Físico indiano propõe a existência de um universo gêmeo, onde o tempo corre ao contrário, explicando potencialmente os mistérios da antimatéria e da energia escura.

Um universo onde o tempo corre ao contrário pode soar como uma ideia de ficção científica, mas alguns físicos estão considerando essa possibilidade seriamente. A proposta sugere que o nosso universo teria um "gêmeo" — um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122745-teoria-do-antiuniverso-somos-originais-ou-uma-copia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">antiuniverso</a> — onde o tempo flui para trás. Essa teoria, embora pareça absurda à primeira vista, busca responder a dois grandes mistérios da cosmologia: o destino da antimatéria e a enigmática energia escura que acelera a expansão do cosmos.Nos primórdios do nosso universo, logo após o Big Bang, acredita-se que quantidades iguais de matéria e antimatéria foram criadas. No entanto, hoje, o cosmos é dominado pela matéria, enquanto a antimatéria parece estar quase ausente.Se matéria e antimatéria se aniquilam mutuamente ao se encontrarem, por que o universo não foi destruído logo após seu nascimento? A resposta pode estar na existência desse antiuniverso. Se ele realmente existe, a antimatéria pode estar "escondida" nele, inacessível para nós.<h2 style="text-align:justify;">Irmãos inseparáveis</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/19/19172930178296.jpg" alt="A ideia de um universo que corre "><figcaption>A ideia de um universo que corre "para trás" é fascinante, embora gere descrença em muita gente. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>A teoria foi sugerida por Naman Kumar, doutorando no Instituto Indiano de Tecnologia. Ele propôs que o universo e seu antiuniverso são como um par inseparável, surgindo simultaneamente no momento do Big Bang. Enquanto nosso universo se expande para frente no tempo, o antiuniverso faz o mesmo, mas para trás. Essa ideia ousada poderia também resolver outro grande mistério: a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124401-buracos-negros-podem-ser-fontes-de-energia-escura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">energia escura</a>.A energia escura é uma força misteriosa que parece estar acelerando a expansão do universo. Medições de estrelas distantes mostram que, em algum momento, a expansão do cosmos começou a acelerar, um fenômeno que ainda não foi compreendido pelos cientistas.&nbsp;Portanto, a energia escura é usada como uma explicação provisória para esse comportamento estranho, mas sua natureza exata permanece desconhecida. Kumar sugere que a expansão acelerada do universo pode ser um efeito natural da existência de um universo gêmeo, tornando a energia escura desnecessária.<h2 style="text-align:justify;">Emaranhamento quântico e dimensões superiores</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/19/19173312143298.jpg" alt="Será que o Big Bang gerou mais de um universo? (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Será que o Big Bang gerou mais de um universo? (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Essa ideia de antiuniverso não é completamente nova. Outros <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114988-por-que-alguns-fisicos-acreditam-na-teoria-do-universo-espelho.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">físicos já propuseram que o universo poderia ter um gêmeo</a> que corre para trás no tempo, com características espelhadas em relação ao nosso. A novidade na proposta de Kumar é que ela se baseia em conceitos de entropia e emaranhamento quântico.&nbsp;Essencialmente, se o universo e seu antiuniverso surgiram como um par entrelaçado, a expansão natural de ambos pode explicar a aceleração cósmica que observamos, sem precisar recorrer a entidades misteriosas como a energia escura.Kumar também investigou a ideia de que o nosso universo poderia ser uma "brana" – uma espécie de membrana tridimensional – flutuando em um espaço de dimensões superiores. Nesse cenário, o comportamento da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127239-nova-teoria-sugere-que-universo-e-mais-velho-do-que-achavamos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">expansão cósmica</a> poderia ser influenciado por tensões nessas dimensões adicionais, oferecendo mais uma forma de explicar a aceleração sem invocar a energia escura.Embora essa teoria do antiuniverso e das branas seja fascinante, é importante lembrar que, por enquanto, são apenas ideias. A ciência avança por meio de hipóteses e testes, e teorias como essa precisam ser confrontadas com observações. Muitas vezes, o que parece uma solução elegante e intrigante acaba não sendo confirmado pelos dados.

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"Universo Espelho": a teoria do "antiuniverso" que corre ao contrário no tempo

Um estudo recente mostra que, apesar da confiança dos astrólogos, suas previsões são tão imprecisas quanto palpites aleatórios. O resultado reforça a falta de evidências científicas para apoiar a astrologia.

