De acordo com pesquisadores, seis dos nove limites da saúde planetária já foram quebrados pela humanidade e o pior ainda está por vir. 

A Terra, como nossa casa, precisa de cuidados especiais. Um relatório recente, o Planetary Health Check 2024, revelou que seis dos nove limites essenciais que mantêm o planeta estável já foram ultrapassados. Esses limites são como as barreiras que evitam que a Terra entre em um caos irreversível, e o fato de já termos quebrado seis deles é, no mínimo, preocupante.Esses limites estão relacionados a áreas fundamentais para a nossa sobrevivência e a do planeta. Quando cruzamos essas fronteiras, colocamos em risco a saúde da Terra e, consequentemente, o nosso futuro. A seguir, vamos entender o que cada um desses limites significa e por que eles importam tanto.<h2 style="text-align:justify;">1. Recursos hídricos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/30/30191948317354.jpg" alt="Secas severas pelo mundo são um dos sinais de que os limites da saúde planetária estão sendo quebrados. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Secas severas pelo mundo são um dos sinais de que os limites da saúde planetária estão sendo quebrados. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O primeiro limite planetário que rompemos tem a ver com a água, o recurso mais essencial para a vida. Com o desmatamento e a urbanização desenfreada, os ciclos naturais da água foram completamente alterados. As consequências disso já são visíveis: secas severas em algumas partes do mundo e enchentes intensas em outras.&nbsp;A interferência humana está modificando o fluxo dos rios e a capacidade do solo de reter água, gerando desequilíbrios que afetam não só o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127033-ecossistema-ate-entao-desconhecido-e-descoberto-no-fundo-do-mar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ecossistema</a>, mas também a agricultura e o abastecimento das cidades. Além disso, a poluição das águas agrava ainda mais o problema. Produtos químicos industriais e resíduos de agrotóxicos estão contaminando fontes de água doce, tornando o limite planetário da água um dos mais críticos e urgentes de serem revertidos.<h2 style="text-align:justify;">2. Uso da terra</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/30/30192335721360.jpg" alt="Desmatamentos colaboram para o aumento de gases de efeito estufa na Terra. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Desmatamentos colaboram para o aumento de gases de efeito estufa na Terra. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A mudança no uso da terra é outro limite que ultrapassamos. O desmatamento é o maior vilão aqui, transformando ecossistemas inteiros em pastagens e monoculturas. Quando derrubamos florestas, não só destruímos o habitat de milhares de espécies, mas também desequilibramos o ciclo do carbono, contribuindo para o aumento das emissões de gases de efeito estufa.&nbsp;As florestas atuam como "pulmões" do planeta, e ao perdermos essas áreas, ficamos mais expostos às <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/mudancas-climaticas-podem-provocar-terremotos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudanças climáticas</a>. Além disso, as mudanças no uso da terra afetam diretamente o clima local, tornando algumas áreas mais secas e outras mais suscetíveis a tempestades. O resultado é um ciclo vicioso de degradação ambiental.<h2 style="text-align:justify;">3. Mudanças climáticas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/30/30192440868366.jpg" alt="Derretimento das calotas polares é um dos reflexos das mudanças climáticas. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Derretimento das calotas polares é um dos reflexos das mudanças climáticas. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Esse talvez seja o limite mais conhecido e debatido: as mudanças climáticas. Impulsionadas principalmente pela queima de combustíveis fósseis, elas estão alterando os padrões de temperatura e provocando eventos extremos, como furacões, ondas de calor e tempestades. A emissão de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119719-como-os-cientistas-descobriram-o-efeito-estufa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gases de efeito estufa</a> vem aumentando em níveis alarmantes.&nbsp;E a Terra está respondendo. O derretimento das calotas polares e a elevação do nível do mar são exemplos visíveis de como a mudança climática está transformando o planeta. Se não reduzirmos rapidamente nossas emissões, estamos caminhando para um ponto de não retorno, onde o clima pode se tornar totalmente incontrolável, afetando bilhões de pessoas.<h2 style="text-align:justify;">4. Alteração dos fluxos biogeoquímicos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/30/30192646756368.jpg" alt="Uso excessivo de fertilizantes na agricultura moderna é prejudicial para a saúde do planeta. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Uso excessivo de fertilizantes na agricultura moderna é prejudicial para a saúde do planeta. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A agricultura moderna, com o uso excessivo de fertilizantes químicos, está desequilibrando esse fluxo natural de biogeoquímicos. O excesso de nitrogênio e fósforo nos ecossistemas está causando problemas sérios, como a "morte" de corpos d'água, onde a proliferação de algas retira o oxigênio e acaba com a vida aquática.Esse processo, conhecido como eutrofização, está se tornando cada vez mais comum. Além disso, a excessiva presença desses nutrientes na atmosfera também contribui para a poluição do ar, o que afeta diretamente a saúde humana e agrava as mudanças climáticas.<h2 style="text-align:justify;">5. Introdução de novas entidades químicas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/30/30192753212370.jpg" alt="Microplásticos são um dos poluentes "><figcaption>Microplásticos são um dos poluentes "escondidos" pelo mundo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A criação de substâncias químicas sintéticas que não existiam na natureza é um problema gigante e subestimado. Estamos falando de plásticos, pesticidas e vários outros produtos químicos que demoram séculos para se decompor. Essas substâncias já estão presentes em praticamente todos os ambientes da Terra, dos oceanos às montanhas mais remotas.&nbsp;Os microplásticos, por exemplo, foram encontrados até mesmo no organismo de animais marinhos, prejudicando a cadeia alimentar. A introdução de novas entidades químicas é uma ameaça silenciosa, mas que já está cobrando um preço alto para a saúde do planeta e das espécies que vivem nele – incluindo nós.<h2 style="text-align:justify;">6. Integridade da biosfera</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/30/30192904746372.jpg" alt="Perda de biodiversidade é um dos tópicos que mais preocupa pesquisadores. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Perda de biodiversidade é um dos tópicos que mais preocupa pesquisadores. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Por último, mas não menos importante, temos a integridade da biosfera, que diz respeito à perda de biodiversidade. A destruição de habitats e a extinção de espécies são indicadores claros de que estamos ultrapassando esse limite. A biodiversidade é essencial para a estabilidade dos ecossistemas.&nbsp;Quando uma espécie desaparece, afeta toda a cadeia alimentar, causando um efeito dominó que pode desestruturar ecossistemas inteiros. A extinção em massa é um sinal claro de que a Terra está sob intensa pressão. Se continuarmos nesse ritmo, poderemos perder uma quantidade imensa de espécies, comprometendo não só a vida selvagem, mas também os serviços naturais que a biodiversidade nos oferece, como polinização e regulação climática.

