Descoberta de oxigênio produzido sem luz solar nas profundezas do Pacífico pode transformar nossa compreensão sobre a vida na Terra e além.

Durante um estudo nas profundezas do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/6-coisas-estranhas-e-misteriosas-do-oceano-pacifico" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Oceano Pacífico</a>, cientistas acharam uma fonte de produção de oxigênio até então desconhecida. O fenômeno, chamado de "oxigênio escuro", foi encontrado na Zona Clarion-Clipperton, a mais de 3.600 metros de profundidade, onde não há luz solar. Essa descoberta pode não só revolucionar a biogeoquímica marinha como também abrir novas perspectivas sobre vida alienígena.A CCZ é famosa por seus nódulos polimetálicos, rochas subaquáticas ricas em metais raros como cobalto e níquel, que cobrem vastas áreas do fundo do oceano. Durante uma série de experimentos, liderados por Andrew Sweetman da Scottish Association for Marine Science e Jeffrey Marlow da Universidade de Boston, os pesquisadores encontraram um algo que parecia desafiar as leis da biologia conhecida.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Separando cargas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/09/09195906846394.jpg" alt="Quem diria que no fundo do oceano também se produz oxigênio "><figcaption>Quem diria que no fundo do oceano, sem luz, também se produz oxigênio? (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>A primeira ideia dos cientistas foi que os dados estavam errados, já que não teria como produzir oxigênio em uma região tão profunda sem a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/106285-luz-do-sol-pode-ter-sido-gerada-ha-milhoes-de-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">luz solar</a>. Depois de perceberem que as informações estavam corretas, consideraram outra possibilidade: a produção de oxigênio por meio da atividade de microrganismos.Usando câmaras especiais, os pesquisadores isolaram os nódulos polimetálicos, os organismos vivos, alguns sedimentos e, obviamente, a água marinha. Seguindo a lógica de que o oxigênio era derivado dos microrganismos, o esperado era que o nível de oxigênio nessas câmaras diminuíssem, fato que não ocorreu. Na realidade, os níveis de oxigênio só aumentaram.&nbsp;Foi diante dessa constatação surpreendente que eles descobriram que os nódulos estavam produzindo oxigênio por meio de um processo eletroquímico, conhecido como "eletrólise da água do mar". Este processo ocorre quando os metais presentes nos nódulos criam uma separação de cargas elétricas semelhantes àquela encontrada em uma bateria.&nbsp;Essa separação gera a energia suficiente para dividir as moléculas de água em oxigênio e hidrogênio, sem necessidade de luz solar. Portanto, o "oxigênio escuro" não é gerado pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128544-cientistas-descobrem-evidencia-de-fotossintese-oxigenica-mais-antiga-ja-registrada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fotossíntese</a>, como se pensava até então, mas por uma reação eletroquímica natural que acontece no fundo do oceano.<h2 style="text-align:justify;">Olhando para fora</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/09/09200448234396.jpg" alt="Vida pode estar escondida na escuridão. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Vida pode estar escondida na escuridão. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Essa descoberta tem implicações profundas tanto para o entendimento dos ecossistemas marinhos profundos quanto para a busca de vida extraterrestre. Isso porque a produção de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127361-nova-forma-rara-de-oxigenio-desafia-cientistas-e-a-fisica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">oxigênio</a> é normalmente associada à fotossíntese realizada por plantas e fitoplânctons, que necessitam de luz solar.&nbsp;Por isso, encontrar oxigênio em uma área sem luz abre a possibilidade de que processos semelhantes possam ocorrer em outros planetas ou luas onde a luz solar não chega, como Europa, uma lua de Júpiter, ou Encélado, uma lua de Saturno.&nbsp;Esses corpos celestes possuem oceanos subterrâneos cobertos por camadas de gelo, onde condições semelhantes poderiam permitir a existência de vida baseada em processos similares. Assim, onde antes não se procurava por não haver uma fonte de luz, agora poderá ganhar status de potencial ambiente gerador de vida. Impressionante, não?<h2 style="text-align:justify;">Perigo à vista</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/09/09200812669400.jpg" alt="Mineração submarina pode ser um grande problema para as fontes de "><figcaption>Mineração submarina pode ser um grande problema para as fontes de "oxigênio escuro". (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Como você deve ter percebido, a importância ecológica dos nódulos polimetálicos é imensa. Eles não só produzem oxigênio, mas também servem como habitat para uma variedade de microrganismos e pequenos organismos marinhos adaptados a condições extremas.&nbsp;O problema é que agora há a movimentação de empresas para fazer a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128643-noruega-aprova-pratica-controversa-de-mineracao-em-alto-mar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mineração</a> desses nódulos, graças ao seu valor mineral, o que vem levantando questões sobre o impacto ambiental que isso pode causar. A exploração desses recursos pode perturbar os ecossistemas profundos e destruir ambientes vitais antes que possamos entender seu papel ecológico e seu potencial para a vida extraterrestre.Os cientistas estão agora investigando como a produção de oxigênio pode variar ao longo da CCZ e quais são as implicações para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124676-sustentabilidade-6-ideias-que-vao-mudar-tua-vida-e-a-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sustentabilidade</a> desses ecossistemas. A descoberta também serve como um lembrete de que, à medida que exploramos e potencialmente exploramos esses ambientes extremos, devemos considerar cuidadosamente as consequências de nossas ações.

