Artes/cultura
30/09/2024 às 21:00•2 min de leituraAtualizado em 30/09/2024 às 21:00
A gravidade artificial é um conceito fascinante e muito explorado em filmes de ficção, onde naves giram lentamente para simular a gravidade terrestre. Na prática, a ideia não é tão distante da realidade: cientistas já sabem que é possível gerar gravidade artificial por meio de rotação, criando uma força centrífuga. Essa tecnologia seria especialmente útil para preservar a saúde dos astronautas em missões de longa duração.
No entanto, quando olhamos para a Estação Espacial Internacional (ISS), um dos maiores laboratórios fora da Terra, surge a pergunta: por que ainda não vemos essa tecnologia em ação? Apesar dos potenciais benefícios da gravidade artificial, a ISS optou por manter seu ambiente de microgravidade e existem alguns motivos por trás disso.
Embora o conceito de gravidade artificial seja amplamente discutido na ficção científica e até tenha fundamentos teóricos sólidos, ele não se encaixa nos objetivos da ISS. Na verdade, a principal função da estação é justamente ser um laboratório de microgravidade, permitindo que cientistas conduzam pesquisas em um ambiente livre da influência gravitacional.
“A Estação Espacial Internacional é um laboratório único por uma razão específica: microgravidade”, disse o porta-voz da NASA, Daniel Huot. É nessa condição que são realizadas experiências que vão desde o estudo do crescimento de embriões de ratos até as reações do fogo em ambientes sem gravidade. A introdução da gravidade artificial, embora benéfica para a saúde dos astronautas, iria contra o propósito científico da ISS, onde os resultados em microgravidade têm revelado avanços em áreas como a ciência de materiais e a microbiologia.
Além do mais, a gravidade artificial também apresenta desafios logísticos e tecnológicos. A rotação de uma espaçonave para gerar força centrífuga e, consequentemente, simular a gravidade, exigiria uma estrutura muito maior do que a ISS — a qual parece um pequeno apartamento. A criação de uma estação maior exigiria recursos consideráveis e seria inviável com a tecnologia disponível.
A gravidade artificial funciona através da rotação da espaçonave, mas isso apresenta limitações. Quanto menor a espaçonave, mais rápido ela precisaria girar para gerar gravidade suficiente. Esse movimento rápido criaria uma diferença de gravidade entre a cabeça e os pés dos tripulantes, resultando em problemas de saúde, como acúmulo de sangue nos membros inferiores e tontura.
Além disso, os custos e a logística envolvidos em expandir ou construir uma nova estação com essa capacidade seriam imensos, representando um desafio adicional para as agências espaciais.
Mesmo que o conceito seja interessante e a gravidade artificial pudesse ser útil em futuras missões de longa duração, atualmente a prioridade da ISS é sua função como um laboratório de microgravidade. Portanto, enquanto a gravidade artificial continua sendo uma ideia promissora, ela ainda está distante da realidade dentro da Estação Espacial Internacional.