Modalidade criada durante o governo de Mussolini misturava diversos tipos de esporte e era uma forma de "banir" jogos estrangeiros. 

Governos totalitários são, antes de qualquer coisa, ultranacionalistas. E isso não seria diferente com a Itália fascista. Numa tentativa de escantear esportes que estavam ganhando espaço no país, como o futebol e o rugby, o governo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120077-as-atrocidades-cometidas-por-mussolini-nao-conheceram-limites.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mussolini</a> resolveu criar um esporte próprio, a volata.O jogo, na verdade, não tinha nada de muito original: era uma mistura de diversos esportes com ações que podiam ser feitas tanto com os pés quanto com as mãos. E a partida ocorria, adivinhem... em um campo de futebol.Em um governo que apelava mais para a ignorância do que para a criatividade, não é de se surpreender que esse "Frankenstein esportivo" acabou sendo mais uma das jogadas fracassadas dos fascistas italianos.<h2 style="text-align:justify;">Um "novo" esporte</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22170646206282.jpg" alt="O rugby começava a ganhar adeptos na Itália do início do séc. XX. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O rugby começava a ganhar adeptos na Itália do início do século XX. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A volata, que em italiano significa algo como "corrida" ou "fluxo", foi idealizada por Augusto Turati, secretário nacional do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123938-o-simbolo-fascista-original-espalhado-em-estruturas-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Partido Fascista</a>. O esporte teve seu lançamento oficial em 1928, com a primeira partida ocorrendo somente um ano depois, em janeiro de 1929, no Estádio do Partido Fascista em Roma.A ideia de Turati era criar um jogo que combinasse elementos de futebol e rugby, mesclando também influências de handebol e até basquete. Em resumo, volata era um híbrido, com regras que permitiam o uso das mãos e dos pés para jogar a bola, contanto que isso fosse feito dentro de um limite de três segundos.O campo onde a volata era jogada tinha 90x60 metros, e cada equipe era composta por oito jogadores. A duração do jogo era de uma hora, dividida em três períodos de 20 minutos. O objetivo era simples: colocar a bola no gol adversário. Apesar da simplicidade das regras, a combinação dos elementos de diferentes esportes criava um jogo dinâmico e, teoricamente, emocionante.&nbsp;No entanto, essa mistura também significava que a volata não se diferenciava o suficiente do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127504-jogo-de-futebol-iniciou-uma-guerra-entre-honduras-e-el-salvador.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">futebol</a> (e de outros esportes) para conquistar um espaço próprio nos corações dos italianos.<h2>Propaganda e fracasso</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22170849585283.jpg" alt="Mussolini queria expulsar elementos culturais estrangeiros. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Mussolini queria expulsar elementos culturais estrangeiros. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A promoção da volata foi intensa. O governo fascista e suas organizações culturais e esportivas investiram pesado em propaganda — "o esporte mais italiano", afirmava um dos slogans —, vendendo a ideia de que a modalidade era um descendente direto de esportes antigos da Itália, como o harpastum romano (jogado com a mão) e o calcio fiorentino medieval (um tipo de futebol arcaico).&nbsp;No auge de sua popularidade, mais de 100 equipes foram formadas, chegando ao ponto de criarem um campeonato nacional. A equipe milanesa Dopolavoro Richard Ginori sagrou-se campeã desse torneio nacional realizado em 1930, que foi o único.No entanto, o sucesso da volata foi efêmero. Sem o apoio contínuo do estado e com regras que não cativaram o público, o interesse pelo jogo rapidamente diminuiu. Em 1931, não foi possível organizar outro <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124308-campeonato-de-tapa-na-cara-conheca-os-perigos-do-violento-esporte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campeonato</a>, e a liga nacional foi oficialmente dissolvida em 1933.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Apostando no tradicional</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22171053443284.jpg" alt="Mussolini não foi páreo para o poder do futebol. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Mussolini não foi páreo para o poder do futebol. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por outro lado, a popularidade do futebol continuava a crescer, mesmo com a desaprovação inicial do regime. Observando essa tendência, o próprio Mussolini mudou de estratégia, afinal, todo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124981-religiao-e-usada-para-barrar-liberdade-e-democracia-segundo-estudos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">totalitarista</a> é chegado num populismo.&nbsp;Reconhecendo que o futebol era imensamente popular entre as massas, ele direcionou esforços para que a Itália sediasse a Copa do Mundo de 1934 e que a seleção nacional fosse vitoriosa, o que de fato ocorreu (no mínimo estranho, não?).A tentativa de substituir o futebol e o rugby com a volata pode ser vista como um reflexo do desejo dos fascistas de criar uma identidade cultural distinta, livre de influências estrangeiras. No entanto, a resistência popular e a força das tradições esportivas já enraizadas mostraram-se mais fortes que a propaganda estatal.

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Volata: o jogo criado na Itália fascista para substituir o futebol

Espécie encontrada na China pode ser um representante do último ancestral que sapiens e homem-dragão tiveram em comum.

