Imagem de O que significa uma morte natural? no megacurioso

Se toda morte é causada por alguma coisa, então o que significa morte natural?

<head></head><body>Em 2015, o Centro de Controle de Doenças (CDC) emitiu um relatório indicando que das 2.596.993 pessoas que morreram nos Estados Unidos em 2013, 92,5% delas foi de causas naturais.É provável que você já tenha ouvido falar nessa causa, mas o que significa uma morte natural? Existem 46 categoriais de "causas naturais de morte", bem como 44 subcategorias que uma morte pode se enquadrar como sendo algo "natural".&nbsp;<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Metro Uk&nbsp;" data-fonte-url="https://metro.co.uk/wp-content/uploads/2018/02/grungy-photo-of-feet-with-toe-tag-on-a-morgue-table-shutterstock-800x430.jpg?quality=90&amp;strip=all"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/12/12145625683252.jpg" alt="(Fonte: Metro UK/Reprodução)">(Fonte: Metro UK/Reprodução)Para começar a entender o fenômeno, é necessário analisar o que significa o termo "natural" na <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124169-as-5-farsas-medicas-mais-bizarras-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medicina</a> e como ele está associado à ideia de "morrer de velhice", visto que idade não é uma causa, apenas uma circunstância.Em amplo espectro, "natural" é tudo aquilo que aflige o corpo humano ao longo do tempo, como insuficiência cardíaca, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122193-novo-tratamento-consegue-curar-pacientes-com-cancer-de-colon.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">câncer</a> ou derrame. O oposto, ou seja, uma morte não natural, implica em causas que interrompem prematuramente o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123722-e-se-os-seres-humanos-envelhecessem-ao-contrario.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">processo de envelhecimento</a>, como um acidente faz.<h2>Nenhuma morte é natural</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/12/12145733038255.jpg" alt="(Fonte: HubPages/Reprodução)">(Fonte: HubPages/Reprodução)Por outro lado, observar uma morte por causa natural é cair na antítese de que nenhuma morte é realmente natural, se for analisando friamente em questão de terminologia. A medicina, no entanto, lê que, desde que alguém morra por uma causa inerente à natureza de sua própria fisiologia, a causa pode ser considerada natural.Durante uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123960-carlos-camejo-o-venezuelano-que-acordou-durante-sua-autopsia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">autópsia</a>, por exemplo, o médico legista precisa pesar as evidências e, com base na predominância destas, chegar a uma decisão de como aquele corpo chegou à morte.&nbsp;<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/12/12150354322262.jpg" alt="(Fonte: NPR/Reprodução)">(Fonte: NPR/Reprodução)“Quando um médico legista preenche um atestado de óbito, é a opinião médica dele, com base em toda a sua experiência e treinamento, que é isso que está acontecendo”, disse o dr. David R. Fowler, presidente da Associação Nacional de Examinadores Médicos à CNN.Fowler ainda ressaltou que o legista é como um juiz e que suas decisões têm como base as causas oficiais de morte decorrentes de avaliações, da mesma forma que médicos decidem os diagnósticos. Por vezes, as causas não naturais e naturais se cruzam. Um exemplo disso é uma morte por ataque cardíaco, considerado uma causa natural, diferente do que muitos pensam, mas, se ocasionada por esforço demasiado, pode ser considerada não natural.<h2>Mais comum do que se imagina</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/12/12151533856271.jpg" alt="(Fonte: Adobe Stock/Reprodução)">(Fonte: Adobe Stock/Reprodução)Ou seja, assim fica claro que a morte natural não é uma causa, mas um modo de morte, por isso os médicos precisam especificar o que a causou, qual foi a condição subjacente que a levou e quanto tempo antes da morte isso ocorreu.Há certidões de óbito em que a morte é identificada como natural, a causa imediata como uma ruptura na parede do coração, por exemplo, que ocorreu minutos antes da morte. As subjacências entra no contexto de que tudo isso pode ter sido ocasionado por um ataque cardíaco ou uma patologia cardíaca que aconteceu dias, meses ou anos antes da morte.A Organização Mundial da Saúde (OMS) lista doenças surpreendentes como causas naturais, como diabete, infecções respiratórias, Alzheimer, e condições neonatais, como a terrível Síndrome da Morte Súbita Infantil (SIDS).&nbsp;Em 2013, doenças cardíacas e o câncer representaram quase metade de todas as mortes nos EUA, sendo que as próximas oito causas representaram 23% das mortes, e a categoria "todas as outras doenças" foi responsável por 12% dos óbitos. Isso deixa uma pequena porcentagem, algo em torno de 15%, para as mortes por causas não naturais.</body>

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O que significa uma morte natural?

Imagem de Liz Carmichael: a empresária que enganou toda a sociedade americana no megacurioso

Prometendo um carro revolucionário de três rodas, ela teria tido sucesso, talvez, se sua ambição não tivesse sido maior

