Escondidas em cavernas no Sudão, artes antigas mostram a presença de gado na região, indicando que o local era rico em vegetação num passado não muito distante.

Em meio à vastidão árida do deserto de Atbai, no Sudão, uma descoberta intrigante nos leva de volta no tempo, a um passado verdejante e exuberante. Novas pesquisas arqueológicas revelam que o inóspito lugar, que faz parte do vasto Deserto do Saara, já foi um oásis de vida, habitado por pastores de gado e detentor de uma rica fauna africana.Sob a liderança do professor Dr. Julien Cooper, um grupo de arqueólogos da Universidade de Macquire, na Austrália, deparou-se com cavernas que guardavam segredos escondidos no deserto escaldante.&nbsp;Para a surpresa de todos, as paredes dessas cavernas estavam repletas de artes rupestres que continham informações importantes sobre o estilo de vida dos povos da região, abrindo caminho para entendermos como era a dinâmica dessas pessoas antes de migrarem em busca de recursos, sobretudo água.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Arte no deserto</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/13/13192324064011.jpg" alt="Caverna onde foi encontrada a arte rupestre no deserto de Atbai. (Fonte: Julien Cooper et al/ Divulgação) "><figcaption>Caverna onde foi encontrada a arte rupestre no deserto de Atbai. (Fonte: Julien Cooper et al / Divulgação)</figcaption></figure></figure>A descoberta, feita pela equipe de Cooper durante o Projeto de Pesquisa Atbai, ocorreu numa região perto da cidade sudanesa de Wadi Halfa, que é uma das áreas mais desoladas e secas do Saara.&nbsp;Ao todo, foram encontrados 16 novos locais de arte rupestre datados de aproximadamente 4 mil anos atrás. O que mais surpreendeu os pesquisadores foi a presença frequente de gado nas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/111505-18-pinturas-classicas-recriadas-digitalmente-com-celebridades-modernas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pinturas</a>, mostrando que esse tipo de animal fazia parte da vida dos moradores da região.Tal descoberta pode parecer, num primeiro momento, estranha, pois é difícil imaginar a presença de gado num lugar inóspito, ainda mais para um animal que precisa de água e comida em abundância.&nbsp;<div data-message-author-role="assistant" data-message-id="3e7a2f00-893d-4f48-bdd7-1e4475fa0012" dir="auto">Contudo, conforme a análise dos pesquisadores indicou, o Deserto de Atbai foi uma savana pulsante, abundante em piscinas, rios e poços de água. Era um verdadeiro paraíso para os animais, incluindo o gado, que desempenhava um papel central no dia a dia das comunidades locais.</div><h3 style="text-align:justify;">Era de chuvas</h3>Para compreender isso é preciso voltar um pouco no tempo, mais precisamente por volta de 15 mil anos atrás, quando a África estava passando por um período de chuvas intensas devido a variações na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111890-orbita-da-terra-ja-acumula-quase-20-mil-detritos-espaciais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">órbita da Terra</a>.&nbsp;Esse momento é chamado pelos especialistas de "Saara verde" ou "período úmido africano", e marca uma época em que o deserto se transformou em um paraíso verdejante.No entanto, como todas as boas coisas, esse período também chegou ao fim. Por volta de 3000 a.C., as chuvas diminuíram, os lagos secaram, os rios desapareceram e o verde deu lugar ao amarelo duro da areia. As pessoas que dependiam da terra para sobreviver tiveram que se adaptar ou migrar.<h2 style="text-align:justify;">Cultura e identidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/13/13193128174012.jpg" alt="Artes rupestres mostram que havia forte identidade entre o povo e as vacas. (Fonte: Julien Cooper et al, The Conversation/ Divulgação) "><figcaption>Artes rupestres mostram que havia forte identidade entre o povo e as vacas. (Fonte: Julien Cooper et al, The Conversation / Divulgação)</figcaption></figure></figure>As artes rupestre evidenciaram de forma significativa a relevância do gado para os habitantes do deserto, retratando tanto a cultura da ordenha das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124507-a-complexa-e-fascinante-vida-social-das-vacas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vacas</a> quanto a presença de pastores e criadores de gado.Já outros costumes, como a decoração dos chifres e a marcação da pele, sugerem uma relação de cuidado e domesticação entre os antigos pastores e seus animais. Alguns pesquisadores acreditam que essas práticas podem ter sido uma forma de expressar identidade e status dentro da comunidade.Até do ponto de vista espiritual e ritualístico o gado tinha grande representatividade, pois há achados em cemitérios que revelaram haver&nbsp;pessoas que eram enterradas ao lado do seu animal, mostrando existia, de fato, uma grande ligação entre seres.Porém, para as poucas pessoas que permaneceram na região Atbai, o gado tornou-se apenas uma lembrança distante, já que foram trocados por animais mais adaptáveis à aridez desértica, como cabras e ovelhas.

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Pinturas rupestres revelam que deserto do Saara já foi verde e tinha gado

Em jogo válido pela Copa do Caribe, em 1994, as duas seleções protagonizaram um jogo mais estranho que o 7 x 1 de Brasil e Alemanha. 