Um crânio de aproximadamente um milhão de anos encontrado no distrito de Yunyang, na província chinesa de Hubei, pode ser a chave para entender a conexão entre os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127130-nova-linhagem-de-humanos-modernos-de-40-mil-anos-e-descoberta-na-franca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">humanos modernos</a> e o misterioso "Homem-dragão". Pesquisadores reconstruíram este crânio e levantaram a hipótese de que ele pertence a um ancestral comum das duas linhagens, iluminando a história evolutiva humana de maneiras antes inacessíveis.Em 1989 e 1990, arqueólogos descobriram dois crânios humanos muito antigos em Yunyang, seguidos por um terceiro em 2022. Essas descobertas geraram debates acalorados sobre se os crânios pertenciam ao Homo erectus ou ao Homo sapiens.&nbsp;No entanto, uma nova reconstrução sugere que esses fósseis, especialmente o crânio conhecido como Yunxian 2, podem ser mais próximos do último ancestral comum do Homo sapiens e do Homem-dragão.<h2 style="text-align:justify;">Características particulares</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/28/28111558381116.jpg" alt="As partes marrom são os ossos fósseis. As áreas claras são as reconstituições feitas pelos pesquisadores. (Fonte: Xiaobo Feng et al./ Divulgação)"><figcaption>As partes marrom são os ossos fósseis. As áreas claras são as reconstituições feitas pelos pesquisadores. (Fonte: Xiaobo Feng et al. / Divulgação)</figcaption></figure></figure>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128205-homem-dragao-o-parente-mais-proximo-dos-humanos-modernos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Homem-dragão</a>, cujo nome científico é Homo longi, foi identificado por meio de um crânio de 146 mil anos encontrado na província de Heilongjiang, na China. Esse hominídeo arcaico intriga os cientistas devido às suas características únicas, e alguns acreditam que ele poderia estar relacionado aos Denisovanos, um grupo humano enigmático que coexistiu com o Homo sapiens na Eurásia.&nbsp;A possível conexão entre o Homem-dragão e os crânios de Yunyang, apelidados de "Homem-yunxian", oferece uma nova perspectiva sobre a evolução humana.A reconstrução do crânio Yunxian 2, feita com o auxílio de tecnologia avançada, revelou um mosaico de características que parece combinar traços de&nbsp;sapiens com os do&nbsp;longi.&nbsp;Especificamente, o crânio apresentava uma estrutura facial humana, mas com um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123992-cranio-de-9-mil-anos-tem-rosto-reconstruido-por-brasileiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crânio</a> achatado e detalhes físicos específicos, como sobrancelhas espessas e olhos quadrados, semelhantes aos do H. longi. Essas semelhanças sugerem que o Homem-yunxian poderia ser um membro inicial da linhagem asiática do Homem-dragão.<h2 style="text-align:justify;">Elo genealógico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/28/28111410888115.jpg" alt="Cada nova descoberta é um elo que se fecha na história dos humanos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Cada nova descoberta é um elo que se fecha na história dos humanos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os cientistas acreditam que o Homem-yunxian viveu entre 940 mil e 1,1 milhão de anos atrás, uma época que coincide com o surgimento teórico das linhagens do Homo sapiens e do Homem-dragão.&nbsp;Isso reforça a ideia de que Yunxian poderia representar um elo crucial na árvore genealógica humana. A descoberta levanta a possibilidade de que os Denisovanos e o Homem-dragão compartilhem uma origem comum com o&nbsp;Homo sapiens, antes de divergirem em caminhos evolutivos distintos.Apesar de não haver consenso sobre a classificação exata desses fósseis, os pesquisadores defendem que a posição basal do crânio yunxiano sugere uma proximidade morfológica e cronológica com o último ancestral comum das linhagens de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128806-artefatos-de-45-mil-anos-revelam-presenca-do-homo-sapiens-no-leste-da-asia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">H. sapiens</a> e do Homem-dragão.&nbsp;A pesquisa, ainda que preliminar e não revisada por pares, destaca a importância dos fósseis de Yunyang para a compreensão da evolução humana.<h2 style="text-align:justify;">Chave do passado</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/28/28111946560117.jpg" alt="Só por meio de muita pesquisa é descobriremos como chegamos até aqui enquanto espécie. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Só por meio de muita pesquisa é descobriremos como chegamos até aqui enquanto espécie. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A descoberta do crânio do Homem-dragão em 1933 na província de Heilongjiang e sua posterior identificação são uma saga fascinante por si só. O crânio foi escondido por décadas, apenas sendo revelado ao mundo pelos netos do homem que o encontrou durante a ocupação japonesa na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118396-6-coisas-sobre-a-china-que-voce-talvez-nao-saiba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">China</a>.&nbsp;Sua análise trouxe novas luzes sobre a diversidade dos hominídeos na Ásia e contribuiu para o entendimento de espécies como os Neandertais e Denisovanos, já que esses grupos coexistiram até cerca de 30 mil anos atrás.A complexidade dessas descobertas destaca o desafio que é mapear a história evolutiva humana. Cada fóssil encontrado é uma peça do quebra-cabeça que pode redefinir nosso entendimento sobre como diferentes linhagens de hominídeos se relacionaram e evoluíram.&nbsp;O Homem-yunxian, com suas características mistas, pode ser a chave para desvendar esses mistérios e conectar pontos entre os primeiros humanos e outras espécies arcaicas.

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Crânio milenar chinês pode ser elo entre Sapiens e "Homem-dragão" 

Fóssil encontrado nos EUA tem dado dor de cabeça aos pesquisadores por ser de difícil definição, apresentando características de diversos aracnídeos. 

Paleontologistas encontraram um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128627-5-fosseis-de-insetos-curiosos-que-desafiam-a-imaginacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fóssil</a> tão antigo e peculiar que nem eles mesmos conseguem classificá-lo de forma definitiva. O bicho, que recebeu o nome de Douglassarachne acanthopoda, é um aracnídeo com aproximadamente 308 milhões de anos encontrado no leito de fósseis Mazon Creek, em Illinois.Com um corpo compacto de apenas 1,5 centímetros e pernas bastante incomuns, essa criatura confunde os especialistas e nos faz questionar: estamos olhando para uma aranha, um escorpião ou algo completamente diferente?<h2 style="text-align:justify;">Um quebra-cabeça</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27090011181010.png" alt="Fóssil mostrou que espécie tinha pernas fortes e pontiagudas. (Fonte: Selden &amp; Dunlop/ Divulgação) "><figcaption>Fóssil mostrou que espécie tinha pernas fortes e pontiagudas. (Fonte: Selden &amp; Dunlop / Divulgação)</figcaption></figure></figure>De acordo com Paul Selden e Jason Dunlop, os principais pesquisadores envolvidos no estudo deste fóssil, o animal não se encaixa em nenhuma das ordens conhecidas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/111349-se-voce-tem-aracnofobia-esperamos-que-voce-nunca-va-nesse-banheiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aracnídeos</a>, sejam eles vivos ou extintos. Isso porque seu plano corporal é bastante diferente de qualquer outro grupo de aracnídeos identificado até hoje.Embora compartilhe características com os aracnídeos modernos, como as aranhas e os opiliões (parecem aranhas, mas não são venenosos), o Douglassarachne acanthopoda possui pernas extremamente espinhosas e robustas, características que o tornam único.&nbsp;A descoberta desse fóssil remonta ao final do período Carbonífero (entre 359 e 299 milhões de anos atrás), uma época em que a maioria dos grupos vivos de aracnídeos estava começando a se diversificar. No entanto, a fauna desse período era bastante distinta do que conhecemos hoje.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Outros tempos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27124032883140.jpg" alt="Aranhas gigantes realmente existiram (claro que com um tamanho bem menor que o da imagem). (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>Aranhas gigantes realmente existiram (claro que com um tamanho bem menor que o da imagem). (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Como a oxigenação no planeta nessa época era cerca de 50% a mais do que temos hoje, muitos animais tinham tamanhos enormes em comparação com seus parentes atuais. Uma aranha antiga, por exemplo, podia chegar a ter o tamanho de um gato moderno.A realidade é que as aranhas eram raras e compartilhavam seus habitats com uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127987-australia-registra-48-novas-especies-de-aranhas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">boa variedade de aracnídeos</a> que desapareceram ao longo dos milhares de anos, sendo atualmente todos extintos.&nbsp;Por isso, segundo os especialistas, é possível que o D. acanthopoda tenha vivido durante o chamado "colapso da floresta tropical carbonífera", um evento que levou à fragmentação e morte das florestas de carvão, ou talvez tenha persistido até a extinção em massa do final do Permiano (entre 280 e 245 milhões de anos atrás).<h2 style="text-align:justify;">Fóssil guardado</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27090713172014.jpg" alt="Fóssil está bem detalhado, como se pode ver na imagem. (Fonte: Selden &amp; Dunloap)"><figcaption>Fóssil revelado após concreção feita na década de 80. (Fonte: Selden &amp; Dunloap / Divulgação)</figcaption></figure></figure>O fóssil foi descoberto na década de 1980 por Bob Masek, que utilizou um método de colocar um concreção ferro-argilosa na água durante o inverno, permitindo que a geada penetrasse nas fendas naturais, criando uma espécie de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112887-molde-a-prova-d-agua-pode-substituir-gesso-em-quem-quebrou-o-braco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">molde</a>. Após a concreção ser quebrada, o ser desconhecido foi revelado.Posteriormente, o fóssil foi adquirido por David Douglass e exibido no Museu da Vida Pré-histórica da família Douglass. Quando ficou evidente que se tratava de uma nova espécie, o exemplar foi doado ao Museu Field de História Natural para estudo científico.Como você já deve ter percebido, o nome Douglassarachne acanthopoda é composto por uma homenagem à família Douglass, que gentilmente doou o fóssil para a pesquisa. Quanto ao termo "acanthopoda", ele se refere às pernas espinhosas únicas da criatura.De qualquer forma, o fato é que esse animal pré-histórico "sobreviveu" para servir de exemplo sobre como evolução das espécies vai criando variações ao longo do tempo. Tanto que o Douglassarachne acanthopoda parece vir de uma época em que os aracnídeos estavam tentando várias formas e características diferentes para se perpetuar, muitas das quais não sobreviveram até os dias atuais.