<head></head><body>Nascida Geraldine Elizabeth Carmichael, em 1937, em Jasonville, Indiana (EUA), Liz Carmichael tinha tudo para entrar para a história pelos motivos certos se não fossem suas ações e passado escuso.A década de 1970 nos Estados Unidos foi marcada pelas oscilações — os "choques" — que aconteceram na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124795-os-problemas-destrutivos-e-mortais-da-perfuracao-por-petroleo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">indústria petrolífera</a>. Uma delas começou em meados de 1973, com o embargo árabe sobre o produto, e outra no final dessa mesma década, com a Revolução Iraniana, que levou à diminuição drástica da oferta de petróleo. Os dois episódios deixaram um rastro de crise que elevou a preços vertiginosos o combustível, ao mesmo tempo que o racionou por todo o país norte-americano.Em meio a isso, Liz Carmichael&nbsp;teve a incrível ideia de inventar o Dale, o primeiro veículo de três rodas, revolucionário por seu formato e sua capacidade econômica em termos de uso de combustível. E para melhorar, teria um preço muito barato para a indústria da época. A solução parecia até um sonho – e era.<h2>Vencer a qualquer preço</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06140553016204.jpg" alt="Liz Carmichael. (Fonte: New Times San Luis/Reprodução)">Liz Carmichael. (Fonte: New Times San Luis/Reprodução)Liz Carmichael caiu nas graças da sociedade americana por seu carisma, visão e estratégia de marketing inovadora, sobretudo em um mercado de venda dominado por homens. Ela era uma mulher de 47 anos, mãe de cinco filhos e, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/105613-7-filmes-com-licoes-de-empreendedores-reais-para-curtir-no-fim-de-semana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Joy Mangano</a>, tinha o sonho de entrar para a história com sua invenção.Em entrevista à People, ela garantiu que lideraria a indústria automobilística "como uma rainha" – e parecia que ela realmente tinha tudo a seu favor. Carmichael teria estudado engenharia mecânica na Ohio State University, onde conheceu Jim, seu marido, um engenheiro estrutural que morreu em 1966 e a deixou viúva com filhos para cuidar. A família então se mudou para a Califórnia, onde ela construiu seu primeiro carro com a ajuda de seu filho de 12 anos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06140737541209.jpg" alt="(Fonte: Oprah Daily/Reprodução)">(Fonte: Oprah Daily/Reprodução)Carmichael fundou a Twentieth Century Motor Car Company para lançar aos americanos o Dale, seu carro revolucionário que custaria menos de US$ 2 mil e ainda viria acompanhado de um seguro. Assim, ela ficou conhecida como "A Mulher e o Dale". Em todos os canais de mídia em que apareceu, a empresária ganhava cada vez mais a confiança de seus futuros clientes, mas sua entrevista ao The New York Times, o maior jornal daquela época, garantiu milhões de dólares em vendas de um produto que nem existia ainda.Mas surgiram alguns problemas pelo caminho, a começar que as autoridades do estado da Califórnia, onde era sediada a empresa de Carmichael, proibia esse tipo de pré-venda. Depois, a promessa dela era de que até 1975 ela tivesse 88 mil unidades do Dale rodando – o que poderia ter acontecido, segundo os engenheiros, se o marketing não tivesse superado a produção e Carmichael não tivesse se lançado tanto como uma figura pública a ponto de despertar a desconfiança das autoridades em saber quem era aquela pessoa e de onde vinha.Esse foi o cadafalso de Liz Carmichael.<h2>O show dos horrores</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06140837972214.jpg" alt="(Fonte: Time/Reprodução)">(Fonte: Time/Reprodução)Os agentes do Departamento Federal de Investigação (FBI) investigaram todo o passado de Carmichael e descobriram que ela nasceu Jerry Dean Michael, e que, portanto, era uma mulher transgênero. Antes da transição, ela foi casada quatro vezes, sendo que sua primeira esposa a acusou de deserção por abandonar seus dois filhos enquanto vivia na Alemanha.Em 1954, a empresária se casou com Juanita, com quem teve dois filhos antes de seu relacionamento terminar dois anos depois. Já em 1958, Carmichael se casou com Betty Sweets depois de quatro semanas de namoro e o relacionamento relâmpago gerou uma filha. Em 1959, a mulher já estava casada com outra pessoa, Vivian Barrett Michael, com quem teve cinco filhos – os únicos que manteve e assumiu mesmo após sua transição.Em 1960, Carmichael era dona de um jornal e usava as impressoras para produzir notas falsas, mantendo essa prática criminosa até 4 de agosto de 1961, quando foi presa acusada de formação de quadrilha e posse de moeda falsa. Ela fugiu antes da audiência, iniciando uma vida de nômade com sua família, indo de estado em estado ao longo dos anos temendo ser pega, mudando de identidade usando registros roubados e educando os filhos em casa.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06140930717217.jpg" alt="(Fonte: WarnerMedia Pressroom/Reprodução)">(Fonte: WarnerMedia Pressroom/Reprodução)O repórter investigativo Dick Carlson foi o responsável por expor o passado de Liz Carmichael durante um noticiário ao vivo para milhares de telespectadores — inclusive o fato de ela ser uma mulher trans. Ele deixou claro, ainda que sem provas nenhuma, que ela fez sua transição apenas para fugir dos seus crimes.No entanto, é bom deixar claro que essa era a narrativa social da época para criminalizar e inviabilizar as pessoas trans da mesma forma que acontecia com homens gays cisgêneros. Carmichael poderia ter assumido qualquer identidade diferente da original se seu intuito era fugir dos seus crimes, bem como ter apostado em qualquer outra transformação de aparência.&nbsp;A empresária não deixou de trocar de nome conforme fugia de suas responsabilidades perante a Lei. E, ainda que de fato ela tenha sido uma criminosa, sua identidade de gênero em nada tinha relação com isso – mas não foi o que a mídia fez parecer.<h2>Sempre em fuga</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06141041779219.jpg" alt="(Fonte: Pajiba/Reprodução)">(Fonte: Pajiba/Reprodução)A história toda escandalizou a nação e Carmichael passou a ser caçada e, em vez de seus crimes chamarem atenção, seu gênero tomou o lugar. Quando questionada sobre o interesse das pessoas em sua vida pessoal, ela respondeu: “Qualquer reivindicação à fama que eu tenho, é a de uma produtora de automóveis, não como uma 'artista' de mudança de sexo”.Liz Carmichael foi considerada culpada por roubo em 1980, mas desapareceu com seus filhos após Vivian se divorciar dela antes da sentença. Oito anos mais tarde, sua história emplacou no programa Unsolved Mysteries, fazendo um espectador ligar para a produção ao reconhecer Carmichael como Kathryn Elizabeth Johnson, vendedora de flores em Dale, no Texas. Ela passou 18 meses em uma prisão masculina, apesar de ser reconhecida como mulher pelo tribunal.A história de vida de Liz Carmichael terminou em fevereiro de 2004, ao perder uma batalha contra um câncer. Sua trajetória foi retratada no documentário The Lady and the Dale, da HBO.Para o diretor Zackary Drucker, a história da empresária se manteve tão anônima para a modernidade no que diz respeito à comunidade LGBTQ+ porque tudo associou Liz Carmichael a Jerry Dean Michael, "o homem que se vestiu de mulher para fugir da Lei", e não simplesmente a mulher criminosa que, por coincidência, era transgênero.</body>

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Liz Carmichael: a empresária que enganou toda a sociedade americana

Imagem de Escala de Turim e a probabilidade de um asteroide destruir a Terra no megacurioso

Um asteroide está previsto para cair na Terra em 2046 e foi classificado como nível 1 pela Escala de Turim, mas o que isso significa?

<head></head><body>O Escritório de Coordenação de Defesa Planetária da NASA anunciou esse ano que um asteroide chamado DW 2023, com cerca de 46 metros de comprimento, pode <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123614-como-sobreviveriamos-se-a-terra-fosse-atingida-por-um-asteroide.htm#:~:text=H%C3%A1%2066%20milh%C3%B5es%20de%20anos,impacto%20por%20serem%20animais%20escavadores." rel="noopener noreferrer" target="_blank">colidir com a Terra</a> em fevereiro de 2046.Existe uma chance em 560 de o pedaço de rocha impactar o planeta na data prevista, sendo classificado nível 1 na Escala de Turim que, como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124310-qual-e-a-maior-potencia-possivel-de-um-terremoto-na-escala-richter.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Escala Richter</a> para a intensidade de terremotos, mede a probabilidade de um asteroide atingir a Terra. Devido a sua escala nível 1, os cientistas não estão muito preocupados com o impacto do DW.Os 1.500 asteroides já rastreados foram até então classificados como zero, não apresentando nenhuma chance de colidir com o planeta, mas isso não significa que o status não possa mudar.<h2>Da Zona Verde a Laranja</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06145222666249.jpg" alt="(Fonte: LiveScience/Reprodução)">(Fonte: LiveScience/Reprodução)A Escala de Turim foi implementada no final da década de 1990 para avaliar não só a chance de um asteroide colidir com a Terra, mas também o quão desastroso isso poderia ser se acontecesse.A ferramenta recebeu esse nome porque foi introduzida durante a conferência internacional sobre objetos próximos da Terra, que aconteceu em 1999, em Turim, na Itália. Assim como na famosa Escala Richter, entre o nível 0 e 1 fica a Zona Verde e a Zona Branca, em que a probabilidade de uma colisão é tão baixa que é improvável de acontecer.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06145330070250.jpg" alt="(Fonte: Newsweek/Reprodução)">(Fonte: Newsweek/Reprodução)Entre o nível 2 e 4 está a Zona Amarela, que merece atenção dos astrônomos porque um objeto rochoso está fazendo uma passagem um tanto próxima, mas não muito incomum, da Terra. Nesse caso, se for considerado um nível 2, ainda não há motivo para atenção ou preocupação do público e das autoridades, pois uma colisão real ainda é muito improvável, embora mereça atenção dos estudiosos.Um nível 3 na escala determina que há uma chance de 1% ou mais de colisão, capaz de destruição localizada, porém com chance de essa observação levar à redesignação para o nível 0. O público e autoridades só devem saber sobre isso se o encontro estiver a menos de uma década de distância. O mesmo se aplica ao nível 4.O problema se torna real mesmo na Zona Laranja, do nível 5 a 7, considerada um estado de atenção para objetos classificados no nível 5, representando uma ameaça séria, mas ainda incerta, de devastação regional. Um encontro de nível 6 já representa uma catástrofe que pode ser global, embora incerta. Se isso estiver planejado para acontecer em menos de três décadas, um plano de contingência governamental pode ser justificado, não só garantido como no nível 5, por exemplo.&nbsp;Todas as diretrizes também se aplicam para o nível 7, embora a ameaça que deve acontecer ainda neste século requira um planejamento de contingência internacional, especialmente para determinar se a colisão ocorrerá ou não.<h2>A Zona Vermelha</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06145950039254.jpg" alt="(Fonte: Sky News/Reprodução)">(Fonte: Sky News/Reprodução)Finalmente, entre o nível 8 e 10, está a Zona Vermelha, indicando que a colisão de um asteroide na Terra é certa. Se for classificado como um nível 8, então poderá causar destruição localizada sobre a terra ou um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120027-tsunami-no-brasil-isso-ja-aconteceu-em-1755.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tsunami</a> se estiver perto da costa. Esse tipo de evento ocorre, em média, entre uma vez a cada 50 anos e uma vez a cada mil anos. O nível 9 já pode causar uma devastação regional sem precedentes, dependendo se o impacto ocorrer no mar ou na terra, sendo que esse tipo de evento ocorre entre uma vez a cada 10 mil anos e uma vez a cada 100 mil anos.O nível 10 é aquele que ninguém quer ouvir falar, pois significa que não só um asteroide está em rota de colisão certeira com o planeta, incapaz de ser parado, como pode causar uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120110-estudo-diz-que-10-anos-nos-separam-de-uma-catastrofe-climatica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">catástrofe climática</a> global capaz de destruir ou tornar incerto o futuro da civilização como conhecemos. Isso ocorre em média uma vez a cada 100 mil anos, ou com menos frequência.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06150125367255.jpg" alt="(Fonte: Daily Mail/Reprodução)">(Fonte: Daily Mail/Reprodução)Por enquanto, o asteroide DW 2023, que viaja a 25 quilômetros por segundo a cerca de 18 milhões de quilômetros da Terra, ainda não preocupa os astrônomos e está enquadrado em um nível 1, com chance de ser rebaixado para o nível 0.Mas tudo pode mudar até 2046. Foi assim com o asteroide Chelyabinks, que atingiu a atmosfera da Terra há 10 anos, em 15 de fevereiro de 2013, e se tornou o maior impacto de um asteroide em mais de um século. O corpo rochoso feriu cerca de 1.500 pessoas ao cair na cidadezinha no interior da Rússia, lançando vidro partido das janelas que espatifaram com seu impacto por vários quilômetros.</body>

