Pesquisadores descobriram que os elefantes usam sons individuais para se comunicar, como se fossem seus próprios nomes. 

Assim como nós, humanos, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/elefantes-6-comportamentos-que-mostram-a-inteligencia-enorme-desses-animais" rel="noopener noreferrer" target="_blank">elefantes-africanos</a> têm uma maneira de se comunicar que sugere o uso de "nomes" individuais. Essa descoberta fascinante foi feita em estudos recentes no Quênia, que confirmaram que a complexa interação social e comunicativa entre esses animais é ainda maior do que imaginávamos.Analisando os chamados de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127608-a-triste-historia-de-motty-o-elefante-hibrido-mais-raro-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">470 elefantes</a> em diferentes parques nacionais, o estudo da Universidade Estadual do Colorado, nos Estados Unidos, indicou que esses animais podem, de fato, usar vocalizações únicas para se dirigirem a indivíduos específicos, como se fossem nomes.<h2 style="text-align:justify;">Identificação sonora</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/19/19162322632256.jpg" alt="A vida social dos elefantes pode ser um dos fatores que os levem a usar nomes. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Elefantes usam sons para se identificarem. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Medindo as características acústicas dessas vocalizações,&nbsp;os cientistas descobriram que era possível prever a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125330-como-e-viver-com-transtorno-dissociativo-de-identidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">identidade</a> do receptor com uma precisão significativamente maior do que o acaso. Essa descoberta sugere uma forma de comunicação que se aproxima do uso de nomes.Um aspecto particularmente interessante é que esses chamados não são simplesmente imitações das vocalizações do receptor, como acontece com golfinhos e alguns papagaios, que imitam os sons característicos uns dos outros. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127990-audicao-tatil-dos-elefantes-como-eles-ouvem-o-mundo-com-os-pes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nos elefantes</a>, os chamados são arbitrários, semelhantes à maneira como usamos palavras na linguagem humana.Para confirmar essa hipótese, os pesquisadores reproduziram gravações de chamados direcionados a elefantes específicos e observaram suas <a href="https://www.megacurioso.com.br/fisica-e-quimica/37428-7-reacoes-quimicas-que-voce-nao-pode-deixar-de-ver.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">reações</a>. Os elefantes responderam mais rapidamente e com maior vocalização quando ouviram chamadas que haviam sido dirigidas a eles, comparado a chamadas direcionadas a outros indivíduos.&nbsp;Esse comportamento indica que os elefantes conseguem identificar e responder aos seus "nomes" mesmo fora do contexto original.<h2 style="text-align:justify;">Comportamento social</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/19/19162620245258.jpg" alt="A vida social dos elefantes pode ser um dos fatores que os levem a usar nomes. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A vida social dos elefantes pode ser um dos fatores que os levam a usar nomes. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A habilidade de usar sons arbitrários para se referir a outros indivíduos sugere uma capacidade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/4-animais-com-comportamentos-curiosamente-religiosos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pensamento abstrato nos elefantes</a>, uma característica que compartilhamos com poucas outras espécies.Além disso, essa comunicação complexa é provavelmente facilitada pela estrutura social dos elefantes, que frequentemente se separam e se reúnem em grupos variados. Chamar alguém por um "nome" pode ser uma maneira eficiente de atrair a atenção de um indivíduo específico em meio a um grupo grande.Essa descoberta não só aprofunda nosso entendimento sobre a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118090-nota-de-qi-define-inteligencia-veja-as-pessoas-mais-inteligentes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inteligência</a> e a comunicação dos elefantes, mas também nos oferece pistas sobre a evolução da linguagem em geral. Antes de desenvolver uma língua, nossos ancestrais precisaram aprender a criar e reconhecer novas vocalizações — uma habilidade que os elefantes, golfinhos e papagaios também possuem.Além do seu valor científico, entender melhor a comunicação dos elefantes pode aumentar nossa apreciação por essas criaturas majestosas e ajudar na sua conservação. Os elefantes enfrentam ameaças significativas devido ao conflito com humanos, e reconhecer sua complexidade social e comunicativa pode fomentar esforços para protegê-los.

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Falou comigo? Elefantes-africanos se chamam por "nomes", diz estudo

A linguagem pajubá é um dos elementos mais importantes da cultura LGBTQIAPN+.

