Ciência
24/05/2024 às 20:00•2 min de leituraAtualizado em 04/06/2024 às 17:27
O espaço sideral provoca diferentes reações nas pessoas. Aquele lugar enigmático em que o ser humano poucas vezes pode chegar permeia o imaginário coletivo, a ponto de ser tema de inúmeros filmes em Hollywood. Só que, como em várias histórias, a indústria cinematográfica às vezes adapta questões, ensinando aspectos de modo impreciso.
O problema de mexer com algo real para enquadrar a trama de seus filmes é que, não raro, o espectador passa a crer no que vê na tela como uma verdade inequívoca. No entanto, é preciso estar muito atento ao que você assiste, de modo a compreender melhor elementos da ciência.
Interestelar mostra um futuro em que a Terra está quase inabitável graças a uma praga global. Nesse cenário, um físico da NASA tenta salvar a humanidade ao criar um buraco de minhoca (termo usado para descrever os túneis formados por grandes distorções no espaço-tempo) no qual a humanidade poderia viajar.
Contudo, os verdadeiros pesquisadores da NASA afirmam que essa cena seria impossível de acontecer, já que um astronauta jamais conseguiria sobreviveria à proximidade com um buraco negro, como ocorre com o personagem de Matthew McConaughey.
No filme Ad Astra – Rumo às Estrelas, as cenas exibem armas de uma forma diferente de como é mostrado na narrativa. O astronauta Chris Hadfield, em um vídeo, explicou: “as armas não precisam de oxigênio para funcionar. É a explosão do gás dentro dos limites do rifle que faz o projétil sair do final muito rápido”.
Além disso, a gravidade na Lua é diferente do que na Terra: ela tem cerca de um sexto da gravidade do que acontece por aqui. Por isso, a queda da bala na Lua seria bem mais lenta do que na Terra. “Isso significa que a bala com a mesma velocidade horizontal iria mais longe ao redor da Lua”, afirma Hadfield. Ocorre que, durante um tiroteio mostrado no filme, a velocidade das balas parece corresponder à das balas como seriam disparadas na Terra.
A convite do Screen Rant, os astrofísicos Jason Rhodes e Alina Kiessling avaliaram uma cena de Star Wars: Os Últimos Jedi na qual ocorre uma explosão a bordo da nave, que faz com que a princesa Leia seja sugada pelo buraco que é gerado.
Os cientistas afirmam que a cena é positiva por difundir a noção de que um buraco no espaço afastaria imediatamente qualquer coisa e qualquer um. Mas eles atentam que outras pessoas deveriam também ter sido sugadas para o vácuo, o que não acontece no filme.
Wall-E é um filme da Pixar e da Disney muito querido entre crianças e adultos. Entretanto, ele não é exatamente preciso cientificamente. Uma cena em específico jamais aconteceria: quando Wall-E e Eva aparecem flutuando no espaço e fazendo barulhinhos.
Na entrevista dada ao Screen Rant, a cientista espacial Alina Kiessling explicou: "não há atmosfera para transmitir o som no espaço". Há outro detalhe. Embora Wall-E apareça também empurrando um extintor de incêndio no ar, Kiessling esclarece que as formas que isso acontece são incorretas. "Esse nível de controle não seria possível", explica.