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Oxigênio escuro pode ser o elemento que faltava para entendermos a vida alienígena

Entenda como as trilhas brancas deixadas pelos aviões no céu afetam o clima global e o que pode ser feito para mitigar seus efeitos.

Você já reparou nas longas listras brancas que seguem os <a href="https://www.megacurioso.com.br/aeronaves/42687-15-coisas-bizarras-que-acontecem-em-avioes-e-voce-nem-faz-ideia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aviões</a> enquanto eles sobrevoam o céu? Apesar de serem um fenômeno comum na aviação, esses rastros vão além de uma simples curiosidade visual; eles desempenham um papel significativo no clima da Terra.<h2>O que são esses rastros e como se formam?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/03/03101629074069.jpg" alt="Os rastros são formados por cristais de gelo a partir do vapor de água condensado em altas altitudes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os rastros são formados por cristais de gelo a partir do vapor de água condensado em altas altitudes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os rastros, ou trilhas de condensação, são formados quando o vapor de água quente e úmido que sai do motor de um avião encontra a atmosfera fria e de baixa pressão em grandes altitudes. Esse processo faz com que o vapor se condense em torno de partículas minúsculas de fuligem, formando cristais de gelo que criam as listras brancas visíveis no céu.A formação desses rastros depende de vários fatores, incluindo o tipo de motor da aeronave e a quantidade de fuligem produzida. Contudo, mesmo que os motores modernos sejam mais eficientes e produzam menos partículas de fuligem, os rastros ainda podem persistir.Embora as trilhas possam parecer inofensivas, elas têm um impacto ambiental significativo. Isso porque os cristais de gelo nos rastros atuam como um efeito estufa, retendo o calor na atmosfera.Estudos recentes indicam que os rastros podem contribuir tanto para o aquecimento quanto todas as emissões de dióxido de carbono (CO2) da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121289-6-mulheres-inspiradoras-que-foram-pioneiras-na-aviacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aviação</a> combinadas. Isso destaca a necessidade urgente de encontrar soluções para mitigar o impacto ambiental desses fenômenos.<h2>Soluções para reduzir o impacto dos rastros</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/03/03101959613076.jpg" alt="Ajustar rotas de voo e melhorar a eficiência dos motores pode reduzir significativamente o impacto dos rastros de aviões. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Ajustar rotas de voo e melhorar a eficiência dos motores pode reduzir significativamente o impacto dos rastros de aviões. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Uma das soluções mais promissoras para reduzir o impacto dos rastros é evitar sua formação. Isso pode ser alcançado alterando as rotas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/114190-o-voo-401-e-os-misterios-no-ceu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">voo</a> para evitar as partes frias e úmidas da atmosfera onde as trilhas de condensação são mais prováveis de se formar.Nesse sentido, ajustes em apenas 5% das rotas de voo poderiam eliminar 80% do aquecimento induzido por rastros. Essa abordagem é relativamente barata e oferece uma solução rápida para reduzir a pegada ambiental da aviação.Outra abordagem é reduzir as emissões de fuligem produzidas pelos motores das aeronaves. Afinal, motores mais eficientes que queimam menos fuligem podem reduzir a formação e a persistência das trilhas de condensação.A adoção de estratégias para evitar a formação de rastros e reduzir as emissões de fuligem, ajuda a mitigar o impacto ambiental da aviação e contribui para um futuro mais sustentável. Como viajantes e cidadãos globais, temos um papel a desempenhar na promoção de práticas mais responsáveis e na redução de nossa pegada ambiental.

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O que são os rastros de aviões e como isso impacta o meio ambiente?

Em novo experimento, pesquisadores parecem ter encontrado suposta partícula capaz de medir a intensidade da gravidade e seus efeitos. 