Você já ouviu falar do pajubá? Pois saiba que essa língua já foi até tema de questão do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121059-o-tema-do-enem-e-previsivel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Enem</a> em 2018. Trata-se uma linguagem específica compartilhada entre os membros da comunidade LGBTQIAPN+, e que assim podem fazer uso de expressões que as pessoas "de fora" nem sempre compreendem.O mais interessante é que o pajubá tem uma origem bastante rica, misturando palavras do português com termos com origem africana no nagô e no iorubá, além de apropriações linguísticas vindas de vários lugares.<ul><li>Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/o-que-representa-cada-cor-da-bandeira-lgbtqiapn" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O que representa cada cor da bandeira LGBTQIAPN+?</a></li></ul><h2>Entendendo a fundo o pajubá</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/20/20201524276003.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Os termos do pajubá derivam, em boa parte, de dialetos africanos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O pajubá (às vezes chamado também de bajubá) tem sido frequentemente estudado pela academia. O professor da UFOB Carlos Henrique Lucas Lima, que é autor do livro Linguagens pajubeyras: re(ex)sistência cultural e subversão da heteronormatividade, explicou assim à revista Superinteressante: trata-se de um “repertório vocabular e performativo de certa parcela da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais)”.Os termos usados nessa linguagem surgem nos dialetos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121864-afinal-de-contas-o-que-e-exu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nagô e iorubá</a>, falados em países da África Ocidental, e que chegaram ao Brasil por meio de africanos escravizados. Uma característica interessante do pajubá é que ele é relativamente compartilhado entre pessoas de todo o país, com poucas variações regionais.<ul><li>Saiba também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120186-a-revolta-de-stonewall-e-o-inicio-do-movimento-lgbtqia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A Revolta de Stonewall e o início do movimento LGBTQIA+</a></li></ul>Dentre as características do pajubá, estão, além do uso de palavras africanas (como "aqué" para dinheiro ou "erê" para criança), a criação de gírias com nomes femininos e que até fazem referências a mulheres importantes da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123552-conheca-o-site-que-mapeia-memorias-de-pessoas-da-comunidade-lgbtqia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">comunidade queer</a>. "Dar a Elza", por exemplo, significa roubar, e "Irene" indica uma pessoa mais velha.Outro fato bem curioso é que há até um dicionário de pajubá, e que foi nomeado de forma debochada: ele se chama "A Dicionária da Língua Afiada", foi escrito por Angelo Vip e Fred Libi e conta com 1.300 verbetes usados dentro do universo gay.<h2>Por que criar um idioma próprio?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/20/20201426120001.jpg" alt="O pajubá se manifesta como forma de resistência e existência da comunidade LGBTQIA+. (Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>O pajubá se manifesta como forma de resistência e existência da comunidade LGBTQIA+. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Uma questão talvez possível aqui, e que certamente é uma dúvida entre algumas pessoas, é a razão pela qual a comunidade queer compartilha um dialeto específico. O pesquisador Carlos Henrique Lucas Lima afirma que o pajubá possui uma função importante: a de criar uma identidade comunitária entre os membros desse grupo.Os termos e expressões compartilhados nessa língua também servem para posicionar a luta da comunidade, atacando questões morais e visões conservadoras. "Há no pajubá uma infinidade de palavras e expressões para se referir ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/6-mitos-sobre-o-sexo-que-voce-jura-que-sao-verdade" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sexo</a> e, de modo mais específico, ao sexo não heterossexual, como 'fazer a chuca' e 'acuendar a neca', que significam, respectivamente, realizar uma limpeza anal e acomodar/ esconder o pênis", lembra o pesquisador.<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122093-5-fatos-historicos-sobre-o-mes-do-orgulho-lgbtqia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 fatos históricos sobre o mês do orgulho LGBTQIA+</a></li></ul>Flip Couto e Neon Cunha, dois nomes importantes dentro da comunidade LGBTQIA+, afirmam que o pajubá se apresentou ao longo do tempo não apenas como uma forma de resistência (a partir do uso de termos que só os membros entendiam), mas também de existência. “Essa comunidade criou ferramentas para, através da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124876-e-possivel-pensar-sem-utilizar-uma-linguagem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">linguagem</a>, criar um senso de pertencimento. É um campo para dizer que é nosso. A gente pode conversar sobre o que quiser no metrô, no ônibus, na rua e vamos nos entender. É criar um mundo dentro do mundo”, explicou Couto em revista à revista Trip.Esta visão é reforçada pela professora Silvana Nascimento, do departamento de Antropologia da USP, que destaca a importância de um dialeto para a criação de uma noção de cultura compartilhada. "De um lado, pode ser usado como proteção por meio de inspirações das <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120874-vale-do-amanhecer-a-religiao-que-mistura-espiritismo-e-aliens.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">religiões de matriz africana,</a> que são uma das poucas que incluem pessoas trans e travestis sem julgamentos morais ou preconceitos. De outro, é uma forma de afirmação identitária entre coletivos que são continuamente marginalizados e violentados", afirmou em entrevista concedida para a Trip.

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O que é o pajubá, a linguagem criada pela comunidade LGBTQIAPN+

Enquanto os humanos foram capazes de atribuir sons a conceitos, neandertais só eram capazes de se referir a coisas.

