De acordo com um novo estudo, nossa percepção de início da velhice pode variar com o tempo, tendo vários fatores como razão. 

Nós crescemos ouvindo dizer que, segundo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112233-como-a-teoria-da-relatividade-de-einstein-foi-comprovada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Einstein</a>, o tempo é relativo. Com base nisso, será que há uma idade específica a partir da qual podemos chamar alguém de velho? Parece uma questão simples à primeira vista, mas a verdade é que a resposta está longe de ser exata.&nbsp;Ao longo das décadas, a nossa percepção de velhice tem mudado bastante e, o que antes era considerado o início da terceira idade, hoje pode ser apenas o começo de uma nova fase da vida.Para isso, basta imaginar que você pode, aos 45 anos, sentir-se mais jovem do que quando tinha 30. Parece estranho? Pois é exatamente o que está acontecendo com muitas pessoas nos dias de hoje.&nbsp;Um estudo realizado por cientistas da Alemanha, Estados Unidos e Luxemburgo revelou que a nossa ideia sobre o início da velhice está sendo esticada como um elástico. Quanto mais vivemos, mais tarde achamos que a velhice começa.<h2>Mudança de percepção</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/28/28234629941009.jpg" alt="Quando começamos a envelhecer? (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Quando começamos a envelhecer? (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os pesquisadores analisaram dados de mais de 14 mil pessoas ao longo de 25 anos, tendo elas nascido entre 1911 e 1974, fazendo ao longo dos anos perguntas como “com que idade você descreveria alguém como velho?”. Para a surpresa dos pesquisadores, as respostas mudaram ao longo do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121890-5-tentativas-fracassadas-de-viagem-no-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tempo</a>, como se acompanhassem o ritmo dos anos que se passavam.&nbsp;Para se ter uma ideia, quando os voluntários estavam com 64 anos e lhes era perguntado quando a velhice chegava, a média de resposta foi de 74,7 anos, ou seja, quase 75 anos. Porém, quando essas mesmas pessoas foram questionadas aos 74 anos, a média de resposta sobre o início da velhice foi de 76,8, praticamente 77 anos. Dessa forma, nota-se que as pessoas estenderam a percepção de velhice ao se aproximar do número.&nbsp;O estudo também mostrou que a noção de velhice muda conforme as gerações. Enquanto os nascidos em 1911 consideravam a velhice aos 71 anos, os nascidos em 1956 esticaram essa linha para os 74.&nbsp;E aqui entra um detalhe curioso: as mulheres, em média, enxergam a velhice chegando cerca de dois anos e meio mais tarde do que os homens.<h2 style="text-align:justify;">Algumas teorias</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/28/28234944095012.jpg" alt="A tristeza e a solidão podem mudar nossa percepção de velhice. (GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A tristeza e a solidão podem mudar nossa percepção de velhice. (Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para essas mudanças na forma de ver o começo da velhice, os cientistas têm algumas teorias interessantes. A primeira é sobre a esperança de vida, que aumentou significativamente nas últimas décadas.&nbsp;No Brasil, por exemplo, há um projeto de lei defendendo que deve ser considerado idoso aquele com idade igual ou superior aos 65 anos — atualmente é 60. Uma das razões dessa proposta de mudança é a de que hoje você pode viver por muito mais tempo. Nesse sentido, os pesquisadores apontam que viver mais faz com que a ideia de ser velho pareça mais distante.&nbsp;Um segundo ponto colocado é que as melhorias na saúde e no bem-estar contribuem para nos sentirmos mais jovens por mais tempo.Mas, como tudo na vida, nem tudo é um mar de rosas. Algumas pessoas, especialmente aquelas que se sentem mais solitárias ou enfrentam <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125586-4-sintomas-estranhos-causados-por-problemas-de-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">problemas de saúde</a>, tendem a ver a velhice chegando mais cedo.&nbsp;E isso pode ter um impacto não só na nossa mente, mas também no nosso corpo. Estudos mostram que a forma como percebemos o envelhecimento pode afetar a nossa saúde física e mental.&nbsp;Portanto, para se ter uma chegada a velhice e a própria velhice em si com qualidade de vida, é importante cuidar da saúde física e mental. Isso ajudará na forma como vemos o mundo e, sobretudo, nós mesmos.&nbsp;

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"Velho, eu?". Como nossa percepção de velhice está mudando?

Situada na costa do Egito, a ilha desértica possui uma grande quantidade de peridoto, uma pedra preciosa que já foi fonte de muitas histórias.

