplaneta pode dar pistas de onde está o misterioso Planeta Nove</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Exoplaneta pode dar pistas de onde está o misterioso Planeta Nove

Imagem de Elo perdido explica surgimento dos primeiros dinossauros voadores no megacurioso

Pequeno lagarto de dez centímetros deu origem a colossos voadores com asas de até doze metros de envergadura


<p>Os <a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/152513-voo-pterossauros-resolver-modernos-problemas-aviacao.htm" target="_blank">primeiros vertebrados a voarem</a> foram os pterossauros, dominando os céus há 150 milhões de anos. Apesar de reinarem absolutos acima do solo, sua origem ainda permanecia nebulosa – agora, sabe-se que esses colossos alados são a evolução de um pequeno bípede terrestre, o lagerpetídeo.</p>



<figure class="wp-block-embed-youtube wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio"><div class="wp-block-embed__wrapper">
<iframe title="Pterosaurs 101 | National Geographic" width="1366" height="768" src="https://www.youtube.com/embed/mfYuvlE78Nk?feature=oembed" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen></iframe>
</div></figure>



<p>O registro fóssil dos pterossauros é cheio de lacunas ainda não preenchidas – o <em>Caelestiventus hanseni</em>, seu ancestral mais antigo conhecido, data de 220 milhões de anos e já exibia todos os requisitos para voar.</p>



<p>“Nunca foram encontrados fósseis de pterossauros que não tivessem mecanismos de voo”, disse o  principal autor do estudo publicado na <em>Nature</em>, o paleontólogo argentino Martín Ezcurra, do Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia. </p>



<p>Na década de 1980, estudos confirmaram que esses dinossauros se assemelhavam às aves: eles batiam as asas (e não apenas planavam) e andavam sobre os membros posteriores. Na mesma época, surgiu a hipótese de seus parentes mais próximos seriam os lagerpetídeos. Tudo se encaixava na árvore evolucionária, mas não havia evidências que comprovassem essa hipótese.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/11/11224426205003.jpg" alt="" /><figcaption>Lagerpetídeos, pequenos lagartos terrestres deram origem aos pterossauros</figcaption></figure>



<p>Eles viveram entre 237 e 210 milhões de anos atrás; seu tamanho variava entre dez centímetros a um metro e seu peso não devia exceder os cinco quilos. Seus fósseis são difíceis de encontrar (a maioria, de membros posteriores) e estão espalhados por Brasil, Argentina, EUA e Madagascar. </p>



<h2>Reconstrução</h2>



<p>“Lagerpetídeos são os parentes conhecidos mais próximos, em termos evolutivos, dos pterossauros. Embora não voassem, tinham algumas características anatômicas – na mandíbula, no cérebro, no ouvido interno e nos dentes – similares às dos pterossauros”, disse à <em>Revista Pesquisa Fapesp</em> o coordenador do estudo, o paleontólogo Max Langer, da Universidade de São Paulo (USP).</p>



<p>Para chegar a essa conclusão, a equipe internacional  de paleontólogos examinaram dezenas de fósseis espalhados pelo mundo. O trabalho não é recente; nos últimos 15 anos, cinco grupos de pesquisa de seis países e três continentes se uniram para tentar preencher as lacunas ainda abertas na história evolutiva do pterossauro.</p>



<p>A identificação recente de crânios e membros anteriores semelhantes aos dos pterossauros impulsionou a revisão da árvore genealógica. O uso de técnicas avançadas, como varredura micro-tomográfica (µCT) permitiu reconstruir o cérebro e os sistemas sensoriais dos lagerpetídeos.</p>



<figure class="mt-2"><a href="https://twitter.com/SirJoscha/status/1336704151796011008"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/11/11224214954002.jpg" alt="." /></a></figure>



<p>“Alguns desses fósseis delicados foram coletados há quase 80 anos e, em vez de cortá-los destrutivamente, pudemos reconstruir cuidadosamente a anatomia do cérebro e do ouvido interno desses animais”, disse a paleontóloga Michelle Stocker, da Universidade Virgínia Tech.</p>