O estudo sobre os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128919-neandertais-tinham-metodos-refinados-e-usavam-cola-para-fazer-ferramentas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">neandertais</a> são fundamentais para que nós possamos compreender melhor a nossa própria espécie. Mesmo depois de 40 mil anos desde que foram extinguidos, esses nossos “primos” interagiram com o Homo sapiens em diferentes contextos, períodos e regiões.&nbsp;Eles também tinham hábitos próprios e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125686-qual-era-a-lingua-falada-pelos-neandertais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eram capazes de se comunicar</a> com extrema eficiência. Porém, apenas isso não significa que sua comunicação era elaborada, complexa ou sofisticada. Teria sido esse o fator decisivo para o declínio e para a extinção dos neandertais?<h2>Três questões para compreender a linguagem</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/19/19153626464220.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Nossa comunicação complexa é o resultado de uma série de fatores evolutivos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A capacidade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124876-e-possivel-pensar-sem-utilizar-uma-linguagem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">desenvolver uma linguagem</a> depende de uma série de fatores — biológicos, sociais e ambientais. Embora seja possível afirmar que tanto os humanos quanto os neandertais passaram por esse processo, suas diferenças ainda são um enigma para nós em alguns aspectos. Estudos que buscam mapear a evolução da nossa própria linguagem abordam três questões fundamentais.&nbsp;Em 2016, uma pesquisa descobriu que nosso cérebro armazena conceitos que atribuímos às palavras em ambos os hemisférios. Além disso, esse armazenamento não é aleatório. Ele é feito por meio de um aglomerado de grupos semânticos com conceitos semelhantes. E esse fator foi, possivelmente, um dos aspectos que nos diferenciou dos neandertais.A segunda questão envolve o surgimento da nossa capacidade de compreender sons icônicos — aqueles que associamos a conceitos — ao longo da nossa evolução. Sabe-se que isso aconteceu em algum momento entre a separação do humano e dos macacos. Essa compreensão foi importante, porque ela permitiu que nós nos comunicássemos de maneira cada vez mais complexa — diferente de outras espécies para as quais um som representa apenas uma coisa.Finalmente, estudos sobre a comunicação já revelaram que a sintaxe é uma capacidade que pode surgir espontaneamente. A sintaxe é a compreensão estrutural de uma frase e como cada palavra (ou som) é ordenado de maneira a fazer algum sentido. Isso é um indício de que no passado, tanto humanos quanto neandertais desenvolveram essa capacidade.<h2>Semelhanças e diferenças</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/19/19154024316229.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Neandertais podem até ter conseguido se comunicar com humanos, mas de maneira mais rudimentar. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O nosso atual conhecimento sobre os neandertais já nos possibilita entender que a sua comunicação era significativamente diferente da nossa. Juntando peças de diferentes estudos — da genética molecular à biologia comportamental —, já se sabe que humanos e neandertais tinham capacidade equivalente para sons icônicos e sintaxe.&nbsp;A diferença ficou por conta da maneira como o cérebro de cada espécie evoluiu. O nosso desenvolveu sua forma esférica com redes neurais conectando palavras isoladas com o que eram os aglomerados de grupos semânticos. Isso nos permitiu desenvolver uma comunicação complexa, criando metáforas e desenvolvendo ideias que os neandertais possivelmente nunca conseguiram.Embora fossem capazes de se expressar, a linguagem dos neandertais provavelmente estaria mais próxima a de outros animais. Eles eram capazes de falar sobre o que viam e organizar ideias sobre algo que aconteceu. Mas é pouco provável que conseguissem conceitos abstratos, algo que foi fundamental para a nossa evolução.

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Neandertais falavam? O quão complexa era a comunicação desses nossos parentes

Uma das possibilidades é que o gesto tenha se tornado um insulto na Grécia Antiga.

“Os grandes porquês da humanidade” é uma série de matérias do Mega Curioso que pretende encontrar motivos plausíveis e científicos para perguntas que costumamos nos fazer, das mais óbvias às mais inusitadas. Confira no fim da matéria outras respostas incríveis para nossas maiores dúvidas!***Na hora de expressar raiva ou descontentamento contra algo, ou alguém, mostrar o dedo do meio&nbsp;é um dos insultos preferidos de grande parte das pessoas. O gesto também é bastante utilizado no trânsito, em shows musicais, eventos esportivos e diversas outras ocasiões, como forma de xingamento.Essa prática tão comum e enraizada na cultura ocidental, principalmente, não tem uma origem totalmente definida, mas acredita-se que o uso ofensivo do dedo médio estendido, enquanto os demais são mantidos abaixados, aconteça há pelo menos 2,5 mil anos. Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121465-6-filosofias-da-grecia-antiga-que-voce-precisa-conhecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gregos antigos</a> teriam sido os responsáveis por inaugurar a prática.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05214423325001.jpg" alt="O gesto obsceno é usado nas mais variadas situações. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O gesto obsceno é usado nas mais variadas situações. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Pesquisadores sugerem que a civilização grega via o ato como um gesto fálico, com o dedo do meio representando o pênis, enquanto os demais eram tidos como os testículos. Fazê-lo simbolizava oferecer a genitália masculina para alguém, como forma de ofender a pessoa.Dali em diante, o hábito começou a se espalhar, chegando à <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/109442-13-fatos-fascinantes-e-malucos-sobre-os-antigos-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Roma Antiga</a> e outras regiões. Mas também há quem defenda que o gesto obsceno seja uma adaptação da estratégia de mostrar o pênis ereto aos seus inimigos, para intimidá-los, adotada por algumas espécies de primatas.<h2>Variações do gesto obsceno</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05214233431000.jpg" alt="Gesto da banana pode ter significado semelhante ao dedo do meio em alguns países. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Gesto da banana pode ter significado semelhante ao dedo do meio em alguns países. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Além de não haver certeza sobre quando o hábito de mostrar o dedo médio para insultar alguém começou a ser praticado, também há outra dúvida relacionada ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118740-joinha-a-historia-de-um-dos-gestos-mais-famosos-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gesto</a>. Não se sabe se ele era feito da mesma maneira que atualmente, com o dedo erguido, na antiguidade.O modo mais conhecido de fazê-lo é um padrão adotado principalmente nos Estados Unidos, mas existem variações em outros países que têm basicamente o mesmo significado. Na França e na Itália, por exemplo, “dar uma banana”, dobrando um dos braços em forma de “L”, pode ser algo tão ofensivo quanto.Já no Reino Unido e outros locais, fazer o sinal do “V” com a palma da mão voltada para dentro tem um significado bem diferente do tradicional símbolo “<a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/42784-voce-conhece-a-verdadeira-origem-do-simbolo-da-paz-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">paz e amor</a>”, representando desprezo ou escárnio. Também há uma versão diferente na Rússia, em que o dedo médio de uma mão é dobrado para trás com o indicador da outra.<h2>Símbolo de raiva e protesto</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/06/06103752990041.jpg" alt="O gesto se tornou um símbolo de raiva e protesto. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O gesto se tornou um símbolo de raiva e protesto. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Para alguns especialistas, mostrar o dedo médio não tem mais o mesmo significado histórico de representação da genitália masculina e por isso não seria obsceno. “Significa muitas outras coisas, como protesto, <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/99468-engolir-a-emocao-ou-explodir-de-raiva-o-que-faz-mais-mal-a-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">raiva</a> ou excitação, não é apenas o falo”, explicou o professor de Direito, Ira Robbins, à BBC.O acadêmico da Universidade Americana em Washington (Estados Unidos) chegou à conclusão após estudar o uso do gesto na jurisprudência criminal, há alguns anos.***Confira outros grandes porquês da humanidade aqui no Mega Curioso:<ul><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/por-que-tantas-estatuas-gregas-romanas-e-egipcias-nao-tem-nariz">Por que tantas estátuas gregas, romanas e egípcias não têm nariz?</a></li><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/por-que-alguns-remedios-sao-tomados-por-via-sublingual-colocados-debaixo-da-lingua">Por que alguns remédios são tomados por via sublingual, colocados debaixo da língua?</a></li><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/por-que-nao-devemos-lavar-o-frango-cru">Por que não devemos lavar o frango cru?</a></li></ul>