Sabe os milhares de filmes e livros que contam histórias sobre "<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118279-coelhos-cavam-toca-e-descobrem-um-tesouro-arqueologico-em-ilha.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ilha do tesouro</a>"? Se você acha que isso é apenas coisa de roteiro de aventura, saiba que há, de fato, um lugar onde você pode desembarcar e dar de cara com pedras preciosas. Esse local tem o nome de Ilha Zabargad, um pequeno oásis verde no vasto azul do mar Vermelho.Localizada a cerca de 50 quilômetros da costa sul do Egito, essa ilha é um verdadeiro paraíso para os amantes de gemas e exploradores curiosos. Nela a vida quase não existe, a não ser por algumas aves que teimam em perambular por esse deserto perdido no meio do mar que mede apenas 4,5km2.Contudo, se lhe faltam habitantes, o mesmo não se pode falar do peridoto, uma pedra preciosa verde, conhecida por sua cor vibrante e brilho único, encontrada em abundância no local. O nome da ilha, inclusive, significa "peridoto" em árabe.Esse lugar tão rico só foi possível graças à intensa movimentação tectônica na região, que levantou uma porção do manto na área do mar Vermelho e trouxe uma camada de magma que se solidificou e deu origem ao peridotito, a rocha de onde é possível extrair o peridoto.<h2 style="text-align:justify;">Riqueza histórica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/28/28222743271017.jpg" alt="O verde vivo do peridoto chama muito a atenção. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O verde vivo do peridoto é de grande beleza. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A história da Ilha Zabargad é tão fascinante quanto sua geologia. Desde os tempos antigos, o peridoto foi colhido no local e usado em joias para os reis e nobres que governaram antigas civilizações ao redor do <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/111373-nova-ilha-se-formou-no-mediterraneo-e-ela-e-feita-de-toneladas-de-lixo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mar Mediterrâneo</a>. Por isso, a busca pela pedra fez com a movimentação na ilha fosse intensa, tendo até piratas aparecendo na região.E quando se fala em governos antigos é porque a exploração na ilha é algo que data de muito tempo. Para se ter noção,&nbsp;os egípcios antigos foram alguns dos primeiros a explorar essas minas, há mais de 3.500 anos. Desde então, a ilha passou por períodos de intensa mineração e momentos de abandono, testemunhando o vai e vem das marés da história.Muitos grupos enfrentaram perigos marítimos para alcançar as famosas pedras da Ilha Zabargad, tanto que ela já foi chamada por diferentes nomes. Os antigos gregos, por exemplo, a conheciam como "Topázios", acreditando que era uma fonte de topázios, mas estavam enganados — vale lembrar que a mineralogia, ciência que estuda os minerais, só deu seus primeiros passos no século XVI.Estudiosos modernos identificaram a pedra verde da ilha como peridoto, uma variedade de olivina (grupo de minerais compostos por magnésio e ferro) com uma cor verde característica, sendo intensa e vibrante.<h2 style="text-align:justify;">Zabargad hoje</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/28/28222959247018.jpg" alt="O peridoto já foi confundido com o topázio. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O peridoto já foi confundido com o topázio. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Hoje, embora a mineração tenha diminuído significativamente desde os tempos antigos, a Ilha Zabargad continua a ser um destino de fascínio para os amantes de gemas e os aventureiros em busca de maravilhas naturais. As minas antigas, as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128356-ruinas-de-casas-milenares-sao-descobertas-em-condominio-de-toquio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ruínas da atividade humana</a> passada, pontilham a paisagem, contando histórias silenciosas de esforço e determinação.No entanto, não se engane pensando que a Ilha Zabargad é um paraíso verdejante. Apesar de suas pedras preciosas verdes, é uma ilha árida e desolada, onde a água doce é escassa e a vegetação é mínima. Para se ter uma ideia, nem árvore há no local, apenas algumas poucas plantas rasteiras.&nbsp;Atualmente, a ilha é protegida pelo Parque Nacional de Gebel Elba, que cuida das espécies marinhas que vivem na região e das aves que habitam a ilha.

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Ilha Zabargad: um tesouro verde no mar Vermelho

Ao contrário do que o senso comum acredita, evidências mostram que as famosas pirâmides não foram construídas por pessoas escravizadas. 

Erguendo-se majestosamente há milhares de anos, as pirâmides egípcias desafiam a imaginação e inspiram teorias mirabolantes sobre sua construção. Entre as mais populares, estão a ideia de que foram erguidas por escravos hebreus ou até mesmo por alienígenas. Mas será que a realidade é tão fantasiosa assim?Ao contrário do que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/107140-8-erros-historicos-em-filmes-de-epoca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cinema normalmente nos mostra</a>, não há evidências arqueológicas que comprovem a escravidão de judeus no Egito na época da construção das pirâmides (as mais importantes de cerca de 2.500 a.C.). A ideia de alienígenas como construtores, por sua vez, é cientificamente infundada e carece de qualquer embasamento concreto.Ao contrário do que muitos acreditam, os trabalhadores que ergueram as pirâmides não foram escravos, mas sim pessoas locais, recrutadas para o trabalho. E acredite ou não, eles eram tratados com um nível de cuidado e respeito que não combina com a imagem tradicional de escravidão, principalmente aquela repetida diversas vezes nos filmes hollywoodianos.<h2>Trabalhadores contratados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/26/26084458117022.jpg" alt="Esqueça a ideia de que foram escravos judeus que construíram as pirâmides. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Esqueça a ideia de que foram escravos judeus que construíram as pirâmides. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 1990, a descoberta de túmulos humildes próximos às pirâmides, contendo bens para a vida após a morte, sugeriu que os obreiros não eram <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125158-quando-comecou-a-escravidao-de-pessoas-negras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravos</a>.Escavações em Heit el-Ghurab, um complexo considerado lar de milhares de operários, revelaram vestígios de quartéis e até grafites com seus nomes e origens. O local apresentou uma série de evidências que mostram que os trabalhadores não só tinham moradias adequadas, mas também uma dieta saudável e acesso a cuidados médicos.E quando falamos em dieta, não estamos falando de migalhas. Os trabalhadores desfrutavam de uma alimentação que incluía carne de primeira qualidade, como bovinos, ovinos e caprinos, além de uma variedade de outros alimentos nutritivos.&nbsp;Eles não estavam apenas construindo, estavam sendo bem alimentados e cuidados.&nbsp;Provavelmente, os operários eram egípcios recrutados de diferentes regiões, atraídos por uma mistura de boa alimentação, prestígio e a oportunidade de participar de um projeto grandioso. Em comparação, basta pensar na grande quantidade de pessoas que saíram de várias partes do Brasil para a construção de Brasília.&nbsp;Evidências sugerem que os trabalhadores eram organizados em grupos, supervisionados por especialistas e possivelmente recebiam o pagamento em forma de alimentos, têxteis ou até mesmo terras.<h2>Origens para o mito</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/26/26084701159024.jpg" alt="A construção das pirâmides contou com trabalho qualificado, apontam os especialistas. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>A construção das pirâmides contou com trabalho qualificado, apontam os especialistas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A ideia de escravos como construtores das pirâmides pode ter raízes na narrativa de Heródoto, historiador grego que viveu milhares de anos após a construção das pirâmides e descreveu-as como erguidas por escravos, influenciando a narrativa por séculos.&nbsp;A história de Moisés e os hebreus escravizados no Egito, presente na Bíblia, também contribuiu para essa ideia. <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128710-5-batalhas-historicas-que-os-filmes-de-hollywood-ensinaram-muito-errado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Filmes</a> como Os Dez Mandamentos e Êxodo: Deuses e Reis propagaram a imagem errônea de escravos hebreus construindo as pirâmides, apesar de o Egito ter proibido o último filme por "imprecisões históricas".Embora ainda existam mistérios a serem desvendados sobre a construção das pirâmides, as pesquisas arqueológicas deixam claro que a história real é muito mais complexa do que os mitos.&nbsp;De qualquer modo, uma coisa os pesquisadores afirmam se medo de errar: as pirâmides foram erguidas por trabalhadores qualificados e organizados, não por escravos ou alienígenas.