Um grupo de pesquisadores propôs um experimento que pode finalmente permitir que os cientistas detectem o misterioso "gráviton", a partícula hipotética que mediaria a gravidade, caso ela realmente exista. Apesar de enxergarmos os efeitos da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118119-o-que-e-a-gravidade-e-qual-sua-importancia-para-nos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gravidade</a> todos os dias – seja olhando para os planetas através de um telescópio ou derrubando o próprio telescópio no chão – entender o mecanismo por trás dessa força ainda é um grande desafio para os físicos.A dificuldade principal está no fato de que a gravidade, ao contrário das outras forças fundamentais, nunca foi quantizada. Em termos simples, isso significa que, embora possamos observar seus efeitos no universo em grande escala, como a interação entre planetas e estrelas, ainda não conseguimos descrever seu comportamento no nível microscópico, no mundo das partículas. As outras forças fundamentais, como a força forte e a força fraca, têm partículas mediadoras, como os bósons W e Z ou os glúons. A expectativa é que a gravidade também tenha sua partícula, o gráviton.<h2 style="text-align:justify;">O desafio de detectar o gráviton</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23170359246271.jpg" alt="O experimento para detectar o gráviton é inspirado no efeito fotoelétrico, que levou Einstein à teoria quântica da luz. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>O experimento para detectar o gráviton foi inspirado no efeito fotoelétrico, que levou Einstein à teoria quântica da luz. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Embora nunca tenhamos visto um gráviton, os cientistas já têm algumas ideias de como ele poderia se comportar. Por exemplo, seria uma partícula sem massa, já que as ondas gravitacionais se propagam à velocidade da luz, assim como outras partículas sem massa. E foi justamente a detecção dessas ondas gravitacionais que trouxe avanços significativos na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121554-5-teorias-malucas-para-entender-a-fisica-quantica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">física</a> nos últimos anos.No entanto, observar grávitons individuais ainda é um desafio monumental. Igor Pikovski, professor de física no Instituto de&nbsp;Tecnologia Stevens, afirma que o experimento proposto pode ser a chave para realizar o que antes era considerado impossível. “Este é um experimento fundamental que muitos acreditavam ser impossível, mas achamos que encontramos uma maneira de fazê-lo”, comenta Pikovski. A ideia é simples: usar um ressonador acústico e técnicas de detecção de energia, conhecidas como "sensoriamento quântico", para captar sinais de grávitons.Segundo Pikovski, o experimento é inspirado no efeito fotoelétrico, que levou <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-apocalipse-segundo-einstein-como-o-cientista-previu-o-fim-do-mundo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Einstein</a> à teoria quântica da luz. No entanto, em vez de ondas eletromagnéticas, o experimento usaria ondas gravitacionais. A ideia é que, conforme essas ondas passam por um cilindro massivo de alumínio, resfriado ao seu estado quântico mais baixo, elas causem distorções detectáveis no material, revelando assim os tão esperados "saltos quânticos".<h2 style="text-align:justify;">O futuro da física gravitacional</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23170732711275.jpg" alt="Representação artística de um salto quântico. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Representação artística de um salto quântico. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Germain Tobar, estudante de pós-graduação na Universidade de Estocolmo, envolvido no estudo, descreve o experimento como a observação do “efeito gravito-fonônico”. De acordo com ele, a detecção dos "saltos quânticos" nas vibrações do cilindro indicaria a absorção de grávitons pelo material. "Ao observar esses saltos quânticos no material, podemos deduzir que um gráviton foi absorvido", explica Tobar.Embora a ideia seja promissora, a tecnologia ainda não está pronta para tornar isso uma realidade. “Saltos quânticos já foram observados em materiais recentemente, mas não nas massas necessárias para o nosso experimento”, afirma Tobar. Ainda assim, ele permanece otimista, acreditando que os avanços tecnológicos podem acelerar o processo. "A tecnologia avança muito rapidamente, e já temos mais ideias para facilitar a detecção."Com essa nova abordagem, os cientistas esperam que em breve seja possível encontrar – ou pelo menos restringir ainda mais – a existência dessa partícula esquiva. O gráviton, por enquanto, continua sendo uma teoria, mas talvez não por muito tempo.

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Gráviton, a partícula hipotética que funciona como 'medidora' da gravidade

O objetivo do estudo foi testar a hipótese de que o CBD neutraliza os efeitos do THC quando a canábis é utilizada como analgésico.

Um estudo recente contestou a teste geralmente aceita de que o canabidiol (CBD), <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128654-corredores-aproveitam-mais-seus-treinos-apos-uso-de-canabis-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o componente não psicoativo da maconha (cannabis)</a>, é capaz de reduzir os efeitos intoxicantes do componente ativo, o delta-9-tetraidrocanabinol (THC). Após um ensaio clínico duplo-cego, os autores concluíram que não existe afinal esse “cabo de guerra” entre os dois canabinoides.Em doses mais altas, o CBD chegou mesmo a potencializar possíveis efeitos adversos do THC. Não se trata aqui da experiência psicodélica, mas de consequências indesejadas ou potencialmente prejudiciais que podem ocorrer como efeitos colaterais, tanto quando a substância é usada terapeuticamente quanto no uso recreativo.Os pacientes que, durante os experimentos, tomaram 9 mg de THC e 450 mg de CBD via oral, relataram se sentir mais “chapados” no corpo e na mente, do que quando tomaram só o THC. Análises de sangue revelaram concentrações mais elevadas de THC naqueles casos, o que levou os autores a suspeitar que doses altas de CBD podem inibir o metabolismo do THC no corpo, aumentando seus efeitos.<h2>Como foi realizado o teste de tolerância ao THC?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/05/05161425230276.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>O ensaio clínico avaliou a tolerabilidade da cannabis como analgésico. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para testar a hipótese de que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128459-maconha-o-que-mudou-no-uruguai-apos-10-anos-da-legalizacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o CBD neutraliza os efeitos indesejados do THC,</a> ou seja, aumenta a tolerabilidade da canábis como analgésico, a equipe realizou um ensaio aleatório, duplo-cego, com 37 voluntários adultos saudáveis, de idades entre 18 e 45 anos. Pacientes com experiência anterior com a maconha não usaram a droga por pelo menos três semanas antes do experimento.Em cinco visitas diferentes, os participantes receberam via oral: um placebo duplo, THC 9 mg com placebo CBD, ou THC 9 mg com 10, 30 ou 450 mg de CBD. Nem os participantes, nem os pesquisadores sabiam quem estava tomando o quê.Nas horas seguintes à ingestão, os participantes expressaram seus sentimentos subjetivos de dor e intoxicação medidas por dois testes padronizados. Amostras de sangue também foram coletadas antes da tomada dos comprimidos e depois em vários intervalos até oito horas.&nbsp;<h2>Quais os resultados dos efeitos do CBD no THC?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/05/05163709696301.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O CBD pode causar interação medicamentosa com o THC. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Publicado na revista Clinical Pharmacology &amp; Therapeutics, o estudo concluiu que doses mais baixas de CBD oral não tiveram qualquer efeito nos efeitos intoxicantes do THC, mas doses mais elevadas de CBD influenciaram de forma substancial a maioria das medidas psicoativas avaliadas.&nbsp;Segundo a equipe, uma "interação medicamentosa<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128375-adolescentes-tem-duas-principais-motivacoes-para-usarem-maconha-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;tendo o CBD como substância perpetradora e o THC como substância vítima</a> parece ser a explicação mais provável para os achados farmacocinéticos deste estudo". Perpetradora é a substância que causa alteração no metabolismo ou efeito da outra, que é a vítima.Ao final, os autores ressaltaram que o estudo teve uma amostra muito reduzida e considerou exclusivamente a ingestão oral de CBD e THC.&nbsp;