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Escala de Turim e a probabilidade de um asteroide destruir a Terra

Imagem de A realeza já acreditou que tinha partes do corpo feitas de vidro no megacurioso

O raro fenômeno é chamado 'Delírio de Cristal', com um caso recentemente diagnosticado

<head></head><body>Devido ao status, protocolos e influência que se estenderam para a modernidade, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124727-joias-da-coroa-5-deslumbrantes-tesouros-da-realeza-britanica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">realeza</a> sempre foi alvo de um abismo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122090-as-ficcoes-cristas-que-influenciaram-teorias-da-conspiracao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">teorias da conspiração</a>, algumas das quais se tornaram tão difundidas e graves a ponto de seus palácios terem que emitir declarações oficiais desmentindo os tópicos. O mais interessante e engraçado é que a maioria das teorias possui uma quantidade surpreendente de supostas "evidências" para corroborá-las, reforçando a crença massiva das pessoas e sua fácil aderência no senso comum.Entre esse mar caótico, certamente, a mais emblemática de todas as teorias é de que a família real britânica é de uma espécie híbrida entre alienígenas <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/112255-quem-criou-a-teoria-da-conspiracao-dos-povos-lagartos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">reptilianos</a> e humanos. David Icke, um infame teórico da conspiração, há muito defende essa ideia, que se apoia em sua crença de que o mundo é governado por uma sociedade secreta composta pela realeza e líderes políticos empresariais envolvidos com os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122309-adam-weishaupt-conheca-o-filosofo-que-fundou-os-illuminati.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Illuminati</a>.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06144142687238.jpg" alt="(Fonte: Daily Mail/Reprodução)">(Fonte: Daily Mail/Reprodução)Em um vídeo postado em uma conta no TikTok em 8 de setembro de 2022, logo após a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118331-o-que-acontece-quando-a-rainha-elizabeth-ii-morrer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">morte da rainha Elizabeth II</a>, Icke diz: “A rainha está morta, mas este draco foi para seu bisneto”. Draco é uma referência à teoria infundada de que a família real britânica é descendente de reptilianos em uma constelação chamada Draco.Ainda que esse não seja o caso, no passado, os monarcas já acreditaram em muita coisa que hoje é facilmente desmentida, principalmente sobre si mesmos, por isso foram afetados pelo "Delírio de Cristal", o fenômeno psiquiátrico que fez a realeza acreditar que era feita de vidro.<h2>A obsessão pelo vidro</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06144445223241.jpg" alt="(Fonte: Sky History/Reprodução)">(Fonte: Sky History/Reprodução)Se nos séculos passados os monarcas acreditavam no direito divino dos reis — a ideia que recebiam o "direito" de governar do próprio Deus e que, por isso, estavam acima de qualquer autoridade humana —, acreditar que eles eram feitos de vidro não é nada em comparação. Mas, claro, esse pensamento não surgiu sem fundamento nenhum, nem fazia parte de uma estrutura de governo, muito pelo contrário.No início do século XVI, na Europa, o vidro se tornou uma das principais commodities. Considerado mágico e alquímico, mas também associado ao luxo devido à sua fragilidade e ergonomia, o material conseguiu até determinar como a aristocracia enxergava seu papel na sociedade devido à exclusividade que as peças inspiravam.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06144708604244.jpg" alt="(Fonte: The Collector/Reprodução)">(Fonte: The Collector/Reprodução)A supervalorização do vidro pode ter sido o principal motivo na contribuição para o desenvolvimento de um distúrbio psiquiátrico chamado "Delírio de Cristal". É provável que isso tenha acontecido porque a mente humana inventiva daquela época atrelou seus delírios a novos materiais e aos avanços tecnológicos que aconteciam.Até o século XVII, os aristocratas já temiam que tivessem partes do corpo feitas de vidro, duvidando, assim, da própria sanidade e convivendo com o medo de que seus membros se estilhaçassem.<h2>O medo patológico</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06144808431246.jpg" alt="Rei Carlos VI. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)">Rei Carlos VI. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)Não demorou para que o fenômeno psiquiátrico se tornasse uma patologia também da realeza, contaminando todos como se fosse um resfriado. A começar pelo rei Carlos VI da França, que governou entre o final do século XIV e o início do século XV, ficando tão famoso por seu medo de ter o corpo feito de vidro que apareceu em um conto de Miguel de Cervantes chamado The Glass Graduate.A princesa Alexandra da Baviera, no entanto, se tornou o caso mais famoso do "Delírio de Cristal" entre a realeza. Ela não acreditava que tinha nascido com corpo de vidro, mas, em vez disso, que engoliu um piano de cauda feito de vidro, portanto, tinha que se mover com cuidado ou o vidro se partiria dentro dela, causando sua morte. Acredita-se que, como Carlos VI da França, a princesa hoje seria diagnosticada com uma variação do transtorno obsessivo compulsivo (TOC).A esquizofrenia é outro laudo considerado pelos estudiosos modernos, isso porque a ideia de que membros reais são criaturas raras e incomuns, tendo que ser tratados com máximo cuidado e respeito ou então poderiam quebrar, pode ter piorado o problema em alguns casos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/06/06144900602247.jpg" alt="(Fonte: History Collection/Reprodução)">(Fonte: History Collection/Reprodução)Esse sentimento também é algo antigo e flertava com o medo do avanço da tecnologia daquele tempo, uma vez que, antes do "Delírio de Cristal", aconteceu o "Delírio da Cerâmica", quando o produto começou a ser tão usado como o vidro foi posteriormente.O problema do fenômeno psiquiátrico foi tão grande ao longo do século XVII que foi incluso na Anatomia da Melancolia, um compêndio médico organizado por Robert Burton. No século seguinte, um hospital psiquiátrico em Edimburgo, na Escócia, registrou os sintomas de 300 pacientes do sexo feminino que apresentavam o "Delírio de Cristal".Em 2015, o psiquiatra holandês Andy Lameijin identificou a rara condição em um paciente, um dos poucos detectados na literatura médica do século XXI. Agora, no entanto, as pessoas têm outros delírios — esses, mais modernos: associam seus corpos como sendo substituídos ou controlados remotamente por microchips.</body>

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A realeza já acreditou que tinha partes do corpo feitas de vidro

Imagem de Solomon Perel: o jovem judeu que fingiu ser nazista para sobreviver no megacurioso

Fingir uma identidade por tanto tempo destruiu Perel psicologicamente, mas ele cumpriu o pedido de sua mãe: o de viver