Um novo estudo revelou que astrólogos são, surpreendentemente, muito confiantes em suas habilidades, mas se saem terrivelmente mal ao tentar aplicar seus conhecimentos. Mesmo com todo o charme e mistério que a astrologia ainda exerce sobre uma parcela significativa da população de todo o mundo, quando colocados à prova, os astrólogos não conseguem demonstrar habilidades superiores ao puro acaso.&nbsp;Isso não surpreende a ciência, pois muitos testes já mostraram que a astrologia não consegue prever eventos ou <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/a-ciencia-prova-seu-signo-nao-interfere-no-seu-bemestar-ou-na-sua-felicidade" rel="noopener noreferrer" target="_blank">descrever a personalidade</a> de alguém com precisão. No entanto, a forma como esses resultados foram alcançados agora destaca a diferença entre simplesmente acreditar em algo e realmente provar que funciona.<h2 style="text-align:justify;">Teste às cegas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/19/19153953112231.jpg" alt="O poder dos astrólogos está sendo diminuído cada vez mais pela ciência. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O poder dos astrólogos está sendo diminuído cada vez mais pela ciência. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Pesquisadores liderados por Spencer Greenberg, da Clearer Thinking, conduziram um experimento intrigante. Eles pediram a 152 astrólogos experientes que analisassem informações detalhadas sobre a vida e a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/109405-qual-o-seu-perfil-de-personalidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">personalidade</a> de doze pessoas e, com base nisso, identificassem qual mapa astrológico correspondia a cada indivíduo.&nbsp;A expectativa era de que os astrólogos se saíssem melhor do que um simples chute, já que estavam lidando com um dos pilares centrais de sua prática: a leitura de mapas astrológicos. Contudo, os resultados foram um verdadeiro balde de água fria.Os astrólogos acertaram em média apenas 2,49 das 12 combinações, um desempenho praticamente idêntico ao esperado pelo acaso. Mesmo aqueles que se declararam “especialistas de classe mundial” não tiveram um desempenho significativamente melhor que os outros. Além disso, houve pouca concordância entre os próprios astrólogos sobre qual mapa pertencia a cada pessoa, o que levanta sérias dúvidas sobre a consistência da prática astrológica.A astrologia, embora hoje desacreditada pela ciência, teve grande relevância no passado, com figuras como <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118237-johannes-kepler-o-verdadeiro-pai-da-ficcao-cientifica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Johannes Kepler</a>, que era tanto astrônomo quanto astrólogo. Apesar da perda de credibilidade ao longo do tempo, a astrologia ainda cativa o imaginário popular, com muitos consultando horóscopos para decisões importantes — o que não faz o menor sentido do ponto de vista científico.<h2 style="text-align:justify;">Sem evidências</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/19/19154111317232.jpg" alt="Estudo comprova (mais uma vez) que a astrologia tem a mesma capacidade do acaso de acertar previsões. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>Estudo comprova (mais uma vez) que a astrologia tem a mesma capacidade do acaso de acertar previsões. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>A crença na astrologia nunca foi confirmada cientificamente. Em um grande estudo, o Dr. David Voas analisou 20 milhões de casais na Inglaterra e no <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124052-por-que-mcdonald-s-do-pais-de-gales-e-considerado-o-melhor-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">País de Gales</a> e não encontrou nenhum padrão de compatibilidade entre signos. Voas concluiu que, se houvesse alguma influência, o estudo a teria detectado, mas não havia nada.Curiosamente, a confiança excessiva dos astrólogos é um fenômeno comum em muitas áreas. Quando alguém acredita profundamente em algo, a tendência é que essa confiança aumente, mesmo diante de evidências contrárias.&nbsp;O estudo de Greenberg mostrou exatamente isso: mesmo quando os resultados indicavam um fracasso, muitos astrólogos acreditavam que tinham se saído bem. Esse efeito psicológico, conhecido como viés de confirmação, faz com que as pessoas procurem por evidências que reforcem suas crenças, ignorando as que as contradizem.Mas, se a astrologia é tão falha, por que ainda atrai tanta gente? Parte da resposta pode estar no conforto que ela oferece. Em um mundo cheio de incertezas, a ideia de que as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128754-velhas-fumantes-astronomos-detectam-novo-tipo-de-estrela-na-via-lactea.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estrelas</a> podem nos guiar é reconfortante.&nbsp;Além disso, a astrologia tem uma maneira de se adaptar às circunstâncias. Quando não acerta no destino, foca na personalidade, e como nossas personalidades são complexas, é fácil encontrar algo que se encaixe em descrições vagas e elogiosas.

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Astrologia vs. Ciência: astrólogos não passam em teste e erram previsões

Lugares fascinantes e temidos mostram como fenômenos naturais se tornaram os lendários "portões do inferno" e o que revelam sobre a natureza e as crenças humanas.

O planeta Terra, em toda sua diversidade geológica, guarda <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/127420-misterio-de-arvore-congelada-no-tempo-por-66-milhoes-de-anos-e-finalmente-resolvido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mistérios que fascinam</a> e amedrontam ao mesmo tempo. Não é à toa que, ao longo da história, muitos lugares foram associados ao submundo e ganharam o nome de "portões do inferno". De desertos áridos a vulcões ativos, esses locais evocam a sensação de estarmos diante de algo maior e, talvez, perigoso.&nbsp;Cada um desses "portões" carrega uma história, moldada pela geologia, cultura e mitologia locais, oferecendo vislumbres tanto do mundo físico quanto das crenças humanas.<h2 style="text-align:justify;">Portões criados pelos humanos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/19/19102825685055.jpg" alt="A Cratera Darvaza se abre no meio do deserto de forma aterrorizante. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A Cratera Darvaza se abre no meio do deserto de forma aterrorizante. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Alguns lugares que receberam a fama de "portão do inferno" não são <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/6-eventos-naturais-incriveis-que-estao-acontecendo-neste-momento" rel="noopener noreferrer" target="_blank">obras puramente naturais</a>, já que são resultado da nossa interação com o ambiente tanto de forma direta quanto indireta.&nbsp;A Cratera Darvaza, no Turcomenistão, é talvez um dos mais famosos "portões" e é um bom exemplo da atuação direta do ser humano com a natureza. Formada acidentalmente na década de 1970 durante uma perfuração soviética em busca de petróleo, a cratera continua queimando metano até hoje, criando uma visão infernal no meio do deserto de Karakum.&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/mumia-de-rinocerontelanoso-quase-intacta-e-achada-por-mineiros-na-siberia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Já na Sibéria</a>, encontramos outro exemplo intrigante: a Cratera Batagaika. Esse enorme deslizamento de terra, conhecido como "Portal para o Submundo", é resultado do degelo do permafrost, causado pelo desmatamento e agravado pelas mudanças climáticas. Nesse caso, temos a influência indireta dos humanos na criação desse lugar assustador.&nbsp;Para os povos indígenas locais, os Yakut (também chamados iacutos), o som dos estrondos que ecoa do abismo reforça a ideia de que estamos diante de algo sobrenatural. Embora seja um fenômeno natural, a cratera serve como um lembrete sombrio das consequências da intervenção humana no meio ambiente.<h2 style="text-align:justify;">Misticismo sobre a natureza</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/19/19103046424056.jpg" alt="A Caldeira de Masaya é um lugar nada convidativo. É fácil entender todo a áurea sobrenatural que recai sobre o lugar. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A Caldeira de Masaya é um lugar nada convidativo. É fácil entender todo a áurea sobrenatural que recai sobre o lugar. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Se por um lado a humanidade tem sua responsabilidade na formação desses fenômenos, por outro lado, a própria natureza foi e é capaz de criar seus tenebrosos "portões". &nbsp;Com isso, muitos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/4-mitos-sobre-cadaveres-nos-quais-ainda-acreditamos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mitos e lendas</a> foram criados ao longo da nossa evolução para explicar essas manifestações e seus possíveis perigos.&nbsp;Um exemplo disso é a Caldeira de Masaya, na Nicarágua, que é um dos vulcões mais ativos da América Central. Os povos indígenas consideravam o vulcão uma divindade, e os colonizadores espanhóis o apelidaram de "Boca do Inferno".&nbsp;A visão do lago de lava borbulhante impressiona e aterroriza, e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128883-recorde-de-magma-mais-rapido-do-mundo-e-quebrado-por-vulcao-na-islandia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vulcão&nbsp;</a>continua a ser um lembrete do poder indomável da natureza. A atividade constante de Masaya, que já levou ao fechamento temporário do parque ao redor do vulcão, reforça a aura mítica do lugar.Já o Monte Hekla, na Islândia, era visto por monges cristãos na Idade Média como uma prisão para almas condenadas devido à sua intensa atividade vulcânica. Desde então, o vulcão já entrou em erupção mais de 20 vezes, reforçando as lendas ao seu redor. Para os islandeses, Hekla é tanto uma força destrutiva quanto uma parte essencial de sua identidade cultural.Como se pode perceber, esses "portões do inferno" estão espalhados por todo o globo e vão além de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-grande-vale-do-rifte-de-shanxi-a-maravilha-geologica-escondida-da-china" rel="noopener noreferrer" target="_blank">curiosidades geológicas</a>, sendo testemunhos das narrativas humanas sobre os mistérios e perigos do planeta. Com erupções vulcânicas, crateras ardentes e desfiladeiros imponentes, esses locais continuam a inspirar imaginação e curiosidade.