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Os 6 limites da saúde do Planeta Terra que já foram ultrapassados

Apenas alguns minutinhos de exercício por dia podem compensar os danos de ficar sentado por horas, é o que indica pesquisadores.

Sabemos que passar horas sentado não é o melhor para a saúde, mas quanto exercício é necessário para equilibrar os efeitos negativos dessa rotina <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111910-sedentarismo-pode-ter-a-ver-com-um-gene-preguicoso-do-rato.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sedentária</a>? De acordo com uma análise recente, 30 a 40 minutos diários de atividade física moderada a intensa são suficientes para compensar um dia inteiro sentado. Mas a boa notícia é que qualquer movimento adicional já ajuda.Essa descoberta vem de um estudo de meta-análise publicado em 2020, que analisou dados de 44.370 pessoas de quatro países diferentes. Essas pessoas usaram dispositivos de rastreamento de atividade física, o que permitiu aos pesquisadores medir com mais precisão os níveis de atividade em relação ao tempo que elas passavam sentadas. A pesquisa concluiu que, quanto menos atividade física moderada a intensa as pessoas realizavam, maior era o risco de morte associado ao comportamento sedentário.<h2>Um pouco de exercício faz uma grande diferença</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23172327718285.jpg" alt="Segundo a pesquisa, 30 a 40 minutos diários de atividades físicas conseguem reduzir significativamente o risco de morte precoce. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Segundo a pesquisa, 30 a 40 minutos diários de atividades físicas conseguem reduzir significativamente o risco de morte precoce. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O estudo revelou que pessoas que praticam 30 a 40 minutos diários de atividades como caminhada rápida, jardinagem ou ciclismo conseguem reduzir significativamente o risco de morte precoce, mesmo se passarem o dia todo sentadas.&nbsp;"Em indivíduos ativos, realizando cerca de 30-40 minutos de atividade física moderada a intensa, a associação entre o tempo sedentário e o risco de morte não é significativamente diferente daqueles com menos tempo sedentário", explicaram os pesquisadores no artigo.Além disso, uma das vantagens desse estudo foi o uso de dados de rastreadores de fitness, o que evitou a subjetividade de autorrelatos, comum em outros estudos. A pesquisa também está alinhada com as diretrizes globais da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2020, que recomendam entre 150 e 300 minutos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128596-por-que-sentimos-dores-musculares-apos-praticar-atividades-fisicas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">atividade física</a> moderada ou 75 a 150 minutos de atividade intensa por semana para compensar os efeitos de um estilo de vida sedentário.<h2>Pequenos movimentos também contam</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23172515877286.jpg" alt="Subir escadas ao invés de usar o elevador é uma forma de manter o corpo ativo. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Subir escadas ao invés de usar o elevador é uma forma de manter o corpo ativo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Para aqueles que não conseguem encaixar os 30-40 minutos de atividade física logo de cara, o conselho é começar aos poucos. Emmanuel Stamatakis, pesquisador de atividade física e saúde populacional da Universidade de Sydney, afirma que "todas as atividades físicas contam, e qualquer quantidade é melhor que nenhuma". Subir escadas ao invés de usar o elevador, brincar com crianças e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/gatos-sofrem-pela-morte-de-outros-animais-de-estimacao-segundo-estudo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">animais de estimação</a>, dançar, ou até mesmo fazer tarefas domésticas são formas de manter o corpo ativo.Embora a recomendação de 40 minutos de exercício seja um ponto de partida sólido, os cientistas ainda estão buscando respostas mais definitivas. "Ainda não sabemos exatamente onde está o limite para 'muito tempo sentado', mas esperamos ter respostas em alguns anos", conta Stamatakis. Com mais pesquisas sendo publicadas, aprenderemos cada vez mais como preservar nossa saúde mesmo em rotinas que nos exigem longas horas na cadeira.Por enquanto, o importante é se mexer sempre que possível – e, claro, não se cobrar tanto. O movimento diário, em qualquer quantidade, já é um grande passo para proteger a saúde a longo prazo.

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Quanto exercício é preciso para compensar um dia inteiro sentado?

De acordo com pesquisadores, substâncias presentes na composição de chás e cafés podem ter um impacto positivo na saúde cerebral, mas tudo depende das quantidades.