Esportes são incríveis e megacuriosos e esta é uma série de matérias do Mega Curioso que conta histórias sensacionais sobre as mais diversas práticas esportivas, do popular futebol, passando por esportes históricos, até os mais desconhecidos da atualidade. Confira no fim desta matéria outras histórias incríveis sobre esportes curiosos!***Aqui no Brasil, há um famoso ditado que diz que "o futebol é uma caixinha de surpresas". E <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127504-jogo-de-futebol-iniciou-uma-guerra-entre-honduras-e-el-salvador.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o futebol</a> é, de fato, um esporte com histórias incríveis, sendo algumas, às vezes, bastante bizarras. Mas a história mais louca aconteceu em um confronto entre as seleções de Barbados e Granada, durante a Copa do Caribe de 1994.O torneio, organizado pela União Caribenha de Futebol, tinha suas próprias peculiaridades. Com equipes não tão tradicionais e um sistema de classificação complexo, cada partida era crucial.&nbsp;Além disso, nenhum jogo poderia terminar empatado. Caso isso ocorresse, o jogo iria para uma prorrogação com duração de 30 minutos. E essa prorrogação ainda tinha uma regra bizarra, como logo você vai descobrir.&nbsp;Foi nesse cenário que as duas seleções se enfrentaram em um confronto que entraria para a história.<h2 style="text-align:justify;">Estratégia ousada</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/14/14104151369087.jpg" alt="Jogador de Barbados chuta contra o próprio gol. (Fonte: Nubecielo, YouTube/ Reprodução)"><figcaption>Jogador de Barbados chuta contra o próprio gol. (Fonte: Nubecielo, YouTube / Reprodução)</figcaption></figure></figure>No final da fase de grupos, Barbados precisava de uma vitória por dois gols de diferença contra Granada para avançar para a próxima fase. Parecia uma tarefa difícil, mas Barbados conseguiu marcar dois gols e estava prestes a garantir a classificação. No entanto, faltando cerca de 10 minutos para <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123682-5-paises-que-ja-disputaram-a-copa-do-mundo-e-nao-existem-mais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">acabar o jogo</a>, Granada marcou um gol, colocando em risco a esperança de Barbados.Foi então que Kevin Millard, o técnico de Barbados, teve uma ideia ousada. Ele percebeu uma brecha nas regras do torneio: se o jogo terminasse empatado, iria para a prorrogação, onde um gol valeria por dois. É isso mesmo que você leu.De acordo com o regulamento, caso a partida fosse para a prorrogação, o gol valeria em dobro. Dessa forma, se, por exemplo, o placar ao final do tempo regulamentar fosse 0 x 0, o time que marcasse na prorrogação venceria por 2 x 0.&nbsp;Para completar, ainda havia o controverso Golden Gol (Gol de Ouro, em português), que era literalmente "quem fizer o primeiro gol, vence".&nbsp;Seguindo essa lógica, Millard pensou que, se o jogo fosse para a prorrogação e eles marcassem o gol, venceriam por 4 x 2, conseguindo assim a tão sonhada classificação.Com isso em mente, o técnico ordenou que sua equipe fizesse um gol contra. Assim, Barbados fez o gol e deixou o placar em 2 x 2, o que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/107905-national-geographic-traz-fotos-que-mostram-o-amor-pelo-futebol-no-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">transformou o jogo numa loucura</a>.<h2 style="text-align:justify;">Momento caótico</h2><iframe width="1032" height="590" src="https://www.youtube.com/embed/JZlqfhLwBnE" title="Shell Cup 1994: Barbados vs. Grenada" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>O que se seguiu foi um verdadeiro caos. Granada percebeu a estratégia de Barbados e também começou a atacar o próprio gol, numa tentativa desesperada de evitar a prorrogação. Enquanto isso, os jogadores de Barbados se dividiram entre defender sua própria meta e a meta de Granada, criando uma cena surreal e hilária.No final, Barbados conseguiu levar o jogo para a prorrogação, onde marcou o gol decisivo, garantindo assim sua vaga na próxima fase.&nbsp;A estratégia astuta de Barbados deixou Granada perplexa e indignada, com seu técnico descrevendo a situação como um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123497-7-paises-que-foram-proibidos-de-jogar-a-copa-do-mundo-da-fifa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">verdadeiro absurdo</a>, uma insanidade por parte de quem criou aquele regulamento.O que torna esse jogo tão especial é a combinação de elementos improváveis: as regras excêntricas do torneio, a astúcia tática (e um pouco antiética) de um técnico e o caos que se seguiu em campo.&nbsp;Para Barbados, essa partida não será esquecida tão cedo, garantindo seu lugar na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122790-fuga-para-a-vitoria-a-vez-em-que-pele-quebrou-o-dedo-de-stallone.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">história do esporte</a> como protagonista do jogo mais bizarro já visto nos gramados.***Confira outras histórias incríveis sobre esportes curiosos:<ul><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/maurice-tillet-a-historia-do-homem-que-teria-inspirado-a-criacao-de-shrek">Maurice Tillet: a história do homem que teria inspirado a criação de Shrek</a></li><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/esportes/4-esportes-antigos-que-ja-fizeram-parte-das-olimpiadas">4 esportes antigos que já fizeram parte das Olimpíadas</a></li><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/esportes/4-atletas-olimpicos-que-provaram-que-idade-e-so-um-detalhe">4 atletas olímpicos que provaram que idade é só um detalhe</a></li></ul>

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O jogo de futebol mais bizarro da história: a epopeia por gols contra de Barbados x Granada

Pearl se destacou não apenas por sua ousadia e feminilidade, mas também por se tornar um ícone representativo das mulheres que desafiavam as expectativas sociais impostas.