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É uma aranha? Um escorpião? Fóssil de 308 milhões de anos gera debate

Pequeno inseto usa corpos humanos em decomposição para fazer com que seus filhos consigam se desenvolver

A morte, apesar de ser um <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128911-5-temas-bizarramente-comuns-que-ja-foram-tabus-na-sociedade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tema tabu</a> e gerar inquietação em muitas pessoas, é um fenômeno natural que atinge toda e qualquer espécie da Terra, sem distinção. Contudo, há certos seres que se aproveitam do falecimento para desenvolver sua própria espécie. Esse é o caso das Conicera tibialis,&nbsp;mais conhecidas pelo perturbador nome de moscas-do-caixão.&nbsp;Esses pequenos insetos têm um papel fundamental na decomposição de cadáveres enterrados, um processo fascinante que combina ciência, natureza e um pouco de realidade macabra.As moscas-do-caixão são verdadeiras especialistas em localizar e alcançar corpos enterrados. As fêmeas desta espécie possuem a incrível capacidade de cavar até dois metros de profundidade para depositar seus ovos em cadáveres.&nbsp;À primeira vista, este número pode parecer insignificante, porém, uma análise mais atenta revela que para nós, seres humanos, seria o equivalente a escavarmos uma profundidade de três quilômetros.Para a espécie, essa façanha garante que seus ovos sejam depositados em um ambiente seguro e cheio de nutrientes: o tecido em decomposição dos cadáveres.<h2 style="text-align:justify;">Invasoras de corpos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/25/25163218073002.jpg" alt="Reprodução artística da mosca-do-caixão. (Fonte: Eric Keller/ Divulgação) "><figcaption>Reprodução artística da mosca-do-caixão. (Fonte: Eric Keller / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Os primeiros registros sobre a capacidade das moscas-do-caixão de se reproduzirem em <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124249-a-empresa-que-vendia-cadaveres-ilegais-para-testes-militares-nos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cadáveres</a> enterrados datam de muitos anos. Em 1954, por exemplo, observações feitas num jardim revelaram a existência de um intenso acasalamento dessas moscas, justamente onde um cachorro havia sido enterrado 18 meses antes.&nbsp;Essa observação foi um dos primeiros grandes insights sobre a vida subterrânea dessas moscas, que podem completar várias gerações sem emergir à superfície.O ciclo de vida das Conicera tibialis é um exemplo impressionante de adaptação e sobrevivência. As fêmeas depositam seus ovos em cadáveres, e as larvas que eclodem se alimentam do tecido em decomposição, preferindo o tecido magro. Essa seletividade é uma característica interessante, já que outros insetos necrófagos, como certas espécies de besouros, preferem tecido adiposo.&nbsp;Uma vez completada a fase larval, as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127017-cientistas-fazem-moscas-gerarem-filhotes-sem-relacao-sexual.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">moscas adultas</a> emergem, subindo pelo solo até a superfície, prontos para acasalar e repetir o ciclo.Um caso notável foi registrado em um estudo de 2011, onde um cadáver humano enterrado há 18 anos na Espanha foi exumado e encontrado infestado de moscas-do-caixão. Essa descoberta mostra que essas moscas podem colonizar cadáveres muito tempo após o enterro.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Pistas importantes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/25/25172119933006.jpg" alt="As moscas podem ter comportamentos sombrios. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>As moscas podem ter comportamentos sombrios. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A habilidade dessas moscas em localizar e utilizar cadáveres humanos não é apenas um fenômeno macabro, mas também tem aplicações práticas na entomologia&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/123584-michael-west-e-o-metodo-forense-que-destruiu-a-vida-de-inocentes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">forense</a>. Os ciclos de vida dos insetos, incluindo a Conicera tibialis, são usados para estimar o tempo de morte, ajudando em investigações criminais.&nbsp;A presença dessas moscas em cadáveres antigos pode levantar questões sobre o intervalo de tempo post-mortem, oferecendo pistas valiosas para os investigadores.&nbsp;Embora a ideia de virarmos alimento para larvas de mosca possa parecer desagradável, é importante reconhecer o papel vital que esses insetos desempenham na decomposição e reciclagem da matéria orgânica. Sem eles, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123941-quanto-tempo-demora-para-um-corpo-se-decompor-por-completo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corpos demorariam muito mais para se decompor</a>, interrompendo o ciclo natural da vida.