Se você é um assíduo bebedor de café e chá, nós temos uma boa notícia: essas bebidas podem ter um impacto positivo na saúde cerebral, especialmente para pessoas com hipertensão. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Ningxia Medical University, na China, o consumo moderado de café e chá pode estar relacionado à redução do risco de desenvolver demência.A pesquisa foi conduzida com dados de mais de 450 mil participantes do UK Biobank, monitorados ao longo de 15 anos. Os cientistas se concentraram principalmente em pessoas com hipertensão, condição que é conhecida por acelerar o envelhecimento cognitivo e aumentar as chances de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/13-dos-diagnosticos-de-demencia-podem-estar-errados" rel="noopener noreferrer" target="_blank">demência</a>. E o que descobriram pode fazer você repensar a quantidade de café ou chá que consome diariamente: parece que a quantidade certa pode fazer a diferença no longo prazo.<h2>Quanto café ou chá você deve beber?&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/22/22175529399006.jpg" alt="Café e chá carregam compostos bioativos, como antioxidantes e anti-inflamatórios. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Café e chá carregam compostos bioativos, como antioxidantes e anti-inflamatórios. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>De acordo com o estudo, a mágica está na dosagem. Entre os participantes com hipertensão, aqueles que bebiam de meia a uma xícara de café por dia tinham o menor risco de desenvolver demência, em comparação com os que tomavam seis ou mais xícaras diárias, que apresentaram o risco mais alto. Ou seja, o exagero na cafeína não parece ser tão benéfico assim.Para os fãs de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118252-cha-ou-infusao-qual-o-nome-correto-da-bebida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chá</a>, a história é um pouco diferente. O estudo mostrou que aqueles que bebiam entre quatro a cinco xícaras de chá por dia apresentavam um risco menor de desenvolver qualquer forma de demência, em comparação com os que não consumiam chá algum. O pesquisador Bo Wang e sua equipe destacaram que o consumo moderado dessas bebidas está associado a uma menor probabilidade de desenvolvimento de demência em pessoas com hipertensão."A associação estatisticamente significativa entre o consumo de café e chá e o risco de demência foi mais evidente em pessoas com hipertensão do que em pessoas sem a condição”, disseram os autores em comunicado oficial. Isso sugere que o consumo dessas bebidas pode ter um efeito protetor, especialmente em quem já apresenta fatores de risco.<h2>Café e chá como aliados no combate à demência</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/22/22175620381008.jpg" alt="Dose ingerida diariamente pode ditar se café e chá fornecem benefícios ou malefícios para a saúde. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Dose ingerida diariamente pode ditar se café e chá fornecem benefícios ou malefícios para a saúde. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O estudo também levantou algumas teorias sobre por que essas bebidas podem ser benéficas. Uma das hipóteses é que tanto o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109419-6-curiosidades-legais-sobre-cafe.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">café</a> quanto o chá contêm compostos bioativos, como antioxidantes e anti-inflamatórios,&nbsp;que podem ajudar a reduzir a inflamação vascular e manter a integridade da barreira hematoencefálica&nbsp;— que protege o sistema nervoso central de toxinas.Além disso, os pesquisadores sugerem que o café moído, que tem um teor de cafeína mais alto do que o café instantâneo ou descafeinado, foi o que apresentou os melhores resultados em termos de redução do risco de demência. Isso pode estar relacionado ao fato de que a cafeína tem um papel importante na proteção contra doenças cardiometabólicas, como hipertensão e diabetes, que por sua vez estão ligadas ao desenvolvimento de demência.Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores avisaram que mais estudos são necessários para confirmar essas descobertas. Ainda assim, as novas evidências estão ajudando a esclarecer resultados contraditórios de pesquisas anteriores, que não levavam em conta o tipo de café ou chá consumido. Afinal, o equilíbrio entre saúde e prazer é sempre a melhor receita.

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Chá e café podem reduzir risco de demência

De acordo com novo estudo, certas pequenas criaturas aquáticas chamadas hidras seriam capazes de desenvolver cânceres transmissíveis.

