Ciência
02/04/2015 às 10:57•2 min de leitura
Se alguma vez você já se preocupou com o tamanho do pênis, aqui vai uma boa notícia: não importa o quanto ele pareça pequeno, ainda assim, ele é um dos maiores entre o mundo primata. O biólogo evolutivo Darren Curnoe comparou o tamanho da genitália humana com a de gorilas e macacos para descobrir por que há tanta diferença entre as espécies.
Segundo Curnoe, o falo humano pode ter crescido para atrair mais parceiras ou como uma forma de manter o corpo refrigerado. Entre os primatas, os gorilas são os que possuem as menores genitálias e os menores testículos. Por sua vez, os chimpanzés têm órgãos medianos e escrotos maiores.
Em comparação, os homens têm testículos médios e os pênis maiores. “O tamanho do órgão reprodutor – principalmente do saco escrotal – é um reflexo de como os primatas são socialmente organizados. Tudo se baseia na quantidade de competição que os chimpanzés, e seus espermas, enfrentam ao se depararem com um membro do sexo oposto”, explicou o biólogo.
Uma vez que as fêmeas ficam mais receptivas a copularem com diversos machos no ciclo reprodutivo, isso aumenta as chances de que elas recebam DNAs de boa qualidade. Logo, o esperma desses indivíduos precisa brigar para fertilizar o óvulo. Portanto, os chimpanzés precisam de testículos maiores e que produzem mais esperma a cada ejaculação.
O oposto ocorre com os gorilas. Um gorila de costas prateadas possui acesso reprodutivo exclusivo a todas as fêmeas de seu grupo, portanto seu saco escrotal é menor, pois não precisa participar da “guerra dos espermatozoides”.
Segundo Darren, não há uma razão plausível para que haja uma variação tão grande entre o pênis humano e o dos grandes símios. Um dos supostos motivos é que nós aprendemos a andar sobre duas pernas, fazendo assim com que a genitália se tornasse mais atraente para os membros do sexo oposto. Outra proposta é que ela serviria como um radiador, liberando calor conforme andamos e auxiliando na refrigeração corpo.
Todavia as diferenças não param por aí. Os falos dos chimpanzés possuem espinhos, os quais servem para machucar temporariamente as fêmeas quando eles acasalam. Isso faz com que elas não possam copular com outros macacos durante algum tempo.
Um estudo de 2011 descobriu evidências de que antigamente os homens também possuíam esses espinhos, mas a evolução tratou de retirá-los. Uma das razões para isso teria sido o desenvolvimento de uma estratégia reprodutiva monogâmica. Todavia, é possível que nossos ancestrais utilizassem o pênis da mesma maneira que os chimpanzés.
Uma equipe de geneticistas da Harvard Medical School não só conseguiu descobrir como as genitálias se formam como também desvendou como elas crescem em regiões distintas do corpo em animais diferentes.
Os órgãos sexuais de cobras e lagartos são derivados do mesmo tecido que cria as patas traseiras, enquanto os membros dos mamíferos são formados a partir do broto da cauda. A cloaca embrionária – que posteriormente desenvolve o sistema urinário e o canal intestinal – envia sinais que avisam as células próximas para formar a genitália. Sendo assim, a localização da cloaca determina quais tecidos receberão os sinais primeiro.
Nos lagartos, a cloaca está próxima a placa da mesoderme lateral, o mesmo tecido que cria os pares de membro, e portanto recebe o sinal em primeira mão. Já nos mamíferos, a cloaca está próxima do broto da cauda, que se encontra na parte inferior do tronco do animal.