Pior do que morrer, talvez seja enfrentar a possibilidade da morte. Assim foi a vida dos Sonderkommandos <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123313-sobibor-a-fuga-historica-e-mais-bem-sucedida-de-um-campo-nazista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">no campo de concentra&ccedil;&atilde;o de Sobibor</a> durante as etapas iniciais do Holocausto da Alemanha nazista de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121500-hitler-tinha-planos-de-aniquilar-a-etnia-polonesa-em-ate-20-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler</a>. Os 600 trabalhadores escravos judeus foram respons&aacute;veis pela tarefa de remover cad&aacute;veres gaseados dos seus semelhantes das c&acirc;maras de g&aacute;s, esfregar sangue e excrementos dos torturados; cremar corpos, separar roupas, bagagens, e outros v&aacute;rios tipos de obriga&ccedil;&otilde;es.
Eles estavam vivos s&oacute; porque eram &uacute;teis, e isso por um determinado tempo, visto que eram assassinados periodicamente pelos oficiais da SS por conhecerem os segredos mais sujos do <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/70021-genocidio-armenio-massacre-cometido-pelo-imperio-otomano-completa-100-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">genoc&iacute;dio</a> e dos nazistas.&nbsp;
A n&atilde;o ser organizar uma fuga massiva daquela realidade, eles n&atilde;o tinham o que fazer sen&atilde;o aceitar seu destino, o que n&atilde;o foi o caso de Solomon Perel, o jovem judeu que fingiu ser um nazista para sobreviver ao Holocausto.
<h2>"N&atilde;o se esque&ccedil;a de quem &eacute;"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31131623988138.jpg" alt="Solomon Perel. (Fonte: The Washington Post/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Solomon Perel. (Fonte: Shlomo Perel/U.S. Holocaust Memorial Museum/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Antes de sua "primeira morte", Solomon Perel nasceu em 21 de abril de 1925, em Peine, Baixa Sax&ocirc;nia, ainda sobre a sombra da Primeira Guerra Mundial, e desfrutou de uma inf&acirc;ncia considerada perfeita na Alemanha.
Um dos quatro filhos de pais judeus, eles imigraram da R&uacute;ssia para a Alemanha, ent&atilde;o em casa Perel falava i&iacute;diche, a l&iacute;ngua germ&acirc;nica das comunidades judaicas da Europa Central e Oriental, e um alem&atilde;o perfeito fora de casa. Isso foi essencial para quando os nazistas ascenderam ao poder, em 1935, e a fam&iacute;lia teve que se mudar para Lodz, na Pol&ocirc;nia, onde uma tia do jovem morava, depois que a sapataria da fam&iacute;lia foi saqueada e ele expulso de sua escola. Come&ccedil;ava ali sua experi&ecirc;ncia com o anti-semitismo nazista e toda a atmosfera de rejei&ccedil;&atilde;o e morte contra seu povo.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31131744405139.jpg" alt="(Fonte: The Washington Post/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Shlomo Perel/U.S. Holocaust Memorial Museum/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Foi minha experi&ecirc;ncia de inf&acirc;ncia mais traum&aacute;tica&rdquo;, lembrou Perel, mais tarde, em uma entrevista ao The New York Times. &ldquo;Aquela b&aacute;rbara expuls&atilde;o da escola porque algu&eacute;m me considerava diferente&rdquo;.
A estadia de Perel durou at&eacute; 1 de setembro de 1939, quando <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/115756-o-homem-que-comecou-a-guerra-o-incidente-de-gleiwitz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a Pol&ocirc;nia foi invadida</a>, e sua fam&iacute;lia separada e destru&iacute;da para sempre. Antes de nunca mais ver os rostos de seus pais, sua m&atilde;e implorou para que ele fizesse de tudo para continuar vivendo. Seu pai, por outro lado, incentivou para que ele n&atilde;o se esquecesse de quem era e permanecesse judeu, sempre.
<h2>A "primeira morte"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31132021061140.jpg" alt="(Fonte: Volkswagen AG/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Solomon Perel/Volkswagen AG/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Perel e seu irm&atilde;o Yitzhak tentaram escapar da Pol&ocirc;nia pela parte ocupada pelos sovi&eacute;ticos, e acabou sendo colocado em um orfanato em Grodno, administrado pelo Komsomol (a organiza&ccedil;&atilde;o juvenil do Partido Comunista da Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica), enquanto seu irm&atilde;o foi realocado para Vilnius, na Litu&acirc;nia.
A estadia durou at&eacute; junho de 1941, depois que os nazistas invadiram a Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica. Perel foi capturado perto de Grodno pela 12&ordf; Divis&atilde;o Panzer (Wehrmacht), mas, por ser um falante nativo de alem&atilde;o, conseguiu convencer seus captores de que era um alem&atilde;o &eacute;tnico que vivia fora da Alemanha. Assim que foi aceito pela unidade como int&eacute;rprete russo-alem&atilde;o, Perel "morreu" pela primeira vez para que pudesse cumprir o pedido de sua m&atilde;e: viver.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31132335851145.jpg" alt="(Fonte: The Week/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Solomon Perel/U.S. Holocaust Memorial Museum/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Desse momento em diante, Solomon Perel se tornou Josef Perjell, e se juntou &agrave; Juventude Hitlerista, tendo que usar uniforme nazista, frequentar aulas, aprender sobre como tudo sobre o seu povo era errado e de que, por isso, n&atilde;o deveriam viver.
Para o jovem, foi uma tortura que o destruiu psicologicamente, pois, cada dia que acordava, era um medo diferente de ser descoberto. &ldquo;Eu me sentia esquizofr&ecirc;nico. Durante o dia, eu era um jovem alem&atilde;o que queria vencer a guerra, cantava can&ccedil;&otilde;es contra os judeus e gritava &lsquo;Heil Hitler&rsquo;; e &agrave; noite, na cama, sozinho, chorava de saudade da minha fam&iacute;lia&rdquo;, lembrou Perel.
<h2>O caminho mais dif&iacute;cil</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31132525528147.jpg" alt="(Fonte: The Washington Post/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Erika Rabau/ullstein bild/Getty Images)
No Natal de 1943, o jovem chegou a pegar um trem para Lodz e vagar pela cidade em busca de sua fam&iacute;lia, mas s&oacute; encontrou carro&ccedil;as carregadas com cad&aacute;veres de judeus e escombros. Ele nunca mais viu o rosto de seus pais e irm&atilde;os.
Viver uma identidade diferente afetou tanto o jovem que, quando a guerra chegou ao fim com os nazistas saindo como perdedores, ele chegou a se comover porque n&atilde;o sabia mais quem era. Demorou um tempo at&eacute; que Perel entendesse tudo o que estava acontecendo, depois que foi resgatado pelas for&ccedil;as Aliadas.
Perel imigrou para Israel e come&ccedil;ou uma nova vida, e se esfor&ccedil;ou tanto para deixar as mem&oacute;rias do Holocausto no passado, que s&oacute; foi contar sua hist&oacute;ria para o mundo em 1980.&nbsp;
Solomon Perel morreu aos 97 anos, em 2 de fevereiro de 2023, com uma das declara&ccedil;&otilde;es mais tristes sobre quem sobreviveu ao Holocausto: &ldquo;O caminho para voltar ao judeu em mim foi o mais dif&iacute;cil de todos&rdquo;.

