Sabia que há bunkers que servem de lar para 1 milhão de pessoas na China?

05/04/2017 às 06:212 min de leitura

A China, como todos sabem, está entre os países mais populosos do mundo, com um número de habitantes que passa de 1,3 bilhão de pessoas. Sua capital, Pequim, está entre as cidades com mais residentes no país, somando mais de 21,7 milhões no início de 2016, segundo algumas estimativas. Agora imagine as dificuldades de se disponibilizar moradia para essa quantidade absurda de gente!

Uma das entradas que dão acesso aos bunkers

Segundo Charley Locke, do site Wired, Pequim, como você bem pode imaginar, é uma cidade com muita, muita gente. Por todos os lados. Portanto, não é de se surpreender que exista uma grande demanda por moradia e, por conta dessa procura, os valores dos imóveis estejam se tornando cada vez mais altos. Para contornar essa situação, cerca de um milhão de pessoas decidiram se mudar para o subterrâneo da cidade, onde existem milhares de bunkers da época da Guerra Fria.

Quartos atômicos

De acordo com Charley, no final dos anos 60, Mao Zedong ordenou que os edifícios residenciais de Pequim contassem com abrigos subterrâneos para o caso de que ocorresse uma guerra nuclear e a população tivesse que se proteger da radiação. Por sorte, o conflito que muitos esperavam que fosse eclodir nunca aconteceu, então, na década de 80, os bunkers começaram a ser vendidos.

A grande maioria dos habitantes são estudantes, famílias de baixa renda e pessoas que vieram de zonas rurais para tentar a vida na capital

No total, foram construídos uns 10 mil abrigos nucleares a cerca de 15 metros de profundidade e, gradualmente, eles foram sendo convertidos em espaços comerciais e residenciais de baixo custo. Hoje, a estimativa é que aproximadamente um milhão de pessoas — a maioria estudantes, famílias de baixa renda ou sujeitos que vieram das zonas rurais para tentar a vida na capital — viva nesse “mundo” subterrâneo, onde o valor dos aluguéis varia entre US$ 40 a US$ 100 (por volta de R$ 125 e R$ 310) por mês.

Alguns espaços chegam a acomodar 12 pessoas

Barato, né? Entretanto, por esse custo, os moradores se espremem em pequenos espaços de 3,7 por 4,5 metros sem janelas e, em alguns casos, até 12 pessoas dividem um mesmo apartamento. Existem cozinhas, lavanderias e banheiros comunitários, assim como locais onde os habitantes podem fazer compras, cortar os cabelos e socializar, mas a vida nessa cidade subterrânea não é nada fácil.

Jovens socializando em um dos espaços comunitários

Segundo Cherley, o fotógrafo italiano Antonio Facciolongo conseguiu visitar cerca de 30 bunkers em 2015 — são dele as fotos que ilustram esta matéria —, e teve que driblar os guardas que patrulham o local para registrar a vida no subterrâneo de Pequim. Facciolongo contou que com o cheiro, a atmosfera úmida e a escuridão é impossível esquecer que você se encontra nas profundezas.

A vida não é fácil no subterrâneo

Em 2010, as autoridades chinesas declararam os espaços residenciais ilegais e existem planos de evacuar os bunkers ainda neste ano. O problema é que a maioria das pessoas que ocupam esses locais não têm condições de pagar os altos aluguéis da superfície, portanto, existe um impasse sobre o futuro desses habitantes. Veja mais imagens dos bunkers na galeria a seguir:

Galeria 1

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