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Por que mostrar o dedo do meio se tornou uma ofensa?

novo estudo revela que a amplitude do som desempenha um papel crucial na forma como nosso cérebro distingue entre música e fala. 

Como o cérebro distingue música de fala? Esta questão intrigou cientistas por décadas, mas uma pesquisa recente revelou que o sistema auditivo humano usa parâmetros acústicos simples para diferenciar esses sons, abrindo novas possibilidades terapêuticas para <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128061-psicodelicos-podem-ser-a-solucao-para-os-disturbios-alimentares.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">diversos distúrbios</a> de linguagem.Apesar de suas diferenças aparentes – com a música variando em tom, timbre e textura sonora, e a fala caracterizada por sua fluidez e ritmo – a distinção entre os dois é feita pelo cérebro de forma surpreendentemente básica.&nbsp;Cientistas da Universidade de Nova Iorque revelaram que a principal diferença está na taxa de modulação de amplitude, ou seja, como o volume do som muda ao longo do tempo. A música tende a ter uma modulação mais lenta e constante, enquanto a fala apresenta uma modulação mais rápida e irregular.<h2 style="text-align:justify;">O estudo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05202344462023.jpg" alt="Sons com maior amplitude são entendidos como fala. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Sons com maior amplitude são entendidos como fala. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os pesquisadores utilizaram a unidade de medida Hertz (Hz) para avaliar essas taxas. Sons mais lentos, como uma música com batida de 1,6 Hz, soam mais como música para nossos ouvidos. Em contraste, a fala ocorre geralmente a uma taxa de 4-5 Hz, duas a três vezes mais rápida do que muitos ritmos musicais.Para aprofundar essa compreensão, mais de 300 participantes foram submetidos a quatro <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125530-os-4-experimentos-psicologicos-mais-perturbadores-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">experimentos distintos</a>. Eles ouviram segmentos de áudio sintetizados que mimetizavam características de música e fala, com diferentes velocidades e regularidades de modulação de amplitude.&nbsp;Os clipes de áudio eram deliberadamente ambíguos, contendo apenas pistas sobre volume e velocidade. Os participantes então classificaram esses sons como música ou fala, baseado apenas nessas características.Os resultados foram reveladores: clipes com taxas mais lentas, ou seja, com menos de 2 Hz, e modulações mais regulares foram geralmente classificados como música, enquanto aqueles com taxas mais rápidas — acima de 4 Hz — e modulações irregulares foram percebidos como fala.&nbsp;Essa distinção é similar ao fenômeno da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/pareidolia-auditiva-o-que-e-o-fenomeno-que-nos-faz-ouvir-vozes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pareidolia</a> (onde vemos rostos felizes em tomadas ou escutamos chamar nosso nome em meio a ruídos), que é quando o nosso cérebro usa pistas simples para identificar formas complexas. Assim, até mesmo um clipe de ruído branco, com as características certas, pode ser percebido como música ou fala.<h2 style="text-align:justify;">Mas por que saber disso?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05202547797024.jpg" alt="É preciso descobrir novas formas de tratar doenças como a afasia, que acomete o ator Bruce Willis. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>É preciso descobrir novas formas de tratar doenças como a afasia, que acomete o ator Bruce Willis. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Essas descobertas têm implicações importantes para o tratamento de diversas doenças, como é o caso da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121512-afasia-entenda-a-doenca-que-afeta-o-ator-bruce-willis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">afasia</a>, um distúrbio de linguagem que afeta milhares de pessoas anualmente, inclusive o ator norte-americano Bruce Willis.&nbsp;A terapia de entonação melódica, por exemplo, já utiliza a música para ajudar pacientes com afasia a recuperar a capacidade de falar, aproveitando seus mecanismos musicais intactos.&nbsp;Por isso, compreender melhor como o cérebro distingue música de fala pode levar a programas de reabilitação mais eficazes, beneficiando não apenas pacientes com afasia, mas também aqueles com outros distúrbios auditivos ou de linguagem.Em suma, a capacidade do cérebro de diferenciar entre música e fala baseia-se em parâmetros acústicos básicos, como a taxa e a regularidade da modulação de amplitude. Esta compreensão não apenas revela mais sobre como processamos o som, mas também abre novas possibilidades terapêuticas, trazendo esperança e novas ferramentas para aqueles que lutam contra distúrbios de comunicação.