<h2>Perfil exigido</h2>



<p>O que tornou os <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/154945-fossil-indica-ancestrais-dinossauros-pequenos.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">lagerpetídeos ancestral dos pterossauro</a>s foi o perfil exigido: pequenos lagartos bípedes que andavam como os pássaros, com as proporções de seus membros delgados, bem como a forma de suas costas, consistentes com o corpo de uma ave. </p>



<p>Os pesquisadores usaram ainda uma abordagem conhecida como sistemática filogenética para determinar relações entre todos os grupos de organismos, incluindo dinossauros.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/11/11225417057004.jpg" alt="" /><figcaption>Lagerpetídeos e pterossauros são agora considerados grupos irmãos</figcaption></figure>



<p>Essa técnica procura características recém-evoluídas entre organismos diferentes: aquelas evoluídas por último aparecem nas formas mais recentemente divergentes umas das outras, portanto são mais próximas geneticamente.</p>



<p>Os lagerpetídeos tinham os ossos da mão longos, um primórdio da adaptação ao voo, e compartilhavam características específicas com os pterossauros, como estruturas complexas de sua caixa craniana e do ouvido interno.</p>



<p>“Os resultados apresentados nesse estudo preenchem muitas lacunas no caminho evolutivo que levou um pequeno réptil terrestre a gerar o primeiro vertebrado capaz de voar”, disse o paleontólogo Kevin Padian.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208221-elo-perdido-explica-surgimento-primeiros-dinossauros-voadores.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208221-elo-perdido-explica-surgimento-primeiros-dinossauros-voadores.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Elo perdido explica surgimento dos primeiros dinossauros voadores</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:11.425Z

Elo perdido explica surgimento dos primeiros dinossauros voadores

Imagem de Reprogramação epigenética faz células voltarem a ser jovens no megacurioso

Terapia revolucionária devolveu a visão a camundongos cegos por trauma, doença ou velhice


<p>O olho é um dos primeiros órgãos que se desgastam com o tempo, e foi por isso que pesquisadores da Escola de <a href="http://www.tecmundo.com.br/medicina/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Medicina</a> de Harvard o escolheram para testar a ideia de que seria possível fazer retroceder o relógio das células. E eles o fizeram.</p>



<p>Matéria de capa da revista <em>Nature</em>, o trabalho da equipe teve como ponto de partida a pesquisa do geneticista Shinya Yamanaka, laureado com um Nobel pela identificação de quatro fatores de transcrição (Oct4, Sox2, Klf4 e c-Myc) com a capacidade de apagar “sinais” específicos nas células, fazendo elas voltarem ao seu estado embrionário primitivo.</p>



<figure class="mt-2"><a href="https://www.nature.com/articles/d41586-020-03403-0"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/04/04175730323130.jpg" alt="." /></a><figcaption>Fonte: Nature/Reprodução</figcaption></figure>



<p>A terapia empregada foi desenvolvida por aquele que se tornaria o principal autor do estudo: o geneticista Yuancheng Lu. O principal problema era o quanto seria possível virar os ponteiros do relógio biológico para trás, pois, sem controle, a célula poderia regredir tanto que sua função acabaria se perdendo. </p>



<p>Para resolver isso, Lu usou três dos genes Yamanaka (Oct4, Sox2 e Klf4, abandonando o quarto, c-Myc), levados até a retina dos olhos dos camundongos por um vírus inofensivo.</p>



<p>Os resultados não tardaram: o nervo óptico lesionado de um dos animais se regenerou, a perda de visão em camundongos como uma doença que emula o glaucoma humano foi revertida e ratos cegos por conta da velhice voltaram a enxergar.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/04/04180202420131.jpg" alt="" /><figcaption>As células do nervo óptico lesionado se regeneraram em camundongos idosos tratados</figcaption></figure>



<h2>Liga e desliga</h2>



<p>Se a maioria das células do nosso corpo têm as mesmas moléculas de DNA, a diferenciação de suas funções é determinada por apenas alguns genes específicos, e determinar quais serão lidos e expressados é a função do epigenoma, um sistema, grosso modo, que liga e desliga os genes de acordo com padrões específicos, sem alterar a sequência do DNA.</p>



