Quer ser capaz de se lembrar de momentos especiais? Então não tire fotos!

Um show aguardado, uma festa com os amigos ou uma viagem bacana são ótimos motivos para ter uma câmera sempre à mão, não é mesmo? Com a praticidade dos smartphones, ficou ainda mais fácil registrar momentos especiais e armazenar as imagens com uma ajudinha da tecnologia.

O problema é que essa mãozinha que a tecnologia nos dá pode estar acabando com a nossa memória, conforme aponta um estudo realizado pela Fairfield University, nos Estados Unidos. Se você é daqueles que não deixam de clicar nenhum instante, cuidado! Você pode acabar esquecendo tudo na velocidade de um flash.

A pesquisa – que foi publicada no periódico Psychological Science – sugere que tirar muitas fotos pode acabar bloqueando a nossa formação de memórias detalhadas. Em vez de nos ajudar a capturar o momento, a fotografia pode acabar impedindo que vejamos aquilo que está diante do nosso nariz.

Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock

Memória perdida

Para chegar a essas conclusões, a equipe de pesquisadores liderada pela Dra. Linda Henkel levou um grupo de estudantes a um museu e pediu que eles fotografassem ou tentassem se lembrar de certas obras de arte que estavam em exposição.

No dia seguinte, todos os participantes passaram por testes de memória. No final, ficou comprovado que aqueles que haviam recorrido à câmera fotográfica tinham mais dificuldade em reconhecer objetos do que os que apenas observaram. Os fotógrafos também se mostraram mais fracos na hora de recordar detalhes das obras que haviam registrado.

“Frequentemente, as pessoas sacam suas câmeras quase inconscientemente. Quando elas dependem da tecnologia para lembrar, isso pode ter um efeito negativo na maneira como se recordarão das experiências”, comenta a pesquisadora.

Mas nem tudo está perdido: pesquisas anteriores sugerem que revisitar fotos antigas pode nos ajudar a relembrar os momentos. Porém, isso só acontece quando passamos tempo suficiente em meio às fotos. “Para recordarmos, temos que acessar e interagir com as fotografias, em vez de apenas acumulá-las”, afirma Henkel.