Gogottes: esculturas naturais de quartzo feitas há milhões de anos; conheça

17/05/2025 às 03:252 min de leituraAtualizado em 17/05/2025 às 03:25

Fenômenos geológicos incomparáveis, os gogottes de Fontainebleau, na França, são formações naturais e raríssimas encontradas nas antigas pedreiras de arenito da cidade histórica que é hoje Patrimônio Mundial da UNESCO. A apenas 60 km de Paris, o local serviu como residência da antiga monarquia francesa por séculos.

Geologicamente falando, os gogottes são concreções, ou seja, massas minerais compactas formadas pela precipitação de material mineral (neste caso, calcita) ao redor de um núcleo, cimentando os grãos de sedimento (areia). Formados há milhões de anos, eles são o resultado de um processo de concreção química que transforma sedimentos em rochas.

Se você quiser ver essas fantásticas formações parecidas com esculturas abstratas, saiba que elas são exclusivas de Fontainebleau. E, embora existam outras formações de arenito ao redor do mundo, a combinação específica de areia, calcita e condições geológicas só ocorreu em uma época, e só naquela região da França.

Como os gogottes surgiram?

Há cerca de 30 milhões de anos, a região de Fontainebleau estava submersa sob um mar raso. Quando o mar desapareceu, deixou para trás depósitos de areia rica em quartzo. A água, com altas concentrações de sílica dissolvida, passou através das camadas de areia e cimentou os grãos de quartzo como uma cola. O resultado foram essas formações minerais rodopiantes.

Além dos gogottes, a Floresta de Fontainebleau possui outras formações rochosas diversificadas; florestas de carvalhos, faias e pinheiros; cavernas e abrigos naturais; rios e córregos; e dunas fósseis.

Durante anos preferida pelos pintores da Escola de Barbizon, entre 1830 e 1870, a floresta é hoje reconhecida mundialmente por sua biodiversidade e importância geológica, atraindo visitantes e pesquisadores do mundo inteiro interessados em suas características naturais e históricas.

Formas duradouras construídas em nuvens

x. (Fonte: Lyokoï/Wikimedia Commons/Divulgação)
Gogotte de arenito encontrada em Fontainebleau com cerca de 25 a 30 milhões de anos. (Fonte: Lyokoï/Wikimedia Commons/Divulgação)

Ao observar os gogottes, muitas pessoas os comparam a uma concretização da pareidolia, o fenômeno psicológico que nos faz enxergar padrões ou formas, como rostos ou animais, em uma nuvem. Como em Fontainebleau as nuvens são sólidas, os gogottes logo se tornaram objetos de desejo de muitos colecionadores, admiradores e até místicos. 

A procura era tão intensa que até mesmo o Reis Sol Luís XIV correu para garantir para si alguns dos gogottes mais impressionantes, levando-os para os jardins do Palácio de Versalhes. 

Embora restritos à França, o fenômeno dos gogottes transcendeu a geologia e se tornou com o passar dos anos um fenômeno cultural e mágico, comumente associado a diversas crenças religiosas e lendas. De uma forma ou de outra, os gogottes continuam atiçando a imaginação humana, seja como forma a ser reconhecida, consolo espiritual ou forma geológica singular.

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