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"Portões do Inferno": os misteriosos buracos ardentes espalhados pela Terra

Geólogos descobriram provas de que há cerca de 700 milhões de anos a Terra era uma "bola de neve" congelada, um período que desempenhou um papel crucial no surgimento da vida complexa.

Uma equipe internacional de geólogos fez uma descoberta impressionante que oferece novas perspectivas sobre a história <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-grande-vale-do-rifte-de-shanxi-a-maravilha-geologica-escondida-da-china" rel="noopener noreferrer" target="_blank">geológica</a> da Terra: evidências sólidas de que, há cerca de 700 milhões de anos, nosso planeta estava completamente coberto por gelo, transformando-se numa verdadeira "bola de neve".&nbsp;Esse período gelado, conhecido como glaciação Sturtian, ocorreu entre 662 milhões e 720 milhões de anos atrás e teve um papel crucial na evolução da vida complexa. O estudo foi publicado recentemente no Journal of the Geological Society of London.<h2 style="text-align:justify;">Registro de mudanças climáticas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/20/20094441932029.jpg" alt="A Terra como uma 'bola de neve"><figcaption>A Terra como uma "bola de neve". Terá sido esse um ponto crucial para o surgimento de vida no planeta? (Fonte: Getty Images/ Rerodução)</figcaption></figure></figure>Os cientistas descobriram o registro geológico mais completo desse período na Formação Port Askaig, uma sequência de rochas que se estende por partes da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121947-7-curiosidades-sobre-a-escocia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Escócia</a> e da Irlanda. Essas rochas, com até 1,1 km de espessura, preservam a transição climática de um ambiente tropical para uma Terra completamente congelada.&nbsp;Essa transição é especialmente visível em um afloramento nas Ilhas Garvellach, na Escócia, onde é possível observar através de suas rochas as mudanças climáticas que ocorreram ao longo de milhões de anos.&nbsp;Os cientistas destacam a singularidade desse registro, pois, em outras partes do mundo, as rochas da mesma época não mostravam essa transição. Isso ocorre porque, ao contrário de locais como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/nos-humanos-surgimos-na-africa-mas-por-que-especificamente-la" rel="noopener noreferrer" target="_blank">África</a> e a América do Norte, onde as evidências foram apagadas por processos geológicos, a Escócia manteve essas camadas praticamente intactas.A descoberta de zircões, minerais que contêm urânio e permitem a datação precisa das rochas, foi essencial para determinar a idade das formações. Extremamente duráveis, os zircões preservam informações sobre a época em que as rochas foram formadas. A análise dessas amostras confirmou que as rochas de Port Askaig datam da glaciação Sturtian, evidenciando o início do Período Criogeniano no registro geológico.<h2 style="text-align:justify;">Nasce a vida</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/20/20094627592030.jpg" alt="Ilhas Garvellach guardam informações cruciais para sabermos mais da origem de vida na Terra. (Fonte: Graham Shields, UCL/ Divulgação)"><figcaption>Ilhas Garvellach guardam informações cruciais para sabermos mais da origem de vida na Terra. (Fonte: Graham Shields, UCL/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Antes desse período, a Terra era um lugar muito mais quente, e a vida consistia principalmente em <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/107796-esta-bolota-consiste-em-um-dos-maiores-organismos-unicelulares-da-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">organismos unicelulares</a> e algas. No entanto, o frio extremo e a transformação da Terra em uma bola de neve parecem ter desempenhado um papel fundamental no surgimento da vida multicelular.Os cientistas acreditam que, durante essa fase de congelamento, organismos unicelulares podem ter começado a cooperar, formando as primeiras formas de vida multicelular que, eventualmente, dariam origem aos animais.Segundo essa teoria, a natureza hostil desse período teria forçado esses organismos a desenvolverem estratégias de sobrevivência mais sofisticadas, levando ao que os cientistas chamam de "explosão de vida" logo após o fim da glaciação.&nbsp;Quando o planeta começou finalmente a descongelar, a vida teve que se adaptar rapidamente às novas condições, desencadeando uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127238-como-nosso-cerebro-conseguiu-evoluir-para-o-seu-tamanho-atual.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corrida evolutiva</a> que resultou na diversidade biológica que conhecemos hoje.Se confirmada, essa designação atrairia cientistas e entusiastas de todo o mundo, transformando as ilhas Garvellach em um verdadeiro ponto de referência para o estudo da história geológica da Terra.