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Solomon Perel: o jovem judeu que fingiu ser nazista para sobreviver

Imagem de O Universo têm uma consciência? no megacurioso

Quando algu&eacute;m fala em uma consci&ecirc;ncia universal, geralmente est&aacute; se referindo a uma for&ccedil;a m&iacute;stica e soberanamente divina atuando a todo o momento, gerindo os aspectos da nossa exist&ecirc;ncia e de tantas outras.
No entanto, para a ci&ecirc;ncia, significa algo diferente. Isso porque, h&aacute; s&eacute;culos, teorias alegam que o Universo tem uma consci&ecirc;ncia.&nbsp;At&eacute; porque, se a natureza n&atilde;o apenas &eacute; comunicativa, como tamb&eacute;m social e cooperativa &ndash; com suas mudas de &aacute;rvores se ligando &agrave;s mais velhas para receber nutrientes como um mam&iacute;fero rec&eacute;m-nascido, por exemplo &ndash;, ent&atilde;o por qual motivo o Universo n&atilde;o seria?
Sim, existe uma larga diferen&ccedil;a entre consci&ecirc;ncia e vida, mas seria poss&iacute;vel que nossa defini&ccedil;&atilde;o seja muito limitada e o cosmos n&atilde;o esteja apenas vivo, mas consciente?
<h2>A teia c&oacute;smica</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29163322488356.jpg" alt="(Fonte: Live Science/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: <a class="mui-19sk0fy-a-underline-inherit-linkContainer" href="https://www.shutterstock.com/pt/g/patrice6000">patrice6000</a>/Shutterstock)
Em seu artigo Consci&ecirc;ncia Humana: de onde vem e para que serve, Boris Kotchoubey explica que a consci&ecirc;ncia &eacute; uma propriedade emergente, n&atilde;o uma caracter&iacute;stica. Uma ma&ccedil;&atilde;, por exemplo, pode ser verde ou dura, e essas s&atilde;o suas caracter&iacute;sticas, mas ser gostosa &eacute; uma propriedade emergente. Ou seja, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118613-consciencia-do-universo-poderia-ser-provada-com-nosso-cerebro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">consci&ecirc;ncia&nbsp;</a>&eacute; maior que a soma de suas partes. A ci&ecirc;ncia e a filosofia olham para as menores coisas, como o &aacute;tomo e o elemento, para descrever a realidade do Universo.
Foram os fil&oacute;sofos gregos hilozo&iacute;stas, como Tales de Mileto e Her&aacute;clito, os primeiros a pensar que o Universo tem uma consci&ecirc;ncia, ainda que n&atilde;o de forma autoconsciente. Eles adotaram uma cren&ccedil;a extremamente animista, segundo a qual tudo est&aacute; vivo junto, em vez de cada coisa possuir uma vida diferente. Mais para frente, essa ideia se tornou a defini&ccedil;&atilde;o do monismo, que acredita que o Universo compreende uma uni&atilde;o indivis&iacute;vel de mat&eacute;ria e esp&iacute;rito, vida e<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/107883-como-os-norte-americanos-imaginam-deus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;Deus</a>.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29163411015358.jpg" alt="(Fonte: Daily Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: ESO/VISTA/J. Emerson/Wikimedia Commons)
Os hilozo&iacute;stas foram os primeiros cientistas naturalistas que tentaram entender o mundo f&iacute;sico e natural, desvendando a geologia, biologia, qu&iacute;mica e f&iacute;sica. Eles chegaram &agrave;s suas conclus&otilde;es por meio de uma combina&ccedil;&atilde;o de observa&ccedil;&atilde;o, racionalidade e dedu&ccedil;&atilde;o.
Na modernidade, a ideia de que o universo det&eacute;m uma consci&ecirc;ncia faz parte da filosofia do pampsiquismo. Acreditando que a consci&ecirc;ncia est&aacute; na subjetividade da realidade, portanto, n&atilde;o podemos conhecer a experi&ecirc;ncia interna de qualquer outra coisa, nem mesmo de um el&eacute;tron.
E n&atilde;o, a corrente filos&oacute;fica n&atilde;o acha que el&eacute;trons individuais circulando o n&uacute;cleo de um &aacute;tomo est&atilde;o pensando: &ldquo;Nossa, isso &eacute; uma chatice&rdquo;. Esse tipo de processamento pertence &agrave; mente humana.
<h2>Tudo &eacute; Deus?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29164112947362.jpg" alt="(Fonte: The What If Now/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: @CC/Artstation/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Engana-se quem enxerga o Universo como um espa&ccedil;o vazio s&oacute; porque os planetas e estrelas est&atilde;o separados por anos-luz. At&eacute; porque o pr&oacute;prio <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124398-cerebros-humanos-vem-diminuindo-de-tamanho-ha-3-mil-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">c&eacute;rebro humano</a> &eacute; comparado com a distribui&ccedil;&atilde;o de estrelas e gal&aacute;xias no Universo observ&aacute;vel, em uma estrutura neurol&oacute;gica conhecida como "teia c&oacute;smica". Os n&oacute;s se agrupam, os fios conectam os n&oacute;s e h&aacute; espa&ccedil;o entre eles. O vazio do c&eacute;rebro &eacute; constitu&iacute;do por 77% de &aacute;gua, enquanto 72% do vazio do espa&ccedil;o &eacute; feito de energia escura.
Essas semelhan&ccedil;as n&atilde;o significam que o cosmos esteja pensando, mas se tudo n&atilde;o passa de uma rede coletiva que vive e se alimenta do Universo, ent&atilde;o sua atividade pode constituir uma forma de consci&ecirc;ncia &ndash; ainda que essa opere de maneira diferente do que tomamos pela defini&ccedil;&atilde;o da palavra.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29164304438363.jpg" alt="(Fonte: Newsweek/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images)
&ldquo;A consci&ecirc;ncia est&aacute; no menor &aacute;tomo&rdquo;, diz o pante&iacute;smo, uma das vertentes do pampsiquismo que flerta com o animismo. O pante&iacute;smo, contudo, evoca o lado mais divino do que &eacute; uma consci&ecirc;ncia. Uma vez que chegou &agrave; conclus&atilde;o de que tudo &eacute; Deus, e o material e espiritual s&atilde;o indivis&iacute;veis (monismo), ent&atilde;o tudo tem uma consci&ecirc;ncia, inclusive o Universo.
Essa ideia j&aacute; era pregada pelo fil&oacute;sofo holand&ecirc;s Baruch Spinoza no s&eacute;culo XVII, que dividiu o pante&iacute;smo, portanto, o pampsiquismo, em 15 vertentes, determinando que Deus &eacute; a subst&acirc;ncia &uacute;nica, infinita, necessariamente existente (ou seja, autocausada) do Universo.

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O Universo têm uma consciência?

Imagem de Voo 655 Irã Air: quando os EUA derrubaram um avião com 290 civis no megacurioso