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Pirâmides egípcias não teriam sido construídas por escravos (nem por alienígenas!)

Animal que habita o deserto é violento e pode suportar até o veneno dos escorpiões mais perigosos. 

Se há uma coisa que o reino animal nos ensina é que sempre há surpresas reservadas para nós, humanos. Para se ter uma ideia, num cenário noturno no Deserto de Sonora, região que vai dos Estados Unidos ao México, um pequeno roedor fica em pé e uiva para a Lua.&nbsp;Há uma boa chance de você agora estar pensando que estamos falando de algum filme hollywoodiano, mas, acredite, é a vida real. O protagonista dessa "cena" é o rato-gafanhoto-do-sul (Onychomys torridus), uma criatura, no mínimo, curiosa — para não dizer <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117146-conheca-11-dos-animais-mais-estranhos-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estranha</a>.<h2>Assassino impiedoso</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/26/26103350259060.jpg" alt="O rato-gafanhoto-do-sul fica em pé para uivar pra Lua. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O rato-gafanhoto-do-sul fica em pé para uivar para a Lua. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um ponto a ficar muito claro é: este não é um rato comum. Ele é uma máquina de matar em miniatura, um predador implacável que não se intimida com nada, nem mesmo com escorpiões venenosos.O escorpião-casca (Centruroides sculpturatus), do Arizona, é um bicho que tradicionalmente causa pânico a outros animais pela nocividade tóxica do seu veneno. Contudo, esse perigoso <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120803-artropode-do-tamanho-de-um-carro-habitou-a-terra-ha-milhoes-de-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">artrópode</a> não é páreo para o rato-gafanhoto-do-sul, que não apenas o enfrenta, como o devora igual a um petisco num sábado à tarde.&nbsp;Enquanto outros animais sentiriam dor agonizante ao serem picados pelo escorpião, o rato-gafanhoto simplesmente ignora o veneno. Ele possui uma proteína especial que impede que os sinais de dor cheguem ao seu cérebro.&nbsp;Na verdade, o veneno do escorpião, que é uma neurotoxina, atua como um analgésico para o nosso querido rato. É como se ele estivesse transformando o veneno do seu inimigo em sua própria defesa.<h3 style="text-align:justify;">Um 'salve' para a Lua</h3>Se não bastasse essa habilidade surpreendente, nosso pequeno amigo ainda tem um comportamento estranho. Antes de fazer uma refeição farta, ele emite um uivo peculiar para a Lua. É isso mesmo que você leu.&nbsp;Esse comportamento estranho tem intrigado os cientistas por anos. Alguns especulam que seja um sinal de vitória, já outros especialistas acreditam que se trate de uma forma de marcar território. Mas há quem defenda que tal gesto é uma simples expressão de alegria pelo banquete iminente.<h2>Predador feroz</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/26/26104038508063.jpg" alt="O escorpião-de-casca é um alvo fácil para o rato-gafanhoto-do-sul. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução)"><figcaption>O escorpião-de-casca é um alvo fácil para o rato-gafanhoto-do-sul. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por mais que o rato-gafanhoto-do-sul se alimente principalmente de artrópodes, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/besouros-usam-a-via-lactea-como-bussola-para-levar-coco-pra-casa" rel="noopener noreferrer" target="_blank">besouros</a>, gafanhotos e escorpiões, ele pode ir além.&nbsp;Como é um verdadeiro predador, possui a capacidade de caçar presas maiores do que ele, como lagartos e outros roedores. E ele ataca com precisão, mordendo na base do crânio para garantir que sua presa não tenha chance de escapar.&nbsp;E se você acha que por ser um animalzinho feroz ele é solitário, está enganado. Ele pode até viver em pares, mas essa convivência muitas vezes termina em tragédia, com um dos parceiros eliminando o outro. Não há vida tranquila perto desses pequenos roedores.&nbsp;De qualquer modo, se você resolver acampar no deserto americano-mexicano e presenciar um rato uivando para a Lua, saiba que não está tendo alucinações (a menos que tenha consumido cogumelos mágicos). É apenas o rato-gafanhoto-do-sul realizando seu ritual antes de fazer um belo banquete.&nbsp;

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Ratinho agressivo e superpredador uiva para a Lua antes de atacar

De acordo com pesquisadores, fóssil encontrado na Índia teria um tamanho aproximado à Titanoboa, a maior serpente do mundo até então. 