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Terra congelada: como a 'bola de neve' primordial moldou a vida no planeta

A elevação da Antártida pode tanto reduzir quanto aumentar o nível do mar, ameaçando potencialmente milhões de pessoas.

Você já imaginou um continente inteiro subindo de volta à superfície, como se estivesse se libertando de um grande peso? Pois é exatamente isso que está acontecendo na Antártida. Com o derretimento acelerado das suas camadas de gelo, o continente está se elevando, um processo que os cientistas chamam de elevação pós-glacial. E os efeitos disso podem ser enormes, especialmente para quem vive perto do nível do mar.A Antártida tem <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127066-5-mudancas-drasticas-no-mundo-caso-a-antartida-derretesse.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">perdido gelo</a> em uma velocidade preocupante, liberando a pressão que há milênios mantinha o continente comprimido. Como resultado, o solo está começando a se levantar.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Uma faca de dois gumes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/20/20205925621395.jpg" alt="Ilustração mostra como é o mecanismo de expulsão da água pelo continente. (Fonte: Terry Wilson et al. / Divulgação)"><figcaption>Ilustração mostra como é o mecanismo de expulsão da água pelo continente. (Fonte: Terry Wilson et al. / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Pense na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-que-ha-sob-o-gelo-da-antartida" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Antártida</a> como uma esponja gigantesca: antes, ela estava sendo pressionada por toda aquela massa de gelo, mas agora, com a redução desse peso, a terra está voltando a se expandir. Isso pode parecer uma boa notícia à primeira vista, mas a verdade é que esse processo é uma faca de dois gumes.De acordo com os especialistas, essa elevação pode ter impactos enormes sobre o nível do mar em todo o planeta.&nbsp;Em um cenário ideal, onde as <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121264-aquecimento-global-e-efeito-estufa-qual-e-a-diferenca-entre-eles.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">emissões de gases de efeito estufa</a> são drasticamente reduzidas, a elevação da terra poderia compensar parte do aumento do nível do mar, preservando o gelo por mais tempo e minimizando os efeitos do aquecimento global. Nesse caso, a Antártida poderia contribuir para um aumento de até 1,7 metros no nível do mar até 2500, um valor considerável, mas controlável.&nbsp;Por outro lado, se continuarmos no ritmo atual de aquecimento global, o cenário se torna assustador.&nbsp;À medida que o gelo derrete rapidamente, a elevação do solo pode não ser capaz de acompanhar a velocidade do recuo das camadas de gelo. Isso significa que, em vez de reduzir o impacto no nível do mar, a elevação da terra pode acabar agravando o problema, potencialmente elevando os mares em até 19,5 metros no mesmo período.<h2 style="text-align:justify;">Futuro submerso&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/20/20210219780400.jpg" alt="Elevação das águas pode trazer cenários de tragédia para quem mora em áreas costeiras. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Elevação das águas pode trazer cenários de tragédia para quem mora em áreas costeiras. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Esse fenômeno ocorre porque o gelo da Antártida exerce uma atração gravitacional que puxa a água dos oceanos para perto do continente, criando uma camada extra e mantendo os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120170-veja-em-imagens-como-o-aumento-do-nivel-do-mar-afetaria-as-cidades.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">níveis do mar</a> mais baixos em outras regiões. Se o gelo continuar a derreter nas taxas atuais, essa atração diminuirá e as águas se redistribuirão, inundando áreas costeiras em outros continentes.Esse fenômeno já está tendo consequências visíveis. Em regiões como a América do Norte, o aumento do nível do mar já começa a ameaçar cidades como Miami e Nova Orleans, onde a elevação do solo não é suficiente para compensar o aumento das águas.&nbsp;Para piorar, se o gelo da Groenlândia seguir o mesmo caminho, o impacto global será ainda mais devastador.Como os cientistas alertam, a elevação da terra só será eficaz se conseguirmos reduzir significativamente nossas emissões de carbono e, com isso, desacelerar o aquecimento global. Caso contrário, estamos apenas adiando o inevitável: um futuro onde as cidades costeiras lutam para sobreviver à medida que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114755-aumento-do-nivel-do-mar-pode-extinguir-manguezais-em-2050.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o mar avança</a> cada vez mais.

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Como um continente que está subindo pode afundar o mundo

Astrônomos usam um novo mapa 3D de estrelas, criado pelo telescópio Chandra, para acelerar a busca por planetas habitáveis e possíveis sinais de vida alienígena.