Em meio a guerra Irã-Iraque, o episódio brutal chocou o mundo

Ap&oacute;s d&eacute;cadas de tens&otilde;es, disputas de fronteira, diverg&ecirc;ncias territoriais e pol&iacute;ticas, a Guerra Ir&atilde;-Iraque eclodiu em 22 de setembro de 1980, motivada por temores de que a Revolu&ccedil;&atilde;o Iraniana de 1979 inspirasse insurrei&ccedil;&atilde;o entre a maioria xiita reprimida do Iraque, bem como o desejo do mesmo em substituir o Ir&atilde; como Estado dominante do Golfo P&eacute;rsico.
Nesse cen&aacute;rio, tamb&eacute;m tinham o ent&atilde;o presidente iraquiano <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120442-saddam-hussein-e-a-conturbada-jornada-para-criacao-de-uma-superarma.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Saddam Hussein</a> querendo o controle total sobre ambas as margens do rio Shatt al-Arab que, historicamente, sempre atuou como a fronteira dos dois pa&iacute;ses.
Os Estados Unidos entraram do lado iraquiano sob a justificativa de que o Iraque possu&iacute;a um programa de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120820-insetos-a-perigosa-arma-biologica-de-destruicao-em-massa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">armas de destrui&ccedil;&atilde;o em massa</a> e representava uma amea&ccedil;a para a na&ccedil;&atilde;o e seus aliados. O ex-secret&aacute;rio do Estado, Henry Kissinger, disse que "era uma pena que ambos [Ir&atilde; e Iraque] n&atilde;o pudessem perder a guerra", deixando claro a opini&atilde;o do governo americano sobre a guerra.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31130641873133.jpg" alt="(Fonte: War on the Rocks/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Como resultado, o conflito militar durou 8 longos e destrutivos anos, reduziu cidades a p&oacute;, causou a morte de mais de um milh&atilde;o de pessoas, com o Iraque acumulando uma d&iacute;vida externa de mais de US$ 100 bilh&otilde;es.
E os americanos tiveram parte nisso tudo at&eacute; no final da guerra, quando a&nbsp;Marinha dos EUA derrubou acidentalmente o Voo 655 da Ir&atilde; Air com 290 civis a bordo.
<h2>10h17: decolagem</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31130808977134.jpg" alt="(Fonte: HIstory Today/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: PH2 Elliot/U.S. Navy/Wikimedia Commons)
Em meados de 1988, a guerra estava diminuindo ap&oacute;s 8 anos de destrui&ccedil;&atilde;o, e a maior tarefa dos americanos era patrulhar o Golfo P&eacute;rsico para monitorar a situa&ccedil;&atilde;o, protegendo as rotas de petr&oacute;leo de ataques a&eacute;reos. Ainda que as regras do engajamento na guerra pela Marinha n&atilde;o tenham sido claras, os navios foram instru&iacute;dos a serem cautelosos para evitar que os EUA entrassem na guerra ou causassem um "incidente internacional".
Os americanos faziam isso com o cruzador USS Vincennes, com 9.600 toneladas, sob o comando do capit&atilde;o Will C. Rogers III que, de acordo com um correspondente do Oriente M&eacute;dio, havia agido de forma imprudente e agressiva em junho daquele ano com a maneira como desempenhava o patrulhamento do golfo.
No come&ccedil;o da manh&atilde; de 3 de julho de 1988, o USS Vincennes e outro navio americano entraram em conflito com o inimigo no Estreito de Ormuz. N&atilde;o muito longe daquela regi&atilde;o, &agrave;s 10h17 do hor&aacute;rio do Ir&atilde;, decolou de uma escala o Voo 655 da Ir&atilde; Air em um Airbus A300, partindo do Aeroporto Internacional de Bandar Abbas, no Ir&atilde;, rumo ao Aeroporto Internacional de Dubai, nos Emirados &Aacute;rabes Unidos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31130950777135.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Aeroprints/Wikimedia Commons)
A aeronave estava carregada com 290 passageiros, dos quais 16 eram tripulantes, e a viagem estava prevista para terminar em menos de 30 minutos. Ap&oacute;s a decolagem, o capit&atilde;o Mohsen Rezaian, de 37 anos, foi direcionado pela torre Bandar Abbas para ligar seu transponder e prosseguir viagem sobre o Golfo P&eacute;rsico, em um voo de rotina pelo corredor a&eacute;reo comercial Amber 59, uma pista com 32 km de largura em linha reta, para o aeroporto de destino em Dubai.
A 4.300 metros de altitude, em um voo simples e padr&atilde;o de curta dist&acirc;ncia, o avi&atilde;o transmitia o c&oacute;digo squawk correto t&iacute;pico de uma aeronave civil, e mantinha contato de r&aacute;dio em ingl&ecirc;s com as instala&ccedil;&otilde;es apropriadas de controle de tr&aacute;fego a&eacute;reo. N&atilde;o tinha como ela ser confundida com o inimigo, mas mesmo assim foi.
<h2>10h54: a explos&atilde;o</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Stuff.co&nbsp;" data-fonte-url="https://resources.stuff.co.nz/content/dam/images/1/y/o/f/c/c/image.related.StuffLandscapeThreeByTwo.1464x976.1yobgo.png/1578616036157.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31131101771136.jpg" alt="(Fonte: Stuff.co/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Stuff.co/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&Agrave;s 10h47, o USS Vincennes captou em seu radar a presen&ccedil;a do Airbus A300 e, dois minutos depois, emitiu um sinal pedindo para se identificar. &Agrave;s 10h51, outro aviso foi emitido, com a Marinha alegando que alertou o avi&atilde;o por sete vezes, das quais tr&ecirc;s foram por um canal civil e quatro por um canal militar. Vale ressaltar, por&eacute;m, que, mais tarde, a Marinha tamb&eacute;m disse que o avi&atilde;o come&ccedil;ou a descer, mas isso foi desmentido.
Ap&oacute;s esses avisos sem resposta, &agrave;s 10h51, o voo da Ir&atilde; Air foi declarado hostil. Em 3 minutos, a Marinha dos EUA disparou dois m&iacute;sseis terra-ar SM-2MR pelo cruzador USS Vincennes.
&Agrave;s 10h54, o voo 655 da Ir&atilde; Air foi obliterado no ar, matando todos os 290 passageiros, dos quais 66 eram crian&ccedil;as. Os restos do aparelho ca&iacute;ram na &aacute;gua e nenhum dos navios americanos tentou ajudar ou procurar sobreviventes, mesmo ao detectar o erro fatal.
Alguns corpos foram recuperados do golfo e enterrados sob uma revolta social imensa, com o Ir&atilde; chamando o incidente de &ldquo;massacre b&aacute;rbaro&rdquo;, enquanto o povo cantava &ldquo;morte &agrave; Am&eacute;rica&rdquo; em un&iacute;ssono pelas ruas. A princ&iacute;pio, o Pent&aacute;gono negou qualquer participa&ccedil;&atilde;o no incidente at&eacute; que uma per&iacute;cia mais detalhada revelou o erro da Marinha.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Tampa Bay Times&nbsp;" data-fonte-url="https://www.tampabay.com/resizer/SDVdmAWPUQc29xFcmn0_aIZ2ILY=/1200x1200/smart/arc-anglerfish-arc2-prod-tbt.s3.amazonaws.com/public/SVX6ROGH6YI6TJTLIBWI6S7HAY.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/31/31131141827137.jpg" alt="(Fonte: Tampa Bay Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em uma declara&ccedil;&atilde;o, o Departamento de Defesa concluiu que o Ir&atilde; tamb&eacute;m era respons&aacute;vel pela trag&eacute;dia por permitir que uma aeronave civil voasse em uma regi&atilde;o hostil, concluindo que o resultado de qualquer conduta negligente ou culposa n&atilde;o deveria ser atribu&iacute;da apenas ao pessoal da Marinha dos EUA. Foi ressaltado tamb&eacute;m que o aeroporto de onde partiu o voo era usado pelos militares iranianos para ataques.
A reviravolta, no entanto, s&oacute; veio em dezembro daquele ano, quando a Organiza&ccedil;&atilde;o Internacional de Avia&ccedil;&atilde;o Civil, ap&oacute;s uma longa investiga&ccedil;&atilde;o, concluiu que a culpa era dos EUA porque nenhum de seus navios na &aacute;rea tinham o equipamento necess&aacute;rio para escutar as frequ&ecirc;ncias do controle de tr&aacute;fego a&eacute;reo civil, o que teria facilmente identificado o jato de passageiros e impedido a trag&eacute;dia sem precedentes.
Apesar disso, os EUA n&atilde;o aceitaram o erro e apenas lamentaram toda a situa&ccedil;&atilde;o, premiando com a medalha de Legi&atilde;o do M&eacute;rito o capit&atilde;o Will C. Rogers III, respons&aacute;vel por acionar os m&iacute;sseis que destru&iacute;ram a vida de 290 inocentes.