Paleontólogos na Índia desenterraram os restos fossilizados de uma serpente colossal que pode ter sido a maior já a pisar na Terra. Nomeada de Vasuki indicus, — uma homenagem à serpente mítica Vasuki, da tradição hindu —, a criatura colossal teria cerca de 15 metros de comprimento, rivalizando e possivelmente superando a <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais-sinistros/21539-titanoboa-a-cobra-pre-historica-que-poderia-derrotar-um-t-rex-video-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Titanoboa cerrejonensis</a>, a recordista anterior que vivia nas florestas da América-latina.A história dessa descoberta começa em 2005, quando paleontólogos estavam em busca de fósseis de baleias em uma mina de carvão no estado de Gujarat, no oeste da Índia. Para a surpresa deles, em vez de baleias, encontraram uma série de fósseis de vertebrados, incluindo algumas vértebras que, à primeira vista, foram confundidas com as de crocodilos extintos.&nbsp;Porém, análises detalhadas revelaram que esses ossos pertenciam a uma cobra gigantesca de uma família extinta chamada Madtsoiidae, que existiu entre o final do período Cretáceo e o Pleistoceno Superior. Evidências sugerem que a cobra habitava um ambiente terrestre ou semiaquático, possivelmente um pântano, e provavelmente era um predador de emboscada, usando sua força bruta para subjugar suas presas.<h2>Criatura gigante</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/26/26115457334101.png" alt="Vértebras da Vasuki indicus encontradas na Índia. (Fonte: Datta, D. e Bajpai, S., Scientific Reports/ Divulgação)"><figcaption>Vértebras da Vasuki indicus encontradas na Índia. (Fonte: Datta, D. e Bajpai, S., Scientific Reports / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Os fósseis encontrados, que consistem em 27 vértebras impressionantemente grandes, datam de cerca de 47 milhões de anos atrás. A análise das vértebras, comparadas com as de cobras modernas, permitiu aos cientistas estimar o tamanho colossal da criatura.Os paleontólogos calcularam que o tamanho da Vasuki indicus poderia variar de 10,9 a 15,2 metros de comprimento. Isso a coloca em competição direta com outra cobra lendária, a titanoboa, que detinha o recorde de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125087-as-6-maiores-cobras-e-serpentes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maior cobra já encontrada</a>.&nbsp;No entanto, como os cientistas não têm esqueletos completos dessas cobras, é difícil determinar com precisão qual delas seria a vencedora do concurso de tamanho.Agora, os pesquisadores estão ansiosos para descobrir detalhes sobre os hábitos alimentares da V. indicus, e esperam que análises adicionais dos fósseis revelem pistas sobre sua dieta.&nbsp;Acredita-se que essa cobra gigante fosse uma assassina semelhante às sucuris modernas, usando sua enorme força para subjugar presas potenciais.<h2 style="text-align:justify;">Entendendo o ambiente</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/26/26115838681102.jpg" alt="Não deve ser muito animador encontrar uma cobra gigante por aí. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Não deve ser muito animador encontrar uma cobra gigante por aí. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Mas não é apenas o tamanho impressionante de Vasuki indicus que nos fascina. Sua existência nos fornece informações valiosas sobre o clima da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123993-populacao-da-india-deve-superar-a-da-china-em-abril-de-2023-segundo-onu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Índia</a> há milhões de anos.&nbsp;Estudos indicam que essas cobras teriam prosperado em um ambiente com uma temperatura média de cerca de 28 graus Celsius, consideravelmente mais quente do que o clima atual da região. Os cientistas acreditam que&nbsp;o tamanho gigante da cobra era uma adaptação a esse ambiente quente, permitindo que ela retivesse o calor corporal com mais eficiência.Isso nos leva a refletir sobre as mudanças climáticas ao longo do tempo e como o nosso planeta tem evoluído ao longo das eras.Embora a Vasuki indicus tenha sido desenterrada, ainda há muito a ser aprendido sobre essa criatura fascinante. Análises futuras dos fósseis podem revelar mais sobre sua dieta, comportamento e fisiologia, fornecendo um vislumbre mais detalhado da vida neste gigante pré-histórico.

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Cobra indiana extinta pode ter sido a maior do mundo

Até aqui, já passamos por cinco extinções em massa desde o surgimento da vida na Terra. Para alguns cientistas, a sexta extinção está ocorrendo nesse exato momento. 