Astrônomos estão mais próximos de encontrar vida fora da Terra com um novo mapa 3D de estrelas, criado pelo telescópio de raios X Chandra, da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/nasa-descobre-primeira-caverna-na-lua-sera-que-ela-pode-virar-uma-base-lunar" rel="noopener noreferrer" target="_blank">NASA</a>. O mapa destaca estrelas próximas ao Sol e pode ser crucial na busca por planetas com potencial para abrigar vida. O objetivo é identificar exoplanetas que orbitam essas estrelas em "zonas Cachinhos Dourados", onde a temperatura permite a existência de água líquida na superfície.A ferramenta pode ajudar a direcionar futuras missões de telescópios, como o Habitable Worlds Observatory (Observatório de Mundos Habitáveis, em tradução livre), para examinar esses planetas e, quem sabe, encontrar sinais de vida alienígena.<h2 style="text-align:justify;">Mapa da vida</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/19/19093407053027.jpg" alt="Mapa ajudará na busca por planetas habitáveis. (Fonte: NASA,CXC,M.Weiss/ Divulgação)"><figcaption>Mapa ajudará na busca por planetas habitáveis. (Fonte: NASA, CXC, M.Weiss / Divulgação)</figcaption></figure></figure>O Chandra, em órbita há 25 anos, é crucial na missão de encontrar planetas habitáveis, pois detecta <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123187-raio-x-como-sao-tiradas-as-fotografias-do-nosso-esqueleto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">raios X,</a> uma radiação de alta energia emitida por estrelas. Isso é importante porque raios X podem prejudicar a vida, destruindo atmosferas planetárias e moléculas essenciais. Se uma estrela emite muitos desses raios, os planetas ao seu redor podem não ser bons candidatos para a vida.Em estudo recente, uma equipe de astrônomos, liderada por Breanna Binder, da California State Polytechnic University, utilizou o Chandra para mapear 57 estrelas próximas ao nosso sistema solar. Essas estrelas foram organizadas em anéis concêntricos ao redor do Sol, a distâncias que variam entre 16,3 e 49 anos-luz.&nbsp;A ideia é que, por estarem relativamente próximas, telescópios futuros possam captar espectros de planetas nas zonas habitáveis dessas estrelas. Esses espectros, obtidos quando a luz das estrelas atravessa as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126871-poeira-do-saara-remove-metano-da-atmosfera-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">atmosferas planetárias</a>, podem revelar características como continentes, oceanos e até mesmo composições químicas que indiquem a presença de vida.O mapa tridimensional das estrelas funciona como um filtro inicial. Com tantos sistemas possíveis, quais merecem a atenção dos telescópios mais poderosos? A resposta pode estar nos dados de raios X: planetas sob bombardeio constante de raios X são descartados, permitindo que os cientistas foquem em sistemas estelares com condições mais favoráveis, semelhantes às da Terra.<h2 style="text-align:justify;">Difícil detecção</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/19/19093721951028.jpg" alt="Telescópios mais modernos e potentes serão fundamentais para acharmos planetas potencialmente habitáveis. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Telescópios mais modernos e potentes serão fundamentais para acharmos planetas potencialmente habitáveis. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um detalhe interessante é que nem todos os planetas são fáceis de detectar. Muitas vezes, o método mais comum de detecção, conhecido como trânsito, pode não funcionar, pois depende de o planeta passar diretamente entre sua <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/afinal-com-que-frequencias-estrelas-morrem-na-via-lactea" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estrela</a> e a Terra, bloqueando parte da luz estelar.&nbsp;Isso faz com que planetas menores ou mais distantes das suas estrelas, especialmente aqueles com massas e tamanhos próximos aos da Terra, possam escapar à detecção. Por isso, o mapa do Chandra é tão valioso: ele ajuda a identificar quais estrelas valem o esforço de uma observação mais detalhada.Os próximos passos na busca por vida extraterrestre incluem o uso de telescópios extremamente potentes, como o Habitable Worlds Observatory, que poderá captar imagens diretas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-estranho-exoplaneta-que-deveria-ser-apenas-uma-rocha-mas-nao-e" rel="noopener noreferrer" target="_blank">exoplanetas</a> em zonas habitáveis. Embora apareçam como pontos de luz, os espectros dessas imagens revelarão muito sobre as superfícies e atmosferas desses mundos distantes.Com o tempo de observação em telescópios cada vez mais disputado, é crucial que os cientistas saibam onde focar seus esforços. O mapa 3D das estrelas pode acelerar a descoberta do primeiro planeta semelhante à Terra. Em breve, talvez estejamos observando de perto um mundo onde a vida floresceu longe daqui.

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Caça às estrelas: mapa 3D pode ajudar a revelar vida alienígena

O que começou como uma tentativa de reviver o passado se transformou em um episódio assustador, resultando no fechamento permanente de uma das cavernas mais populares de Utah.