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Como o CBD e o THC da maconha interagem um com o outro?

Apesar de famosa, a Escala Richter foi substituída por métodos mais precisos. Entenda como ela mede terremotos, suas limitações e por que a ciência avançou para novas formas de avaliar esses fenômenos.

Se você já ouviu falar em terremotos, conhece provavelmente a famosa <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124310-qual-e-a-maior-potencia-possivel-de-um-terremoto-na-escala-richter.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Escala Richter.</a> Ela é amplamente mencionada nas notícias sempre que ocorre um tremor. No entanto, apesar de ser a escala mais famosa para medir terremotos, a Escala Richter tem suas limitações e, na verdade, já foi substituída por métodos mais modernos. Mas afinal, o que é a Escala Richter e por que ela é considerada "estranha" quando se trata de medir terremotos?<h2 style="text-align:justify;">Problemas de medição</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/11/11091952652009.jpg" alt="A proximidade dos (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A Escala Richter não funciona bem para eventos de grande magnitude. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Criada em 1935 pelo sismólogo americano Charles F. Richter, a Escala Richter foi desenvolvida para medir a magnitude de terremotos que ocorriam na Califórnia, região propensa a esse tipo de fenômeno. A ideia era fornecer uma forma de comparar o tamanho dos terremotos usando os sismógrafos disponíveis na época.&nbsp;A escala é logarítmica, o que significa que cada ponto na escala representa um aumento de dez vezes na amplitude das ondas sísmicas. Por exemplo, um terremoto de magnitude 4 é dez vezes mais intenso que um de magnitude 3. Além disso, a energia liberada aumenta em cerca de 31 vezes a cada ponto na escala.&nbsp;Embora esse sistema tenha funcionado bem para <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118142-terremoto-o-que-e-as-suas-causas-e-como-e-medido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terremotos</a> moderados, com magnitudes entre 3 e 7, logo se percebeu que a Escala Richter tinha seus limites. Ela foi projetada para medir terremotos em uma área específica, como o sul da Califórnia, e dependia de sismógrafos relativamente próximos ao epicentro do tremor. Isso significa que terremotos em outras partes do mundo ou muito distantes dos sismógrafos não eram medidos com precisão.&nbsp;Além disso, quando os tremores eram muito fortes, acima de magnitude 6,5, os valores começavam a "saturar", ou seja, a escala não conseguia diferenciar corretamente a energia liberada por terremotos mais poderosos.<h2 style="text-align:justify;">Mudando de escala</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/11/11093831209016.jpg" alt="Medições são importantes para entender os fenômenos e melhor se preparar para os próximos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Medições são importantes para entender os fenômenos e melhor se preparar para os próximos. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Uma coisa curiosa sobre a Escala Richter é que&nbsp;ela foi desenvolvida com base nas ondas sísmicas de um tipo específico de terremoto. Quando terremotos mais intensos ocorrem, como o devastador <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/quase-2-mil-terremotos-foram-registrados-na-costa-do-canada-em-um-unico-dia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tremor</a> de magnitude 9 que atingiu o Japão em 2011, a escala simplesmente não é eficaz. Isso porque ela não consegue medir todas as ondas sísmicas envolvidas em eventos dessa magnitude, o que torna sua aplicação limitada.Para contornar esses problemas, novas escalas foram criadas, como a Escala de Magnitude de Momento (MMS, na sigla em inglês), que se tornou o padrão atual para medir terremotos. Essa escala é mais precisa porque leva em consideração a área da falha tectônica que se rompeu e a quantidade de energia liberada. Assim, ela consegue medir com precisão tanto terremotos pequenos quanto os mais devastadores, sem sofrer com o problema de saturação que afeta a Escala Richter.Mesmo com sua substituição, o termo "Escala Richter" ainda é amplamente utilizado pela mídia e pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/2-historias-polemicas-com-versoes-conflitantes-que-governos-ocultam-do-publico" rel="noopener noreferrer" target="_blank">público em geral</a>. Isso se deve à sua popularidade e ao fato de que, em terremotos de magnitude moderada, os números da Escala de Magnitude de Momento e da antiga Escala Richter são muito próximos. Por isso, muitos repórteres e pessoas ainda usam o termo de forma equivocada.Embora famosa, a Escala Richter é apenas uma parte da medição de terremotos. Com cerca de 100 anos de dados, a ciência dos terremotos ainda está evoluindo. Sismógrafos mais sensíveis e técnicas avançadas devem melhorar nossa compreensão e medição dos tremores, o que é crucial para prever e reduzir seus danos.