No vasto cenário do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/126973-mais-3-fatos-bizarros-que-voce-nao-sabia-sobre-o-velho-oeste.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Velho Oeste americano</a>, onde a poeira se misturava com o sonho de liberdade, uma figura destemida se destacou entre os criminosos famosos da época: Pearl Hart, também conhecida como Lady Bandit ("Dama Bandida" em tradução livre). Sua vida excêntrica a transformou não só numa lenda do crime, mas um símbolo do poder feminino contra os padrões de uma época.Nascida como Pearl Emma Taylor em 1871, na comunidade de Lindsay, no Canadá, a jovem parecia destinada a uma vida convencional. No entanto, sua jornada tomou um rumo inesperado quando ela se apaixonou por Fred Hart, um jogador canastrão de 32 anos, fugindo com ele quando tinha apenas 16 anos.&nbsp;O casamento rapidamente se tornou um pesadelo de abusos e desilusões, levando Pearl a uma busca por liberdade e aventura.<h2 style="text-align:justify;">Uma mulher forte</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/09/09190618660354.jpg" alt="Pearl não se enquadrava no padrão feminino americano. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Pearl não se enquadrava no padrão feminino americano. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Antes de qualquer coisa, é preciso destacar que, naquela época, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/cinema/102804-mulher-maravilha-poder-feminino-dos-bastidores-as-telas-analise-critica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">papel da mulher</a> era estritamente definido: cuidar da casa, dos filhos e manter uma moralidade impecável. Mulheres que desviavam desse padrão tradicional eram vistas com desconfiança e censuradas pela sociedade.&nbsp;No entanto, Pearl Hart não se encaixava nesse molde. Ela era autossuficiente, aventureira e ousada,&nbsp;características extremamente raras para uma mulher daquele tempo.E foi em meio ao frenesi da Feira Mundial de Chicago, em 1893, que Pearl encontrou sua inspiração para uma nova vida no Oeste selvagem. Encantada pela exibição de tiro de Annie Oakley, uma lendária atiradora, ela viu na paisagem do Ocidente uma chance de escape e reinvenção.&nbsp;Deixando para trás seu passado tumultuado, Pearl partiu rumo ao Colorado, seduzida pelo glamour e pela liberdade dos cowboys e <a href="https://www.megacurioso.com.br/historias-macabras/44680-5-matadores-de-aluguel-temiveis-de-quem-voce-nunca-ouviu-falar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pistoleiros</a>. No entanto, a realidade do Oeste provou ser muito diferente de seus sonhos românticos. Pearl encontrou trabalho árduo e pouco glamour, lutando para sobreviver como cozinheira e trabalhadora de lavanderia em cidades do Arizona e do Colorado.&nbsp;A vida difícil a levou a momentos de desespero, culminando em uma tentativa de suicídio enquanto ela enfrentava a perspectiva angustiante de não poder mais ver sua mãe, que estava doente.<h2 style="text-align:justify;">Par perfeito no crime</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/09/09191019205355.jpg" alt="Pearl Hart pronta para uma vida de crimes. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução)"><figcaption>Pearl Hart pronta para uma vida de crimes. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Foi nesse momento de desespero que Pearl encontrou um aliado improvável em Joseph W. Boot, um <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118503-mineiros-fantasmas-o-trabalho-ilegal-em-minas-de-ouro-na-africa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mineiro</a> com um plano audacioso: roubar uma diligência.&nbsp;Com uma mistura de determinação e desespero, Pearl concordou em participar do assalto, vestindo roupas masculinas para se disfarçar e amedrontar os passageiros.O roubo da diligência aconteceu em 30 de maio de 1899, no deserto do Arizona, e marcou o ápice da vida criminosa de Pearl Hart. Sob a liderança de Boot, ela confrontou os passageiros, arrebatando centenas de dólares em um ato de total ousadia.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Julgada e condenada</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/09/09191249121356.jpg" alt="A Dama Bandida era uma mulher que não cabia no seu tempo. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução)"><figcaption>A Dama Bandida era uma mulher que não cabia no seu tempo. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>No entanto, a glória efêmera do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/o-crime-que-inspirou-agatha-christie-em-seu-primeiro-romance-policial-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crime&nbsp;</a>logo deu lugar à captura e ao julgamento, onde Pearl enfrentou o escrutínio da lei e da sociedade.Apesar de sua fama instantânea, Pearl Hart não escapou das consequências de suas ações. Condenada a cinco anos de prisão, ela passou um tempo na infame Prisão Territorial de Yuma antes de ser liberta por bom comportamento.Contudo, sua vida após a prisão permanece envolta em mistério, com relatos contraditórios sobre seu destino final.Embora a verdade por trás da história de Pearl Hart possa ser obscurecida pelo véu do tempo e da mitologia, seu legado perdura como um símbolo da audácia feminina e da luta pela liberdade no Velho Oeste.

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Pearl Hart: a rainha dos criminosos do Velho Oeste americano

Nascido em 1499, o molusco foi descoberto em 2006 e ultrapassou — e muito — a expectativa de vida da própria espécie. Cientistas estudam fenômeno. 