Em novembro de 2009, o sistema de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125221-6-das-cavernas-mais-impressionantes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cavernas</a> Nutty Putty, localizado perto de Pleasant Grove, Utah, foi palco de uma tragédia que marcou a história da espeleologia nos Estados Unidos. John Edward Jones, um jovem estudante de medicina, ficou preso em um dos túneis apertados da caverna e, após 28 horas de tentativas de resgate, foi declarado morto.&nbsp;Descoberta em 1960 por Dale Green e seus amigos, a Nutty Putty Cave era conhecida por suas passagens estreitas e sinuosas, formadas ao longo de milênios pela ação de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/e-agora-agua-para-consumo-deve-ficar-impropria-para-meio-bilhao-de-pessoas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">águas subterrâneas</a>. A caverna, que recebeu seu nome devido à argila viscosa presente em suas paredes, tornou-se um destino popular para espeleólogos amadores e entusiastas da aventura.&nbsp;Com cerca de 410 metros de túneis, a caverna atraía milhares de visitantes por ano, alguns dos quais eram inexperientes e mal preparados para os desafios impostos pelo terreno.<h2 style="text-align:justify;">O acidente</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/12/12000358423007.jpg" alt="John queria só mais uma aventura. (Fonte: All Thats Interesting/ Divulgação)"><figcaption>John queria apenas uma aventura. (Fonte: All That's Interesting/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>John Edward Jones, que havia crescido explorando cavernas em <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117126-misterio-do-monolito-de-utah-e-finalmente-revelado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Utah</a> com seu pai e irmão, decidiu revisitar essa antiga paixão em novembro de 2009. Naquela noite, acompanhado de seu irmão Josh e outros amigos, ele entrou na caverna Nutty Putty pela primeira vez.&nbsp;Enquanto explorava, John decidiu entrar em uma passagem chamada Birth Canal ("canal de nascimento", em português), um túnel extremamente estreito que muitos evitavam por ser arriscado. Pensando que estava em uma área diferente da caverna, ele acabou ficando preso de cabeça para baixo num trecho do túnel de apenas 25 cm de largura e 45 cm de altura.Ao perceber que não conseguia sair, a situação de John se tornou crítica. Preso de cabeça para baixo, ele tinha dificuldade para respirar, e a pressão sobre seus órgãos era intensa,&nbsp;principalmente o coração, que precisava bombear o sangue contra a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118119-o-que-e-a-gravidade-e-qual-sua-importancia-para-nos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gravidade</a>. Diante desse cenário, os serviços de resgate foram chamados.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/12/12075323684002.jpeg" alt="A posição que John ficou pressionava seus órgãos e dificultava sua respiração. (Fonte: Wikimedia Commons/ Divulgação)"><figcaption>A posição que John ficou pressionava seus órgãos e dificultava sua respiração. (Fonte: Wikimedia Commons/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>As equipes de resgate tentaram de tudo para libertá-lo, utilizando sistemas de polias e cordas. Porém, devido à posição de John e à instabilidade da rocha ao redor, as tentativas falharam. Durante as quase 28 horas em que ficou preso, John conversou com os socorristas e familiares, tentando manter a calma, mas sua condição piorava.Com o passar das horas, John começou a sofrer de dificuldades respiratórias e exaustão. Em certo momento, um dos equipamentos de resgate se soltou, fazendo com que ele deslizasse ainda mais na passagem. Pouco depois, John perdeu a consciência.<h2 style="text-align:justify;">Resgate complicado</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/12/12000521316008.jpg" alt="Socorrista tenta chegar até John. O local era superestreito. (Fonte: Brandon Kowallis/ Divulgação)"><figcaption>Socorrista tenta chegar até John. O local era superestreito. (Fonte: Brandon Kowallis/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>A operação de resgate envolveu 137 voluntários que, durante mais de um dia, tentaram libertá-lo. No entanto, as condições na caverna, como a argila solta nas paredes, tornaram as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/conservacionistas-tentam-salvar-cegonhas-do-lixo-da-extincao" rel="noopener noreferrer" target="_blank">operações de salvamento</a> extremamente difíceis e perigosas. Em um momento, uma das polias usadas para tentar puxar John se soltou e feriu gravemente um dos socorristas.&nbsp;Apesar dos esforços incansáveis da equipe de resgate, John não resistiu e foi declarado morto pouco antes da meia-noite do dia 25 de novembro de 2009. Sua morte foi causada por asfixia devido à posição em que estava preso, agravada pela dificuldade de respirar e pela pressão sobre seu corpo.Após seu falecimento, as autoridades de Utah decidiram fechar a caverna permanentemente, selando-a com o corpo de John ainda dentro, transformando-a em um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/tumulos-de-sangue-os-macabros-sacrificios-do-rei-ghezo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">memorial natural</a>.

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Nutty Putty: a fatal aventura que selou para sempre uma caverna americana

Mais de 100 anos depois, corpo de soldado americano poderá voltar para casa e receber as devidas homenagens pelos serviços prestados ao país.