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Voo 655 Irã Air: quando os EUA derrubaram um avião com 290 civis

Imagem de Guaraná Jesus: o famoso refrigerante brasileiro criado por um ateu no megacurioso

O homem chegou a ser preso durante a Intentona Comunista 

Segundo a pesquisa desenvolvida pela Escola de Sa&uacute;de P&uacute;blica da Universidade de Harvard em 2020, o Brasil figura a d&eacute;cima posi&ccedil;&atilde;o no ranking dos pa&iacute;ses que mais <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122123-refrigerante-6-danos-que-o-consumo-causa-a-nossa-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">consomem refrigerante</a> no mundo. Entre as bebidas n&atilde;o alco&oacute;licas, o refrigerante foi respons&aacute;vel por 68,1% das vendas em volume do pa&iacute;s em 2020. Estima-se que o brasileiro consome, em m&eacute;dia, 14 latas de refrigerante por m&ecirc;s.
O relat&oacute;rio do Painel de Pesquisa do&nbsp;Opinion Box indicou que 20% dos entrevistados afirmam tomar refrigerante diariamente, sendo que 9% deles tomam v&aacute;rias vezes em um mesmo dia. O momento preferido em destaque &eacute; o almo&ccedil;o, escolhido por 76% dos entrevistados.
Apesar de a <a href="https://www.megacurioso.com.br/publicidade-e-marketing/40390-tem-coca-ai-na-geladeira-mas-sera-que-tem-cocaina-na-coca-cola-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Coca-Cola</a> ser a marca l&iacute;der no mercado consumidor de refrigerantes, desde 2017, o Guaran&aacute; Jesus, ent&atilde;o um produto exclusivo de alguns estados do Nordeste at&eacute; 2016, se popularizou em v&aacute;rias regi&otilde;es do pa&iacute;s.&nbsp;
E, apesar de seu nome santo, o Guaran&aacute; Jesus foi criado por um ateu.
<h2>Um idealista</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Minha Velha S&atilde;o Lu&iacute;s&nbsp;" data-fonte-url="https://www.facebook.com/MinhaVelhaSaoLuis/photos/personalidades-jesus-gomes-o-criador-do-guaran%C3%A1-jesus-jesus-norberto-gomes-nasce/774225659373363/?paipv=0&amp;eav=AfY-3_gLaSBHqcWLUP9945nF-90xI36ty-rqdecPLz3RAslAN8ZHMRQh3o_RU9jCuEM&amp;_rdr"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/04/04152432048249.jpg" alt="(Fonte: Elir Jesus Gomes/Minha Velha S&atilde;o Lu&iacute;s/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Elir Jesus Gomes/Minha Velha S&atilde;o Lu&iacute;s/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A hist&oacute;ria do refrigerante come&ccedil;ou em um pequeno laborat&oacute;rio de S&atilde;o Lu&iacute;s, capital do Maranh&atilde;o, em meados de 1927, quando Jesus Norberto Gomes criou a f&oacute;rmula da bebida rosa. Nascido em 1891, em Vit&oacute;ria do Mearim, interior maranhense, ele se mudou para a capital do estado aos 14 anos em busca de emprego e melhor perspectiva de vida.
Ironicamente &ndash; ou n&atilde;o &ndash;, sua primeira oportunidade foi na Farm&aacute;cia Marques, onde aprendeu tudo sobre neg&oacute;cios e farmacologia. Tanto que, no auge dos seus 20 anos, Norberto Gomes colocou tudo o que aprendeu em pr&aacute;tica &ndash; e o que guardou em anos de trabalho &ndash; para conseguir comprar uma farm&aacute;cia chamada Galv&atilde;o, que o consolidou como empres&aacute;rio.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/23/23132159487197.jpg" alt="(Fonte: L&iacute;ngua e Cultura/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: L&iacute;ngua e Cultura/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ali foi o ponto de virada de sua vida. Isso porque, foi nos fundos do estabelecimento, que ele come&ccedil;ou a criar suas inven&ccedil;&otilde;es que, com raz&atilde;o, homenageavam a ele mesmo. Assim nasceu o Antigripal Jesus, Xarope Peitoral Jesus e a Jesulina Paste Dentifr&iacute;cia. Nessa leva de inven&ccedil;&otilde;es, surgiu o Guaran&aacute; Jesus, por ser comum ter refrigerantes &agrave; venda em farm&aacute;cias naquela &eacute;poca.
Mas ele n&atilde;o acertou a f&oacute;rmula de primeira, criando um refrigerante com um gosto um pouco amargo na opini&atilde;o dos clientes. Norberto Gomes continuou tentando at&eacute; que seus netos aprovaram a &uacute;ltima vers&atilde;o, feita toda &agrave; base de extratos vegetais, inclusive o corante.
O sucesso foi imediato, causando tanta repercuss&atilde;o quanto as cren&ccedil;as do criador, que era ateu convicto e tinha fama at&eacute; de comunista. E foi isso que o fez ser preso em decorr&ecirc;ncia da Intentona Comunista, em novembro de 1935, com um grupo de 80 pessoas, e levado at&eacute; o Rio de Janeiro, onde permaneceu at&eacute; o ano seguinte.
<h2>A revolu&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/04/guaranajesus-instagram-04153929851257.jpg" alt="@guaranajesus/Instagram" />(Fonte: @guaranajesus/Instagram/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em entrevista &agrave; Revista Piau&iacute;, em 2007, F&aacute;bio Gomes, neto do inventor, revelou que o av&ocirc; escreveu uma carta-testamento a punho em meados de 1958 pedindo por um funeral modesto, e determinando que o que sobrasse fosse doado ao Partido Comunista.
O homem dizia que n&atilde;o foi socialista porque, infelizmente, foi um idealista. &ldquo;E como pequeno-burgu&ecirc;s tenho defeitos, mas sou admirador sincero desse regime verdadeiramente humano, onde pode ser obtida verdadeira democracia&rdquo;, disse ele no documento.
Norberto Gomes faleceu em 1963 e, cerca de 20 anos depois, sua fam&iacute;lia vendeu a marca &agrave; antiga Companhia Maranhense de Refrigerantes, na &eacute;poca uma franqueada da Coca-Cola no estado. Demorou at&eacute; 2001 para que o Guaran&aacute; Jesus fosse adquirido oficialmente pela Coca-Cola Brasil e integrasse o portf&oacute;lio de produtos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/04/guaranajesus-instagram-04154001683259.jpg" alt="@guaranajesus/Instagram" />(Fonte: @guaranajesus/Instagram/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Para Rodrigo Assun&ccedil;&atilde;o, diretor de Marketing e Planejamento Estrat&eacute;gico da Solar, manter os aspectos tradicionais da bebida foi um compromisso que a marca assumiu para honrar o legado de Norberto Gomes, tanto que os elementos gr&aacute;ficos do r&oacute;tulo representam a cor do produto e o logotipo &agrave; assinatura do seu criador. E Assun&ccedil;&atilde;o garantiu que o produto que um consumidor bebe hoje &eacute; o mesmo em sabor e qualidade ao de 89 anos atr&aacute;s.
Esse comprometimento geracional foi tanto que, em 2008, os consumidores escolheram a nova identidade visual entre tr&ecirc;s op&ccedil;&otilde;es apresentadas por meio de voto popular. A ideia foi um sucesso t&atilde;o grande em cr&iacute;tica e p&uacute;blico que a iniciativa ganhou medalha de ouro de Melhor Estrat&eacute;gia de Marketing no Pr&ecirc;mio Internacional de Excel&ecirc;ncia em Design (IDEA).

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Guaraná Jesus: o famoso refrigerante brasileiro criado por um ateu

Imagem de A origem da paçoca não tem nada de doce no megacurioso

A colonização foi responsável por alterar o significado do prato típico brasileiro