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Música ou fala? Como o cérebro distingue uma coisa da outra?

Habilidade de criar metáforas pode ter sido um diferencial para que o Homo sapiens conseguisse se perpetuar frente aos neandertais.

Por que a nossa espécie, o Homo sapiens, conseguiu florescer enquanto os <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/virus-humanos-de-50-mil-anos-sao-encontrados-em-ossos-de-neandertais" rel="noopener noreferrer" target="_blank">neandertais</a>, nossos primos antigos, desapareceram há cerca de 40 mil anos? A resposta pode estar escondida na forma como usamos a linguagem, especialmente nas metáforas.&nbsp;As metáforas, que são a habilidade de comparar duas coisas não relacionadas, podem ter sido a chave para nossa sobrevivência e evolução, diferenciando-nos dos neandertais de maneira crucial.<h2 style="text-align:justify;">Diferenças cerebrais</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/30/30170209889007.jpg" alt="Sapiens e Neandertais têm diferenças cerebrais importantes. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>Sapiens e neandertais têm diferenças cerebrais importantes. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os neandertais e os humanos modernos compartilharam&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/277192-evolucao-neandertais-sapiens-mesmo-especies-diferentes-entenda.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um ancestral comum</a>&nbsp;há cerca de 600 mil anos. Enquanto os neandertais evoluíram na Europa, os humanos modernos se desenvolveram na África. Ambas as espécies mostraram capacidade de comunicação e habilidades técnicas consideráveis.&nbsp;Os neandertais fabricavam ferramentas avançadas, como lanças de madeira e usavam resinas para aderir componentes, indicativos de um pensamento sofisticado. Também há evidências sugerindo que eles usavam símbolos e poderiam ter produzido arte, embora essas reivindicações ainda sejam discutidas.No entanto, quando analisamos os cérebros das duas espécies, encontramos diferenças significativas. Reconstruções digitais mostram que os neandertais tinham um lobo occipital maior, dedicado ao processamento visual, enquanto os Homo sapiens desenvolviam uma estrutura cerebral mais esférica com um cerebelo mais desenvolvido, o que favorecia tarefas como a linguagem e a fluência verbal.&nbsp;Além disso, mutações genéticas exclusivas dos humanos modernos sugerem redes neurais mais complexas, essenciais para habilidades cognitivas superiores.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">O poder das metáforas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/30/30165008365001.jpg" alt="A habilidade em criar metáforas pode ter sido um diferencial entre nós e os neandertais. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>A habilidade em criar metáforas pode ter sido um diferencial entre nós e os neandertais. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um dos fatores que pode ter sido decisivo é a capacidade dos Homo sapiens de usar metáforas. As metáforas permitiram conectar diferentes agrupamentos de ideias no cérebro, facilitando a criação de conceitos complexos e abstratos. Essa habilidade de traçar linhas entre ideias distantes pode ter sido crucial para o desenvolvimento de cultura, arte e tecnologia mais avançadas.Estudos mostram que os humanos modernos armazenam palavras em ambos os hemisférios do cérebro em grupos semânticos de conceitos relacionados. Essa organização semântica facilita o pensamento abstrato e a comunicação por meio de metáforas, algo que os neandertais, com suas conexões neurais menos integradas, provavelmente <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125686-qual-era-a-lingua-falada-pelos-neandertais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">não faziam de maneira tão eficaz</a>.A emergência espontânea de sintaxe nas línguas dos Homo sapiens também mostra como a nossa espécie criou regras consistentes para a construção de frases complexas, outra vantagem evolutiva. Modelos de simulação sugerem que essas regras podem surgir naturalmente durante a comunicação entre gerações, destacando a adaptabilidade e a evolução contínua da nossa linguagem.<h2 style="text-align:justify;">Linguagem icônica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/30/30164411084000.jpg" alt="O poder da linguagem foi uma grande capacidade evolutiva. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>O poder da linguagem foi uma grande capacidade evolutiva. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Além disso, a iconicidade na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127241-como-o-cerebro-aprende-com-os-padroes-de-linguagem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">linguagem</a>, ou a capacidade de criar palavras que se parecem ou soam como aquilo que representam, pode ter sido um trampolim para a evolução da linguagem. Isso sugere que a comunicação de experiências sensoriais e emocionais era mais eficaz entre os Homo sapiens, ajudando na transmissão cultural e na coesão social.&nbsp;Enquanto palavras icônicas podem ter sido compartilhadas por ambas as espécies, os Homo sapiens desenvolvem uma capacidade única de usar a linguagem para explorar conceitos além do imediato, algo que pode ser a base do deslocamento na linguagem – a habilidade de se referir a coisas que não estão presentes no momento.Portanto, a diferença principal que pode ter garantido o sucesso dos Homo sapiens sobre os neandertais reside na nossa capacidade de usar a linguagem de maneira mais flexível e abstrata.&nbsp;As metáforas e a capacidade de ligar diferentes conceitos no cérebro nos permitiram criar e compartilhar ideias complexas, desenvolver tecnologias avançadas e construir culturas ricas. Essa habilidade linguística avançada pode ter sido a chave para a nossa sobrevivência e prosperidade, deixando os neandertais para trás na história evolutiva.

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Metáforas: o superpoder que separou humanos de neandertais

A comunicação feita pela espécie, uma das maiores dos oceanos, pode ter semelhanças com a humana.

