Artes/cultura
10/10/2017 às 04:00•2 min de leitura
Nascido na França, em 1897, Marcel Petiot teve uma juventude conturbada, envolvendo-se em pequenos crimes até ter o seu primeiro diagnóstico de doença mental, aos 17 anos. Dois anos depois, decidiu servir ao exército francês durante a Primeira Guerra Mundial, quando foi ferido e levado a uma casa de repouso. Lá, foi pego roubando morfina e recebeu seu segundo diagnóstico de problemas mentais. Mesmo assim, Marcel foi enviado novamente ao campo de batalha e acabou machucando o pé com uma granada, o que o fez ser dispensado de suas funções.
Apesar de sua instabilidade mental, Marcel se matriculou sem problemas em um curso de educação médica e recebeu um diploma em 1921. Acredita-se que ele tenha usado sua nova profissão para obter narcóticos para uso pessoal.
Marcel Petiot
Em 1926, ele se casou com Louise Delaveau, que pode ter sido a primeira vítima de Marcel. A jovem desapareceu pouco depois do matrimônio e nunca se teve conhecimento do seu paradeiro.
Nessa época, Marcel resolveu entrar para a política e se tornou prefeito de Villeneuve-sur-Yonne. Como era de se esperar, ele usou o seu prestígio para desviar dinheiro da cidade. No ano seguinte, partiu para o segundo casamento, dessa vez com a filha de um homem rico da cidade.
Não demorou muito para que os desvios de Marcel chamassem atenção e ele fosse suspenso do seu cargo. Com o fim de sua carreira, Marcel se mudou para Paris, onde falsificou credenciais médicas para que seus pacientes acreditassem que ele era um médico de renome.
Marcel Petiot
Nessa época, a Alemanha nazista passou a ocupar a França, o que fez com que Marcel entrasse em sua pior e mais sanguinária fase.
Durante a ocupação, Marcel afirmava trabalhar na Resistência Francesa. Foi nesse período que aprendeu a plantar armadilhas e matar sem deixar provas. Com o codinome de “Dr. Eugene”, ele começou a enganar diversas pessoas, principalmente refugiados judeus, afirmando que conseguia furar os bloqueios alemães e tirar qualquer um dos horrores da guerra. Tudo por um preço alto, é claro.
O plano era simples e cruel: Marcel dizia aos interessados que, para sair do país, eles precisavam tomar uma vacina. O que ninguém imaginava era que o Dr. Eugene injetaria cianeto, matando suas vítimas. Sem o menor receio de ser pego, ele roubava os pertences e desovava os corpos no rio Sena.
Marcel Petiot
Marcel se sentia tão seguro e confortável cometendo tais crimes que chegou a levar vários corpos para a sua própria casa. Em março de 1944, os vizinhos começaram a notar um cheiro estranho e chamaram a polícia.
Assim que vasculharam a casa, os oficiais encontraram pedaços de corpos de várias pessoas, e alguns sendo queimados na lareira.
No mesmo momento, Marcel explicou aos policiais que trabalhava para a Resistência e que os corpos eram de inimigos de guerra. Durante algum tempo ele conseguiu fugir, mas logo suas mentiras foram descobertas.
Em 1946, ele foi enviado à prisão de La Santé e continuava alegando sua inocência. Ao investigarem seu passado, os oficiais descobriram que nunca existiu qualquer relação entre a Resistência Francesa e Marcel: ele havia criado tudo em sua mente.
Marcel Petiot
Marcel foi a julgamento enfrentando nada menos do que 135 acusações criminais. Ele admitiu ter matado apenas 19 das 27 vítimas encontradas em sua casa.
Ele foi condenado por 26 homicídios e sentenciado à morte. Acredita-se que Marcel tenha lucrado 200 milhões de francos e feito mais de 60 vítimas, mas os números nunca foram realmente descobertos.
*Publicado em 14/10/2016