Quando pensamos em câncer, geralmente o vemos como uma doença que afeta apenas o indivíduo, certo? Porém, em alguns casos raros, essa doença pode ser contagiosa, passando de um organismo para outro. Uma nova pesquisa descobriu que hidras, pequenas criaturas de água doce parecidas com águas-vivas, podem desenvolver tumores que são transmitidos para seus clones. O câncer transmissível já é conhecido em espécies como cães, mariscos e o diabo-da-tasmânia, mas essa nova descoberta oferece uma chance de entender melhor como esse tipo de câncer aparece.A Hidra oligactis, uma criatura quase <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127673-cientista-preve-que-atingiremos-a-imortalidade-a-partir-de-2030.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">imortal</a> em vários aspectos, se reproduz assexuadamente, gerando cópias idênticas de si mesma através de brotos. Em laboratório, essas hidras tendem a desenvolver tumores quando são superalimentadas, o que despertou o interesse dos cientistas. Liderando a pesquisa, Sophie Tissot, ecologista do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS), buscou compreender como o câncer transmissível se desenvolve nessas criaturas.<h2 style="text-align:justify;">Como os tumores se desenvolvem</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/25/25194411612021.jpg" alt="Hidras sem tumor (a) e com tumor (b) da população de laboratório formada por indivíduos coletados no lago Montaud. (Fonte: Sophie Tissot/Reprodução)"><figcaption>Na imagem, hidras sem tumor (a) e com tumor (b). (Fonte: Sophie Tissot/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O estudo de Tissot e sua equipe começou com 50 hidras coletadas no Lago Montaud, na França. Para aumentar as chances de desenvolver tumores, os pesquisadores alimentaram algumas dessas hidras com larvas de camarão salino cinco vezes por semana. Após dois meses, 19 hidras desenvolveram tumores, e seus brotos clonados também foram analisados.Esse processo foi repetido por cinco gerações, e os cientistas notaram algo interessante: hidras cujos pais tinham tumores tinham quatro vezes mais chance de desenvolver <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125518-5-grandes-avancos-historicos-na-luta-contra-o-cancer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">câncer</a> do que aquelas cujos pais não tinham, mesmo sendo geneticamente iguais.Esses resultados confirmaram que os tumores não só apareciam de forma espontânea, mas também podiam ser passados de uma geração para outra, o que é uma descoberta importante no estudo de cânceres transmissíveis. "Este estudo apresenta a primeira observação experimental da evolução de um tumor transmissível", escrevem os autores.<h2 style="text-align:justify;">Mudanças no comportamento reprodutivo das hidras</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/25/25195245777022.jpg" alt="Hidra em processo de brotamento. (Fonte: Ken Koll/Reprodução)"><figcaption>Hidra em processo de brotamento. (Fonte: Ken Koll/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Durante o estudo, os pesquisadores notaram algo curioso. As hidras com tumores começaram a mudar a forma como se reproduzem. Antes do tumor se desenvolver completamente, elas aceleravam a produção de brotos, investindo mais na reprodução <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127017-cientistas-fazem-moscas-gerarem-filhotes-sem-relacao-sexual.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">assexuada</a> enquanto o tumor ainda estava em estágio inicial. Isso indica que o organismo tenta compensar o impacto do tumor, garantindo que seus descendentes tenham mais chances de sobreviver sem desenvolver a doença.Outro detalhe interessante foi que a mortalidade dos brotos aumentou depois que os tumores se formaram. "Essas mudanças sugerem que o organismo ajusta suas estratégias de vida para compensar os efeitos do tumor, produzindo mais descendentes enquanto eles ainda têm boas chances de sobreviver sem o tumor", explicam os pesquisadores.Essa pesquisa ajuda a entender como o câncer transmissível pode surgir e se adaptar ao longo do tempo. A raridade desse tipo da doença em outras espécies pode estar relacionada à falta de condições ambientais favoráveis para sua propagação. Tissot e sua equipe alertam que a interferência humana nos ecossistemas pode criar condições que aumentem o risco de transmissão desse tipo de câncer.

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Cientistas descobrem criaturas imortais que podem transmitir câncer

Embora pesquisadores não saibam ao certo o ano exato em que o material surgiu, os primeiros registros do metal datam para o primeiro milênio a.C.

O aço está em tudo que a gente vê no mundo moderno: de prédios gigantescos e carros, até os talheres que usamos em casa. Mas o curioso é que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116206-arqueologos-descobrem-que-aco-inoxidavel-foi-inventado-ha-mil-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aço</a> não existe naturalmente, então, como será que ele foi inventado? A verdade é que, segundo os arqueólogos, o aço tem pelo menos 2.000 anos.&nbsp;Porém, ninguém sabe exatamente em que momento da história ele surgiu. O que sabemos é que o aço é uma mistura de ferro e carbono, e essa adição de uma pequena quantidade de carbono — algo entre 0,2% e 1% — faz toda a diferença. Ele fica mais duro, resistente e menos sujeito a enferrujar do que o ferro puro.<h2>A origem do aço no mundo antigo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/25/25200741316026.jpg" alt="Processo de derretimento do ferro. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Processo de derretimento do ferro faz parte da criação do aço. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Os pesquisadores acreditam que o aço foi descoberto de maneira independente em várias partes do mundo e depois se espalhou pelo antigo Oriente. “O aço se desenvolveu ao longo do primeiro milênio a.C. em grande parte do Velho Mundo”, explica Paul Craddock, especialista em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/qual-e-o-metal-mais-pesado-que-existe-na-terra" rel="noopener noreferrer" target="_blank">metalurgia</a> antiga do Museu Britânico, em uma entrevista ao site Live Science.Os primeiros tipos de aço eram conhecidos como "aço de cadinho" e eram feitos ao derreter ferro e carbono juntos, possivelmente em regiões da Ásia Central e Sul. Com o tempo, outros tipos de ferro com teor de carbono suficiente também passaram a ser classificados como aço. Na época do Império Romano, por exemplo, já era possível encontrar adagas feitas com aço tratado por calor, ou seja, um aço produzido através do aquecimento e martelagem do ferro para retirar impurezas e adicionar carbono.Produzir aço exigia que o ferro fosse derretido a temperaturas altíssimas para remover as impurezas, chamadas de "escória". Não se sabe ao certo quem foi o primeiro a descobrir esse processo, mas a inovação trouxe grandes mudanças na forma como o mundo fabricava ferramentas e armas.<h2 style="text-align:justify;">A transição do bronze para o ferro</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/25/25201431779033.jpg" alt="Local onde ferreiros antigos endureciam o ferro, criando o aço. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Local onde ferreiros antigos endureciam o ferro, criando o aço. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A mudança da Idade do Bronze para a Idade do Ferro aconteceu há cerca de 3.000 anos em regiões como a Ásia, o Oriente Médio e a Europa. Durante mais de 2.000 anos, o bronze — uma mistura de cobre com estanho — foi o material mais usado para fabricar armas, armaduras e até objetos cerimoniais. Mas o problema era que o bronze era caro e não era acessível para todos.A arqueóloga Alessandra Giumlia-Mair explica que o ferro acabou substituindo o bronze principalmente porque o ferro era mais abundante e barato. "As espadas de ferro não eram necessariamente mais afiadas ou duráveis que as de bronze", ela comenta, "mas se tornaram populares porque era mais barato produzi-las."Com o tempo, os ferreiros antigos aprenderam a endurecer o ferro, criando o aço, o que permitiu que mais pessoas tivessem acesso a ferramentas e armas mais baratas e eficientes. Enquanto isso, o bronze continuou sendo usado para itens de luxo, como vasos e ornamentos, por muito tempo depois da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128202-idade-das-trevas-afinal-a-idade-media-foi-realmente-tao-sombria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Idade Média</a>. Hoje, o aço está por toda parte, produzido em fornos especializados e com diferentes composições de carbono e outros elementos, como o cromo, que dá origem ao famoso aço inoxidável.