<head></head><body>Desde 1530, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120638-como-os-colonizadores-trouxeram-doencas-para-a-america.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">colonização</a> causou um estrago Brasil em todos os aspectos possíveis. Além de ter apagado, assassinado e escravizado os povos nativos, as influências europeias acabaram bagunçando uma estrutura de tal forma que muito foi perdido historicamente.A gastronomia brasileira é um bom exemplo disso. Enquanto os portugueses trouxeram iguarias para o país, como o pão, mel, figos, trigo, centeio, patos e manteiga –, até o que já tinha aqui, como o arroz e o feijão, foi alterado e "gourmetizado" pelos europeus.Mas não é só por isso que a origem da paçoca, por exemplo, não tem nada de doce.<h2>O alimento do povo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/23/23132800498203.jpg" alt="(Fonte: Portal Multirio/Reprodução)">(Fonte: Portal Multirio/Reprodução)De vídeos de intercâmbio espalhados por várias páginas do YouTube a entrevistas com personalidades da mídia, a paçoca está sempre presente quando envolve a culinária brasileira, bem como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/papo-de-bar/36353-voce-sabia-que-o-brigadeiro-e-brasileiro-.htm#:~:text=Mas%20voc%C3%AA%20sabia%20que%20essa,metade%20da%20d%C3%A9cada%20de%2040." rel="noopener noreferrer" target="_blank">brigadeiro</a> e o pão de queijo. Mas o doce, no entanto, se destaca por sua aparência esfarelante e sabor incomum, que fica entre o doce e o salgado ao mesmo tempo.E isso não é por acaso. Originalmente do tupi “PA-SOKA”, que significa “esmagar com as mãos”, o prato foi inventado pelos indígenas e se refere à maneira como era preparado nos primórdios da colonização, mas não tinha nada a ver com amendoim: era farinha de mandioca e carne bovina que eram esmagados em um pilão de barro.No século XVII, entre as expedições de Entradas e Bandeiras, que partiam da capitania de São Paulo capturando índios para trabalharem em lavouras e minas de ouro, a paçoca foi absorvida e serviu de alimento fundamental na dieta dos garimpeiros que saíam à procura de diamantes às margens do rio Tibagi, no interior do Paraná, por exemplo. Foi essencial porque a carne da paçoca era muito nutritiva, visto que esses homens andavam cerca de 20 dias para chegarem ao local do garimpo, além de que era de rápido preparo.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/23/23132909810204.jpg" alt="(Fonte: Morro do Moreno/Reprodução)">(Fonte: Morro do Moreno/Reprodução)Naquela época, os tropeiros eram encarregados em fazer o comércio de animais (mulas e cavalos) entre as regiões sul e sudeste, comercializando alimentos, e a paçoca se fez presente nos alforjes desses comerciantes e dos senhores das sesmarias que só tinham isso para se alimentar nos Campos Gerais.&nbsp;Assim como os garimpeiros, a paçoca alimentou os tropeiros que chegavam a ficar semanas longe de casa e precisavam carregar algo que fosse leve para não se confundir com o excesso de carga que os cavalos e mulas já transportavam.<h2>A industrialização</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/23/23133018613205.jpg" alt="(Fonte: Receitas-Globo/Reprodução)">(Fonte: Receitas-Globo/Reprodução)Muito embora os garimpeiros tenham consumido em excesso a paçoca, foram os tropeiros os responsáveis por popularizá-la Brasil afora. Visto que transportavam encomendas e mensagens entre os distritos afastados, estabelecendo uma unidade, ainda que precária no país –, eles deixaram muitos hábitos por onde passaram.Fora a disseminação entre a sociedade, foi o processo de industrialização comercial que transformou a paçoca de algo salgado em doce, chegando até o modo conhecido hoje: feito com amendoim, farinha de mandioca e açúcar. Sua fama é imensa em festas juninas, aniversários e outros tipos de celebrações, inclusive na Semana Santa, sendo a paçoca de rolha a mais popular e uma das mais consumidas no Brasil.Não é para menos que o historiador Câmara Cascudo escreveu em seu História da Alimentação no Brasil&nbsp;que a paçoca é uma permanente alimentar e, no tempo e no espaço, um farnel de viagem com os valores da antiguidade funcional.</body>

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A origem da paçoca não tem nada de doce

Imagem de Os problemas destrutivos e mortais da perfuração por petróleo no megacurioso

Derramamento de óleo e poluição não são nem a ponta do iceberg

<head></head><body>A data 27 de agosto de 1859 marca o início da era moderna na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118155-exxon-valdez-um-dos-maiores-derramamentos-de-petroleo-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">perfuração por petróleo</a>, quando o primeiro poço foi cavado por Edwin Drake, na Pensilvânia, por meio da empresa American Merrimac Company.De lá para cá, o petróleo dominou todos os aspectos da vida moderna, sendo fonte de combustível para transporte, matéria para muitos produtos químicos e usado para fabricar itens cruciais, como válvulas cardíacas e lentes de contato.Atualmente, o produto representa cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), enquadrando-se como uma das commodities mais importantes do mundo, com seus derivados de petróleo podendo ser encontrados em tudo, desde equipamentos de proteção individual até roupas. Os lucros combinados de algumas maiores empresas petrolíferas do mundo totalizaram, só em 2022, quase US$ 200 bilhões.Mas quais são&nbsp;os problemas que a perfuração de petróleo acarreta?<h2>Impacto profundo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29160238669336.jpg" alt="(Fonte: CNN/Reprodução)">(Fonte: CNN/Reprodução)Como em tudo que impacta a economia, o debate sobre os problemas na exploração de petróleo se divide entre os<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124550-os-5-desastres-ambientais-mais-terriveis-causados-pelo-homem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;efeitos ambientais</a> contra a criação de empregos e a indústria. No início de 2023, o futuro incerto no que diz respeito aos impactos do controverso Projeto Wilow, a movimentação da ConocoPhillips para construir e operar plataformas de perfuração no Alasca, tornou o tópico ainda mais espinhento; despertando medos sobre o quão longe a indústria está indo e como isso pode afetar ainda mais o meio ambiente.O problema da exploração por petróleo está bem mais fundo do que os clássicos<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124201-como-as-fezes-humanas-estao-sendo-usadas-para-construir-casas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;derramamentos de óleo</a> e falhas catastróficas em plataformas de perfuração que estampam capas de jornais no mundo inteiro. Se na superfície a imagem já fica ruim, em águas profundas, onde câmera nenhuma chega, a poluição e perturbação ecológica são ainda piores – e começam muito antes de uma plataforma ser instalada.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29160401347338.jpg" alt="(Fonte: Environment/Reprodução)">(Fonte: Environment/Reprodução)Quando equipes de pesquisa enviam seus equipamentos para mapear a região, o processo bombardeia o ecossistema com luz e som não naturais que podem ser detectados a milhares de quilômetros de distância. O ruído prejudica a vida marinha, interrompendo completamente a capacidade de comunicação, podendo até causar danos físicos, em alguns casos.A instalação das plataformas corrompe para sempre o fundo do mar com sua pressão, infligindo danos irreparáveis a ecossistemas frágeis, como recifes de corais. Além disso, o lixo líquido dessas estruturas, uma mistura de água e óleo, começa a fluir e continua a vazar para o oceano durante toda a operação da plataforma.<h2>A perturbação sem fim</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29160804625340.jpeg" alt="(Fonte: Amazon Frontlines/Reprodução)">(Fonte: Amazon Frontlines/Reprodução)A saúde humana também se deteriora com a perfuração ativa de petróleo. Quanto mais plataformas são instaladas, mais pessoas precisam viver nas proximidades delas. Atualmente, nos Estados Unidos, oito milhões de pessoas vivem próximo do epicentro de atividade, e estão sujeitas a vários tipos diferentes de câncer, sendo o câncer infantil o que mais possui correlação com a operação do petróleo.Os equipamentos de perfuração têm uma participação na causa de problemas respiratórios, cardiovasculares e neurológicos; além do desenvolvimento de anomalias médicas, como problemas de tireoide e falência de fígado. Enquanto isso, as pessoas que trabalham nessas plataformas estão expostas a altos índices de hidrocarbonetos, associados a danos ao DNA, e a sangramentos nasais até danos neurológicos significativos, oriundos da inalação do gás de sulfeto de hidrogênio.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The New York Times&nbsp;" data-fonte-url="https://static01.nyt.com/images/2022/01/21/world/21Peru-Tonga-04/21Peru-Tonga-04-articleLarge.jpg?quality=75&amp;auto=webp&amp;disable=upscale"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29160857151343.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodução)">(Fonte: The New York Times/Reprodução)No relatório Pessoas e Poluição: Os impactos Sociais dos Derramamentos de Petróleo a Nível Comunitário, Alyssa Gray, do Escritório de Resposta e Restauração, observou que os vazamentos de petróleo causaram um estresse psicológico permanente nas pessoas que viviam perto do local. Isso porque elas sentiam que simplesmente não tinham mais controle de suas vidas ao também serem bombardeadas com a atenção do resto do mundo.No Sudão e Nigéria, a população local próxima às plataformas sofreu de um fenômeno de exclusão social, uma situação em que a população não tem voz nas decisões em todo o país, nem ganha nada dele. Entre os efeitos estão a perpetuação da pobreza, eliminação de oportunidade para membros da comunidade, e destruição de terras importantes para a população local, dificultando ou impossibilitando as tradições culturais.&nbsp;Tudo isso e muito mais constitui o efeito subjetivo da perfuração de petróleo.</body>

Julio Cezar de Araujo