O sistema de comunicação das baleias cachalote pode ter semelhanças com a linguagem humana, de acordo com pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. O grupo afirma ter descoberto um “alfabeto fonético” a partir dos sons emitidos pela espécie Physeter macrocephalus.Em artigo publicado na Nature Communications, no dia 7 de maio, os autores afirmam que a comunicação do animal, que tem o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/qual-especie-de-animal-tem-o-maior-cerebro-ja-registrado" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maior cérebro do mundo</a>, parece ser mais complexa do que se imaginava. Eles usaram sensores e equipamentos de gravação para monitorar um clã de 400 cachalotes no mar do Caribe entre 2005 e 2018.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/09/09210235640368.jpg" alt="A cachalote pode alcançar 16 m de comprimento. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As cachalotes pode alcançar 16 metros de comprimento. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O material foi analisado com o auxílio de ferramentas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128620-7-casos-em-que-uma-inteligencia-artificial-teve-comportamento-preocupante.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inteligência artificial</a> avançadas, permitindo verificar padrões sonoros repetitivos nas “vozes” de pelo menos 60 membros do clã. A equipe notou algumas diferenças em relação a estudos anteriores, identificando novos elementos na interação.As comunicações entre as cachalotes se dão por meio de padrões sonoros repetitivos chamados de codas, sendo o mais comum deles no formato “1+1+3”, em que os dois primeiros cliques (estalos) são seguidos por outros três mais rápidos. Nesta nova investigação, a IA descobriu muito mais cliques do que antes.<h2>Amplo repertório de vocalizações</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/09/09210454235371.jpg" alt="O tipo de som emitido por elas muda conforme o contexto da interação. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O tipo de som emitido muda conforme o contexto da interação. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>De acordo com os pesquisadores, o alfabeto fonético das cachalotes inclui uma variação entre os cliques, acelerando ou diminuindo o ritmo de cada coda, o que foi chamado de rubato. Também há a possibilidade de que elas adicionem um estalo extra ao final das codas, elemento descrito como ornamentação.Combinados livremente com o ritmo e o andamento, em analogia à terminologia musical, rubato e ornamentação formam um sistema de comunicação capaz de gerar um enorme repertório de vocalizações. Ainda conforme o estudo, essas variações nas conversas das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128921-baleias-azuis-estao-acasalando-com-outra-especie-e-tendo-filhotes-hibridos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">baleias</a> dependem do contexto da interação entre elas.“Este artigo mostra que a comunicação das cachalotes tem algumas das mesmas características estruturais dos sistemas de comunicação mais sofisticados do reino animal. Estamos entusiasmados para começar a estudar como ele é usado para transmitir significado”, declarou o professor do MIT, Jacob Andreas, ao site da Iniciativa de Tradução Cetácea (Projeto CETI).<h2>O que dizem as cachalotes?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/09/09210353927370.jpg" alt="Encontrar o significado dos sons emitidos pelas baleias é o próximo passo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Encontrar o significado dos sons emitidos pelas baleias é o próximo passo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Traduzir a linguagem das cachalotes é o próximo desafio da pesquisa, após a descoberta do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128355-conversas-com-baleias-jubarte-podem-ajudar-a-falarmos-com-ets.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alfabeto das baleias</a>. Porém, essa será uma tarefa complicada, pois envolve identificar o contexto em que as interações do grupo acontecem.Uma das ideias é combinar as vocalizações com comportamentos específicos, o que pode ajudar até mesmo na conservação da espécie. Vale lembrar que a Physeter macrocephalus ainda se recupera da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122648-como-comecou-a-exploracao-e-a-caca-de-baleias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">caça realizada nos séculos XIX e XX</a> enquanto enfrenta novas ameaças.

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Baleias cachalote usam 'alfabeto fonético' próprio para se comunicarem, descobrem cientistas

Pode parecer estranho, mas a razão para falarmos "meia" ao invés de "seis" remete à nossa ligação com Portugal.

Às vezes, reproduzimos expressões idiomáticas sem nunca parar para pensar de onde elas vieram. E uma que costuma passar batido entre nós é o uso da palavra "meia" para significar "seis", como na expressão "meia dúzia de ovos", ou quando citamos um número de telefone.E por que será que falamos assim? Não há uma resposta definitiva a essa dúvida, mas há algumas hipóteses que remetem às nossas raízes históricas e à nossa conexão com Portugal.<h2>As origens históricas do "meia"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/11/11113409056003.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A explicação sobre o uso de "meia" para substituir seis remete à fonética comum em Portugual. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Segundo algumas versões dadas por historiadores portugueses, esta é uma tradição que remonta aos anos 1930, quando os telefones usados nas casas das famílias eram conectados a uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/7-curiosidades-sobre-telefones-antigos-que-os-jovens-nao-conhecem" rel="noopener noreferrer" target="_blank">central telefônica</a> que fazia a ligação. Quando se desejava falar com algum parente, era preciso ligar à central e pedir a ligação a um atendente.Ocorre que o som de "três", na pronúncia comum em Portugal, lembra muito à de "seis" (algo como o "trêix" e "sêix" típico dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118964-por-que-feijao-carioca-se-no-rio-se-come-mais-o-feijao-preto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cariocas</a>). Como os telefones da época tinham bastante ruído, os dois números eram confundidos pelos telefonistas, e a ligação não chegava ao lugar certo.Por conta disso, passou-se a usar "meia" como uma referência à metade de uma dúzia, composta por doze unidades de um mesmo objeto. Portanto, "meia" seria uma redução de "meia dúzia", e indicaria o número seis.Assim, o "meia" não costuma ser usado de forma solta, mas sim no contexto de um numeral mais extenso. Não se fala, por exemplo, que uma criança tem "meia anos" no lugar de seis anos.<h2>Meia como metade de uma hora</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/11/11113321166001.jpg" alt="Meia designa também trinta minutos, a metade de uma hora inteira. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Meia designa também trinta minutos, a metade de uma hora inteira. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Meia, aliás, é uma palavra bem múltipla, já que pode indicar um número (meia dúzia), uma peça de vestimenta (a meia que usamos no pé) ou mesmo o total de trinta minutos (ao falar, por exemplo, que agora são "seis e meia").O termo "meia" como a peça que usamos para aquecer o pé remete aos romanos, que, na época clássica, não usavam calças nem sapatos. Eles aprenderam a usar peças de panos nos pés que iam até os joelhos com os alemães e franceses, que viviam em ambiente mais frios. Em seguida, os romanos chamaram a nova roupa de "calceum".Com o tempo, essas peças foram se estendendo e acabaram sendo esticadas até a cintura, mas o termo calceum permaneceu. Um dia, alguém decidiu cortar fora a parte do pé, pois ela costumava sujar mais que o resto da roupa: surgiam então as <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122541-o-que-acontece-se-usarmos-calcas-apertadas-o-dia-inteiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">calças</a>. Já o pedacinho que cobria o pé, agora separado do resto, virou meia, por ser uma parte da calça.Já o hábito de falarmos meia para indicar trinta minutos tem uma explicação bem simples. Falamos assim porque trinta minutos indica a metade de uma hora (composta por sessenta minutos). Portanto, usa-se meia para falar, de forma mais rápida e simples, o horário que marca a metade de uma hora inteira.