O planeta Terra já presenciou <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124454-entenda-as-5-agora-6-extincoes-em-massa-do-planeta-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cinco eventos de extinção em massa</a> ao longo de sua história, cada um dizimando pelo menos 75% das espécies existentes. Agora, muitos cientistas acreditam que estamos no meio da sexta onda de morte global, com taxas de extinção sem precedentes impulsionadas pelas atividades humanas.&nbsp;Desde a origem da vida na Terra, todas as extinções que assolaram o planeta foram por motivos alheios aos próprios habitantes e levaram muito tempo para acontecer (uma média de 2,8 milhões de anos, segundo os especialistas).Agora, podemos estar diante de uma nova eliminação em massa e, desta vez, somos os principais responsáveis.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Desmatando a árvore da vida&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24103553997047.jpg" alt="O desmatamento é um problema grave no processo de desaparecimento de muitas espécies. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O desmatamento é um problema grave no processo de desaparecimento de muitas espécies. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Antes de mais nada, é preciso dizer que&nbsp;há cientistas que defendem que estamos longe de uma extinção em massa, pois os dados apontam para a perda de cerca de 13% da vida no planeta (de 1500 até o momento), algo bem distante dos 75% necessários para se dizer que estamos num processo global de extinção.&nbsp;Contudo, outros pesquisadores são bem mais pessimistas e dizem que já demos o "pontapé inicial" que nos levará à <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127363-extincao-em-massa-matou-98-7-dos-nossos-antepassados-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aniquilação</a>. Eles afirmam que, em apenas cinco séculos, fizemos desaparecer tantos grupos que levaria 18 mil anos para isso acontecer naturalmente. É como se estivéssemos cortando a árvore da vida com uma motosserra.Para esses cientistas, os sinais são claros e alarmantes. Um estudo recente analisou dados de mais de 71 mil espécies animais em todo o mundo e chegou a uma conclusão assustadora: estamos perdendo a biodiversidade a uma velocidade alarmante. Essa perda não é apenas uma questão de números, mas sim uma crise que afeta diretamente a saúde do nosso planeta e, por consequência, a nossa própria sobrevivência.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24103859226049.jpg" alt="A onça pintada é um dos animais ameaçados de extinção no Brasil. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A onça-pintada é um dos animais ameaçados de extinção no Brasil. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A atividade humana desenfreada, desde a conversão massiva de terras para agricultura até a exploração insustentável dos recursos naturais, está empurrando inúmeras espécies para o precipício da extinção.&nbsp;A agricultura, por exemplo, é responsável por 90% do desmatamento global e consome 70% da água doce do planeta, destruindo habitats e levando à perda irreparável de biodiversidade.Com essa dinâmica, não estamos apenas perdendo algumas espécies aqui e ali; estamos perdendo grupos inteiros de animais. E isso é muito grave.A gravidade reside no fato de que as espécies não existem isoladamente. Elas estão interligadas em intricados ecossistemas, onde cada uma desempenha um papel fundamental. Quando uma espécie desaparece, todo o ecossistema pode entrar em colapso, afetando desde a qualidade do ar que respiramos até a produção de alimentos essenciais para nossa sobrevivência.<h2 style="text-align:justify;">Efeito dominó</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24102917442044.jpg" alt="O sangue de muitos animais está nas nossas mãos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O sangue de muitos animais está nas nossas mãos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A morte de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/trompa-cambada-e-fato-como-sao-chamados-os-coletivos-desses-8-animais" rel="noopener noreferrer" target="_blank">grupos de animais</a> pode desencadear problemas em efeito dominó. Por exemplo, a extinção dos pombos-passageiros levou a um aumento das populações de ratos, o que, por sua vez, aumentou os casos de doença de Lyme em humanos.Num outro caso, havia uma espécie de rã que criava seus girinos no próprio estômago. Imagina o que poderíamos aprender com isso sobre a nossa própria fisiologia! Mas agora essa oportunidade se foi.E diante de todas as ações nocivas da humanidade, as consequências são evidentes. Secas mais severas, tempestades intensas e alterações climáticas descontroladas são apenas alguns dos sinais de alerta que o nosso planeta nos envia.&nbsp;Se não agirmos agora, as perdas de biodiversidade serão irreversíveis, levando décadas para serem corrigidas — se é que podemos corrigi-las.

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Estamos mesmo passando por uma 6ª extinção em massa?

O nome pode parecer uma sopa de letrinhas, mas esse deus foi o principal ser mitológico dos povos mesoamericanos e está bastante presente na cultura indígena mexicana.