No fundo do oceano, em um lugar remoto ao largo da costa da Islândia, uma descoberta incrível foi feita em 2006: um molusco-quahog gigante, conhecido cientificamente como Arctica islandica, foi trazido à superfície. Mas este não era um quahog comum, era um ancião marinho, um sobrevivente dos séculos, que poderia muito bem ser um professor de história.&nbsp;Batizado de Ming — em homenagem à <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127809-granadas-de-pedra-da-dinastia-ming-sao-achadas-na-muralha-da-china.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dinastia chinesa Ming</a>, já que o molusco havia nascido enquanto a dinastia atuava —, este quahog-oceânico se tornou uma lenda científica, revelando segredos que vão da ciência do envelhecimento às mudanças climáticas. Como isso é possível?<h2 style="text-align:justify;">Ancião das profundezas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/08/08175823541278.jpg" alt="Ming, o molusco gigante. (Fonte: Science Nordic, Bangor University / Divulgação)"><figcaption>Ming, o molusco gigante. (Fonte: Science Nordic, Bangor University / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Ming não era um molusco qualquer. Sua idade, inicialmente estimada em 405 anos e posteriormente corrigida para impressionantes 507 anos, transformou o pacato quahog no molusco mais antigo já documentado.&nbsp;Ao que as medições por carbono-14 apontaram, nosso ancião nasceu por volta de 1499, ou seja, foi contemporâneo de figuras históricas como Colombo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128774-leonardo-da-vinci-era-um-procrastinador-nato.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Leonardo da Vinci</a> e Pedro Álvares Cabral. Além disso, atravessou grandes momentos da humanidade, testemunhando o Renascimento, a Reforma Protestante e a Revolução Russa.Nesse cenário, a pergunta que fica é: como um molusco pode viver tanto tempo? A resposta está em sua biologia única.Ao que indicam os especialistas, são três fatores que contribuem para a longevidade da espécie: o baixo consumo de oxigênio, o metabolismo lento e uma incrível capacidade de manutenção celular ao longo dos anos. Com esses mecanismos, a vida útil do quahog-oceânico tende a ser maior, principalmente por viver como se fosse em câmera lenta.&nbsp;<h3 style="text-align:justify;">Morte trágica</h3>De todos os trágicos eventos ocorridos no planeta e dos perigos marinhos enfrentados, Ming não sobreviveu ao maior terror da Terra: o ser humano.&nbsp;Arrancado de seu habitat natural durante uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128918-expedicao-no-fundo-do-mar-descobre-mais-de-100-novas-especies.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">expedição científica</a>, ele não sobreviveu à jornada para a superfície. Congelado acidentalmente a bordo do navio, Ming se tornou uma vítima involuntária da busca pelo conhecimento.&nbsp;Sua morte gerou controvérsias, com alguns condenando os cientistas como "assassinos de moluscos", enquanto outros reconheciam o valor de seu sacrifício para a ciência.<h2 style="text-align:justify;">Legado científico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/08/08185053239313.jpg" alt="Cada anel que surge na concha é um ano de vida do animal. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Cada anel que surge na concha é um ano de vida do animal. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Apesar da tragédia de sua morte, o legado de Ming vive através da ciência. Os estudos feitos a partir do molusco forneceram informações importantes sobre o envelhecimento biológico, as mudanças nos oceanos e até mesmo as complexidades do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128381-o-que-aconteceria-se-os-danos-climaticos-pudessem-ser-revertidos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">clima global</a>.&nbsp;A idade do quahog-oceânico está impressa em sua concha, pois os cientistas afirmam que os anéis que se formam na estrutura representam o tempo de existência do molusco. Para cada ano que passa, um anel é criado — mecanismo semelhante ao que acontece com os anéis das árvores. &nbsp;Esses "anéis de crescimento" funcionam como uma espécie de cápsula do tempo, não só revelando a idade do animal, mas também fornecendo informações valiosas sobre as condições ambientais ao longo dos séculos.&nbsp;Eles podem, por exemplo, ajudar-nos a identificar a temperatura do oceano em períodos específicos, o que abre portas para entendermos melhor como que as variações térmicas das águas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/rendimento-dos-mais-pobres-caira-20-ate-2050-devido-as-mudancas-do-clima" rel="noopener noreferrer" target="_blank">impactam o clima</a>.Os pesquisadores indicam também que Ming pode não ser único. Especula-se que outros quahogs oceânicos ainda mais antigos possam estar escondidos nas profundezas do mar, guardando segredos ainda maiores.

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Ming: o molusco gigante que viveu mais de 5 séculos

A descrição deste animal mistura características de várias espécies, incluindo presas semelhantes às do tigre-dente-de-sabre.

Se aventurar pelos mistérios dos rios e lagos africanos é como entrar em um universo onde a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128795-escorpiao-rei-do-egito-pode-ter-sido-imperador-amarelo-da-china-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">realidade e a fantasia se misturam</a> em proporções igualmente assustadoras e fascinantes. Entre as histórias que ecoam pelas águas turvas e margens sombrias, uma curiosa criatura se destaca: o Dingonek, um ser híbrido com características de diversos animais, capaz de aterrorizar até mesmo os caçadores mais destemidos.&nbsp;Acredite ou não, há vários relatos históricos sobre esse estranho animal, que seria uma mistura de leopardo, serpente marinha e hipopótamo (além de outros bichos). Até hoje não se sabe se a criatura de fato existe ou se é apenas uma lenda dos povos originários da região. Mas afinal, o que tem de real nisso tudo?<h2 style="text-align:justify;">O início&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/08/08105418163083.jpg" alt="O Lago Vitória é um dos locais de supostos avistamentos do Dingonek. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>O Lago Vitória é um dos locais de supostos avistamentos do Dingonek. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os primeiros relatos sobre o Dingonek datam do início do século XX, quando os grandes <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127296-cacadores-capturam-o-maior-jacare-ja-registrado-no-mississippi.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">caçadores</a> invadiam as terras africanas e se aventuravam pela região em busca de troféus exóticos. Um desses caçadores, o britânico John Alfred Jordan, descreveu encontros aterradores com um tenebroso animal em suas expedições.A história foi registrada por Edgar Beecher Bronson, outro caçador que, em 1910, escreveu o livro In Closed Territory&nbsp;("Em Território Fechado", em tradução livre), após colher de Jordan e de seu grupo as informações detalhadas sobre o encontro com a fera.&nbsp;Segundo os relatos, eles teriam dado de cara com um animal assustador nunca visto antes, que&nbsp;media aproximadamente 4,5 metros&nbsp;e tinha uma estrutura corporal grande, algo parecido com um hipopótamo ou uma baleia.&nbsp;A cauda era típica de animais marinhos: larga e com barbatanas. O tronco, imenso, tinha uma armação que parecia a carapaça de um tatu. Já a cabeça, grande como a de uma leoa, possuía formato e manchas que muito lembravam um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120405-leopardos-da-neve-morrem-de-covid-19-em-zoologico-nos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">leopardo</a>.O mais impressionante, sem dúvida, era o par de presas gigantescas semelhante ao de um tigre-dente-de-sabre. Para Jordan, os dentes atravessariam facilmente o corpo de um homem.&nbsp;Assustado, ele teria dado um tiro na fera, que mergulhou novamente nas águas do Lago Vitória e sumiu. O calçador voltou nos dias seguintes para procurar o animal, porém não teve sucesso.&nbsp;<h2>Entre lendas e realidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/08/08132718041176.webp" alt="Dingonek contra Jordan. Realidade ou história de pescador? (Fonte: Legendary Cryptids, Twitter/ Reprodução)"><figcaption>Dingonek contra Jordan. Realidade ou história de pescador? (Fonte: Legendary Cryptids, Twitter / Reprodução)</figcaption></figure></figure>As histórias sobre esse ser misterioso já eram bastante comuns entre os indígenas da região, tanto que foram eles que deram o nomearam de Dingonek.&nbsp;Relatos semelhantes de monstros aquáticos podem ser vistos em diferentes regiões da África, como a República Centro-Africana, o Sudão do Sul e a República Democrática do Congo. Tribos locais têm seus próprios nomes para essas criaturas, como muru-ngu, dilali e mamaimé, refletindo a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120602-3-paises-onde-tribos-ainda-praticam-o-canibalismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">diversidade cultural</a> e a riqueza das tradições africanas.Para essas comunidades, o Dingonek não era apenas uma fonte de medo, mas também de esperança, associado à boa sorte e prosperidade. No entanto, sua ausência poderia significar um mau agouro, pois seria sinal de doenças e desastres.Apesar das especulações e tentativas de categorização por parte de cientistas e especialistas, o Dingonek permanece envolto em mistério.&nbsp;Seja uma criatura pré-histórica sobrevivente ou uma manifestação das lendas e temores das comunidades locais, sua presença nas águas africanas continua a desafiar nossas noções convencionais de biologia e zoologia.