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Escala Richter: como medimos terremotos e por que isso não é mais usado?

Entenda os perigos e consequências de ser sugado por esses poderosos vórtices aquáticos.

Os redemoinhos são fenômenos naturais fascinantes, mas podem rapidamente se transformar em armadilhas perigosas. Quando uma pessoa é sugada por um redemoinho, enfrenta uma situação aterradora que pode ser fatal. Compreender como esses vórtices se formam e quais são os riscos envolvidos é essencial para evitar perigos e garantir a segurança em ambientes aquáticos.<h2>Como os redemoinhos são formados?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/01/01200254809002.jpg" alt="Redemoinhos se formam quando correntes opostas ou obstáculos subaquáticos criam um movimento rotacional na água. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Redemoinhos se formam quando correntes criam um movimento rotacional na água. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os redemoinhos são formados por diversos processos naturais que envolvem o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/106973-o-que-acontece-se-as-correntes-marinhas-ficarem-mais-lentas-e-elas-estao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">movimento da água</a>. A principal causa é a interação entre correntes opostas ou a presença de obstáculos subaquáticos. Quando duas correntes de água se encontram e se chocam, elas podem criar uma força rotacional ao redor de um ponto central. Esse movimento em espiral é o que forma o redemoinho.Se uma corrente encontra um obstáculo, como uma rocha ou um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112093-segundo-maior-recife-de-coral-do-mundo-nao-esta-mais-em-perigo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">recife</a> subaquático, a água ao redor do obstáculo também pode começar a girar. Além disso, os redemoinhos podem se formar pelo colapso de cavernas subaquáticas. Quando uma caverna ou estrutura oca sob a água desmorona, o espaço vazio criado é preenchido rapidamente pela água ao redor.Esse colapso faz com que a água inunde o espaço, gerando um redemoinho que se comporta de maneira similar ao efeito observado quando você puxa o plugue de uma banheira cheia de água. Eles podem aparecer de forma repentina e imprevisível, tornando-os ainda mais perigosos.<h2>Qual o impacto de ser sugado por um redemoinho?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/01/01204607595000.jpg" alt="A força dos redemoinhos varia de leve a extremamente poderosa, capaz de desorientar e puxar para grandes profundidades. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>A força dos redemoinhos é capaz de desorientar e puxar para grandes profundidades. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os redemoinhos podem variar em tamanho e intensidade, afetando diretamente seu impacto. Alguns são pequenos e efêmeros, criando apenas um vórtice leve e de curta duração. Esses geralmente são menos perigosos, mas ainda podem ser arriscados, especialmente se a pessoa estiver desavisada.Por outro lado, redemoinhos grandes e persistentes geram uma força muito mais intensa e duradoura. Eles podem puxar objetos e pessoas para grandes profundidades e manter a força do vórtice por períodos prolongados. A força gerada por esses redemoinhos pode desorientar e prender a pessoa debaixo d'água, tornando quase impossível escapar. Em casos extremos, a pessoa pode ficar submersa por vários minutos antes de ser resgatada.A profundidade e a força do redemoinho determinam o quão longe alguém pode ser puxado para baixo. Redemoinhos maiores têm o potencial de puxar uma pessoa a profundidades significativas, aumentando o risco de afogamento, especialmente na ausência de um colete salva-vidas. Sem esse equipamento, a capacidade de flutuar é severamente comprometida.Se não for resgatada a tempo, a pessoa pode ser puxada até o fundo, e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/afinal-cadaveres-afundam-ou-flutuam-na-agua" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corpo pode subir à superfície</a> mais tarde devido ao processo de decomposição, que produz gases nos tecidos. Esses riscos ressaltam a importância de estar preparado e utilizar equipamentos de flutuação em ambientes aquáticos potencialmente perigosos.

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O que acontece se você for puxado para dentro de um redemoinho?

O Rei Julien tem razão: as fossas são assustadoras!