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Por que no Brasil falamos "meia" no lugar de "seis"?

Ao investigar a dinâmica por trás da interação entre os peixes betta, pesquisadores descobrem que os sinais visuais apresentam um papel central.

A forma como os animais se comunicam é fascinante em diversos contextos. Mas, como há espécies que conseguem estabelecer um <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127909-7-maneiras-para-melhorar-suas-conversas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">diálogo</a> sem emitir sinais acústicos, muitas interações ainda permanecem incompreendidas para nós. Para aqueles que estudam esse aspecto em específico, não é algo tão diferente assim, já que parte dessa dificuldade é explicada pela grande velocidade com que as dinâmicas se desdobram no mundo animal.Mas ao observar o peixe betta, também conhecido como peixe-de-briga-siamês (Betta splendens), espécie endêmica da Tailândia, pesquisadores conseguiram desvendar alguns padrões interessantes. O estudo, que esmiuçou algumas das suas interações, foi publicado no repositório aberto bioRxiv e se encontra em fase de pré-impressão.<h2>Comunicação em turnos entre os peixes betta</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/05/05204025532000.jpg" alt="O comportamento do peixe B. splendens foi observado em novo estudo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O comportamento do peixe betta foi observado em novo estudo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Assim como ocorre com muitos outros animais, esses peixes betta se comunicam em turnos, mesmo em um cenário menos amistoso — vale destacar que se trata de uma espécie que tem fama de ser agressiva.Mas mesmo no mundo aquático os desentendimentos possuem uma certa ordem para se desdobrar. Em uma briga, por exemplo, cada animal tem a sua vez de ser agressivo, intercalando os golpes entre si.Antes de chegar nesse nível crítico do embate, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128881-peixes-palhacos-contam-numero-de-listras-para-diferenciar-a-familia-dos-oponentes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">peixes monitoram sinais visuais</a>, e uma das suas principais exibições se dá pela abertura das guelras. Naturalmente, o objetivo por trás de tal postura é o de gerar intimidação. Com isso, ou o peixe garante que o outro animal fuja, ou então ele precisa encarar a briga.As observações relatadas no estudo indicam não apenas que os bettas intercalam na hora de interagir, mas que eles também optam por avançar quando seu adversário está posicionado numa área lateral ou mais próximo da superfície da água, mais acima. Ou seja, a orientação espacial é bastante considerada.<h2>Desvendando nuances do comportamento dos peixes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/05/05204135053001.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Peixes betta, assim como outras espécies, intercalam entre defesa e ataque. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Com base nos cenários acompanhados, os pesquisadores sugerem que o posicionamento numa área mais elevada pode ser encarado como um sinal de territorialidade entre os animais, e justamente por isso estimularia a agressividade. Eles notaram esses padrões a partir da observação dos animais interagindo com um peixe virtual, projetado logo ao lado do tanque, mas também quando uma dupla de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/108630-os-peixes-beta-retratados-por-este-fotografo-parecem-bailarinas-dancando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">peixes betta</a> foi colocada em um mesmo espaço.Uma análise mais esmiuçada revelou que a espécie não necessariamente espera a sua vez de atacar. Mas, em geral, mudanças na velocidade e na direção em que os peixes se movem são consideradas nessa dinâmica de alternância.Essas pistas visuais, portanto, apresentam um papel importante para a modulação do comportamento dos animais. E enquanto essas trocas vão evoluindo, os peixes deixam a exibição de lado e passam a trocar até mesmo mordidas.<h2>Atividade neuronal do peixe-de-briga-siamês também foi analisada</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/05/05204229464003.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A partir da análise da atividade neuronal, estudiosos identificaram uma região cerebral que atua na capacidade de resposta dos peixes. (Fonte: &nbsp;)</figcaption></figure></figure>Essa evolução, ao menos para nós, não soa tão estranha, já que os humanos também se baseiam em muitas nuances para estabelecer uma interação, ainda que agressiva. E a história já mostrou de forma cruel como mesmo <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/a-historia-do-pum-de-um-soldado-romano-levou-a-morte-de-10-mil-judeus" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o mais absurdo dos gestos pode servir de incentivo para uma briga</a>.No estudo da atividade neuronal dos peixes betta, estudiosos ainda notaram que eles possuem quatro regiões cerebrais que apresentam uma maior atividade quando estão se comunicando. Uma delas, inclusive, teria uma função análoga à da amígdala dos humanos, presente no cérebro. Com isso, ela desempenharia um papel central para a modulação da resposta dos peixes e do processamento sensorial.Ainda há muita coisa a ser descoberta, mas, no final das contas, pode-se dizer que a falta de palavras para enviar mensagens definitivamente não torna a comunicação estabelecida entre os peixes menos complexa.

