Ciência
13/01/2014 às 07:21•3 min de leitura
Enquanto alguns cientistas buscam novas tecnologias para facilitar a vida de todos nós ou maneiras de combater as mais diversas doenças, existem pesquisadores que se especializaram em assuntos muito mais curiosos.
Para buscar entender mais de perto o trabalho de alguns desses profissionais, a BBC selecionou sete pesquisadores com áreas de estudo bastante incomuns em diferentes instituições de ensino superior na Inglaterra.
Conheça um pouco sobre o trabalho de cada um deles e veja como a vastidão dos estudos acadêmicos vai muito além do que podemos imaginar:
Professor Giorgio Riello, especialista em sapatos. Fonte da imagem: Reprodução/BBC
O Professor Giorgio Riello é um dos nomes mais importantes do mundo quando o assunto é a história dos sapatos. O especialista afirma que os calçados são como “lentes” através das quais o passado cultural, social e científico pode ser revisitado. Além disso, ele defende que os sapatos são produzidos e comprados por inúmeros motivos que vão desde a praticidade até as funções estéticas, e também eróticas, que eles podem cumprir.
Como se estudar moscas já não fosse peculiar o bastante, o Doutor Barry Denholm se especializou nas células que compõem o sistema excretor desses insetos. Chamadas de nefrócitos, essas estruturas guardam várias similaridades com os podócitos – que são células que constituem os nossos rins. Por esse motivo, seu trabalho permite que estudos acerca dos rins humanos sejam feitos de maneira mais eficiente e com menos custos.
Doutor Matt Lodder, especialista em tatuagens. Fonte da imagem: Reprodução/BBC
Além de colecionar mais de um século em matérias jornalísticas sobre tatuagem, o Doutor Matt Lodder também estuda os primórdios da arte na pele através das máquinas, agulhas e livros que surgiram ao longo do tempo. Seu objetivo é derrubar os mitos que existem acerca da tatuagem e contribuir para que os desenhos possam ser reconhecidos e apreciados como obras de arte, assim como acontece com pinturas e esculturas.
Enquanto homens fortes e musculosos são apreciados, as mulheres que assumem a mesma condição física são rotuladas como “másculas” ou “não atraentes”. Por que isso acontece? Pois esse é exatamente um dos pontos do trabalho da Doutora Tanya Bunsell, que dedicou dois anos de sua vida para “viver e sentir” o estilo de vida dos fisiculturistas. Suas descobertas são surpreendentes e apontam que as mulheres que praticam o fisiculturismo não querem perder peso ou atrair o sexo oposto. Ao contrário do que muitos pensam, o estudo de Bunsell revelou que existe uma relação direta entre as mulheres que seguem esse estilo de vida e o prazer pelo próprio corpo, a catarse e o autocontrole.
Doutor Jonathan Amory, especialista em vacas, segura um dos dispositivos que usa em seu estudo. Fonte da imagem: Reprodução/BBC
Você já parou para se perguntar se as vacas têm amigos ou se elas se afastam do rebanho quando estão tristes? Pois saiba que essas questões são fundamentais para o Doutor Jonathan Amory, que busca descobrir como esses animais interagem uns com os outros. Através de dispositivos instalados em coleiras, o especialista é capaz de monitorar todos os movimentos das vacas. A partir deste ano, Amory deve recolher os dados dos dispositivos e começar a analisar como ocorre a interação entre os animais.
Muito antes de se tornar doutora, Rachel Colosi trabalhou como stripper. Sem imaginar que seguiria a carreira acadêmica, ela fez mestrado e doutorado e aproveitou sua experiência para estudar a profissão. O que ela encontrou foi uma comunidade de mulheres com suas regras, uma hierarquia estabelecida, ritos de passagem (das novatas às experientes) e uma linguagem própria. Além de definir uma etnografia do grupo, a pesquisadora acredita na relevância de um trabalho feito por alguém que já passou pela comunidade, em vez de um mero espectador.
Doutora Sam George, especialista em vampiros. Fonte da imagem: Reprodução/BBC
Apesar de não acreditar em vampiros, a Doutora Sam George afirma que eles são capazes de refletir aspectos culturais dos meios de onde surgiram. E para provar que os vampiros são criaturas que nasceram muito antes do sucesso de “Crepúsculo”, a especialista oferece o curso “Túmulos abertos, mentes abertas: os vampiros e os mortos-vivos na cultura moderna” na universidade em que leciona. Ao estudar os contos folclóricos sobre personagens mortos-vivos que surgiram ao longo da história, a especialista acredita que contribui para a investigação das diversas manifestações e formas culturais dessas criaturas.