Se você assistiu ao filme Madagascar, provavelmente lembra dos lêmures em pânico toda vez que mencionavam as fossas, com o icônico Rei Julien gritando: “As fossas estão atacando!”. Apesar do exagero e humor do filme, o medo das fossas não é infundado.<ul><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127655-conheca-o-estranho-aie-aie-um-dos-primatas-mais-curiosos-de-madagascar.htm">Conheça o estranho aie-aie, um dos primatas mais curiosos de Madagascar</a></li></ul>Esses predadores são, de fato, os maiores carnívoros da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127923-menor-reptil-do-mundo-pode-ter-sido-descoberto-em-madagascar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ilha de Madagascar</a> e causam terror nos habitantes da floresta, principalmente nos pequenos lêmures. Mas, o que exatamente são as fossas e por que elas causam tanto pavor?<h2>Características e comportamento</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23102127299068.jpg" alt="A fossa é um predador ágil de Madagascar, essencial para o equilíbrio ecológico ao controlar os lêmures. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A fossa é essencial para o equilíbrio ecológico de Madagascar ao controlar a população de lêmures. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A fossa (Cryptoprocta ferox) é um animal fascinante, com um visual que poderia facilmente ser confundido com o de um felino, embora ela pertença a uma família diferente. Seu corpo é alongado e esguio, medindo entre 70 e 80 cm de comprimento, além de uma cauda quase do mesmo tamanho, que serve como um perfeito contrapeso enquanto ela se move pelas árvores.Com uma coloração marrom-avermelhada e garras curtas, mas incrivelmente afiadas, a fossa é um caçador ágil e silencioso. Seu caminhar é plantígrado, ou seja, ela apoia toda a sola do pé no chão, o que lhe dá estabilidade e uma habilidade quase furtiva de se locomover sem ser notada.Quando se trata de alimentação, a espécie é bem eclética! Embora se alimente de pequenos mamíferos, aves e répteis, seu prato favorito são os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/107057-8-fatos-incriveis-sobre-lemures.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lêmures</a>, dos quais ela é a principal predadora. Ao controlar a população desses animais, a fossa desempenha um papel fundamental no equilíbrio do ecossistema das florestas de Madagascar.<h2>Habitat e reprodução</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23102256885070.jpg" alt="As garras afiadas da fossa facilitam sua escalada em árvores. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As garras afiadas da fossa facilitam sua escalada em árvores. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A fossa é uma verdadeira joia de Madagascar, onde se adapta perfeitamente às densas florestas tropicais e savanas arborizadas. Esse animal incrível pode ser encontrado até a 2 mil metros de altitude, em uma demonstração de sua impressionante adaptabilidade.Cada animal tem seu próprio território, geralmente de cerca de 1 km², que marca com secreções, avisando: “Aqui é meu espaço!” Na época de reprodução, a fêmea escolhe o topo de uma árvore para chamar a atenção dos machos, que competem ferozmente por ela.Após uma gestação de cerca de três meses, ela dá à luz de dois a quatro filhotes, que ficam com ela por quase dois anos, aprendendo a enfrentar os desafios da vida selvagem da ilha. Uma verdadeira jornada de crescimento e aventura!Infelizmente, essa peça-chave no quebra-cabeça ecológico de Madagascar está na lista de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114765-cientistas-alertam-para-extincao-de-especies-em-massa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espécies ameaçadas</a>, devido ao desmatamento e à caça que comprometem sua sobrevivência.Preservar a fossa não é só salvar uma espécie, mas garantir que a biodiversidade única dessa ilha incrível continue a prosperar. Afinal, não é qualquer predador que pode se gabar de ter a reputação de deixar lêmures em pânico!

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Conheça as fossas, os superpredadores de Madagascar

Pesquisadores descobriram que um componente do veneno do caramujo mortal imita um hormônio humano que regula os níveis de açúcar no sangue.