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Mosca-do-caixão: espécie cava até 2 m para se reproduzir em cadáveres humanos

Restos mortais de neandertais descobertos na Sibéria contêm informações dos vírus mais antigos já registrados.

Pesquisadores encontraram ossos de neandertais em uma caverna na Sibéria, revelando segredos escondidos há 50 mil anos. Esses restos não só revelaram detalhes sobre a vida desses nossos parentes extintos, mas também abrigavam os <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128773-novos-organismos-semelhantes-a-virus-sao-descobertos-no-corpo-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vírus humanos</a> mais antigos já descobertos.&nbsp;Entre esses vírus, estavam os velhos conhecidos adenovírus, herpesvírus e papilomavírus, que ainda hoje nos afligem com resfriados, herpes labial e até câncer cervical. A descoberta, liderada por cientistas da Universidade Federal de São Paulo, promete trazer novas luzes sobre a extinção dos neandertais.Pesquisas anteriores já haviam identificado vírus em restos de Homo sapiens datando de 31.600 anos, mas encontrar esses vírus em neandertais de 50 mil anos realmente mudou o jogo.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Devastação virótica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27062758480028.jpg" alt="Vírus comuns hoje podem ter sido devastadores para os neandertais. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>Vírus comuns hoje podem ter sido devastadores para os neandertais. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os pesquisadores analisaram o DNA de dois neandertais e conseguiram isolar sequências genéticas dos vírus. Segundo eles, a presença desses vírus não foi uma grande surpresa, considerando que eles infectam uma ampla gama de mamíferos, inclusive outros primatas.Esses neandertais possuíam no seu DNA os mesmos vírus que hoje nos causam desconforto e doenças. No entanto, para os neandertais, a história pode ter sido bem mais trágica. Os cientistas especulam que esses vírus podem ter tido um impacto devastador em suas populações, talvez contribuindo para sua eventual extinção.&nbsp;A teoria sugere que os neandertais eram mais vulneráveis a doenças trazidas por humanos modernos (assim como ocorrido com os povos originários das Américas após a chegada dos europeus), pois não tinham resistência <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/como-figados-de-porco-geneticamente-modificados-poderao-ser-usados-em-humanos-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">genética</a> adequada aos patógenos, o que poderia ter comprometido seriamente sua capacidade de sobreviver e se reproduzir.&nbsp;Essa relação nada saudável, combinada com a competição por recursos e as mudanças climáticas, pode ter sido uma das razões para o desaparecimento dos neandertais.A descoberta de vírus antigos é sempre um passo importante para entender as interações entre humanos modernos e neandertais. As doenças, especialmente as infecciosas, podem ter sido um fator crucial na competição entre essas duas espécies.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Recriação em laboratório</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27080319580000.jpg" alt="O estudo da evolução dos vírus ao longo do tempo é importante para aprendermos a enfrentá-los. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>O estudo da evolução dos vírus ao longo do tempo é importante para aprendermos a enfrentá-los. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um ponto fascinante dessa pesquisa é a possibilidade de recriar esses vírus antigos em laboratório. Embora essa ideia possa soar como ficção científica – ou até algo assustador –, ela tem um propósito científico sério.&nbsp;Comparar esses vírus antigos com suas versões modernas pode nos ajudar a entender melhor a evolução dos patógenos e, quem sabe, desenvolver novas abordagens para combater doenças atuais. Os cientistas envolvidos na pesquisa estão otimistas quanto à viabilidade desse projeto, apontando que a diferença entre os vírus antigos e os modernos não é tão grande.O que de fato se sabe é que ainda há um longo caminho pela frente para entender completamente o papel dos vírus na extinção dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128919-neandertais-tinham-metodos-refinados-e-usavam-cola-para-fazer-ferramentas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">neandertais</a>. Essa descoberta abre muitas portas para futuras investigações e, quem sabe, para reavaliar nossas próprias batalhas contra doenças infecciosas.&nbsp;A paleogenética e a virologia antiga estão apenas começando a revelar seus segredos, e cada achado nos aproxima mais de entender nossa própria história e a história dos nossos parentes extintos.

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Vírus humanos de 50 mil anos são encontrados em ossos de neandertais

Caso chocou o país por diversos motivos, entre eles, que o grupo pode ter vendido salgados recheados com carne das vítimas.