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Quando o aço foi inventado?

Graças à Inteligência Artificial e mecanismos de aprendizado de máquina, pesquisadores acreditam ser capaz de desenvolver ferramentas para entender melhor humor dos animais.

Já imaginou se você fosse capaz de entender exatamente o que seu cãozinho ou gatinho está sentindo quando ele te olha com aqueles olhos fofos ou mexe a cauda de forma misteriosa? Pois bem, graças à <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/por-que-os-seres-humanos-nao-confiam-totalmente-na-inteligencia-artificial" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inteligência artificial</a> (IA) e ao aprendizado de máquina, isso pode se tornar realidade em breve. Pesquisadores estão desenvolvendo um robô capaz de prever o humor dos seus pets com base em dados sobre suas rotinas, e a ideia está transformando o jeito como os tutores entendem seus animais.Esse avanço tecnológico promete ser uma mão na roda para quem sempre quis saber se seu pet está feliz por ir ao parque ou apenas quer cochilar no sofá. Ao alimentar um programa com informações sobre os hábitos do pet, como quanto ele dorme, come ou se exercita, o robô será capaz de identificar padrões e prever o humor do bichinho com uma precisão impressionante. E a boa notícia? Você pode até aprender a criar seu próprio "diagnosticador de humor pet" com cursos online acessíveis.<h2>Usando a tecnologia para 'ler' o humor</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/22/22173246459007.jpg" alt="Ferramentas de aprendizado de máquina poderiam facilitar a compreensão do humor de pets. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Ferramentas de aprendizado de máquina poderiam facilitar a compreensão do humor de pets. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Para prever o humor de cães e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/gatos-sofrem-pela-morte-de-outros-animais-de-estimacao-segundo-estudo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gatos</a>, o processo começa com a coleta de dados do dia a dia dos animais. É basicamente como se fosse um diário emocional: quantas horas seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128870-as-racas-de-caes-com-a-vida-mais-longa-segundo-a-ciencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cachorro</a> dormiu, quantas vezes ele foi ao parque ou como andam seus hábitos alimentares. Com essas informações em mãos, o sistema começa a analisar as variáveis que influenciam no humor do seu pet, utilizando algoritmos de aprendizado de máquina.Com a ajuda de ferramentas como Python, e suas bibliotecas Matplotlib e Seaborn, é possível criar gráficos e dashboards que mostram tendências sobre o comportamento dos animais. Imagine ter um calendário na geladeira que indique os melhores dias para levar o seu cão para um passeio ou as chances do seu gatinho estar de bom humor após uma refeição especial? Parece coisa de filme, mas está se tornando uma realidade bem próxima.Os pesquisadores explicam que a ideia por trás do aprendizado de máquina é reconhecer padrões e, a partir disso, fazer previsões. Por exemplo, se os dados apontam que seu cachorro está sempre feliz nos dias que você visita o parque, o robô pode recomendar mais passeios ao ar livre. “Entender as emoções dos animais pode melhorar muito a convivência e o bem-estar deles", explicou um dos líderes do projeto em comunicado oficial.&nbsp;<h2>Aprendendo a usar a IA</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/22/22173326908011.jpg" alt="Cursos de IA podem ajudar pessoas a desenvolver bots para compreender animais. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Cursos de IA podem ajudar pessoas a desenvolver bots para compreender animais. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O melhor de tudo é que essa tecnologia não é apenas para cientistas de dados. Com a crescente popularização de cursos acessíveis sobre inteligência artificial, qualquer tutor curioso pode aprender a usar essas ferramentas para melhorar a vida do seu animal de estimação. Nos Estados Unidos, por exemplo, cursos online desse tipo oferecem o conhecimento necessário para começar a mexer com aprendizado de máquina e até criar suas próprias previsões de humor dos pets por US$ 39,99.Para os profissionais de tecnologia, essa é também uma oportunidade de ouro para explorar ainda mais o universo da IA e se manter atualizado sobre as últimas tendências. Segundo os especialistas, as aplicações do aprendizado de máquina são infinitas e o que começou como uma ferramenta simples para prever o humor dos pets pode evoluir para outros cenários mais complexos e até mesmo revolucionar o setor de saúde veterinária.Essa nova era de convivência entre humanos e animais, mediada pela tecnologia, promete facilitar o dia a dia dos tutores e proporcionar uma relação ainda mais próxima com seus bichinhos.&nbsp;&nbsp;

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Robô que "lê" humor de pets pode ser a sua próxima IA de estimação

Conhecido como fungo "dedos de morto", esse fungo bizarro pode ser encontrado em florestas espalhadas pelos Estados Unidos. 