Estudando <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121576-veneno-de-perigoso-caracol-e-capaz-de-aliviar-dores-intensas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o veneno de um caramujo marinho</a>, considerado o mais mortal do mundo, pesquisadores podem ter encontrado pistas de uma substância capaz de regular os níveis de açúcar no sangue, algo como descobrir o “santo graal” dos diabéticos. Encontrada no predador caracol-cone-geográfico, a substância tóxica é parecida com o hormônio humano somatostatina.<ul><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/trompeteaustraliano-maior-caramujo-do-mundo-tem-quase-1-m-de-comprimento">Trompete-australiano: maior caramujo do mundo tem quase 1 m de comprimento</a></li></ul>Publicado recentemente na revista Nature Communications, o estudo explica como os efeitos típicos da toxina se parecem com as mensagens químicas típicas dos hormônios. Segundo os autores, aquilo que, nos caracóis, ajuda a imobilizar suas presas pode servir para desenhar medicamentos específicos para doenças como o diabetes e outros distúrbios hormonais graves e até fatais.Para a autora sênior do estudo, Helena Safavi-Hemami, professora da Universidade de Utah (The U), "Animais venenosos têm, por meio da evolução, componentes de veneno ajustados para atingir um alvo específico na presa e interrompê-lo", explica a bioquímica em um comunicado de imprensa.<h2>Como age o veneno do caracol-cone-geográfico?</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/V0zzti4Ubas" title="Venomous Cone Snails - cool" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Chamada de consomatina, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128576-sera-que-funciona-muco-de-caracol-e-alternativa-na-industria-cosmetica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a toxina do caracol-cone atua</a> como um pedal de freio para alguns processos corporais, da mesma forma que somatostatina faz nos seres humanos. Ela impede a elevação dos níveis de açúcar no sangue (glicose) e de outras moléculas. Só que a consomatina se mostrou bem mais estável e específica do que o hormônio humano.Os pesquisadores mediram, em uma placa de Petri, a ação da consomatina com os mesmos alvos da somatostatina em células humanas. Eles perceberam que a toxina interage com uma das mesmas proteínas que a somatostatina. Só que, enquanto esta interage com várias proteínas, a consomatina influencia apenas uma.Essa seletividade ajustada torna a consomatina mais eficaz do que os medicamentos sintéticos de primeira linha, além de durar muito mais tempo no corpo do que o próprio hormônio humano, com a ajuda de um aminoácido que dificulta sua quebra. Teoricamente, ela poderia se transformar em um remédio ideal e duradouro, mas seus efeitos ainda são pouco conhecidos no organismo humano para uma utilização segura.<h2>Como o veneno se transforma em remédio?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/24/24130020678171.jpg" alt="O caracol cone-geográfico usa sua toxicina em forma de hormônio em uma vítima. (Fonte: Ho Yan Yeung et al.)"><figcaption>O caracol-cone-geográfico usa sua toxina em forma de hormônio em uma vítima. (Fonte: Ho Yan Yeung et al.)</figcaption></figure></figure>Venenos de animais peçonhentos usam normalmente alguns mecanismos moleculares tanto para incapacitar presas como se defender de predadores. A maioria dessas toxinas desliga os sistemas nervoso, locomotor e cardiovascular das vítimas, além de poder causar danos aos tecidos.&nbsp;Por isso, a descoberta de que alguns tipos de caracóis-cone caçam peixes usando "insulinas para induzir choque hipoglicêmico em presas", diz o estudo, pode ser um exemplo diferenciado de toxinas que atuam diretamente na regulação dos níveis de glicose no sangue.&nbsp;Conforme o primeiro autor do artigo, Ho Yan Yeung, também da The U, "Isso significa que pode não haver apenas insulina e toxinas semelhantes à somatostatina no veneno, mas também outras toxinas com propriedades reguladoras da glicose". E justamente <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127518-ozempic-e-outros-5-remedios-derivados-de-veneno-de-animais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">essas toxinas podem ser usadas para desenvolver novos medicamentes</a> para diabetes.

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Veneno mortal de caramujo marinho pode ajudar diabéticos

Estudo revelou que apenas 10% dos novos genes potencializadores do câncer estavam registrados em bancos de dados. 

Um grupo de cientistas do Instituto de Ciência e Tecnologia de Barcelona (BIST), na Espanha, fez uma descoberta impressionante: centenas de novos genes que podem estar ligados ao desenvolvimento do câncer. A pesquisa, liderada pelo biólogo Miquel Anglada-Girotto, revela que esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/desvendando-luca-o-ancestral-comum-que-conecta-toda-a-vida-na-terra" rel="noopener noreferrer" target="_blank">genes</a>, quando sofrem alterações no processo de "splicing" — uma etapa crítica na transcrição do DNA —, podem desencadear o crescimento descontrolado de células cancerígenas.Até então, sabia-se que mais de 600 genes estavam associados ao câncer devido a mutações diretas no DNA. No entanto, o estudo do BIST expandiu essa lista ao identificar 813 genes adicionais, elevando significativamente o número de genes potencialmente ligados ao surgimento de tumores. "Esses genes representam uma nova classe de potenciais causadores de câncer, que podem ser alvos isoladamente ou em combinação com estratégias já existentes", explicou o pesquisador.<h2>Efeitos do splicing no câncer</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23183949831018.jpg" alt="Estudo identificou inúmeros genes que podem causar câncer que ainda não estavam datados. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Estudo identificou inúmeros genes que podem causar câncer que ainda não estavam datados. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O splicing é um processo no qual partes não-codificantes de um gene, chamadas de "introns", são removidas. Com isso, deixam para trás apenas os exons, que contêm as instruções para a produção de proteínas. Normalmente, isso ocorre sem problemas, mas em células cancerígenas, esse mecanismo pode ser interrompido, criando proteínas defeituosas que favorecem o crescimento descontrolado das células.Essa descoberta é importante porque, até agora, grande parte das pesquisas sobre câncer focava em mutações diretas no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121199-o-que-e-o-dna-e-como-ele-se-parece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">DNA</a>. Com essa nova perspectiva, os cientistas conseguiram identificar genes que, embora não apresentem mutações, passam por alterações no processo de splicing e promovem o desenvolvimento de tumores."Quando consideramos mecanismos não-mutacionais como o splicing, acreditamos que o número de genes-alvo potenciais para combater o câncer pode dobrar", afirmou Anglada-Girotto. O estudo também revelou que apenas cerca de 10% dos genes descobertos já estavam registrados no banco de dados mais amplamente usado para catalogar genes mutados relacionados ao câncer.&nbsp;<h2>O futuro do combate ao câncer&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23184044910020.jpg" alt="Pesquisadores esperam que novos dados possam ajudar no combate ao câncer. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Pesquisadores esperam que novos dados possam ajudar no combate ao câncer. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A pesquisa não parou por aí. Além de identificar os genes relacionados ao splicing, os cientistas também analisaram amostras de tecidos em laboratório. Ao direcionar os exons específicos que sofrem alterações no splicing, os pesquisadores conseguiram limitar o crescimento das células cancerígenas nas amostras, sugerindo um novo caminho para o tratamento da doença.Outro avanço promissor desse estudo foi a criação de um algoritmo chamado Spotter, que pode identificar quais exons são mais importantes para o crescimento do <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125518-5-grandes-avancos-historicos-na-luta-contra-o-cancer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">câncer</a> em cada caso específico. Além disso, a combinação desses dados com resultados de tratamentos anteriores revelou que variações no splicing podem ajudar a prever como os pacientes responderão a determinados medicamentos.Embora ainda seja necessário mais tempo e pesquisas para aplicar esses conhecimentos na prática clínica, essa descoberta abre um novo horizonte no combate ao câncer. "É uma fronteira incrivelmente empolgante para explorar", conclui Anglada-Girotto. E, com mais armas à disposição, as chances de vencer a batalha contra o doença aumentam.