O caso dos "canibais de Garanhuns" é uma daquelas histórias que parece ter saído diretamente de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122775-6-classicos-filmes-de-terror-produzidos-com-baixo-orcamento.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">filme de terror</a>, mas que, infelizmente, aconteceu de verdade. Em uma pequena cidade no agreste de Pernambuco, três pessoas cometeram uma série de crimes tão grotescos que continuam a chocar a sociedade até hoje.&nbsp;Jorge Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva formaram um trio amoroso macabro, envolvido em assassinatos, canibalismo e até rituais de uma seita, com um detalhe perturbador: ao que se acredita, eles vendiam salgados recheados com carne humana.<h2 style="text-align:justify;">O início</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/20/20123303124103.jpg" alt="Assassinos canibais não são só coisa de filme. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>Assassinos canibais não são só coisa de filme. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Tudo começou com o desaparecimento de Giselly Helena da Silva, cuja ausência foi notada por seus familiares. A <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/128484-rosto-de-jack-o-estripador-pode-ter-sido-revelado-em-artefato-policial-de-130-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">investigação policial</a> se intensificou quando o uso indiscriminado do cartão de crédito de Giselly em lojas locais levantou suspeitas. Seguindo essa pista, a polícia chegou ao trio que morava em Garanhuns.&nbsp;A situação se revelou ainda mais horrível quando, ao revistar a residência deles, os policiais encontraram corpos enterrados no quintal e descobriram que as vítimas haviam sido mortas, esquartejadas e suas carnes usadas para preparar salgados vendidos na cidade.O trio, que também era um trisal, não agia apenas por crueldade pura; eles faziam parte de uma seita chamada Cartel, criada por Jorge, que pregava a purificação do mundo e o controle populacional. Segundo eles, o consumo de carne humana fazia parte de um ritual de purificação.&nbsp;Os membros da seita professavam que cada morte tinha um significado especial ligado aos quatro elementos (ar, terra, água e fogo), e planejavam uma quarta morte para completar seu ciclo e abrir um "portal para o paraíso". Felizmente, foram presos antes que pudessem realizar essa última atrocidade.<h2 style="text-align:justify;">As investigações</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/20/20120911202097.jpg" alt="Isabel algemada pela polícia. (Fonte: Kleyvson Santos, Folha de Pernambuco/ Divulgação) "><figcaption>Isabel algemada pela polícia. (Fonte: Kleyvson Santos, Folha de Pernambuco / Reprodução)</figcaption></figure></figure>As investigações revelaram que as vítimas eram Jéssica Camila da Silva Pereira, morta em 2008, além de Giselly Helena da Silva e Alexandra da Silva Falcão, assassinadas em 2012.&nbsp;Jéssica, uma jovem de 17 anos que vivia nas ruas, foi atraída pelo trio com a promessa de abrigo, mas acabou brutalmente morta. O corpo de Jéssica foi desmembrado, com algumas partes sendo consumidas pelo trio e outras vendidas como salgados. A filha de Jéssica, então com um ano, foi alimentada com a carne da própria mãe sem saber.&nbsp;Quatro anos depois, a mesma prática foi aplicada às outras duas vítimas. Elas foram <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127594-medieval-murder-maps-o-estudo-que-mapeia-os-assassinatos-medievais-do-reino-unido-no-seculo-xiv.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">assassinadas</a> a peixeiradas, levadas ao banheiro para que Jorge retirasse todo o sangue e, por fim, esquartejadas. Giselly foi atraída e morta no dia 25 de fevereiro, enquanto Alexandra passou pelo mesmo processo em 12 de março.&nbsp;Como mencionado,&nbsp;a macabra rotina do trio só foi descoberta em 2012, quando a polícia, rastreando o uso do cartão de crédito de Giselly, chegou à casa deles.&nbsp;No local, os militares contaram também com a ajuda da filha de Jéssica, então com cinco anos, que ainda vivia com os assassinos e que foi quem revelou os detalhes dos crimes ao delegado. Com essas informações, os policiais conseguiram encontrar os corpos enterrados no quintal.&nbsp;As confissões vieram em seguida, e os detalhes revelados pelos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128495-5-mafiosos-que-governaram-o-submundo-do-crime-dos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">criminosos</a> chocaram ainda mais a população.<h2 style="text-align:justify;">O julgamento</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/20/20115503966090.webp" alt="Jorge, Isabel (centro) e Bruna foram condenados pelos crimes brutais. (Fonte: Katherine Coutinho, G1/ Divulgação) "><figcaption>Jorge, Isabel (centro) e Bruna foram condenados pelos crimes brutais. (Fonte: Katherine Coutinho, G1 / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Inicialmente, os três acusados tentaram vender a ideia de que tinham problemas psiquiátricos, para que assim pudessem ser entendidos como inimputáveis e, dessa maneira, conseguissem se livrar do júri popular.&nbsp;Contudo, tal tese não foi aceita, sendo Jorge o único dos três a ter o diagnóstico para algum transtorno psiquiátrico, no caso, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/104569-conheca-a-esquizofrenia-um-pouco-melhor-com-estes-13-fatos-interessantes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esquizofrenia</a>, condição que não tirava dele a capacidade de entender a gravidade de seus atos.&nbsp;Jorge, inclusive, chegou a escrever um livro chamado Revelações de Um Esquizofrênico, onde conta suas experiências, reflexões e até coisas sobre a seita.Assim, o julgamento dos Canibais de Garanhuns ocorreu em 2014, onde foram inicialmente condenados a mais de 20 anos de prisão. No entanto, após um júri popular em 2018, as penas foram aumentadas para 71 anos para Jorge e Bruna Cristina, e 68 anos para Isabel.&nbsp;Atualmente, Jorge cumpre pena na Penitenciária Barreto Campelo em Itamaracá, enquanto Isabel e Bruna estão na Colônia Penal Feminina de Buíque.

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Os canibais de Garanhuns: grupo teria vendido salgado de carne humana!

Fenômeno que ocorre próximo aos polos da Terra e que ilumina o céu com um espetáculo brilhante pode acontecer em diferentes cores, mas umas são mais raras que outras. 