<p>Para saber qual gene ativar ou que deve ser deixado adormecido, são usados “sinais” chamados de marcadores epigenéticos, os quais são moléculas que se conectam às bases do DNA em um processo chamado de metilação (justamente porque são moléculas dos grupos metil, ou CH3 – um átomo de carbono e três átomos de hidrogênio).</p>



<p>Essas moléculas são como um aviso de que aquele gene não deve ser ativado – uma maneira de administrar como o DNA é usado pela célula sem alterar a sequência do genoma. Com o tempo, porém, a máquina bem azeitada começa a falhar pelo desgaste das peças: as células passam a ler os genes errados, dando origem a doenças do envelhecimento.</p>



<h2>Juventude restaurada</h2>



<p>Os processos de metilação do DNA (ou seja, quando os grupos metil se fixam a ele) acontecem durante o desenvolvimento embrionário, produzindo a diferenciação celular. Ao envelhecer, a célula perde os padrões juvenis de metilação, e os genes que deveriam ser ativados são desativados e vice-versa (algumas dessas mudanças são previsíveis e têm sido usadas para determinar tanto a idade biológica de células como de tecidos).</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/04/04180807331132.jpg" alt="" /><figcaption>A retina de um dos camundongos que receberam a terapia genética rejuvenesceu</figcaption></figure>



<p>Para desenvolver a terapia usada nos camundongos, os pesquisadores levantaram a hipótese de que, se a metilação do DNA realmente controla o envelhecimento, apagar alguns dos sinais poderia reverter a idade das células e dos tecidos, restaurando-os ao seu estado anterior e jovem.</p>



<p>“Confirmados por estudos posteriores, esses resultados poderão ser transformadores no tratamento de doenças da visão relacionadas à idade, como o glaucoma, beneficiando toda a terapêutica médica para doenças em geral”, disse um dos autores do estudo, o geneticista David Sinclair, ex-professor de doutorado de Yuancheng Lu.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208109-reprogramacao-epigenetica-celulas-voltarem-jovens.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208109-reprogramacao-epigenetica-celulas-voltarem-jovens.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Reprogramação epigenética faz células voltarem a ser jovens</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:11.388Z

Reprogramação epigenética faz células voltarem a ser jovens

Imagem de O Universo não seria formado por partículas ou ondas, mas energia no megacurioso

Pesquisadores formulam, matematicamente, uma nova teoria sobre do que o cosmos é feito


<p>Para o filósofo e criador do idealismo subjetivo, George Berkeley, “a matéria não existe. O que percebemos como substâncias sólidas, como a madeira ou o ferro, são apenas a impressão produzida em nosso cérebro por Deus”. Desde o século XVI, partículas e ondas tomaram o lugar da percepção originalmente divina e agora, segundo o físico e engenheiro aeroespacial Larry M. Silverberg, da North Carolina State University, devem perder lugar para algo chamado fragmentos de <a rel="noreferrer noopener" href="http://www.tecmundo.com.br/energia/" target="_blank">energia</a>.</p>



<p>“Refletindo as tendências recentes da física, meu colega Jeffrey Eischen [<em>também físico e engenheiro aeroespacial da NCSU</em>] e eu descrevemos uma maneira atualizada de pensar sobre a matéria com uma nova teoria que pode explicar o Universo com precisão”, diz Silverberg, em artigo para o site <em>The Conversation</em>.</p>



<p>Os experimentos de dupla fenda tornaram possível comprovar que a luz pode se comportar como uma onda ou como uma partícula – tanto a <a rel="noreferrer noopener" href="http://www.tecmundo.com.br/fisica/" target="_blank">física</a> como a <a rel="noreferrer noopener" href="http://www.tecmundo.com.br/matematica/" target="_blank">matemática</a> podem ser usadas para prever como o cosmos se comporta, mas elas têm limites, que começaram a desafiar os cientistas quanto mais no interior do átomo se avança: haverá outra partícula no interior de um quark?</p>



<figure class="wp-block-embed-youtube wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio"><div class="wp-block-embed__wrapper">
<iframe title="Quantum Physics made simple - Wave-Particle Duality Animation" width="1366" height="768" src="https://www.youtube.com/embed/Xmq_FJd1oUQ?feature=oembed" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen></iframe>
</div></figure>