Quando pensamos em decorações assustadoras para o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127819-halloween-quando-a-festa-era-feita-para-unir-casais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Halloween</a>, a natureza muitas vezes nos oferece as opções mais impressionantes. Além das clássicas teias de aranha e abóboras gigantes, existe um fungo que pode facilmente chamar sua atenção no meio da floresta. Conhecido como “dedos de morto” (Xylaria polymorpha), esse fungo macabro se assemelha a dedos em decomposição que parecem emergir do solo. E não se trata de um cenário de filme de terror — ele pode ser encontrado em florestas por todo os Estados Unidos.O fungo cresce geralmente na base de árvores mortas ou em decomposição, onde ajuda a decompor a madeira, liberando nutrientes para o solo e promovendo o crescimento de novas plantas. "Parece que um corpo está saindo do meio das folhas secas, mas na verdade os fungos Xylaria&nbsp;estão ligados à madeira.", conta o micologista Matt Kasson, da Universidade da Virgínia Ocidental. "Eles são saprófitas, o que significa que se alimentam de material morto", explica Kasson.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">A misteriosa reprodução do fungo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/25/25094659361002.jpg" alt="Fungo dedos de morto (Xylaria polymorpha) encontrados em um bosque na Floresta Estadual Savage River, nos Estados Unidos. (Fonte: Matt Kasson/Reprodução)"><figcaption>Fungo dedos de morto encontrados em um bosque na Floresta Estadual Savage River, nos Estados Unidos. (Fonte: Matt Kasson/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os “dedos assustadores” que vemos são, na verdade, as partes sexuais do fungo usadas para reprodução. Dentro dessas “mãos” estranhas, os esporos são produzidos em pequenas estruturas que parecem frascos. “É como os poros da nossa pele e cravos.&nbsp;Quando apertamos um cravo, sai um material estranho", conta o biólogo especializado no estudo dos fungos. Os dedos de morto funcionam de maneira parecida. Todo o tecido deles é coberto por esses pequenos frascos chamados peritécios. Esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115828-10-fungos-que-parecem-ter-saido-direto-da-ficcao-cientifica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fungos</a> são bem resistentes. Eles conseguem soltar esporos por meses ou até anos, aumentando suas chances de se reproduzir.&nbsp;Diferente dos cogumelos, que são frágeis e duram pouco, o Xylaria&nbsp;tem uma estrutura firme, que aguenta o tempo e continua espalhando seus esporos. Além disso, eles produzem finos filamentos chamados hifas, que se espalham pela madeira morta ou em decomposição, aumentando sua presença.<h2 style="text-align:justify;">Imortais e indestrutíveis</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/25/25104039272040.jpg" alt="Corpos frutíferos maduros do fundo Xylaria polymorpha crescendo na base de uma árvore. (Fonte: Matt Kasson/Reprodução)"><figcaption>Corpos frutíferos maduros do fungo Xylaria polymorpha crescendo na base de uma árvore. (Fonte: Matt Kasson/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Algumas espécies de Xylaria&nbsp;causam a podridão negra das raízes em árvores estressadas, como macieiras, pereiras e ameixeiras. Árvores estressadas são aquelas que estão passando por dificuldades, como falta de água, excesso de calor, danos físicos ou até idade avançada, o que as deixa mais vulneráveis a doenças. Esses fungos geralmente atacam plantas que já estão enfraquecidas por esses fatores.Mesmo arrancando o fungo da árvore, ele pode continuar crescendo se as condições forem ideais. Um exemplo é o Armillaria ostoyae, conhecido como "fungo gigantesco", considerado o maior organismo vivo do mundo, que se estende por mais de 8 km² no Oregon. Assim como esse gigante, os dedos de morto também podem persistir por muito tempo.“Os fungos, de certa forma, são imortais", explica Kasson. Em uma única árvore, o fungo pode desaparecer com o tempo, mas em uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/36912-confira-algumas-das-florestas-mais-incriveis-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">floresta</a>, seus esporos continuam se espalhando, garantindo a sobrevivência por muitos anos. E, talvez, quem sabe, eles não aproveitam o Halloween para dar aquele susto extra nos desavisados?

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Conheça o fungo "dedos de morto" que assusta desavisados na natureza

Embora fosse extremamente útil para astronautas, existem alguns motivos específicos para ser impraticável a criação da gravidade artificial na ISS. 