“Os grandes porquês da humanidade” é uma série de matérias do Mega Curioso que pretende encontrar motivos plausíveis e científicos para perguntas que costumamos nos fazer, das mais óbvias às mais inusitadas. Confira no fim da matéria outras respostas incríveis para nossas maiores dúvidas!***Recentemente, o Sol enviou uma enxurrada de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125548-para-onde-vao-as-particulas-plasticas-que-inalamos-diariamente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">partículas</a> energéticas diretamente para a Terra, proporcionando um espetáculo de auroras que surpreendeu observadores ao redor do mundo. Mas o que exatamente causa essas luzes ondulantes no céu e por que elas aparecem em diferentes cores?&nbsp;A resposta envolve uma combinação fascinante de física atmosférica e a interação de partículas solares com o campo magnético da Terra.<h2 style="text-align:justify;">"Lambendo" a Terra</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/17/17202938515318.jpg" alt="As explosões solares levam partículas até a Terra. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>As explosões solares levam partículas até a Terra. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Auroras ocorrem quando partículas carregadas do Sol, sobretudo elétrons, colidem com a atmosfera terrestre. Essas partículas são constantemente ejetadas pela nossa <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128862-mimas-a-estrela-da-morte-de-saturno-pode-esconder-oceano-subterraneo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estrela</a>, mas durante períodos de intensa atividade, como explosões solares e ejeções de massa coronal, a quantidade de partículas que atinge a Terra aumenta significativamente.O campo magnético da Terra direciona essas partículas para os polos norte e sul, onde elas entram na atmosfera e colidem com átomos e moléculas de gás, gerando as auroras.A atmosfera da Terra é composta, em grande parte, de oxigênio e nitrogênio&nbsp;(há outros como o argônio e o dióxido de carbono, mas em quantidade bem menor), e são esses elementos que ditam as cores que vemos nas auroras. Quando os elétrons solares colidem com os átomos de oxigênio e nitrogênio, eles transferem energia para esses átomos, que depois liberam essa energia na forma de luz. A cor da luz depende do tipo de átomo e da quantidade de energia envolvida na colisão.<h2 style="text-align:justify;">Variação de cores</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/20/20091954212009.jpg" alt="As auroras podem ter diversas cores. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>As auroras podem ter diversas cores. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A cor verde, que é a mais comum nas auroras, ocorre quando os <a href="https://www.megacurioso.com.br/acelerador-de-particulas/35463-construcao-de-novo-acelerador-de-particulas-brasileiro-vai-comecar-este-ano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">elétrons</a> colidem com átomos de oxigênio a altitudes entre 100 e 300 quilômetros. Essa cor verde é emitida quando os átomos de oxigênio relaxam de um estado excitado e liberam energia na forma de fótons verdes. O olho humano é particularmente sensível à luz verde, o que faz com que essa cor seja mais facilmente visível.Já a cor vermelha, que é menos comum, aparece quando os átomos de oxigênio em altitudes mais elevadas (acima de 300 quilômetros) se excitam e relaxam. Esse processo é mais raro e ocorre em altitudes onde a atmosfera é mais tênue, o que permite que os átomos de oxigênio permaneçam excitados por mais tempo antes de colidirem com outros átomos. Por isso, a luz vermelha é vista nas bordas superiores das auroras.Auroras azuis e roxas (mais raras) são produzidas quando partículas solares colidem com moléculas de nitrogênio a altitudes mais baixas, cerca de 90 quilômetros. Essas cores tendem a aparecer nas partes inferiores das exibições aurorais. Além disso, auroras magenta podem surgir quando luzes vermelhas e azuis se misturam.<h2 style="text-align:justify;">Culpa do Sol</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/20/20092442242010.jpg" alt="O Sol sempre está mandando partículas em direção à Terra. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O Sol sempre está mandando partículas em direção à Terra. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A atividade solar não só influencia a intensidade e a frequência das auroras, mas também a diversidade de suas cores. Durante períodos de máxima atividade solar, que ocorrem em ciclos de aproximadamente 11 anos, as auroras podem ser mais vibrantes e diversificadas em cores.&nbsp;O atual ciclo solar, que está em ascensão e deve atingir seu pico em 2025, promete mais oportunidades para observar essas espetaculares exibições de luz.Se você quiser ver melhor esse fenômeno, talvez seja interessante comprar uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126897-como-as-cameras-usadas-em-testes-nucleares-resistiram-as-explosoes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">boa câmera</a>. Isso porque as câmeras capturam as cores das auroras com mais intensidade do que nossos olhos. Tal fato se dá porque as câmeras podem usar longas exposições para coletar mais luz, enquanto nossos olhos não funcionam tão bem em condições de pouca luz e tendem a ver em preto e branco. Então, é bom garantir a sua caso queira registrar esse espetáculo.***Confira outros grandes porquês da humanidade aqui no Mega Curioso:<ul><li style="text-align:justify;"><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/por-que-tantas-estatuas-gregas-romanas-e-egipcias-nao-tem-nariz">Por que tantas estátuas gregas, romanas e egípcias não têm nariz?</a></li><li style="text-align:justify;"><a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/por-que-alguns-remedios-sao-tomados-por-via-sublingual-colocados-debaixo-da-lingua">Por que alguns remédios são tomados por via sublingual, colocados debaixo da língua?</a></li><li style="text-align:justify;"><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/por-que-mostrar-o-dedo-do-meio-se-tornou-uma-ofensa">Por que mostrar o dedo do meio se tornou uma ofensa?</a></li></ul>

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Por que as auroras, boreais ou austrais, têm cores diferentes?

Os próximos anos da astronomia prometem ser animados com eventos interessantes não só para observar, mas para fazer pesquisas científicas. 

O universo é um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128926-objeto-mais-brilhante-do-universo-e-descoberto-por-astronomos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">palco espetacular</a>, e as próximas décadas prometem uma série de eventos celestiais que vão maravilhar tanto astrônomos quanto curiosos. Prepare seu telescópio, sua cadeira de praia e sua pipoca, pois estes eventos cósmicos vão te dar muitos motivos para olhar para o céu (se o céu da sua cidade deixar, é claro).&nbsp;<h2>1. Alinhamento de planetas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/17/17143010259190.jpg" alt="Não, os planetas não vão se alinhar como propões essa imagem. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Não, os planetas não vão se alinhar como proposto nessa imagem. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Cada planeta do nosso sistema solar orbita o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/teoria-afirma-que-sol-pode-ter-consciencia-propria-sera-possivel" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sol</a> em diferentes velocidades e distâncias. Júpiter, por exemplo, leva cerca de 12 anos para completar uma órbita, enquanto Marte leva cerca de dois anos. Esses movimentos distintos causam alinhamentos ocasionais no céu. Esse tipo de alinhamento, que é um fenômeno raro e fascinante, é conhecido como conjunção.&nbsp;Contudo, isso não quer dizer que eles vão ficar perfeitamente um atrás do outro, como se estivessem numa fila. Eles apenas estarão na mesma região quando observarmos o céu noturno daqui da Terra.Ao que tudo indica, uma grande conjunção ocorrerá em 2040, quando o evento espetacular envolverá Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, todos visíveis próximos a uma Lua crescente.&nbsp;Esses alinhamentos não só são um espetáculo para os olhos, mas também têm importância científica, ajudando na calibração de instrumentos astronômicos e planejamento de missões espaciais.<h2>2. Chuva de meteoros Leônidas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/17/17145800293193.jpg" alt="Nada como olhar um bela chuva de meteoros cruzando o céu. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Nada como olhar uma bela chuva de meteoros cruzando o céu. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>As <a href="https://www.megacurioso.com.br/imagens-extraordinarias/75611-chuva-de-meteoros-8-dicas-para-voce-observar-um-verdadeiro-show-no-ceu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chuvas de meteoros</a> são verdadeiros shows de fogos de artifício naturais. E as Leônidas, causadas pela passagem do cometa 55P/Tempel-Tuttle, são uma das mais esperadas. Elas ocorrem anualmente no mês de novembro e são famosas por seus meteoros rápidos, que podem atingir&nbsp;velocidades de 71 km/s.A cada 33 anos a chuva de meteoros Leônidas pode se transformar em uma tempestade, com milhares de meteoros por hora. A última grande tempestade ocorreu em 2002 e, antes disso, em 1966, quando foram registrados milhares de meteoros em apenas 15 minutos.O próximo retorno do cometa com potencial de tempestade será em novembro de 2031. Embora a visualização das Leônidas em 2024 possa ser prejudicada pela luminosidade da Lua, ainda é uma oportunidade imperdível para os observadores de estrelas.<h2>3. Chuva de meteoros Perseidas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/17/17151947670201.jpg" alt="Acampar é uma boa ideia para fugir das luzes da cidade e aproveitar a chuva de meteoros. (Fonte: GettiImages/ Reprodução)"><figcaption>Acampar é uma boa ideia para fugir das luzes da cidade e aproveitar a chuva de meteoros. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A chuva de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123657-seria-a-agua-um-elemento-extraterreste.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">meteoros</a> Perseidas é um evento celestial que ilumina o céu entre o final de julho e agosto, com seu pico geralmente ocorrendo em meados de agosto. Esta chuva de meteoros está associada ao cometa Swift-Tuttle, descoberto em 1862.Os fragmentos do cometa Swift-Tuttle criam a chuva de meteoros ao entrar na atmosfera da Terra e queimar, produzindo brilhos intensos. Foi o astrônomo italiano Giovanni Schiaparelli quem primeiro ligou o cometa à chuva de meteoros Perseidas, uma descoberta que abriu caminho para a compreensão de outras chuvas de meteoros.As Perseidas são conhecidas por suas exibições espetaculares, e&nbsp;em 2028, uma exibição ainda mais impressionante está prevista. Prepare-se para ver dezenas, senão centenas, de meteoros cruzando o céu noturno, proporcionando um show inesquecível.<h2>4. O sumiço dos anéis de Saturno</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/17/17152109431202.jpg" alt="Os anéis de Saturno sumirão um dia. Agora, só temporariamente. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>Os anéis de Saturno sumirão um dia. Agora, só temporariamente. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Saturno é famoso por seus magníficos anéis, mas em 2025, esses anéis irão desaparecer temporariamente da nossa vista. Isso ocorre devido à inclinação de Saturno. A cada 15 anos, os anéis de Saturno se alinham de tal forma que parecem desaparecer quando vistos da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/planeta-terra-pode-ter-fim-macabro-causado-por-um-sol-morto" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Terra</a>.Apesar de parecer que Saturno está perdendo seus anéis, esse fenômeno é apenas uma ilusão causada pelo alinhamento dos anéis em relação à Terra. Embora os anéis se tornem "invisíveis", essa é uma ótima oportunidade para observar as 146 luas de Saturno.Os cientistas afirmam que os anéis irão, de fato, desaparecer de vez um dia, já que estão sendo "puxados" para a atmosfera do planeta. Como isso levará milhões de anos, teremos tempo de observá-los.&nbsp;<h2>5. O retorno do cometa Halley</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/17/17152227399204.jpg" alt="Estaremos vivos na próxima passagem do cometa Halley? (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>Estaremos vivos na próxima passagem do cometa Halley? (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O cometa Halley é talvez o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127032-5-missoes-espaciais-inovadoras-que-voce-precisa-conhecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cometa</a> mais famoso, conhecido por sua órbita de 76 anos ao redor do Sol. Se você perdeu sua última aparição em 1986, marque no calendário: o Halley estará de volta em 2061.O cometa Halley atingirá seu periélio (mais próximo do Sol) em&nbsp;28 de julho de 2061, sendo visível no céu da manhã, especialmente para o Hemisfério Norte. Em 1986, ele estava do lado oposto do Sol, mas em 2061, estará do mesmo lado, prometendo um espetáculo muito mais brilhante.Em junho de 2061, o Halley estará na constelação de Touro e, conforme se aproxima do Sol, sua cauda pode alcançar até 5 graus de comprimento. Entre 4 e 8 de agosto, será possível observar o cometa em seu brilho máximo antes de ele começar a se afastar novamente.