<p>“Einstein explicou, em sua teoria da relatividade geral, certos fenômenos físicos e também resolveu um paradoxo antigo relacionado à inércia e à gravidade. Mas em vez de melhorar as partículas ou ondas, ele as eliminou ao propor a deformação do espaço-tempo”, questiona Silverberg.</p>



<p>Ele e Eischen acreditam que o Universo pode ser explicado por outra coisa mais primordial e fundamental que partículas e ondas: energia.</p>



<h2>Para todas as coisas</h2>



<p>“Os cientistas entendem que partículas e ondas são opostos existenciais: uma partícula é uma fonte de matéria que existe em um único ponto e as ondas existem em todos os lugares, exceto nos pontos que as criam. Nossa teoria começa com uma nova ideia fundamental: a de que energia sempre ‘flui’ através de regiões do espaço e do tempo”, explica o pesquisador.</p>



<p>“O novo modelo teria que ser capaz de ser preditivo para todo o Universo, incluindo em escalas infinitamente pequenas ou grandes, com características tanto de partículas como de onda”. Matematicamente, a resposta surgiu na forma de um bloco de construção como uma estrela: muita energia concentrada, com níveis mais altos no centro, diminuindo em direção ao exterior.</p>



<p>Segundo Silverberg, “descobrimos que havia apenas um número limitado de maneiras de descrever uma concentração de energia que flui, e apenas um que funciona de acordo com nossa definição matemática de fluxo. Nós o chamamos de fragmento de energia, agindo como um bloco de construção da matéria”.</p>



<h2>Mercúrio em trânsito</h2>



<p>Para testar seu novo modelo, Eischen e Silverberg recorreram à relatividade geral de Einstein e como ela explicou a irregularidade na órbita de Mercúrio e a pequena curvatura da luz registrada quando o planeta passa pelo Sol. A teoria dos dois pesquisadores da NCSU foi aplicada a esse problema – se ela o resolvesse, substituiria partículas e ondas como formadores da matéria do Universo.</p>







<p>“Modelamos o Sol como um enorme fragmento estacionário de energia e Mercúrio, como um fragmento menor, de movimento lento. Para o problema da curvatura da luz, determinamos o fóton como sendo um fragmento minúsculo de energia movendo-se na velocidade da luz. Em ambos os problemas, obtivemos resultado igual ao da teoria da relatividade geral”.</p>



<p>Segundo Silverberg, “se partículas e ondas se quebram, fragmentos de energia se mantêm fortes. Eles poderiam constituir um único bloco de construção universal a partir do qual a realidade seria modelada matematicamente”.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208190-universo-nao-formado-particulas-ondas-energia.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208190-universo-nao-formado-particulas-ondas-energia.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">O Universo não seria formado por partículas ou ondas, mas energi</a>a via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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O Universo não seria formado por partículas ou ondas, mas energia

Imagem de O sentido do Universo e tudo o mais não é 42 e sim, 1/137 no megacurioso

Pesquisadores refinam há mais de 2 décadas o número puro que define o Cosmos e tudo o que há nele


<p>Quem curte passear pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/" rel="noreferrer noopener" target="_blank">Mega Curioso</a> já deve ter ouvido falar da proporção áurea, uma constante real algébrica irracional (você pode ver <a href="https://www.megacurioso.com.br/matematica-e-estatistica/74174-voce-sabe-o-que-e-a-proporcao-aurea.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">aqui</a> como calculá-la). Ela está em toda a parte, na natureza e na arquitetura, no rosto das mulheres e nos legumes. Acima do horizonte, porém, outro número reina: a constante de estrutura fina, o número puro que molda o Universo e que, agora, tornou-se mais acurado graças ao trabalho de uma equipe de físicos obstinados.</p>



<p>Definida pela letra grega alfa, ela é a constante <a href="http://www.tecmundo.com.br/fisica/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">física</a> fundamental que quantifica a força da interação eletromagnética entre partículas elementares carregadas. Como grandeza adimensional, a constante de estrutura fina não tem unidade e é definida pela razão 1/137.</p>



<p>O número, pequeno, implica em um eletromagnetismo fraco; por isso, as partículas carregadas formam átomos cujos elétrons podem mudar de órbitas e formar ligações químicas. Se a constante fosse menor ou maior, as estrelas não seriam capazes de criar carbono, e a vida baseada nele não existiria.</p>