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Dingonek: o monstro híbrido africano devorador de homens

Fenômeno subaquático descoberto recentemente é extremamente profundo e pode ter várias cavernas interligadas.

Você já ouviu falar em buracos azuis? Esses fenômenos geológicos são verdadeiros <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121775-5-misterios-do-oceano-que-a-ciencia-ainda-nao-resolveu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mistérios subaquáticos</a>, e um em especial, o buraco azul Taam Ja', acaba de ganhar o título de "buraco azul mais profundo do mundo". Localizado na Baía de Chetumal, na costa sudeste da Península de Yucatán, no México, esse buraco não só desafia os limites da profundidade, mas também nos convida a explorar os segredos ocultos das profundezas oceânicas.Então, o que exatamente são esses tais buracos azuis? Eles são essencialmente como buracos de minhoca, mas no oceano. São feitos verticalmente e possuem extrema profundidade, de maneira que você não consegue enxergar o fundo. &nbsp;Esse locais ficam cheios de cavernas subaquáticas escuras que se formam quando o leito rochoso do oceano é feito de materiais solúveis, como calcário. Com o tempo, a água do mar dissolve esses minerais, criando vastas passagens subterrâneas que podem se estender por centenas de metros abaixo da superfície.<h2 style="text-align:justify;">Nas profundezas do mar mexicano</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/07/07155912987249.jpg" alt="O buraco azul de Taam Ja' pode ligar-se, subterraneamente, com o Mar do Caribe. (Fonte: Juan C. Alcérreca-Huerta et al/ Divulgação). "><figcaption>O buraco azul de Taam Ja' pode ligar-se, subterraneamente, com o Mar do Caribe. (Fonte: Juan C. Alcérreca-Huerta et al / Divulgação).</figcaption></figure></figure>O buraco azul Taam Ja' foi descoberto em 2021, e desde então tem fascinado tanto cientistas quanto aventureiros. Inicialmente, estimou-se que o buraco tinha cerca de 275 metros de profundidade, mas uma expedição em dezembro de 2023 revelou algo surpreendente: o Taam Ja' é muito mais profundo do que o imaginado, estendendo-se a pelo menos 420 metros abaixo do nível do mar.&nbsp;Essa descoberta o torna o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/110910-conheca-o-incrivel-buraco-azul-no-mar-de-belize.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">buraco azul</a> mais profundo conhecido pela ciência até o momento, superando o buraco azul Poço do Dragão, no Mar da China Meridional, que tem "apenas" cerca de 300 metros de profundidade.&nbsp;Para sondar as profundezas do buraco e conseguir chegar à medição, os pesquisadores usaram uma tecnologia avançada chamada perfilador CTD (sigla para condutividade, temperatura e profundidade, em tradução livre).&nbsp;Essa ferramenta permite que os cientistas avaliem as propriedades do ambiente subaquático e as comparem com conjuntos de dados semelhantes, fornecendo informações sobre a geologia e a vida marinha das profundezas oceânicas.<h2 style="text-align:justify;">Informações escondidas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/07/07161127629257.jpg" alt="Os buracos azuis são lugares com rica vida marinha. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Os buracos azuis são lugares com rica vida marinha. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A exploração do Taam Ja' não apenas revelou sua impressionante profundidade, mas também levantou questões intrigantes sobre o que mais poderia estar escondido em suas profundezas.&nbsp;A água analisada apresentava camadas de diferentes temperaturas e salinidades, sugerindo conexões subterrâneas com o Mar do Caribe e possíveis <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126877-erupcao-vulcanica-pode-ter-causado-a-era-da-terra-bola-de-neve-ha-700-milhoes-de-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">atividades geotérmicas ou vulcânicas</a>.Os pesquisadores ainda especulam que o Taam Ja' pode fazer parte de um sistema interligado de cavernas e túneis subaquáticos, o que poderia abrir novas oportunidades de pesquisa e descoberta.Além disso, os buracos azuis são como janelas para o passado da Terra. Eles podem conter fósseis de criaturas pré-históricas e até mesmo pistas sobre como nosso planeta evoluiu ao longo do tempo.&nbsp;No entanto, para desvendar completamente os mistérios do Taam Ja' e de outros buracos azuis, serão necessárias mais investigações e o desenvolvimento de tecnologias de navegação subaquática mais avançadas.Apesar das limitações atuais, os cientistas estão ansiosos para continuar explorando o Taam Ja'. &nbsp;Eles acreditam que o buraco pode ser ainda maior, já que não foi explorado por completo. É esperar para ver.

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Buraco azul mais profundo do mundo está no mar mexicano

Fenômeno faz o nosso cérebro interpretar ruídos aleatórios como sendo palavras ou frases, geralmente nos chamando a atenção. 

