Saúde/bem-estar
10/07/2015 às 03:23•2 min de leitura
Conforme contamos para vocês em uma matéria aqui do Mega Curioso, em breve o mundo ficará mais triste, pois o plástico-bolha como conhecemos será substituído por uma versão na qual as bolhas não estouram. Tudo bem que a novidade será mais eficiente — e protegerá melhor as nossas comprinhas feitas pela internet —, mas que o plástico-bolha sem o “ploc... ploc... ploc...” vai perder toda a graça, isso vai, você não acha?
Entretanto, por que será que ato de estourar as bolinhas de ar é tão prazeroso para tanta gente e desperta tanto fascínio? Ou você vai dizer que nunca brigou — nem que fosse por um pedacinho — de plástico-bolha só para apertar todas elas?
De acordo com Melissa Dahl do portal Science of Us, acredite se quiser, existe um estudo publicado no Psychological Reports que trata justamente desse tema! Conduzida na década de 90, a pesquisa revela que a satisfação que sentimos está relacionada com o poder calmante do toque.
Segundo Kathleen M. Dillon, a psicóloga responsável pelo estudo, na Grécia Antiga era um costume comum carregar pedrinhas com a superfície lisa para que elas fossem manipuladas, e esse hábito ainda persiste em algumas partes da Ásia. Tais objetos são conhecidos como “kombolois” e são usados para produzir um efeito calmante em quem os está carregando.
Aliás, de acordo com Kathleen, os rosários usados pelos católicos provocam um resultado parecido, assim como se dedicar a trabalhos manuais como o tricô e o crochê. Em outras palavras, aparentemente, o que produz o efeito calmante é manter as mãos ocupadas com pequenos projetos — e estourar as bolinhas de ar do plástico-bolha se encaixa aqui.
Durante a pesquisa, Kathleen pediu que grupos de estudantes estourassem folhas de plástico-bolha e descobriu que os voluntários se sentiam mais calmos após finalizar a sessão de ploc... ploc... ploc... Além disso, os participantes que estouraram as bolinhas ainda apresentavam níveis de atenção mais altos com relação aos azarados que não tiveram o privilégio de brincar com o plástico.
Quanto ao efeito na atenção, Kathleen especula que ele pode estar relacionado com a resposta instintiva que humanos têm em situações de stress — ou seja, a de fuga ou luta. Assim, quando estamos preocupados ou nervosos, muitas vezes começamos a mexer com os dedos das mãos ou balançar os pés para liberar a tensão muscular.
Manipular coisas, como as pedrinhas e rosários ou o plástico-bolha, pode ajudar nesse processo e reduzir a sensação de stress. Ou, ainda, se você não se convencer com essa explicação, pode ser que o ploc... ploc... ploc... seja simplesmente aditivo e, portanto, irresistível.