Mulheres e homens têm cérebros diferentes? Veja o que a Ciência tem a dizer

18/04/2017 às 12:262 min de leitura

Que homens e mulheres têm características físicas diferentes, todo mundo já sabe. Mas se essas particularidades também podiam ser encontradas no cérebro, sempre foi um assunto controverso. Um estudo atual — e o maior até hoje — encontrou muitas similaridades, mas também revelou diferenças significativas entre os dois “tipos de cérebros”.

Por décadas, já era noticiado que o cérebro masculino é, em média, ligeiramente mais volumoso do que o feminino. No entanto, o cérebro é formado por diversas partes e não se sabia quais delas eram responsáveis pela diferença no volume. Além disso, a maioria dos estudos tinha menos de 100 indivíduos analisados, impedindo maiores conclusões.

Nova abordagem

Neste novo estudo, conduzido pela Universidade de Edimburgo, uma equipe de pesquisadores liderados pelo psicólogo Stuart Ritchie mergulhou em um banco de dados com 500 mil indivíduos. Eles mediram o volume de 68 regiões do cérebro e também a espessura do córtex cerebral — a camada mais externa e que se pensa ter um papel importante na consciência, na linguagem, na memória, na percepção e em outras funções.

Algumas diferenças

Ao compararem pessoas da mesma idade, eles encontraram que mulheres apresentam o córtex mais espesso. Tal fato parece estar relacionado com as pontuações mais altas em testes de inteligência. Por outro lado, todas as regiões subcorticais são maiores em homens. Tais regiões estão ligadas a memória, consciência espacial, emoções, tomadas de decisão, aprendizagem, inibição e processamento das sensações.

Olhando para outras regiões, parece que os homens ganham em volume em 14 delas, enquanto as mulheres são campeãs em outras 10. Também foi visto que há maior variação quando se compara entre homens que quando se compara entre mulheres. Outros estudos comparativos igualmente relataram que os homens tendem a ser física e mentalmente muito mais diferentes entre si.

Descobertas

Apesar dos padrões consistentes identificados, os cientistas alegam que existem muito mais similaridades que diferenças. Parece ser tão variável quanto a altura. Então, simplesmente olhar para a imagem de um cérebro aleatoriamente não permite dizer se ele é proveniente de um homem ou de uma mulher.

Mais semelhanças que diferenças

Existe ainda outro fator intrigante a ser considerado: a menopausa. Muitas mulheres no estudo já tinham chegado à idade de menopausa, e as flutuações hormonais dessa fase também afetam as estruturas cerebrais e podem ser uma das causas para as diferenças encontradas.

A questão principal — e ainda não resolvida — se mantém. Será que essas diferenças afetam realmente na prática a inteligência ou o comportamento dos indivíduos? A cultura popular está repleta de supostos exemplos de diferenças intelectuais entre meninos e meninas, mas apenas algumas características, como a maior agressividade em homens, foi realmente comprovada por pesquisas científicas.

Por hora, Ritchie diz que seu estudo não é capaz de responder esse tipo de pergunta. Ele está apenas tentando descrever bem as diferenças entre os dois tipos de cérebros sem ficar especulando sobre o que elas significam.

*Este texto é de autoria de Marcus Cattem, professor de Ciências e Biologia.

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