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Experimento feito em acelerador de partículas poderia 'encolher' a Terra

16/10/2018 às 12:302 min de leitura

Nos desenhos, cientistas são sempre mostrados como pessoas aficcionadas por suas pesquisas e que acabam sofrendo com explosões ou acidentes, causadas por seus próprios experimentos. Na realidade, isso não acontece com frequência, mas existem riscos ao manipular forças desconhecidas de forma artificial.

Quem se aventurou no estudo da eletricidade, quando ela ainda era algo desconhecido, deve ter no mínimo levado alguns choques. Conforme os experimentos crescem, os riscos envolvidos também acompanham a escala, e a declaração feita pelo respeitado cosmólogo Martin Rees mostra que aceleradores de partículas não são totalmente inofensivos.

Terra comprimida

As possibilidades de um acidente são pequenas, mas existem. Equipamentos como o Large Hadron Collider (LHC) projetam partículas a velocidades incrivelmente altas, proporcionando condições para o estudo do efeito desse choque. Novas partículas foram descobertas a partir dos dados gerados pelas colisões, mas, em seu novo livro, chamado "On The Future: Prospects for Humanity", o cosmólogo levanta possibilidades sombrias sobre esses experimentos.

“É possível que se forme um buraco negro, sugando tudo ao seu redor”, disse ele em entrevista ao Telegraph. Essa possibilidade seria, sem dúvidas, catastrófica, mas ele ainda cita outra situação, na qual “os quarks se reagrupariam em objetos comprimidos chamados strangelets”.

Esse objetos seriam inofensivos a princípio, porém poderiam “converter qualquer outra coisa que encontrassem em uma nova forma de matéria, transformando toda a Terra em uma esfera hiperdensa de cerca de 100 metros de diâmetro”. Assim, todo o nosso planeta caberia dentro de um campo de futebol — com o detalhe de que não existiriam mais campos de futebol como conhecemos.

Uma terceira teoria catastrófica aponta para a criação de um vazio, criando uma situação delicada e instável que poderia ser um grande problema. “Alguns especialistas especulam que a energia concentrada, criada quando as partículas colidem em conjunto, poderia desencadear uma “transição de fase" que rasgaria a estrutura do espaço. Isso seria uma calamidade cósmica, não apenas terrestre”.

Com a palavra, a equipe do LHC

Em declaração publicada em seu site, o CERN indica que “o Grupo de Avaliação de Segurança do LHC (LSAG) reafirma e estende as conclusões do relatório de 2003, de que as colisões do LHC não apresentam nenhum perigo e que não há motivo para preocupação”. Além disso, o texto explica que todos os experimentos realizados no LHC acontecem naturalmente desde o surgimento da Terra e de outros corpos celestes. Um ótimo exemplo disso são os raios cósmicos, que são a versão natural do que acontece dentro do colisor de partículas.

Voltando ao strangelets, a teoria sobre eles foi considerada nas etapas iniciais do Heavy Iron Collider (RHIC), no ano 2000 nos Estados Unidos. Um estudo da época mostrou que não existem motivos para preocupação; mesmo assim, há um sistema de detecção que nunca identificou a situação acontecendo durante os experimentos.

Até mesmo Stephen Hawking, renomado físico teórico, considerava o acelerador de partículas algo seguro. Ele declarou que “o mundo não vai acabar quando o LHC funcionar. O LHC é absolutamente seguro. Colisões liberando maior energia ocorrem milhões de vezes por dia na atmosfera da Terra, e nada de terrível acontece”.

Apesar de ter levantado as possibilidades, Rees explica que precisamos manter os avanços científicos arcando com os riscos. “Inovações podem ser muitas vezes perigosas, mas, se não renunciarmos aos riscos, renunciamos também aos benefícios.”

Em seu livro, ele recomenda: “físicos devem ser cautelosos sobre a realização de experimentos que geram condições sem precedentes. Muitas pessoas estão inclinadas a descartar esses riscos como ficção científica, mas eles não poderiam ser ignorados, mesmo se considerados altamente improváveis”. 

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