<figure class="mt-2 size-large is-resized"><img loading="lazy" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/12/5fd3d60009988.jpg" alt="" class="wp-image-127488" width="580" height="326" srcset="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/12/5fd3d60009988.jpg 1412w, https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/12/5fd3d60009988-768x432.jpg 768w" sizes="(max-width: 580px) 100vw, 580px" /><figcaption>A constante de estrutura fina foi introduzida em 1916 pelo físico Arnold Sommerfeld para quantificar o minúsculo intervalo entre duas linhas no espectro de cores emitido por certos átomos (eles podem ser vistas acima, na imagem de um interferômetro).</figcaption></figure>



<p>Sommerfeld para quantificar o minúsculo intervalo entre duas linhas no espectro de cores emitido por certos átomos (eles podem ser vistas acima, na imagem de um interferômetro).</p>



<p>“Em nosso mundo cotidiano, tudo é gravidade ou eletromagnetismo. Por isso, alfa é tão importante”, disse o físico da Universidade da Califórnia Holger Müller à <em>Quanta Magazine</em>.</p>



<h2>Superação contínua</h2>



<p>Era dele o melhor resultado até então alcançado, há nove anos, e agora superado por uma equipe do parisiense Laboratório Kastler Brossel, que chegou à mais precisa medição da constante de estrutura fina, até a 11ª casa decimal: a = 1 / 137,03599920611, com uma margem de erro de 81 partes por trilhão.</p>



<p>Saïda Guellati-Khélifa chegou a esse resultado depois de 22 anos medindo a constante de estrutura fina através da força com que átomos de rubídio pulam de suas órbitas ao absorver um fóton. Foi uma medição dela, aliás, que Müller superou em 2011. </p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="2000" height="1413" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/12/5fd3d628ccf6b.jpg" alt="" class="wp-image-127489" srcset="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/12/5fd3d628ccf6b.jpg 2000w, https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/12/5fd3d628ccf6b-768x543.jpg 768w, https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/12/5fd3d628ccf6b-1536x1085.jpg 1536w" sizes="(max-width: 2000px) 100vw, 2000px" /><figcaption>A física Saïda Guellati-Khélifa trabalha em seu laboratório, em Paris.</figcaption></figure>



<p>A precisão alcançada vai permitir a pesquisadores que testem a teoria das inter-relações entre as partículas elementares, o chamado Modelo Padrão da Física de partículas, uma teoria quântica de campos que descreve as forças fundamentais forte, fraca e eletromagnética.</p>



<h2>O trabalho continua</h2>



<p>Entre os valores encontrados por Guellati-Khélifa e Müller há uma diferença no sétimo dígito (o que é maior que a margem de erro observada nas duas medições). Um ou ambos estão errados – como o número encontrado por Guellati-Khélifa é mais preciso, está sendo considerado o correto.</p>



<p>As duas equipes, porém, vão continuar a buscar mais precisão, melhorando as configurações dos experimentos. Em Paris, a câmara de vácuo usada será substituída, enquanto a equipe da Califórnia ganhou um laser novo, com feixe mais amplo.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="776" height="518" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/12/5fd3d67321641.jpg" alt="" class="wp-image-127490" srcset="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/12/5fd3d67321641.jpg 776w, https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/12/5fd3d67321641-768x513.jpg 768w" sizes="(max-width: 776px) 100vw, 776px" /><figcaption>Holger Müller em seu laboratório em Bekeley.</figcaption></figure>



<p>De qualquer maneira, os dois números encontrados são próximos o bastante do valor de alfa observado em medições do fator g de Landé (um termo multiplicativo que aparece na expressão dos níveis de energia de um átomo em um campo magnético fraco). Se os valores fossem diferentes, a resposta seria que uma nova partícula havia sido descoberta.</p>



<p>Mas os números dos dois grupos de físicos concordam com as melhores medições do fator g, confirmando o Modelo Padrão. “É o acordo mais preciso entre teoria e experimento”, disse Guellati-Khélifa.</p>