<div data-message-author-role="assistant" data-message-id="0a89c147-f70f-434d-9548-82e5ac298ffa" dir="auto">Você já se pegou estando num lugar silencioso e ter tido a impressão de que alguém te chamou, mesmo sem ter ninguém por perto? Parece até coisa de filme de terror, não é mesmo? Tanto que há quem diga que "é a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128594-o-que-acontece-quando-nos-morremos-cientificamente-falando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">morte</a> chamando". Por outro lado, pessoas mais religiosas dizem que isso é algum tipo de conexão espiritual com um ente falecido. Contudo, a ciência tem outro nome para esse fenômeno: pareidolia auditiva.Sim, pode ficar em completa paz. Ouvir vozes, frases ou até música onde não existe é mais comum do que se possa imaginar. E tudo isso é culpa de nosso cérebro, que é uma máquina em busca de tentar entender o mundo, nem que para isso ele cometa alguns erros.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Fenômeno neuropsicológico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/07/07115341806098.jpg" alt="Esse café parece feliz hoje? (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Esse café parece feliz hoje? (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Pode ser que você já tenha ouvido falar no termo pareidolia, mas em outra situação. Sabe quando olhamos para uma nuvem e dizemos que ela parece com um animal, ou quando vemos uma mancha na parede e dizemos se tratar de Jesus ou algo nesse sentido? Pois bem, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117592-o-que-e-a-pareidolia-5-fotos-para-voce-entender-o-fenomeno.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">isso é pareidolia</a>.&nbsp;Esse fenômeno ocorre quando nosso cérebro interpreta algum estímulo com algo que nos é familiar. É uma maneira do nosso poderoso órgão encontrar um padrão em meio ao caos, dando um sentido para aquela informação. Portanto, no caso de vermos um "rosto feliz" num objeto comum como uma lixeira, é só nosso cérebro tentando dar um significado a um simples objeto. Nessa situação, estamos diante da pareidolia visual.&nbsp;Porém, esse processo neuropsicológico também ocorre com sons, recebendo assim o nome de pareidolia auditiva. Aqui, ao ponto que somos expostos a ruídos aleatórios, o nosso cérebro buscará transformar esse som "sem sentido" em algum som que tenha um nexo para nós. E o que mais familiar que o nosso nome, não é mesmo?Mas não é apenas com o nosso nome que a pareidolia auditiva se apresenta. &nbsp;A pessoa pode ouvir frases, palavras aleatórias e até mesmo músicas. Tudo vai depender do som que está sendo emitido.&nbsp;Esse fenômeno, por exemplo, é bem comum em barulhos como o "ruído branco", que muita gente gosta de ouvir para dormir. Por ser construído com ruídos constantes e aleatórios, não é estranho que comecemos a perceber padrões onde não existem, só para satisfazer nossa necessidade de sentido.&nbsp;<h3 style="text-align:justify;">Mais uma vez, a evolução</h3>Ao longo da história humana, a capacidade de reconhecer padrões e extrair significado de informações sensoriais foi crucial para nossa sobrevivência. Basta pensar que, ao estar em um ambiente barulhento, é essencial detectar ameaças ou sinais de comunicação. Perceber o perigo podia ser a diferença entre viver e morrer.&nbsp;É por isso que o nosso cérebro se desenvolveu de uma forma a estar sempre pronto para encontrar padrões de linguagem mesmo em meio ao ruído, mesmo que às vezes isso signifique interpretar erroneamente os sons que ouvimos.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Pode ser sinal de uma doença mental?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/07/07120354274104.jpg" alt="Quem me chamou? Foi só a pareidolia auditiva mesmo. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Quem me chamou? Foi só a pareidolia auditiva mesmo. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>É importante ressaltar que a pareidolia auditiva não é um sinal de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121452-conheca-6-transtornos-mentais-dos-mais-assustadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">doença mental</a>. Não é uma alucinação no sentido clínico do termo. Em vez disso, é uma manifestação normal da forma como nosso cérebro processa informações sensoriais.&nbsp;Claro, em alguns casos extremos, a pareidolia auditiva pode ser associada a condições médicas, como a esquizofrenia, mas na maioria das vezes é apenas uma peculiaridade do funcionamento do cérebro humano.Caso passe por isso, não entre em pânico. Você não está "perdendo a cabeça". Em vez disso, tente identificar a fonte do ruído que desencadeia essas experiências e depois o retire. Simples assim.</div>

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Pareidolia auditiva: o que é o fenômeno que nos faz "ouvir vozes"?

Enquanto algumas pessoas espirram baixinho, outras espirram de forma tão escandalosa que até deixam amigos e familiares envergonhados — e fazem desconhecidos tomarem um susto.