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5 eventos cósmicos super esperados para as próximas décadas

De acordo com especialistas, cerca de dois terços dos peixes se comunicam por meio de sons que normalmente têm duas funções principais: alimentação ou reprodução. 

Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126734-por-que-mais-da-metade-do-oceano-mudou-de-cor-e-como-a-culpa-e-do-ser-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">oceanos</a> são palcos de uma cacofonia subaquática surpreendente, onde peixes não apenas nadam, mas também "conversam". Sim, você leu certo! Estamos falando de grunhidos, estalos e até puns, uma sinfonia aquática que ecoa entre as profundezas. O mundo submarino está longe de ser o lugar silencioso que imaginamos.O que cada vez mais fica claro para a ciência é que os peixes têm suas próprias maneiras de se expressar e se fazer entender debaixo d'água, mesmo que não seja algo que conseguimos entender facilmente — até porque eles não estão se comunicando conosco.Pesquisadores têm explorado o fenômeno da "conversação" dos peixes, descobrindo que a comunicação entre eles vai muito além do que poderíamos pensar anteriormente. Coisas como estalos que alertam sobre inimigos, grunhidos que chamam parceiros para o acasalamento e até mesmo sons de trombeta para intimidar intrusos estão entre alguns dos sons emitidos por esses animais.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">A banda do mar</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/17/17094051943045.jpg" alt="Achou que não ia ter som pra conquistar o crush? (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>Achou que não ia ter som para conquistar o crush? (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>As pesquisas mostram que muitos peixes usam sua bexiga natatória, um órgão que não serve apenas para flutuar, mas também para gerar vibrações sonoras. É como se eles estivessem tocando música no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128820-como-as-garrafas-de-bebida-do-titanic-continuam-intactas-no-fundo-do-mar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fundo do mar</a>, utilizando seus próprios corpos como instrumentos.Mas não pense que esses sons são apenas barulhos aleatórios. Eles têm propósitos específicos. Desde atrair parceiros para o acasalamento até determinar uma hierarquia social, os peixes têm uma linguagem própria que mostra que todos precisam, de alguma forma, comunicar-se.&nbsp;Um exemplo é o peixe-sapo, normalmente conhecido por sua aparência feia e rabugenta, que tem a habilidade de fazer serenatas subaquáticas emocionantes. Com grunhidos e estalos, ele convida as fêmeas para dançar — e acasalar — em seus ninhos. E não é só ele; outros peixes, como o bacamarte e a donzela-de-ambon (Pomacentrus amboinensis), também têm suas próprias performances musicais para impressionar.Já o Danionella cerebrum, um peixe minúsculo com menos de meio centímetro de comprimento, consegue produzir sons tão altos quanto um jato decolando. Com sua <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/111558-peixinho-dourado-ganha-cadeira-de-rodas-apos-ser-acometido-por-doenca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bexiga natatória</a> e músculos especializados, ele mostra com seu potente som que tamanho não é documento.&nbsp;Outros, como os peixes da família Clupeidae (a sardinha é dessa família), tem a grande habilidade de se comunicar por meio de "puns". Isso ocorre devido ao fato do som ser gerado pelo seu trato digestivo, o que significa que esse bicho de fato traz um sentimento que vem das entranhas. Segundo os pesquisadores, essa comunicação é utilizada mais como função de socializar.<h2 style="text-align:justify;">Entendendo os peixes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/17/17093943212043.jpg" alt="O barulho pode ser um problema para a comunicação dos peixes. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>O barulho gerado por humanos pode ser um problema para a comunicação dos peixes. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O entendimento sobre as "conversas aquática" é algo relativamente novo, em grande parte, pelas limitações tecnológicas. Antes dos hidrofones, <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/262512-microfones-ultrassonicos-comprovam-plantas-emitem-sons.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">microfones</a> subaquáticos, captar esses sons marinhos era como tentar ouvir uma conversa estando no meio de uma obra de construção barulhenta.&nbsp;Além disso, havia uma visão antiquada por parte de algumas pessoas de que, se os humanos não conseguiam se comunicar naturalmente debaixo d'água, os peixes também não poderiam. Felizmente, esses conceitos ultrapassados estão sendo deixados para trás.O problema é que, infelizmente, nem tudo é sinfonia dentro do mar. O aumento do ruído nos oceanos, causado por atividades humanas como a pesca e a exploração de petróleo, está prejudicando a comunicação entre os peixes.&nbsp;Assim, além de ser um problema ambiental, os ruídos também dificultam as pesquisas, aumentando a necessidade de criação de programas de conservação e proteção para salvar a "liberdade de expressão" desses animais.&nbsp;Por isso, à medida que continuamos a explorar os segredos dos oceanos, é importante lembrar que os peixes têm suas próprias vozes e histórias para contar. Respeitá-los é, antes de tudo, garantir que possamos conhecer mais a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128244-qual-foi-o-dinossauro-marinho-mais-mortal-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fauna marinha</a> e seu comportamento. Afinal, quem sabe o que mais eles têm a dizer lá embaixo nas profundezas azuis?