<p><a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208094-sentido-universo-tudo-o-nao-42-e-sim-1-137.htm?f" target="_blank">O sentido do Universo e tudo o mais não é 42, e sim 1/137</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br">TecMundo</a></p>


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O sentido do Universo e tudo o mais não é 42 e sim, 1/137

Imagem de China arremessa módulo na Lua para não aumentar lixo espacial no megacurioso

Decisão de arremessar a sonda foi tomada para evitar criar 'lixo espacial' na órbita do satélite


<p>A missão Chang’e 5 foi uma das mais complicadas já lançadas pelo homem para a exploração da Lua, envolvendo quatro módulos – um deles, em vez de permanecer em órbita da Lua, foi enviado de volta à superfície do planeta, onde permanecerá sem uso.</p>



<figure class="wp-block-embed-youtube wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio"><div class="wp-block-embed__wrapper">
<iframe title="How China&#039;s Chang&#039;e-5 spacecraft will collect, return moon samples" width="1366" height="768" src="https://www.youtube.com/embed/xMet268iaKc?feature=oembed" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen></iframe>
</div></figure>



<p>A decisão, segundo o controle da missão na Administração Espacial Nacional da China (CNSA), foi tomada para não transformar o módulo de ascensão da Chang’e 5 em lixo espacial, reduzindo os riscos de futuras missões de exploração lunar.</p>



<p>Em comunicado, a agência espacial disse que “esta é uma importante promessa feita pela China em relação à exploração e à utilização pacífica do espaço pelos humanos.</p>



<p>O módulo de ascensão da missão Chang’e 5 foi responsável por levar ao módulo de retorno, que permaneceu em órbita à espera, <a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/207598-missao-chinesa-chang-5-pousa-lua-coletar-rochas.htm" target="_blank">amostras coletadas pelo módulo de pouso</a> na superfície lunar. No domingo (6), os dois realizaram uma complexa manobra de acoplamento para transferência das amostras do solo lunar.</p>



<blockquote class="twitter-tweet"><p lang="en" dir="ltr">More stunning visuals from Chang&#039;e-5. The ascent vehicle has separated from the orbiter. This followed yesterday&#039;s first ever automated rendezvous and docking in lunar orbit and transfer of the lunar samples to the reentry capsule. Source: <a href="https://t.co/eox8MILUnO">https://t.co/eox8MILUnO</a> <a href="https://t.co/zywv1JpF4l">pic.twitter.com/zywv1JpF4l</a></p>— Andrew Jones (@AJ_FI) <a href="https://twitter.com/AJ_FI/status/1335506905565945856?ref_src=twsrc%5Etfw">December 6, 2020</a></blockquote>  



<p>Depois de sair da órbita lunar às 6h59, o ascensor caiu cerca de meia hora depois em um ponto a 0 graus de longitude e 30 graus sul de latitude.</p>



<h2>Chegar, descer, coletar, subir, voltar</h2>



<p>A missão Chang’e-5 foi <a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/206993-china-pronta-lua-trazer-lembrancinhas-para-terra.htm" target="_blank">lançada em novembro deste ano</a>, consistindo de quatro módulos: o descendente, que compreendeu dois dos módulos, se separou do orbitador (formado pelos outros dois módulos) e pousou na Lua próximo a uma formação vulcânica no <em>Oceanus Procellarum</em>, uma região a oeste do satélite.</p>



<figure class="wp-block-embed-youtube wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio"><div class="wp-block-embed__wrapper">
<iframe title="Chang’e-5 landing (Onboard Camera View)" width="1366" height="768" src="https://www.youtube.com/embed/VS9zr6MrCiM?feature=oembed" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen></iframe>
</div></figure>



<p>Ali, ele recolheu amostras geológicas de 1,21 bilhão de anos, mais novas do que aquelas trazidas pelas missões do programa Apollo (entre 3,1 bilhões e 4,4 bilhões de anos).</p>



<p>Encerrada a coleta de material, a lata com as amostras lunares foi transferida para o segundo módulo (o de ascensão). Este voltou à órbita da Lua, onde se acoplou ao módulo de serviço, transferindo as amostras para o módulo de retorno, <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/207764-sonda-chinesa-inicia-volta-terra-trazendo-2-kg-solo-lua.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">que está programado para pousar</a> no norte da Mongólia Interior da China em 16 de dezembro.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208049-china-arremessa-modulo-lua-nao-aumentar-lixo-espacial.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208049-china-arremessa-modulo-lua-nao-aumentar-lixo-espacial.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">China arremessa módulo na Lua para não aumentar lixo espacial</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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China arremessa módulo na Lua para não aumentar lixo espacial