Todo mundo conhece alguém que parece desencadear uma explosão sônica toda vez que espirra. Mas, por que algumas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118684-por-que-os-seres-humanos-espirram.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pessoas emitem espirros</a> tão estrondosos enquanto outras são tão delicadas que a gente quase não percebe? Se você acha que a altura do barulho tem a ver com a pessoa "querer aparecer", saiba que tal fato está longe da verdade. E quem diz isso é a ciência.&nbsp;De acordo com neurologistas e especialistas em otorrinolaringologia, existem vários fatores que podem influenciar como uma pessoa espirra. Segundo eles, nossos espirros podem revelar muito sobre nossa personalidade,&nbsp;anatomia e até sobre a cultura em que estamos inseridos.<h2 style="text-align:justify;">Questões de personalidade e cultura</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/30/30111937109092.jpg" alt="Mulheres espirram quase como um "><figcaption>Mulheres espirram quase como um "anjo", enquanto homens são mais espalhafatosos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Um estudo conduzido pela Smell &amp; Taste Treatment and Research Foundation, em Chicago, sugere que a maneira como espirramos pode refletir nossa personalidade subjacente. Por exemplo, pessoas extrovertidas tendem a ter espirros mais explosivos, enquanto as mais tímidas podem tentar conter seus espirros, resultando em algo mais parecido com um murmúrio. É quase como se nossos espirros fossem uma forma peculiar de expressão pessoal.Mas não se engane pensando que os espirros são apenas uma questão de personalidade: fatores culturais e sociais também desempenham um papel importante. Em algumas culturas, espirrar alto é considerado rude, enquanto em outras, é simplesmente uma parte normal da vida.&nbsp;E embora esteja em uma&nbsp;mesma cultura, as expectativas de comportamento podem variar com base no gênero. Essa é uma das razões por trás do fato de normalmente as mulheres fazerem menos barulho, já que a sociedade, num geral, espera que a mulher seja mais delicada e educada. Por outro lado, o homem, que cresce tendo maior liberdade e menor pressão social, fica "livre" para espirrar mais alto.<h2 style="text-align:justify;">Resposta anatômica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/30/30112305048098.jpg" alt="Pessoas com maior pulmão tendem a espirrar mais forte. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>Pessoas com pulmões maiores tendem a espirrar mais forte. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Além de fatores de personalidade e de cultura, outra influência considerável vem da anatomia de cada indivíduo. O tamanho dos nossos <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122280-paul-alexander-o-ultimo-homem-vivendo-com-pulmao-de-ferro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pulmões</a>, por exemplo, pode afetar a intensidade do espirro.Quanto mais ar inspiramos antes de espirrar, mais intenso será o espirro. E se você segura a respiração antes de liberar aquele belo e libertador "atchim", você está pronto para realizar um evento quase dramático. &nbsp;A resposta para isso está no fluxo de ar que acompanha o espirro. Quando o ar é liberado rapidamente pela boca ou pelo nariz, ele produz o som característico do espirro. E há até mesmo um certo grau de controle sobre o som final do espirro. Tanto que algumas pessoas até incorporam palavras ou expressões ao espirrar, adicionando um toque pessoal à experiência.Diante desse controle na hora de espirar, uma coisa é certa: segurar um espirro não é uma boa ideia. Isso porque a pressão gerada por um espirro pode ser intensa, e contê-lo pode resultar em <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128331-caso-de-traqueia-rasgada-por-segurar-espirro-e-registrada-por-medicos-pela-1-vez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">danos sérios</a>, como ruptura de tímpano ou até mesmo um aneurisma. Então, é melhor deixar o espirro sair em toda a sua glória do que arriscar uma lesão grave.Em última análise, o fato é que os espirros são uma função involuntária do corpo, projetados para proteger as vias respiratórias de agentes nocivos. E embora possam ser um pouco barulhentos às vezes, não podemos negar que são uma parte essencial da experiência humana.

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Por que algumas pessoas espirram tão mais alto que outras?

Escondida no fundo dos mares, essa espécie de água-viva tem características estruturais e comportamentais completamente diferentes — e surpreendentes.

No vasto mundo do oceano, onde a luz mal penetra e os segredos se escondem nas profundezas, existe um ser que desafia todas as nossas expectativas sobre a vida marinha. A incrível Deepstaria, com sua aparência misteriosa e habilidades singulares, cativa biólogos marinhos e amantes da natureza ao redor do globo.&nbsp;A Deepstaria recebeu esse nome graças ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125525-morte-em-um-submarino-o-processo-de-decomposicao-em-circunstancias-inospitas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">submarino</a> Deepstar 4000 (Estrela profunda, em tradução livre), projetado por ninguém menos que Jacques Cousteau, o francês que, dentre milhares de habilidades, é conhecido como "pai do mergulho autônomo". Foi a bordo desse submarino que uma expedição avistou a espécie pela primeira vez, em 1960. &nbsp;Com uma aparência fantasmagórica e comportamento, no mínimo, inusitado, ela é verdadeiramente única entre suas parentes gelatinosas, as águas-vivas. Ao contrário das suas primas mais próximas, que dependem de longos tentáculos para capturar presas, a nossa curiosa espécie adota uma abordagem diferente.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Cobertor mortal</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/02/02170222710303.jpg" alt="Seria um fantasma marinho? Calma, é só uma água-viva estranha. (Fonte: EVNautilus, YouTube/ Divulgação)"><figcaption>eria um fantasma marinho? Calma, é só uma água-viva estranha. (Fonte: EVNautilus / YouTube / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Essa misteriosa criatura, que parece flutuar igual a um saco plástico ao vento — como a clássica cena do filme Beleza Americana —, é uma das mais intrigantes da família das medusas. Com duas espécies descobertas, Deepstaria enigmatica e Deepstaria reticulum, essas águas-vivas pertencem à classe Scyphozoa, grupo conhecido como sendo das "águas-vivas verdadeiras".Mas por mais que sejam parentes de outras águas-vivas, elas possuem características bem peculiaridades.&nbsp;Isso porque, enquanto a maioria das águas-vivas possui tentáculos longos e uma estrutura em sino relativamente pequeno, a Deepstaria evoluiu de maneira inversa, com tentáculos bem pequenos e um sino grande — com a habilidade de se abrir igual a um paraquedas.&nbsp;Essa mudança foi essencial para sua sobrevivência, como é possível notar na maneira que se dá sua caça, na qual ela se transforma em um tipo de cobertor flutuante, envolvendo suas presas para criar uma armadilha letal.&nbsp;Além disso,&nbsp;é equipada com nematocistos, organelas responsáveis por <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128902-nova-agua-viva-descoberta-no-japao-pode-conter-arsenal-de-venenos-nunca-vistos-antes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lançar toxinas</a> que afetam o sistema nervoso central de suas vítimas.<h2 style="text-align:justify;">Comportamentos inesperados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/02/02171549669314.jpg" alt="D. enigmatica em close. (Fonte: David F. Gruber et al/ Divulgação) "><figcaption>D. enigmatica em close. (Fonte: David F. Gruber et al / Divulgação)</figcaption></figure></figure>A Deepstaria é uma mestra da metamorfose. Ela pode se comprimir, achatar-se e se expandir na forma e direção que desejar. Essa habilidade única a torna uma das criaturas mais fascinantes das profundezas oceânicas — e difícil de ser encontrada.Achá-la é complicado, pois habita a Zona Batipelágica (também conhecida como "zona da meia-noite"), nome dado à região oceânica que fica entre 1 mil e 4 mil metros de profundidade, onde reinam a escuridão e a pressão esmagadora, cirando um ambiente intimidador e sombrio. Foi justamente nessa zona onde o&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/125493-tudo-que-ha-de-errado-com-o-submarino-turistico-do-titanic.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">submarino da Ocean Gate desapareceu em 2023</a>, enquanto fazia uma viagem aos destroços do Titanic.E como se não bastasse possuir o dom do disfarce, nossa amiga aquática tem outra habilidade curiosa: servir de casa para outros bichos.&nbsp;Numa expedição feita com uso de câmeras submarinas, cientistas encontraram a Deepstaria com um intruso em seu corpo. O "morador" era um isópode vermelho, um crustáceo achatado que encontrou um lar dentro da água-viva. De acordo com relatos anteriores, outras espécies já foram encontradas dentro do sino dessas medusas, mostrando que isso não é algo isolado.&nbsp;Porém, a natureza dessa relação, seja simbiótica ou parasitária, ainda é um mistério para os cientistas. Enquanto o isópode obtém abrigo e possíveis nutrientes do corpo da água-viva, o benefício para ela não está claro. O que ela ganharia com isso? Quem consome quem no final de contas?&nbsp;Essas e outras perguntas, por enquanto, permanecem sem resposta. Só as próximas pesquisas poderão nos revelar esses segredos.&nbsp;

