Homem já salvou a vida de mais de 300 potenciais suicidas

23/11/2016 às 04:002 min de leitura

No mundo, o suicídio está cada vez mais se tornando um problema de saúde pública. Uma das técnicas mais usadas é a de se jogar de grandes alturas. Na cidade de Nanjing, na China, a ponte sobre o rio Yangtze detém um dos maiores índices de suicidas em todo o planeta. Porém, existe um “anjo da guarda” que quer mudar essa triste estatística.

O nome dele é Chen Si, que há 13 anos passa seus finais de semana e feriados monitorando a ponte por conta própria para salvar pessoas que estão prestes a pular. Em seus cálculos, mais de 300 pessoas já foram salvas. Segundo o chinês, ele resolveu fazer isso por saber exatamente o que se passa na cabeça das pessoas que saltam para a morte de cima dessa ponta.

Chen Si explica que a maioria das pessoas que se joga dali é composta por pessoas que não nasceram em Nanjing. São pessoas que deixaram suas casas em busca de propostas de trabalho, mas a rotina desgastante, a ausência da família e a saudade de casa as fazem cometer esse ato contra a própria vida.  

Identificando potenciais suicidas

O anjo da guarda conta que também já pensou em acabar com a vida, mas que conheceu um velho sábio que o ensinou a olhar para os problemas com uma mente mais positiva. Esse homem teria falecido de desgosto quando seus filhos começaram a discutir a herança com ele ainda vivo. Segundo Chen Si, essa triste história o fez abrir os olhos para a realidade.

E olha que ele nem mora tão perto assim da ponte: de sua casa até lá são ao menos 25 km. Ele fica horas indo e voltando a extensão da ponte, na maioria das vezes a pé. Quando ele nota alguma pessoa solitária encarando as águas lamacentas, ele já liga o sinal de alerta de que ela é um potencial suicida.

De acordo com Chen Si, é fácil reconhecê-las: “São pessoas caminhando sem alma”. A abordagem depende de quão avançada está a pessoa em seus planos. Se ela já subiu na grade, uma ação enérgica e quase agressiva se mostra necessária, mas Chen conta que prefere abordá-las como se fosse um psicólogo, tentando conversar e dissuadi-la dessa decisão.

Nem tudo são flores

O chinês foi nomeado “Anjo da Guarda de Nanjing”, mas nem todo mundo aprova sua interferência na decisão das pessoas. Muitas pessoas salvas por ele acabam o atacando com agressões físicas e verbais, mas ele entende que essa é uma reação até esperada e diz que nada irá mudar sua decisão de tentar resgatá-las.

E o auxílio de Chen Si vai além da ponte: ele alugou um apartamento na cidade onde as pessoas resgatadas podem passar alguns dias arejando a cabeça e fazendo acompanhamento psicológico. Ele também costuma contatá-las com frequência para saber se tudo continua em ordem e chega a conversar com credores para diminuir os juros dos suicidas, caso tenha sido um problema financeiro que os levou à ponte.

Só que nem tudo são flores: Chen Si conta que já viu ao menos 50 pessoas pulando da ponte, antes que ele conseguisse agir para salvá-las. Sua história virou um documentário no ano passado, em que ele conta todas as agruras de conviver com pessoas que não veem mais nenhum sentido na vida além de se jogar de uma ponte.

Até mesmo a sua saúde já entrou em risco por conta desse trabalho voluntário: ele se tornou fumante e precisa lidar com a própria depressão. Também já teve ocorrências de alcoolismo, mas conseguiu largar. Na vida pessoal, sua esposa e seus amigos não compreendem tamanha dedicação em salvar a vida dos outros, mas o anjo da guarda não está disposto a parar.

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