Imagem de Por que os raios se bifurcam e piscam? no megacurioso

Pesquisadores do Inpe responderam a essa pergunta


<p>Por que os raios se bifurcam e piscam? Parece pergunta feita por uma criança, mas esse é o tema do estudo de uma equipe do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com a colaboração de pesquisadores dos EUA, da Inglaterra e África do Sul, publicado agora na revista <em>Scientific Reports</em>.</p>



<p>Para entender como os raios se formam, o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Inpe registrou imagens de raios em câmera lenta (um processo chamado de <em>super slow motion</em>), capturando o exato momento em que mais de 200 descargas de energia ascendentes (isso é, da terra para as nuvens) se formam, rasgam o céu, se bifurcam e brilham durante tempestades de verão em São Paulo e na Dakota do Sul (EUA), entre 2008 e 2019.</p>



<figure class="wp-block-video"><video controls src="https://thumbs.gfycat.com/BriefJoyousJanenschia-mobile.mp4"></video></figure>



<p>Para isso, usaram uma combinação de câmeras fotográficas digitais e de vídeo de alta velocidade, com capacidade para registrar entre dez mil e 40 mil imagens por segundo. Os pesquisadores ainda contaram com medidores de campo elétrico e de luminosidade e uma câmera de ultra-alta velocidade, que registra cem mil imagens por segundo.</p>



<p>“Os raios ascendentes geralmente partem da ponta de uma torre ou de um para-raios de um edifício alto em consequência da perturbação do campo elétrico da tempestade, causada por um raio descendente que ocorra a uma distância de até 60 quilômetros”, explicou à <em>Agência FAPESP</em> o coordenador do projeto, o geofísico espacial Marcelo Magalhães Fares Saba.</p>



<h2>Somente três</h2>



<p>Raios ascendentes são menos comuns que descendentes (os que saem das nuvens em direção ao solo, e já estudado pelos mesmos pesquisadores anteriormente). Em mais de dez anos de observações, somente foram observadas formações de estruturas luminosas em apenas três raios ascendentes (todos nos EUA) com carga positiva, ou seja, que se propaga em direção à base da nuvem.</p>



<p>“A vantagem de registrar imagens desses raios para cima é que é possível visualizar toda a trajetória dos líderes positivos, desde o solo até a base da nuvem. Uma vez dentro da nuvem já não é possível observar a descarga”, explicou o pesquisador, destacando que, na extremidade das três estruturas piscantes observadas, havia outra descarga mais tênue, parecida com um pincel. </p>



<figure class="mt-2"><a href="https://www.nature.com/articles/s41598-020-74597-6"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/09/09174233813304.jpg" alt="," /></a></figure>



<p>Segundo Saba, “essa descarga, chamada de pincel corona, pode se bifurcar e definir a trajetória do raio e a sua ramificação. Quando a ramificação é bem-sucedida, o raio pode seguir à direita ou à esquerda. Se não for, a descarga corona pode dar origem a segmentos de comprimento muito curtos e tão brilhantes quanto o raio”.</p>



<figure class="mt-2"><a href="https://www.nature.com/articles/s41598-020-74597-6"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/09/09174049234303.jpg" alt="Um raio ascendente bem sucedido." /></a></figure>



<p>As imagens captadas pelos pesquisadores mostraram que esses pedacinhos brilhantes surgem milissegundos depois da divisão do pincel corona e pulsam conforme o raio se propaga em direção às nuvens. “Essas piscadas são, na verdade, tentativas de inicialização de uma ramificação que falhou”, diz Saba.</p>



<h2>Para subir tem que descer</h2>



<p>Em 2019, o mesmo grupo de pesquisadores descobriu como raios ascendentes se formam. Segundo o estudo também publicado na revista <em>Scientific Report</em>s, eles só ocorrem depois dos chamados raios descendentes positivos, que costumam aparecer quando as tempestades estão no fim.</p>



