Artes/cultura
29/07/2015 às 06:12•2 min de leitura
De acordo com a definição do dicionário Priberam, sarcasmo é a “ironia que deixa entender uma crítica dura e mordaz, por vezes considerada insultuosa”. Essa questão do insulto nos faz, muitas vezes, implicar com pessoas consideradas sarcásticas, ainda que, de vez em quando, todo mundo recorra a uma ironia ou outra, mesmo sem se dar conta disso.
A boa notícia é que, cientificamente falando, ser sarcástico pode ser uma coisa positiva. Um estudo realizado por pesquisadores de Harvard e da Universidade de Columbia sugere que tanto ser sarcástico quanto receber respostas sarcásticas pode deixar uma pessoa mais criativa e mais inteligente.
Para chegar a essa conclusão os pesquisadores avaliaram, primeiramente, as definições de atitudes sarcásticas, sinceras e neutras. Para isso, voluntários participaram de conversas nas quais expressavam sentimentos sarcásticos e sinceros e, na sequência, recebiam respostas também sarcásticas e sinceras. Logo depois da conversa, os participantes passaram por algumas tarefas que testavam suas habilidades criativas.
Como você deve imaginar, o desempenho das pessoas sarcásticas se mostrou muito melhor em comparação com o daquelas pessoas que se definem como sinceras ou neutras. “Isso sugere que o sarcasmo tem o poder de catalisar a criatividade em qualquer pessoa”, resumiu um dos responsáveis pela pesquisa, Adam Galinsky.
O pesquisador reforçou também o fato de que pessoas naturalmente criativas tendem a ser espontaneamente sarcásticas. O estudo deixa claro também que é preciso cautela ao usar o sarcasmo, afinal estamos falando de uma forma de expressão que facilmente pode ser interpretada como rude e magoar os sentimentos das pessoas que não lidam bem com isso. Um pouco de bom senso, como a gente sabe, é sempre bem-vindo.
Os benefícios do sarcasmo parecem acontecer apenas quando a ironia é utilizada entre pessoas que já têm algum nível de intimidade – ninguém quer ser alvo de comentários sarcásticos vindos de alguém que nem conhece direito, não é mesmo? É só mudar a questão de ponto de vista para entender como essa lógica de intimidade faz sentido.
“Enquanto a maioria das pesquisas anteriores parece sugerir que o sarcasmo é prejudicial à comunicação efetiva por ser percebido como mais desdenhoso do que sincero, nós descobrimos que, diferente do sarcasmo entre pessoas que não confiam umas nas outras, o sarcasmo entre indivíduos que vivem essa confiança em um relacionamento não gera mais desprezo do que a sinceridade”, afirmma Galinsky.
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