A gravidade artificial é um conceito fascinante e muito explorado em filmes de ficção, onde naves giram lentamente para simular a gravidade terrestre. Na prática, a ideia não é tão distante da realidade: cientistas já sabem que é possível gerar gravidade artificial por meio de rotação, criando uma força centrífuga. Essa tecnologia seria especialmente útil para preservar a saúde dos astronautas em missões de longa duração.&nbsp;No entanto, quando olhamos para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123488-quantas-estacoes-espaciais-existem-atualmente-no-espaco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Estação Espacial Internacional</a> (ISS), um dos maiores laboratórios fora da Terra, surge a pergunta: por que ainda não vemos essa tecnologia em ação? Apesar dos potenciais benefícios da gravidade artificial, a ISS optou por manter seu ambiente de microgravidade e existem alguns motivos por trás disso.<h2>Opção pela falta de gravidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/11/11175419204317.jpg" alt="Atualmente, a ISS opera como um laboratório de microgravidade. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Atualmente, a ISS opera como um laboratório de microgravidade. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Embora o conceito de gravidade artificial seja amplamente discutido na ficção científica e até tenha fundamentos teóricos sólidos, ele não se encaixa nos objetivos da ISS. Na verdade, a principal função da estação é justamente ser um laboratório de microgravidade, permitindo que cientistas conduzam pesquisas em um ambiente livre da influência gravitacional.“A Estação Espacial Internacional é um laboratório único por uma razão específica: microgravidade”, disse o porta-voz da NASA, Daniel Huot. É nessa condição que são realizadas experiências que vão desde o estudo do crescimento de embriões de ratos até as reações do fogo em ambientes sem <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118119-o-que-e-a-gravidade-e-qual-sua-importancia-para-nos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gravidade</a>. A introdução da gravidade artificial, embora benéfica para a saúde dos astronautas, iria contra o propósito científico da ISS, onde os resultados em microgravidade têm revelado avanços em áreas como a ciência de materiais e a microbiologia.Além do mais, a gravidade artificial também apresenta desafios logísticos e tecnológicos. A rotação de uma espaçonave para gerar força centrífuga e, consequentemente, simular a gravidade, exigiria uma estrutura muito maior do que a ISS — a qual parece um pequeno apartamento. A criação de uma estação maior exigiria recursos consideráveis e seria inviável com a tecnologia disponível.<h2>Os desafios técnicos da gravidade artificial</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/11/11175502929318.jpg" alt="Embora gravidade artificial pudesse ser de grande uso para astronautas no futuro, sua criação parece inviável no momento. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Embora gravidade artificial pudesse ser de grande uso para astronautas no futuro, sua criação parece inviável no momento. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A gravidade artificial funciona através da rotação da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/6-fatos-sobre-o-espaco-que-hollywood-te-ensinou-errado" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espaçonave</a>, mas isso apresenta limitações. Quanto menor a espaçonave, mais rápido ela precisaria girar para gerar gravidade suficiente. Esse movimento rápido criaria uma diferença de gravidade entre a cabeça e os pés dos tripulantes, resultando em problemas de saúde, como acúmulo de sangue nos membros inferiores e tontura.Além disso, os custos e a logística envolvidos em expandir ou construir uma nova estação com essa capacidade seriam imensos, representando um desafio adicional para as agências espaciais.Mesmo que o conceito seja interessante e a gravidade artificial pudesse ser útil em futuras missões de longa duração, atualmente a prioridade da ISS é sua função como um laboratório de microgravidade. Portanto, enquanto a gravidade artificial continua sendo uma ideia promissora, ela ainda está distante da realidade dentro da Estação Espacial Internacional.

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Por que a Estação Espacial Internacional não usa gravidade artificial?

O dirigível revolucionou os céus e deixou um legado histórico ao redor do mundo ao completar uma volta inteira pelo planeta em 1929.

Em 1929, o dirigível Graf Zeppelin fez história ao completar a primeira volta ao mundo pelo ar. A aventura começou nos Estados Unidos, mais precisamente em Lakehurst, com paradas estratégicas ao redor do globo. De lá, seguiu para Friedrichshafen, na Alemanha, onde realizaram a inspeção final no dirigível. Depois, foi hora de cruzar a Sibéria e aterrissar em Tóquio, no Japão, seguir até Los Angeles, e finalmente voltar para o ponto de partida: Lakehurst.Mas essa jornada épica não aconteceu do nada. O magnata da mídia William Randolph Hearst estava por trás do financiamento da viagem. Só que ele não fez isso por puro amor à aviação. Hearst queria exclusividade na cobertura da aventura e exigiu que tudo começasse e terminasse em solo americano,&nbsp;sendo um verdadeiro show de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120788-6-jogadas-de-marketing-que-deram-muito-errado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">marketing</a>.<h2>O grande feito do Graf Zeppelin</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/09/09152712303255.jpg" alt="Fonte: Domínio Público/Creative Commons/Wikimedia Commons"><figcaption>Graf Zeppelin foi o primeiro veículo a completar uma volta inteira na Terra pelo ar. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>O Graf Zeppelin foi um marco para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/por-que-alguns-pilotos-de-aviao-nao-podem-ter-barbas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aviação</a> da época. Com mais de 30 mil quilômetros percorridos em 21 dias, a viagem mostrou que os céus não eram mais o limite. Apesar das condições climáticas desafiadoras e das longas distâncias, o dirigível seguiu firme em seu trajeto, com escalas cuidadosamente planejadas para reabastecimento e manutenção.A equipe a bordo também enfrentou momentos tensos, mas o comandante Hugo Eckener soube conduzir tudo com maestria. Ele era uma figura importante na história dos dirigíveis e, com sua experiência, garantiu o sucesso da expedição. Para os tripulantes e passageiros, a viagem foi uma mistura de aventura e luxo, com paisagens incríveis e todo o conforto possível a bordo.Além de sua grandiosidade técnica, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122549-como-foi-feita-a-1-volta-ao-mundo-em-1522.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">volta ao mundo</a> do Graf Zeppelin foi um evento de mídia sem precedentes. O feito foi noticiado em jornais ao redor do mundo, mostrando o poder de Hearst em transformar a viagem em uma verdadeira atração global.<h2>O papel de Hearst na expedição</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/09/09153247671267.jpg" alt="Fotografia de William Randolph Hearst (Fonte: Domínio Público/Creative Commons/Wikimedia Commons)"><figcaption>Fotografia de William Randolph Hearst antes de realizar seu feito histórico. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>William Randolph Hearst sabia como ninguém como transformar algo grandioso em um espetáculo. Seu envolvimento no projeto do Graf Zeppelin não foi à toa. Ele viu uma oportunidade perfeita para aumentar o alcance de seus jornais e revistas, garantindo uma cobertura exclusiva e de tirar o fôlego para os leitores da época.Hearst não só financiou a viagem como também ditou algumas regras. Ele exigiu que a volta ao mundo começasse e terminasse nos Estados Unidos, garantindo que os holofotes estivessem voltados para seu país e, claro, para seus negócios. Essa jogada estratégica fez com que a expedição ganhasse ainda mais destaque.No fim das contas, a combinação do feito histórico do Graf Zeppelin e o gênio midiático de Hearst fez dessa volta ao mundo um dos eventos mais marcantes da aviação e do jornalismo. A primeira viagem aérea ao redor do globo foi muito mais do que um avanço tecnológico — foi um show de marketing e poder.