Após mais de um século de <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/a-incrivel-e-misteriosa-muralha-de-parauna-em-goias-afinal-quem-a-construiu" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mistério</a>, o corpo de um soldado desaparecido durante a Primeira Guerra Mundial foi finalmente identificado. O soldado Charles McAllister, um nativo de Seattle que lutou na ofensiva de Aisne-Marne, em julho de 1918, será sepultado com todas as honras militares em sua cidade natal, no próximo dia 21 de agosto.&nbsp;A identificação dos restos mortais de McAllister foi um longo e complexo processo que envolveu registros históricos, análise forense e testes de DNA, encerrando um capítulo doloroso para sua família e para aqueles que lutaram para desvendar sua identidade.<h2 style="text-align:justify;">Restos mortais encontrados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/14/14085918142012.jpg" alt="Medalha da Fronteira Mexicana ajudou no processo de identificação. (Fonte: Jay E. Silverstein/ Divulgação)"><figcaption>Medalha da Fronteira Mexicana ajudou no processo de identificação. (Fonte: Jay E. Silverstein / Divulgação)</figcaption></figure></figure>A história da identificação de McAllister começa em 2002, quando arqueólogos franceses descobriram os restos mortais de dois soldados perto da vila de Ploisy, na França, um local de intensos combates durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/9-dos-piores-generais-da-primeira-guerra-mundial" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>. Um dos soldados foi identificado como Francis Lupo, graças a uma carteira com seu nome gravado, mas o outro permaneceu um enigma por quase duas décadas.&nbsp;Foi somente em 2019 que Jay Silverstein, um antropólogo forense aposentado que trabalhou na Defense POW/MIA Accounting Agency (DPAA) — uma agência americana que procura desaparecidos em conflitos —, decidiu reabrir o caso por conta própria, determinado a dar um desfecho à história do soldado desconhecido.A tarefa de identificar McAllister foi árdua. Os poucos indícios disponíveis incluíam dois botões de uniforme com inscrições enigmáticas e uma medalha de campanha que indicava sua participação na guarda nacional do estado de Washington.&nbsp;Silverstein começou a restringir as possibilidades, cruzando informações sobre regimentos que estiveram na área onde os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/mumia-de-rinocerontelanoso-quase-intacta-e-achada-por-mineiros-na-siberia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">restos mortais</a> foram encontrados e correlacionando esses dados com registros históricos. A busca culminou em uma lista de possíveis soldados desaparecidos que poderiam ser o soldado desconhecido.<h2 style="text-align:justify;">Análise forense e burocracia</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/14/14090202885014.jpg" alt="Charles McAllister poderá finalmente descansar em sua terra natal. (Fonte: Jay E. Silverstein/ Divulgação)"><figcaption>Charles McAllister poderá finalmente descansar em sua terra natal. (Fonte: Jay E. Silverstein / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Mesmo com a apurada pesquisa histórica, foi a análise detalhada dos registros dentários que se mostrou crucial. McAllister tinha extrações dentárias incomuns que coincidiam perfeitamente com o esqueleto encontrado. Além disso, sua altura e constituição física também se alinhavam com as características do corpo encontrado.&nbsp;Ainda assim, as evidências precisavam ser confirmadas com <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126898-corpo-de-alpinista-e-encontrado-em-geleira-apos-quase-40-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">testes de DNA</a>. Silverstein conseguiu localizar descendentes de McAllister, que forneceram amostras de DNA mitocondrial e nuclear, confirmando a identidade do soldado.Apesar da precisão científica, o processo de identificação foi lento e frustrante devido à burocracia e limitações legais da DPAA. Silverstein, convicto de que havia dados suficientes para identificar McAllister, criticou a demora e defendeu que a agência deveria ter feito mais para honrar o sacrifício do soldado.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/14/14090529587016.jpg" alt="Última carta escrita por Charles McAllister, cerca de sete meses antes de sua morte. (Fonte: Jay E. Silverstein/ Divulgação)"><figcaption>Última carta escrita por Charles McAllister, cerca de sete meses antes de sua morte. (Fonte: Jay E. Silverstein/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>A persistência de Silverstein e a colaboração da sobrinha-neta de McAllister, Beverly Dillon, foram essenciais para resolver o caso. Dillon, que guarda com carinho a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128465-sonhar-acordado-pode-ser-essencial-para-humanos-sugere-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">memória</a> do tio-avô, compartilhou com Silverstein uma carta onde McAllister expressava seu desejo de servir ao país e sua esperança de voltar para casa.&nbsp;Agora, após mais de um século, McAllister será finalmente sepultado com dignidade em Seattle. O público foi convidado a participar do funeral e a prestar seus respeitos ao soldado que, após tantos anos, poderá finalmente descansar em paz.

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Caso resolvido: corpo de soldado da Primeira Guerra Mundial é, enfim, identificado

Apesar de ter sido abolido no início do século XX, o lingchi, uma prática de execução brutal e degradante na China imperial, continua a ser lembrado como um símbolo de poder estatal e controle social.

Na antiga China, um dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/historias-macabras/95844-10-metodos-de-execucao-mais-terriveis-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">métodos mais aterrorizantes de execução</a> foi o lingchi, conhecido no Ocidente como "morte por mil cortes". Praticado por quase mil anos, desde o século X até 1905, essa forma brutal de punição era reservada para crimes considerados extremamente graves, como alta traição, parricídio e assassinato em massa.&nbsp;A crueldade do lingchi não se resumia apenas à dor física causada pelos cortes; ele também carregava um forte peso simbólico e cultural. Além de prolongar o sofrimento da vítima, a prática pública do lingchi representava um espetáculo de poder e controle social.<h2 style="text-align:justify;">Morte lenta</h2><figure class="image"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/08/15/15174419889375.png" alt="morte-por-mil-cortes-a-cruel-punicao-chinesa-do-lingchi-thumb.png" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/08/15/15174419889376.png 241w,https://mega.ibxk.com.br/2024/08/15/15174419936377.png 500w,https://mega.ibxk.com.br/2024/08/15/15174419936378.png 750w,https://mega.ibxk.com.br/2024/08/15/15174419936379.png 1000w," sizes="100vw"><figcaption>O lingchi destruía a pessoal física e psicologicamente. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução)</figcaption></figure>A execução começava com o condenado sendo amarrado a um poste de madeira, incapaz de se mover. O carrasco, com uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127181-khopesh-a-espada-que-ajudou-o-egito-a-se-tornar-um-imperio-forte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espada afiada</a>, iniciava o processo de desmembramento com cortes precisos e meticulosos. As primeiras incisões eram feitas em áreas menos vitais do corpo, prolongando a vida da vítima o máximo possível.&nbsp;À medida que o carrasco avançava, partes do corpo eram removidas metodicamente, expondo músculos e ossos em um processo que poderia durar minutos ou horas, dependendo da habilidade do carrasco e da gravidade do crime. Embora o objetivo fosse infligir uma morte lenta e dolorosa, as famílias que podiam pagar subornavam os carrascos para garantir uma morte mais rápida.O horror do lingchi ia além da tortura física. Na tradição chinesa, que valorizava a integridade do corpo, ser desmembrado era também uma punição espiritual. Acreditava-se que um corpo mutilado impediria a paz após a morte, intensificando o sofrimento da vítima. Assim, o lingchi não só matava o corpo, mas também desonrava a alma, causando uma degradação total.<h2 style="text-align:justify;">Uma questão de poder</h2>O lingchi tinha profundas implicações socioculturais na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/112436-a-china-imperial-e-seus-misteriosos-soldados-milenares-de-argila.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">China imperial.</a> A execução pública de criminosos simbolizava o poder do Estado e servia de alerta para a população. A rígida hierarquia social justificava punições severas, e essa prática era mais que uma punição: era um espetáculo de dissuasão, reafirmando a ordem estabelecida e as consequências de desafiar o poder imperial.Embora o lingchi tenha sido oficialmente abolido em 1905 pela dinastia Qing, há relatos de sua prática isolada até o início do século 20. A abolição foi impulsionada por pressões internas de reformistas e protestos internacionais. Fotografias chocantes de uma execução por lingchi, tiradas por um soldado francês, circularam no Ocidente, aumentando a pressão sobre o governo chinês para acabar com a prática.Ao longo dos séculos, figuras notórias <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120524-como-a-china-imperial-moldou-sua-sociedade-por-meio-de-torturas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">foram executadas</a> por lingchi, como Liu Jin, um eunuco condenado à morte em 1510 por acumular poder excessivo na corte imperial. Ele teria suportado mais de 3 mil cortes antes de morrer, com pedaços de sua carne vendidos aos espectadores. Outro caso infame foi o de Fang Yizhi, estudioso e cientista que criticou abertamente a dinastia Qing e pagou o preço máximo por sua ousadia.Apesar de seu fim, o legado do lingchi ainda ecoa na cultura popular e memória histórica, lembrando a brutalidade de um passado onde punição extrema servia como ferramenta de controle e medo. A "morte por mil cortes" é um exemplo sombrio de como poder, cultura e justiça podem se entrelaçar de formas aterrorizantes.