Quetzalcóatl, ou "Serpente Emplumada", é uma figura central na mitologia e história cultural dos povos mesoamericanos. Originou-se na civilização olmeca e passou por outros povos como os toltecas e até pelos maias. Com o tempo, evoluiu, incorporando elementos de diferentes culturas até se tornar um dos principais deuses do panteão <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/106410-23-megacuriosidades-sobre-o-imperio-asteca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">asteca</a>.De acordo com historiadores, ele representava uma gama de atributos, desde o vento até o conhecimento, passando pela criação do universo e da humanidade. E a forma como ele foi adorado e interpretado ao longo dos séculos revela muito sobre as culturas que o veneravam.<h2 style="text-align:justify;">O grande deus</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23105124362090.jpg" alt="A Serpente Emplumada está presente em muitos monumentos dos povos mesoamericanos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A Serpente Emplumada está presente em muitos monumentos dos povos mesoamericanos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O nome Quetzalcóatl vem da extinta língua náuatle, a língua dos astecas, tendo origem na junção das palavras quetzalli, que significa "pena da cauda do pássaro quetzal" e coatl, termo que designa "serpente", representando, assim, a expressão "Serpente Emplumada".Para os astecas, ele era muito mais do que apenas uma divindade; ele era uma figura fundamental na mitologia e história cultural. Era considerado o patrono dos artesãos, cientistas, artistas e agricultores, e é, digamos, o protagonista na criação do mundo e da humanidade.Segundo a mitologia asteca, Quetzalcóatl foi um dos quatro filhos dos deuses criadores, sendo seus irmãos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127441-xipe-totec-o-deus-mesoamericano-do-esfolamento-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Xipe Totec</a>, Huitzilopochtli e Tezcatlipoca. Ele e seus irmãos foram encarregados de organizar o mundo, o que teria sido após diversas batalhas titânicas e que resultou na humanidade como existe hoje.&nbsp;De acordo com o mito asteca, Quetzalcóatl e Tezcatlipoca duelaram várias vezes eliminando eras antigas da humanidade, até que, ao chegar na quinta era, eles se "acertaram" e decidiram trabalhar em conjunto, criando assim a Terra, a Lua e o Sol.&nbsp;Para a formação dessa quinta era, o deus serpente foi até o submundo pegar ossos de antigos humanos para construir a nova geração de pessoas. Além disso, também foi responsável por trazer o milho que alimentou esse novo povo. Por fim, ainda ensinou a civilização a esses seres.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Um mito dentro de outro mito</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23105324449098.jpg" alt="Quetzalcóatl é o grande deus dos astecas. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Quetzalcóatl é o grande deus dos astecas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um mito associado a Quetzalcóatl é o da suposta confusão entre o conquistador espanhol Hernán Cortés e a divindade asteca. A lenda diz que os astecas acreditavam que Cortés era a divindade retornada, levando à <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/quase-500-anos-depois-cientistas-confirmam-o-que-matou-os-astecas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">queda de seu império</a>. No entanto, análises históricas mostram que essa narrativa é mais uma distorção dos eventos e uma falha de tradução do que uma representação precisa.&nbsp;Embora os espanhóis se aproveitassem das crenças locais em sua conquista, as evidências sugerem que os astecas não os consideravam deuses, mas sim invasores estrangeiros.A questão é que o termo teotl,&nbsp;usado para designar Cortés, pode significar "deus", mas também tem outros diversos significados, como "grande", "poderoso" e "sofisticado". Logo, o mais provável é que os astecas tenham se impressionado com o poderio bélico espanhol, e não achado que estavam diante de um deus.&nbsp;De qualquer modo, hoje, Quetzalcóatl continua a ser uma figura proeminente na cultura mexicana e na mitologia mesoamericana como um todo. Sua imagem é frequentemente evocada como um símbolo do orgulho nacional e da rica herança indígena do México.&nbsp;

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Quem é Quetzalcóatl, o deus serpente com penas do povo asteca

Segundo artigo recém-publicado, habitantes antigos do território argentino podem ter tido o animal como fiel companheiro. 

Se o senso comum nos leva a acreditar que cães e gatos sempre foram os maiores "amigos do homem", um novo estudo vem mostrar que há chance de estarmos errados. Na remota <a href="https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/40719-conheca-o-mito-dos-gigantes-que-teriam-vivido-na-patagonia-no-seculo-16.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">região da Patagônia</a> argentina, há mais de um milênio, uma antiga sociedade de caçadores-coletores deixou para trás vestígios de algo surpreendente: as raposas podem ter sido animais de estimação.&nbsp;A descoberta intrigante vem de escavações em um antigo cemitério em Cañada Seca, na província de Buenos Aires, revelando um vínculo profundo entre humanos e um membro agora extinto do reino animal.<h2 style="text-align:justify;">Antiga amizade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22125142855162.gif" alt="Região de Cañada Seca, local onde o túmulo foi encontrado. (Fonte: Cinthia C. Abbona et al/ Divulgação)"><figcaption>Região de Cañada Seca, local onde o túmulo foi encontrado. (Fonte: Cinthia C. Abbona et al / Divulgação)</figcaption></figure></figure>No antigo túmulo, onde repousam os restos de 24 adultos e crianças, junto com suas ferramentas e ornamentos, uma raposa foi encontrada enterrada ao lado de um dos falecidos. Este não é um evento comum. A presença da raposa, identificada como pertencente à espécie extinta Dusicyon avus, desafia muitas das nossas crenças sobre a interação entre humanos e animais na América do Sul pré-histórica.Inicialmente, os pesquisadores acreditavam que os ossos encontrados pertenciam a uma espécie de raposa sul-americana moderna. No entanto, análises detalhadas revelaram uma história mais fascinante.&nbsp;A raposa enterrada parece ter sido mais do que um animal selvagem casualmente <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/114091-raposa-foge-com-celular-e-viraliza-na-internet.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">associado aos humanos</a>. Ela compartilhava não apenas o espaço do túmulo, mas também hábitos alimentares semelhantes aos dos humanos ali enterrados.Os estudos de DNA antigo e análises isotópicas indicam que esta raposa se alimentava de uma dieta variada, incluindo plantas, em contraste com as raposas selvagens que se alimentam principalmente de carne. Essa semelhança na dieta sugere uma intimidade incomum entre a raposa e os humanos. É como se compartilhassem mais do que apenas o ambiente; compartilhavam uma vida.<h2 style="text-align:justify;">Mas por que uma raposa?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22124335487158.gif" alt="Ossos da raposa descansavam junto dos ossos humanos. (Fonte: Cinthia C. Abbona et al/ Divulgação)"><figcaption>Ossos da raposa descansavam junto dos ossos humanos. (Fonte: Cinthia C. Abbona et al / Divulgação)</figcaption></figure></figure>O natural é que a gente fique com uma pulga atrás da orelha querendo entender qual a razão deles usarem um raposa como animação de estimação ao invés do cachorro, por exemplo. A resposta pode residir na singularidade do relacionamento humano-animal.&nbsp;Isso porque a presença da raposa no túmulo não é um caso isolado. Em outras partes da Argentina e do Peru foram encontrados vestígios de raposas em sepulturas humanas. Isso sugere que esses animais tinham um significado especial para essas antigas comunidades.&nbsp;Há chance desse animal ser o mais abundante da área e o mais propenso à domesticação ou, quem sabe, até ter uma relação quase divina com os antigos habitantes da região. Mas tudo isso é especulação.&nbsp;Pensou-se na hipótese de que os cães modernos da região fossem descendentes de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127377-primeiro-hibrido-entre-raposa-e-cachorro-do-mundo-e-encontrado-no-brasil-apos-atropelamento.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cruzamento entre raposas e cães</a>, mas essa possibilidade foi descartada. Ao que tudo indica, parece que as raposas foram extintas devido a fatores ambientais e à expansão humana, o que impediu que elas se misturassem geneticamente com os cães.&nbsp;Os pesquisadores acreditam que a chegada dos cães europeus à região, há cerca de 500 anos, pode ter acelerado esse processo, mas certamente não foi a causa principal da extinção das raposas.