<p>A descarga elétrica que desce da nuvem para o solo produz uma corrente de longa duração e baixa intensidade que, por sua vez, provoca uma perturbação forte e rápida na distribuição de cargas elétricas na nuvem de tempestade. É ela que vai gerar as condições para que o raio ascendente apareça.</p>



<figure class="wp-block-video"><video controls src="https://thumbs.gfycat.com/WhimsicalFirsthandHawk-mobile.mp4"></video></figure>



<p>“Se a intensidade de carga elétrica induzida for suficiente podem surgir, das pontas das torres, descargas ascendentes que formam os raios ‘para cima’”, disse Saba.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208028-raios-bifurcam-piscam.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208028-raios-bifurcam-piscam.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Por que os raios se bifurcam e piscam?</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Por que os raios se bifurcam e piscam?

Imagem de Tempestade solar deve atingir a Terra nesta quinta (10) no megacurioso

Aumento da atividade da estrela tornará o eclipse total do Sol na próxima segunda (14) um espetáculo mais intenso


<p>“O Sol tem seu próprio ritmo”, disse o astrônomo Frédéric Clette do Observatório Real da Bélgica, que rastreia manchas solares. Pois uma explosão delas pode acontecer nesta quinta-feira (10), anunciando tempestades solares, cujos efeitos serão sentidos na Terra na forma de auroras boreais bem no meio do hemisfério norte.</p>



<p>A cada 11 anos, o Sol encerra um ciclo de atividades e começa outro, com o surgimento e o desaparecimento de manchas solares quando o Sol muda de uma estrela relativamente calma para tempestuosa. Desde que começou a ser medido, já se passaram 24 ciclos solares; o 25º <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/177945-sol-entrou-25-ciclo-importante.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">começou oficialmente em dezembro de 2019</a>.</p>



<p>As manchas solares costumam ser a fonte de erupções solares, quando ocorre a ejeção de massa coronal, como “espirros” de energia magnética que provocam auroras boreais espetaculares. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) está prevendo uma dessas amanhã, e ela promete ser bem mais forte que a ocorrida no último 29 de novembro, quando uma explosão solar classe M4.4 irrompeu na superfície do Sol.</p>



<p>São cinco os níveis de intensidade pelas quais as erupções solares são classificadas. As chamadas explosões de classe A são menos intensas, enquanto as classe X são dignas de serem exibidas no clímax de um filme catástrofe (pensou-se que a ocorrida no fim do mês passado tivesse sido uma dessas; foi difícil classificá-la porque ela ocorreu na face oposta à voltada para a Terra).</p>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/09/09145841458221.jpg" alt="O Space Weather administra relógios de tempestades geomagnéticas, como esse que está cobrindo o período de 9 a 11 de dezembro.">O Space Weather administra relógios de tempestades geomagnéticas, como esse que está cobrindo o período de 9 a 11 de dezembro.</p>



<p>Os astrônomos não tiveram que esperar muito pela erupção solar seguinte: no último dia 7, eles puderam ver uma explosão C7.4, com a ejeção de massa coronal bem na linha de visão do planeta. Mas não estamos nem perto do pico do Ciclo Solar 25: ele só deve acontecer em julho de 2025.</p>



<h2>Mau humor em cena</h2>



<p>Explosões solares costumam ser intensificadas pelos gases eletrificados, formadores do campo magnético do Sol, criando tempestades solares que, ao atingirem a Terra, podem causar blecautes de rádio de alta frequência e interromper as comunicações – as previsões do clima solar dão tempo para os operadores se prepararem.</p>



<p>O mau humor do astro vai aumentar a beleza do eclipse total do Sol que acontecerá na próxima segunda (14), com visualização máxima em regiões do Chile e da Argentina. Quando a Lua se alinhar à estrela, a coroa solar será visível a olho nu e, com mais explosões solares, ela será ainda mais ativa, com gigantescas chamas destacando-se contra a sombra lunar.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208016-tempestade-solar-deve-atingir-terra-quinta-10.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208016-tempestade-solar-deve-atingir-terra-quinta-10.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Tempestade solar deve atingir a Terra nesta quinta (10)</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


Julia Marinho