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Como os animais sabem qual é a sua vez de falar?

A TV, o cinema e a cultura pop em geral foram responsáveis por popularizar termos em nosso cotidiano sem ao menos nos darmos conta.

A <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125638-4-personagens-da-cultura-pop-e-suas-inspiracoes-bizarras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cultura pop</a> permeia a vida humana desde que o mundo é mundo. Seu impacto é visível em diferentes áreas, como a moda e a arte, mas também é possível enxergá-la em nosso cotidiano. Sim, a cultura pop é totalmente capaz de influenciar a maneira como falamos, quer percebamos ou não.Existem casos específicos de terminologias mais restritas a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124932-os-10-idiomas-mais-dificeis-de-aprender.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">idiomas</a> que não o português, como catfish, mas que encontram paralelos em nossa língua (neste caso, fake). E, sim, nem todas as frases surgiram por meio de um produto cultural, mas uma parcela considerável entrou para o léxico justamente por esta razão.<h2>1. "Coisas para fazer antes de morrer"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/25/25163057928223.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>A ideia das "coisas para fazer antes de morrer" se popularizou com o filme Antes de Partir.&nbsp;(Fonte: Unsplash/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>"Coisas para fazer antes de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128594-o-que-acontece-quando-nos-morremos-cientificamente-falando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">morrer</a>" é uma expressão relacionada, geralmente, com uma lista de coisas para serem realizadas antes de um período, data ou acontecimento. Entra no caso das frases que não surgiram na cultura pop, mas foram eternizadas por ela. Ela tem origem no termo em inglês equivalente a "chutar o balde", e em tradução literal seria algo como "lista de baldes".Ela entrou para o léxico popular quando lançaram o filme Antes de Partir, com Jack Nicholson e Morgan Freeman. Na trama, ambos possuem doenças terminais e fogem do hospital para fazer uma viagem e completarem uma lista de tarefas antes de morrerem. Se o filme não é um título dos mais lembrados, a expressão que dava nome ao longa-metragem em inglês foi apropriada pelas pessoas.<h2>2. "Escolha de Sofia"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/25/25162632688220.jpg" alt="(Fonte: IMDb/ITC/Reprodução)"><figcaption>A "escolha de Sofia" compreende decisões impossíveis de serem feitas. (Fonte: IMDb/ITC/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Outra expressão do dia a dia com origem cinematográfica, estar diante de uma escolha de Sofia significar precisar tomar uma decisão difícil entre duas opções exclusivas – ainda que a dificuldade seja relativa. Pode ser entre dois restaurantes para comer, dois caminhos para o trabalho, enfim, qualquer tomada de decisão cotidiana.No seu contexto original, empregado do filme A Escolha de Sofia, de 1982, com Meryl Streep como protagonista, a personagem precisou escolher entre salvar a vida de um de seus filhos e deixar o outro morrer, ou perder ambos em um campo de concentração nazista. Sua decisão impactou o restante de sua vida.<h2>3. "Amigos com benefícios"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/25/25164815965229.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Os "amigos com benefícios" nasceu em uma música de Alanis Morissette. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Amigos com benefícios é uma expressão semelhante à <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/84036-amizade-colorida-voce-acredita-que-isso-existe.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">amizade colorida</a>. Diferentes das frases anteriores, ela não ganhou fama no cinema, mas, sim, na música. Tudo aconteceu graças à canadense Alanis Morissette, que compôs a canção "Head Over Feet" em 1995.Em um trecho, a cantora diz "você é meu melhor amigo, melhor amigo com benefícios". Porém, o significado de relacionamento casual e sem compromisso só foi aplicado mais tarde, quando a frase entrou para o linguajar popular.<h2>4. "Meh"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/25/25170614504236.jpg" alt="(Fonte: IMDb/FOX/Reprodução)"><figcaption>"Meh" foi popularizado por Bart Simpson. (Fonte: IMDb/FOX/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Meh, cujo sentido é muito semelhante a "blé", é uma expressão que designa desinteresse e tédio. A palavra tem origem no iídiche, língua indo-europeia, adotada por judeus, principalmente na Europa Central e Oriental, com conexões com o alemão. Contudo, seu uso contemporâneo é ligado a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/107028-conheca-melhor-o-mundo-de-os-simpsons-com-este-infografico-esperto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Os Simpsons</a>, obra do roteirista e escritor John Swartzwelder.No episódio "Sideshow Bob Roberts", da sexta temporada, que foi ao ar em 1997, Bart diz a Lisa meh para expressar seu desinteresse pelo que a irmã tem a dizer. Em quase três décadas, o termo seu tornou o segundo mais popular do show, e usado constantemente no dia a dia.&nbsp;

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