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Deepstaria: que animal estranho é esse?

Por mais que a imperatriz russa tivesse a fama de ser bastante ativa sexualmente, especialistas não conseguem ter certeza sobre os fatos por trás dessa história. 

No mundo das fofocas históricas, poucas histórias têm tanto impacto quanto os rumores sobre a vida sexual extravagante de figuras poderosas. E quando se trata da lendária imperatriz russa Catarina, a Grande, os boatos atingem um novo patamar. Uma das mais intrigantes, talvez, é a história da suposta sala pornográfica, um santuário secreto onde móveis eróticos eram destaque.&nbsp;Durante três décadas, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/126711-5-formas-de-como-catarina-ii-transformou-a-russia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Catarina II exerceu o poder na Rússia</a>, combinando audácia e controvérsia. Seu reinado foi caracterizado por reformas progressistas, com maior atenção às questões femininas (o Estado, por exemplo, era obrigado a pagar a educação das mulheres) e uma mentalidade que defendia os ideais iluministas. &nbsp;Porém, sua vida privada gerava mais escândalos do que os programas sensacionalistas que temos na atualidade. Entre as histórias mais intrigantes está a da existência de uma espécie de gabinete secreto repleto de móveis eróticos, que, de acordo com o boato, teriam sido encomendados pela própria imperatriz.<h2 style="text-align:justify;">Boato de guerra</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/02/02113802147119.jpg" alt="Será que os móveis eram de Catarina? (Fonte: Messy Nessy/ Reprodução) "><figcaption>Será que os móveis eram de Catarina? (Fonte: Messy Nessy / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os boatos sobre a vida amorosa de Catarina são tão selvagens quanto variados. De alegações sobre centenas de amantes a rumores de zoofilia, a imaginação popular parece não ter limites quando se trata dela.&nbsp;E uma das histórias mais famosas sobre a imperatriz que governou a Rússia de 1762 a 1796 é recente, pois o fato que deu origem à fofoca ocorreu durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>.&nbsp;Reza a lenda que soldados alemães da Wehrmacht (forças armadas nazistas) afirmaram em um relatório — nunca encontrado — que haviam encontrado uma sala secreta repleta de móveis decorados com motivos pornográficos nos palácios de Tsarskoye Selo. Entre esses móveis estariam uma mesa adornada com genitais masculinos e seios&nbsp;e uma cadeira decorada com representações gráficas de sexo oral.&nbsp;A questão é que existem, de fato, fotos dessas peças misteriosas, porém não se sabe se elas são realmente dos supostos móveis de Catarina ou apenas de uma coleção qualquer. E é aí que mora o problema.&nbsp;A veracidade dos relatos sobre o gabinete de Catarina são difíceis de comprovar. Apesar de décadas de especulação, não há evidências conclusivas de que esses móveis pertenciam realmente à imperatriz. Os historiadores ainda debatem se essas fotos são autênticas e se os soldados da Wehrmacht realmente encontraram essas peças.<h2 style="text-align:justify;">Nada de novo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/02/02113305021116.png" alt="Suposta mesa de Catarina tinha várias alusões a órgãos sexuais. (Fonte: All That's Interesting/ Reprodução)"><figcaption>Suposta mesa de Catarina tinha várias alusões a órgãos sexuais. (Fonte: All That's Interesting / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Mesmo que esses móveis não tenham sido comprovadamente propriedade da imperatriz, sua história nos lembra de uma tradição antiga de móveis eróticos.&nbsp;Desde os assírios na Antiguidade, passando pelas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121881-por-que-a-arte-erotica-era-tao-popular-na-antiga-pompeia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ruínas de Pompeia</a>, até a "cadeira do amor" de Eduardo VII da Inglaterra, a humanidade sempre teve uma fascinação por artes que estimulam o nosso lado libidinoso.&nbsp;Então, pode até ser que a tal sala secreta — e os móveis — tenha realmente existido, até porque esse tema, por mais que normalmente seja um tabu, está sempre no nosso dia a dia e também na vida dos grandes nomes da história.&nbsp;Contudo, a questão sobre a existência ou não da tal sala vai além. Os rumores sobre a vida de Catarina podem ser uma tentativa de manchar sua imagem, já que muitos não aceitam o fato dela ter sido uma das mulheres mais importantes da história e do poder que ela exerceu sobre a Rússia, transformando o país completamente.&nbsp;Até o momento, a existência do mencionado gabinete permanece incerta. No entanto, é incontestável a força e a determinação que Catarina, a Grande, exibiu perante o mundo, elevando a presença feminina ao protagonismo.

Victor Soares