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Raposas podem ter sidos animais domésticos no passado

Construída por um charlatão que misturava religião e saúde, a cidade hoje é apenas uma lembrança de mais um local feito para enganar pessoas e gerar lucro. 

Escondida no coração do árido deserto de Mojave, a leste de Los Angeles, encontra-se Zzyzx, uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123583-6-cidades-fantasmas-da-extinta-uniao-sovietica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cidade-fantasma</a> com uma história tão peculiar quanto seu nome. Fundada por um vendedor ambulante e autoproclamado curandeiro, Zzyzx foi outrora um spa próspero que prometia "saúde interna, externa e eterna". Hoje, as ruínas do local servem como um lembrete fascinante do passado excêntrico da região.A história de Zzyzx está intrinsecamente ligada à figura de Curtis Howe Springer, um vendedor ambulante com uma mente extremamente fértil para a fraude. Nascido em 1896 no Alabama, Springer colecionou mentiras, inventando diplomas, títulos, profissões e até entidades de ensino.&nbsp;Na década de 1930, o vendedor mitômano encontrou seu caminho para o rádio, onde pregava uma mistura de religião, política e, é claro, suas próprias curas milagrosas. Desmascarado pela Associação Médica Americana e exposto como um fraudador (mais tarde foi chamado de "Rei dos Charlatões"), ele continuou sua saga de enganos até encontrar um local aparentemente perfeito para seu próximo empreendimento: o deserto de Mojave.<h2 style="text-align:justify;">Nasce uma cidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/21/21103621172000.jpg" alt="Ruínas do spa em Zzyzx. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução) "><figcaption>Ruínas do spa em Zzyzx. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em meados da década de 1940, Springer cruza o caminho de Soda Springs, uma fonte natural no deserto de Mojave. Enxergando uma oportunidade lucrativa, ele entrou com uma ação para que pudesse fazer <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123774-os-4-piores-desastres-da-historia-da-mineracao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mineração</a> no local. Obviamente que isso foi só uma desculpa.&nbsp;O que Curtis fez na realidade foi dar início à construção de Zzyzx, um spa que prometia a redenção física e espiritual através de métodos pouco ortodoxos. Além disso, ele vendia a ideia de que a fonte natural de Soda Springs era uma fonte termal e que tinha poderes curativos. Como ele fez isso? Instalando máquinas que faziam a água esquentar.&nbsp;O local, embora simples, oferecia aos visitantes a chance de se desintoxicar, tomar sol e se curar com as "curas milagrosas" de Springer, que incluíam diversos itens sem qualquer comprovação científica, geralmente compostos de sais minerais e ervas naturais. E tinha de tudo: de remédio para o estômago a produtos para crescer cabelo.&nbsp;E certamente você deve estar se perguntando o porquê de Springer ter escolhido dar à cidade um nome tão estranho. A razão é simples e uma boa jogada de marketing: "Zzyzx" era uma tentativa de colocar o spa com destaque na lista alfabética, pois ele dizia que o lugar era "a última palavra em saúde". Além disso, a pronúncia da cidade em inglês é parecida com a pronúncia do nome Isaac, filho de Abraão na história bíblica.<h2 style="text-align:justify;">O fim de Zzyzx</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/21/21110049999001.jpg" alt="Produtos "><figcaption>Produtos "milagrosos" vendidos por Springer. (Fonte: CSU's Desert Studies Center/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Apesar do sucesso inicial, Zzyzx logo se tornou alvo de investigações governamentais. Descobriu-se que Springer não era <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127071-quem-sao-os-3-maiores-proprietarios-de-terra-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dono da terra,</a> que suas curas não tinham base científica e que ele estava usando táticas fraudulentas para vender seus produtos.&nbsp;O sonho chegou ao fim em 1974, quando ele foi removido à força do local e condenado por propaganda enganosa. Ficou 49 dias preso e depois foi morar em Las Vegas, onde viveu até a sua morte, aos 88 anos. Por todo esse tempo, tentou reaver as terras, mas sem sucesso.&nbsp;Com a saída de Springer, Zzyzx caiu no esquecimento. Por anos, o futuro da cidade era incerto, com propostas para demolir o local ou transformá-lo em um parque estadual. Anos depois, a California State University assumiu o controle da propriedade e a converteu em um Centro de Estudos do Deserto.