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"Morte por mil cortes": a cruel punição chinesa do Lingchi

O vórtice polar antártico está instável, com ventos diminuindo e temperaturas subindo, o que pode levar a eventos climáticos extremos em várias regiões do planeta.

O vórtice polar, uma enorme corrente de ar frio que circula sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128436-o-campo-magnetico-da-terra-esta-mesmo-invertendo-seus-polos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os polos,</a> está passando por instabilidades raras que podem ter efeitos drásticos no clima global. No Hemisfério Sul, cientistas observam com apreensão a possibilidade de um colapso no vórtice polar antártico, o que pode desencadear uma série de eventos climáticos severos.&nbsp;Este fenômeno, que até então era considerado estável, começou a mostrar sinais de enfraquecimento, com quedas na velocidade dos ventos e aumentos de temperatura na estratosfera. Essas flutuações geram incertezas sobre o futuro, não apenas para a Antártida, mas também para regiões como a Austrália, Nova Zelândia e América do Sul.<h2 style="text-align:justify;">Áreas de equilíbrio do clima</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/15/15100357834040.jpg" alt="O clima do mundo está mudando, e nós temos parcela de responsabilidade nisso. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O clima do mundo está mudando, e nós temos parcela de responsabilidade nisso. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os vórtices polares são estruturas essenciais para o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-que-sao-rios-voadores-e-como-eles-afetam-o-clima" rel="noopener noreferrer" target="_blank">equilíbrio climático</a>. Eles mantêm o ar gelado confinado aos polos, impedindo que ele se espalhe para latitudes mais baixas. No entanto, quando esses vórtices se desestabilizam, o ar frio pode escapar, levando a temperaturas anômalas em outras partes do mundo.&nbsp;No caso do vórtice polar sul, esse desequilíbrio já está afetando o clima de países próximos à Antártida. Em julho, as velocidades do vento no vórtice caíram de 300 para 230 quilômetros por hora, acompanhadas por um aumento de 20 graus Celsius na temperatura. Esses fatores indicam que o vórtice está sob pressão, o que pode levar a eventos ainda mais extremos.O fenômeno conhecido como aquecimento estratosférico repentino (SSW, na sigla em inglês) é um dos principais fatores que pode desencadear o colapso de um vórtice polar. Quando a temperatura e a pressão na estratosfera aumentam drasticamente, o vórtice pode se dividir ou até mesmo inverter seu curso.&nbsp;No Hemisfério Norte, eventos de SSW já causaram <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125460-por-que-o-el-nino-faz-os-invernos-serem-menos-rigorosos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">invernos rigorosos</a>, como o ocorrido nos Estados Unidos em 2019. No entanto, no Hemisfério Sul, esses eventos são extremamente raros. O único registrado até hoje aconteceu em 2002. Contudo, as recentes flutuações no vórtice polar sul sugerem que outro SSW pode estar se aproximando, o que traria consequências significativas para o clima global.<h2 style="text-align:justify;">E se acontecer?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/15/15095404680033.jpg" alt="A mudança drástica no clima pode trazer grandes problemas num futuro próximo. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A mudança drástica no clima pode trazer grandes problemas num futuro próximo. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Se o vórtice polar antártico realmente colapsar, os impactos seriam sentidos em várias partes do mundo. A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/107081-por-que-e-mais-rapido-voar-para-o-leste-e-nao-para-o-oeste.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corrente de jato</a>, que atua como uma barreira para o ar polar, poderia se desestabilizar,&nbsp;afetando o modo anular sul,&nbsp;um sistema climático que influencia as condições meteorológicas na Austrália e na América do Sul.&nbsp;Isso poderia resultar em verões excepcionalmente quentes e secos nessas regiões. Além disso, o colapso do vórtice poderia intensificar o aquecimento global, criando um ciclo vicioso de instabilidade climática.Os cientistas ainda estão tentando entender completamente o que está causando essas instabilidades no vórtice polar sul. Embora os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/6-eventos-naturais-incriveis-que-estao-acontecendo-neste-momento" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fatores naturais&nbsp;</a>desempenhem um papel, há evidências crescentes de que as mudanças climáticas induzidas pelo homem estão agravando a situação.&nbsp;O aumento das temperaturas globais, a diminuição do gelo marinho na Antártida e até mesmo eventos como erupções vulcânicas estão sendo considerados possíveis catalisadores para essas mudanças drásticas. A interação entre esses fatores é complexa, e a ciência ainda está longe de ter todas as respostas.Por isso, os cientistas monitoram a situação para descobrir se a instabilidade é temporária ou o início de uma nova era de extremos climáticos. Tal fato destaca a fragilidade do equilíbrio climático e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124550-os-5-desastres-ambientais-mais-terriveis-causados-pelo-homem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crescente impacto das ações humanas</a>.

Victor Soares