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Graf Zeppelin: a primeira volta ao mundo pelo ar

No extremo do mundo, o Polo Sul se destaca como um dos lugares mais importantes para observação do cosmos, atraindo cientistas e telescópios de todo o planeta.

O Polo Sul não é apenas um cenário inóspito repleto de gelo e pinguins. Ele também abriga alguns dos mais impressionantes experimentos científicos do planeta. Um deles é o IceCube, um observatório de neutrinos construído a 2.500 metros de profundidade no gelo antártico. Seu objetivo? Detectar partículas quase invisíveis que vêm do espaço, chamadas de neutrinos.Mesmo com todas as dificuldades logísticas para chegar até lá, astrônomos de todo o mundo consideram o Polo Sul um local perfeito para instalar seus telescópios e equipamentos científicos. Além do IceCube, há uma série de estações que monitoram <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114761-astronomos-observam-explosao-de-uma-estrela-de-neutrons.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nêutrons</a> e até um radiotelescópio. Mas o que faz com que esse lugar remoto seja tão valioso para a ciência espacial?<h2>Peculiaridades do Polo Sul para a astronomia</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/08/08224142538029.jpg" alt="Polo Sul possui o ambiente perfeito para o avistamento de auroras austrais. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Polo Sul possui o ambiente perfeito para o avistamento de auroras austrais. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A primeira vantagem do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127375-terra-nova-a-expedicao-ao-polo-sul-mais-catastrofica-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Polo Sul</a> para a astronomia é sua extrema distância da civilização. Estar longe de qualquer cidade significa menos poluição luminosa, o que é um benefício óbvio para quem está tentando observar o céu. Embora outros lugares do mundo, como o Deserto do Atacama no Chile, também tenham essa vantagem, o Polo Sul oferece algo a mais — ele é especialmente bom para observar partículas cósmicas incomuns, como nêutrons e neutrinos.&nbsp;Os nêutrons são partículas que compõem o núcleo dos átomos e neutrinos são partículas ultraleves que quase não interagem com a matéria. De tão sutis, cerca de 100 trilhões de neutrinos atravessam o nosso corpo a cada segundo, sem que percebamos.A localização no Polo Sul permite que os cientistas detectem essas partículas porque, ao estar perto dos polos magnéticos da Terra, os raios cósmicos, que são os responsáveis por gerar essas partículas, têm uma trajetória mais direta em direção à superfície. Nathan Whitehorn, astrônomo da Universidade Estadual de Michigan, conta que os raios cósmicos carregam tanta energia quanto a luz das estrelas. "Não entendê-los é, em certa medida, um problema tão grande quanto não entender a luz estelar.", explica.<h2>O gelo antártico e os neutrinos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/08/08224349274031.jpg" alt="Polo Sul é o ambiente perfeito de pesquisa para os astrônomos por inúmeros motivos. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Polo Sul é o ambiente perfeito de pesquisa para os astrônomos por inúmeros motivos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Além dos nêutrons, o Polo Sul é o lugar perfeito para detectar neutrinos, graças a uma combinação de fatores geológicos e ambientais. Como essas partículas raramente interagem com a matéria, é preciso um detector gigantesco para capturá-las. Para isso, o gelo antártico é uma ferramenta ideal. Neutrinos, quando eventualmente colidem com uma molécula de água, emitem uma pequena quantidade de luz, que é captada pelos sensores do IceCube.A grande vantagem do gelo do Polo Sul é sua transparência e estabilidade, fatores essenciais para o funcionamento de um detector de neutrinos.&nbsp;Segundo Whitehorn, “se você tivesse um detector do tamanho de uma pessoa, levaria cerca de 100 anos para capturar um neutrino”. No entanto, com bilhões de toneladas de gelo à disposição, os cientistas conseguem realizar esse feito com mais frequência.O Polo Norte, por outro lado, não oferece a mesma estabilidade geológica. Como explica Brandon Pries, astrofísico da Georgia Tech, “a cobertura de gelo no Polo Norte é muito instável, enquanto a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-que-ha-sob-o-gelo-da-antartida" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Antártida</a> tem uma base sólida de rocha, o que é perfeito para experimentos como o IceCube.” É essa rocha firme que permite a instalação de instrumentos como o telescópio do Polo Sul, que ajudou a capturar a primeira imagem de um buraco negro.

Pedro Freitas