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Zzyzx, a misteriosa cidade-fantasma criada por um lunático cristão

Criado por recrutas do povo Navajo, o código foi determinante para impedir a interceptação das informações pelos inimigos. 

No calor da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122424-7-principais-e-datas-acontecimentos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, enquanto o mundo se via envolvido em uma luta violenta pela sobrevivência, uma solução importante para o desfecho da guerra estava sendo criada por trás dos holofotes do campo de batalha: o Código Navajo.&nbsp;Em pleno conflito, enquanto as notícias de Pearl Harbor ainda ecoavam, um pequeno grupo de recrutas do povo indígena Navajo (que ficou conhecido como Navajo Code Talkers, em inglês) foi convocado para desenvolver um código de comunicação inquebrável. O idioma Navajo foi escolhido por ser altamente complexo, sem alfabeto e por só ser compreensível por aqueles que tinham longo contato com ele.<ul><li style="text-align:justify;">Descubra: <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124932-os-10-idiomas-mais-dificeis-de-aprender.htm">Quais são os 10 idiomas mais difíceis de aprender</a></li></ul>O código resultado desse esforço era um sistema de comunicação tão indecifrável que confundiria até mesmo os melhores decifradores de códigos inimigos.<h2 style="text-align:justify;">Replicando a primeira guerra</h2><figure class="image"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/04/22/22194120246114.jpg" alt="21171057871002.jpg" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/04/22/22194120246112.jpg 203w,https://mega.ibxk.com.br/2024/04/22/22194120246113.jpg 500w,https://mega.ibxk.com.br/2024/04/22/22194120403115.jpg 750w," sizes="100vw"><figcaption>Navajo Code Talkers codificam informações durante a 2ª Guerra. (Fonte: CIA / Reprodução)</figcaption></figure>Tudo começou com Philip Johnson, um homem que conhecia profundamente a língua e a cultura Navajo. Ele sabia que os EUA já tinham feito o uso de línguas nativas americanas durante a Primeira Guerra Mundial (algumas são as Comanche, Meskwaki, Chippewa e Oneida), e pensou que o idioma Navajo seria perfeito para resolver o problema das comunicações sigilosas. &nbsp;Inicialmente, os militares não estavam convencidos da eficácia dessa abordagem. No entanto, diante do cenário desafiador da guerra, principalmente com os especialistas japoneses decifrando os códigos de maneira cada vez mais rápida, eles optaram por empregar a sugestão de Johnston.Os primeiros 29 recrutas Navajo chegaram a Camp Elliott, e em pouco tempo eles estavam mergulhados no desenvolvimento do que se tornaria o lendário Código Navajo.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/21/21171551601004.jpg" alt="Transmissor usado pelos Navajo Code Talkers. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução) "><figcaption>Transmissor usado pelos Navajo Code Talkers. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Utilizando palavras da língua indígena para representar termos militares, esses homens desenvolveram um sistema de comunicação rápido, preciso e, o mais importante, indecifrável.&nbsp;Eles atribuíram nomes de clãs a unidades militares, usaram nomes de animais para aviões e até mesmo criaram um alfabeto onde cada letra correspondia a uma palavra Navajo.Com mais de 400 palavras codificadas e um alfabeto Navajo-Inglês para soletrar coisas que não estavam no vocabulário, esses recrutas estavam prontos para a ação.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Saiba também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/110975-agulha-de-tatuagem-da-pistas-sobre-os-costumes-de-povos-nativos-americanos.htm">Agulha de tatuagem dá pistas sobre os costumes de povos nativos americanos</a></li></ul>Ao que conta a história, o impacto dos Navajo Code Talkers foi imenso. Em batalhas como Iwo Jima, eles enviaram mais de 800 mensagens em apenas dois dias, todas sem errar uma única palavra sequer. Um major chegou a dizer que, sem eles, os fuzileiros navais nunca teriam tomado Iwo Jima.Até o final da guerra, cerca de 420 homens foram recrutados para fazer parte do Navajo Code Talkers e ajudar a perpetrar a vitória no Pacífico.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Reconhecimento tardio</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/21/21171238209003.jpg" alt="Primos Navajo trabalham na codificação. (Fonte: CIA/ Divulgação)"><figcaption>Primos Navajo trabalham na codificação. (Fonte: CIA / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Mas o reconhecimento não veio fácil. Depois da guerra, esses heróis foram mantidos em segredo, pois suas atuações foram consideradas confidenciais pelo governo. Só décadas depois que o mundo soube da incrível contribuição dos Navajo Code Talkers.Em 1982, o presidente Reagan declarou o "Dia dos Navajo Code Talkers", e em 2000, o presidente Clinton concedeu a Medalha de Ouro do Congresso aos 29 recrutas originais. Mas muitos desses heróis nunca viveram para ver o reconhecimento merecido.Hoje, o legado dos Code Talkers Navajo vive por meio de filmes, livros e homenagens. Além disso, é um lembrete do poder da coragem, inteligência e determinação. Eles não apenas ajudaram a garantir a <a href="https://www.tecmundo.com.br/mega-curioso/35289-como-os-aliados-decifraram-as-mensagens-alemas-na-segunda-guerra-mundial-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vitória dos Aliados</a>, mas desafiaram as expectativas e mostraram ao mundo o que a força de uma língua e cultura podem fazer. Mantenha-se atualizado como mais fatos históricos com esse aqui no Mega Curioso. Até a próxima!

Victor Soares