Ciência
24/04/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 24/04/2024 às 09:00
Quetzalcóatl, ou "Serpente Emplumada", é uma figura central na mitologia e história cultural dos povos mesoamericanos. Originou-se na civilização olmeca e passou por outros povos como os toltecas e até pelos maias. Com o tempo, evoluiu, incorporando elementos de diferentes culturas até se tornar um dos principais deuses do panteão asteca.
De acordo com historiadores, ele representava uma gama de atributos, desde o vento até o conhecimento, passando pela criação do universo e da humanidade. E a forma como ele foi adorado e interpretado ao longo dos séculos revela muito sobre as culturas que o veneravam.
O nome Quetzalcóatl vem da extinta língua náuatle, a língua dos astecas, tendo origem na junção das palavras quetzalli, que significa "pena da cauda do pássaro quetzal" e coatl, termo que designa "serpente", representando, assim, a expressão "Serpente Emplumada".
Para os astecas, ele era muito mais do que apenas uma divindade; ele era uma figura fundamental na mitologia e história cultural. Era considerado o patrono dos artesãos, cientistas, artistas e agricultores, e é, digamos, o protagonista na criação do mundo e da humanidade.
Segundo a mitologia asteca, Quetzalcóatl foi um dos quatro filhos dos deuses criadores, sendo seus irmãos Xipe Totec, Huitzilopochtli e Tezcatlipoca. Ele e seus irmãos foram encarregados de organizar o mundo, o que teria sido após diversas batalhas titânicas e que resultou na humanidade como existe hoje.
De acordo com o mito asteca, Quetzalcóatl e Tezcatlipoca duelaram várias vezes eliminando eras antigas da humanidade, até que, ao chegar na quinta era, eles se "acertaram" e decidiram trabalhar em conjunto, criando assim a Terra, a Lua e o Sol.
Para a formação dessa quinta era, o deus serpente foi até o submundo pegar ossos de antigos humanos para construir a nova geração de pessoas. Além disso, também foi responsável por trazer o milho que alimentou esse novo povo. Por fim, ainda ensinou a civilização a esses seres.
Um mito associado a Quetzalcóatl é o da suposta confusão entre o conquistador espanhol Hernán Cortés e a divindade asteca. A lenda diz que os astecas acreditavam que Cortés era a divindade retornada, levando à queda de seu império. No entanto, análises históricas mostram que essa narrativa é mais uma distorção dos eventos e uma falha de tradução do que uma representação precisa.
Embora os espanhóis se aproveitassem das crenças locais em sua conquista, as evidências sugerem que os astecas não os consideravam deuses, mas sim invasores estrangeiros.
A questão é que o termo teotl, usado para designar Cortés, pode significar "deus", mas também tem outros diversos significados, como "grande", "poderoso" e "sofisticado". Logo, o mais provável é que os astecas tenham se impressionado com o poderio bélico espanhol, e não achado que estavam diante de um deus.
De qualquer modo, hoje, Quetzalcóatl continua a ser uma figura proeminente na cultura mexicana e na mitologia mesoamericana como um todo. Sua imagem é frequentemente evocada como um símbolo do orgulho nacional e da rica herança indígena do México.