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Zumbidos? Estalos? Peidos? O estranho mundo da comunicação dos peixes

De acordo com estudo, fêmea conseguiu percorrer todo o Oceano Índico em apenas 9 meses, uma marca nunca registrada por outro animal marinho.

Você já se perguntou quanto tempo levaria para um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128764-primeiro-avistamento-de-um-filhote-de-tubarao-branco-da-historia-e-registrado-na-california.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">grande tubarão-branco</a> atravessar um oceano inteiro? Talvez você nem soubesse que os tubarões fizessem esse trajeto, não é mesmo? Pois então se prepare para conhecer Nicole, uma fêmea de tubarão-branco que não só atravessou o Oceano Índico e voltou, mas o fez em um tempo recorde.A estrela dessa história, Nicole, ganhou esse nome em homenagem à atriz australiana Nicole Kidman que, segundo os pesquisadores, é uma grande fã de tubarões-brancos.&nbsp;Em 7 de novembro de 2003, ainda na África do Sul, Nicole foi marcada com um rastreador eletrônico na sua barbatana dorsal. Esta pequena etiqueta tornou-se a chave para desvendar a incrível jornada que ela empreendeu, pois transmitiu informações cruciais sobre sua localização, profundidade e temperatura da água durante toda a sua travessia.<h2 style="text-align:justify;">Longa travessia</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/13/13211701726005.jpg" alt="Nicole fez duas viagens longas. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Nicole virou uma recordista de travessia. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>No começo, a pesquisa pareceu que seria frustrada, pois Nicole perdeu a etiqueta rastreadora ao chegar na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128825-peixe-com-presas-de-380-milhoes-de-anos-e-encontrado-na-australia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Austráli</a>a. Contudo, pra sorte de todos, o equipamento conseguiu transmitir os dados da travessia da nossa estrela — e eles eram impressionantes.&nbsp;Durante a primeira parte da sua viagem, Nicole&nbsp;nadou uma incrível distância de cerca de 11.100 quilômetros da África do Sul até à Austrália, tudo isso em 99 dias, o que é surpreendente. &nbsp;Os cientistas ficaram ainda mais alarmados no ano seguinte, mais precisamente em 20 de agosto de 2004, quando avistaram Nicole de volta na África do Sul. Ou seja, nessa aventura de ida e volta, ela completou mais de 20 mil quilômetros em aproximadamente 9 meses.&nbsp;Para se ter uma ideia, a distância em linha reta entre São Paulo e Seul, capital da Coreia do Sul, é de pouco mais de 18 mil quilômetros.&nbsp;Essa jornada colocou Nicole no topo, estabelecendo um novo recorde para a travessia mais longa já realizada por um animal marinho que se tem registro, um feito tão notável que lhe garantiu um lugar de destaque no Guinness Book.Os cientistas ainda estão tentando entender completamente os motivos por trás das <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128691-conheca-essas-6-espetaculares-migracoes-de-animais-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">migrações</a> dos grandes tubarões-brancos. Pode ser que eles estejam seguindo padrões de alimentação ou talvez queiram apenas conseguir parceiros para reprodução. Contudo, algumas questões começam a ganhar espaço.<h2 style="text-align:justify;">Novas perspectivas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/13/13212012362007.jpg" alt="Nicole mostrou que tubarões brancos são ótimos viajantes. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Nicole mostrou que tubarões-brancos podem alcançar grandes profundidades. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um ponto destacado da pesquisa é que a viagem de Nicole provou que os grandes tubarões-brancos não são apenas nadadores rápidos, mas também <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127950-mergulhadores-recuperam-tesouro-de-30-mil-moedas-de-bronze-na-italia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mergulhadores</a> habilidosos. Durante sua trajetória, ela atingiu profundidades impressionantes, mergulhando até 980 metros abaixo da superfície. ,Essa habilidade de mergulho profundo é crucial para sua sobrevivência e pode desempenhar um papel importante em sua capacidade de navegar em águas desconhecidas.Além disso, a pesquisa demonstrou que esses majestosos predadores estão mais conectados do que imaginávamos. Isso porque, como esses animais conseguem fazer grandes travessias, eles podem se conectar com diferentes grupos distribuídos pelo globo, interagindo e procriando com tubarões de outras áreas.Dessa maneira, fica claro para os pesquisadores a importância de proteger os tubarões-brancos em todo o mundo, já que não adianta salvá-los em um lugar se eles podem migrar para outro que não tem proteção. &nbsp;Como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123685-pulsos-eletricos-evitam-a-pesca-acidental-de-tubaroes-e-arraias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pesca</a> vem representando uma ameaça crescente para os tubarões-brancos em oceanos abertos, é fundamental entender seus padrões de migração e comportamento para implementar medidas eficazes de conservação.

Victor Soares