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Pesquisa identifica centenas de genes que podem causar câncer

Os gemidos metálicos chamados pelos cientistas de "biotwang" foram ouvidos pela primeira vez perto das Fossas Marianas em 2014.

Um dos lugares mais inexplorados da Terra, a Fossa das Marianas, um abismo de 11 mil metros de profundidade localizado no Oceano Pacífico ocidental, tem produzido periodicamente uma espécie de gemido metálico, que os cientistas chamaram de “biotwang”. Embora atribuído a uma baleia-de-barbatana, nunca houve contato visual para confirmar isso.Agora, passados dez anos da primeira gravação de biotwang, feita por planadores subaquáticos, pesquisadores da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) se juntaram a uma equipe do Google que trabalha em uma ferramenta de IA para identificar vocalizações de baleias.Descrita em um artigo publicado recentemente na revista Frontiers in Marine Science, a parceria resultou em uma feliz combinação de dados de pesquisa visual com a acústica coletada no arquipélago das Marianas. Isso levou os cientistas a identificar a emissora do biotwang: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116949-fossil-raro-de-baleia-de-bryde-e-encontrado-na-tailandia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a baleia-de-bryde (Balaenoptera brydei).</a><h2>Biotwang: os sons misteriosos da Fossa das Marianas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23120516077145.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A Fossa das Marianas é o ponto mais profundo dos oceanos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O biotwang começa com um som baixo e murmurante reverberando nas profundezas do mar, seguido por um toque metálico agudo, que os pesquisadores compararam aos sons produzidos pelas naves especiais dos filmes Jornada nas Estrelas e Guerra nas Estrelas.Embora tenham ficando completamente confusos sobre o que estava produzindo aquilo, os pesquisadores se manifestaram novamente em 2016, afirmando que a parte "bio" do som havia sido produzida possivelmente por baleias-azuis (Balaenoptera musculus) <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/sexo-entre-baleiasjubarte-machos-e-documentado-pela-primeira-vez-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ou baleias jubarte (Megaptera novaeangliae),</a> mesmo não sendo um chamado de baleia conhecido.<h2>Como os pesquisadores descobriram a origem do ruído misterioso?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/23/23143107770204.jpg" alt="Um acúmulo de baleias-de-bryde nas Marianas em 2016 forneceu a pista definitiva para o biotwang. (Foto: Getty Images/Reproduçao)"><figcaption>Um acúmulo de baleias-de-bryde nas Marianas em 2016 forneceu a pista definitiva para o biotwang. (Foto: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para testar suas hipóteses, os pesquisadores usaram ferramentas de IA para vasculhar mais de 200 mil horas de gravações de sons do oceano. Depois combinaram os ruídos com os padrões de migração das baleias-de-bryde, depois de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112475-video-mostra-a-alimentacao-de-baleias-do-ponto-de-vista-delas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">flagrar nove de dez espécimes emitindo um som parecido com o biotwang</a> perto das ilhas Marianas.Depois que o algoritmo de aprendizado de máquina concluiu a análise das gravações de áudio, os pesquisadores descobriram que o biotwang só era ouvido no noroeste do Pacífico, indicando ser uma população específica de baleias chamando. Mas o que matou definitivamente a charada foi um aumento de ruídos em 2016, quando o El Niño provocou um aumento no número de baleias-de-bryde na área.Até agora os autores não conseguiram descobrir por que essas chamadas têm um som tão bizarro, diz a primeira autora, Ann Allen, à Popular Science. "É possível que elas usem o biotwang como uma chamada de contato, uma espécie de 'Marco Polo' do oceano", compara ela com o jogo pique-pega de piscina onde o caçador grita “Marco”, e os caçados respondem “Polo”.

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